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Por: Museu da Pessoa, 20 de abril de 2016

Gerar energia é gerar História

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Gerar energia é gerar História

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Meu nome é Gildo Magalhães dos Santos Filho. Nasci em 23 de novembro de 1948, em São Paulo. Me formei em Engenharia Eletrônica na Escola Politécnica da USP em 1972. Realizei meu doutorado em História Social trabalhando o desenvolvimento da política de informática no Brasil e meu pós-doutorado foi sobre a história da eletrificação na República Velha. Em novembro de 2001, passei em um concurso e acabei me tornando professor de História da Ciência do Departamento da FFLCH-USP.

A eletricidade, e de forma mais ampla o eletromagnetismo, deu origem à grande indústria do século XIX que foi a indústria elétrica. Isto veio para o Brasil ainda no tempo do Dom Pedro II e mais tarde aperfeiçoado foi a origem das nossas usinas elétricas. Na República isso vai se desenvolver mais ainda porque tem início a industrialização mais intensa, não pesada, que ocorreu no Brasil, mais especificamente ainda em São Paulo. Aqui, uma série de indústrias que já existiam e que funcionavam na base da roda d’água ou da máquina a vapor viram a oportunidade de substituir essa força motriz, água ou vapor, diretamente por eletricidade. Quando chega o século XX elas se expandem graças, aqui em São Paulo, à riqueza do café. Então o café atrai imigrantes, o café faz as ferrovias andarem para o Oeste e junto com a marcha para o Oeste vai a luz elétrica, vai a tração elétrica na forma de bondes. Muitas cidades do interior do estado vão querer ter o transporte do bonde elétrico e a força motriz para motores, oficinas, fábricas inteiras.

Nós fizemos um projeto de pesquisa que demos o nome de Eletromemória porque percebemos que exatamente a geração de energia elétrica acompanhou o Estado de São Paulo nessa marcha para o Oeste. Então tudo isso que vai ter impulso a partir dos 1890, 1900 significou levar atrás a energia elétrica. As fazendas de café, as ferrovias, a imigração, os italianos, japoneses, todos que vieram primeiro pra...

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Histórias Que Iluminam

Depoimento de Gildo Magalhães dos Santos Filho

Entrevistada por Lucas Torigoe

São Paulo, 20/04/2016

Realização Museu da Pessoa

HQI_HV06_Gildo Magalhães dos Santos Filho

Transcrito por Karina Medici Barrella

MW Transcrições

P/1 – Eu acho que eu vou perguntar mesmo quando veio a energia elétrica pro Brasil.

R – Bom, você também tinha falado na ideia de perguntar sobre a pesquisa.

P/1 – Sim. Que vocês estão desenvolvendo agora, né? Acho que vamos começar falando da questão histórica mesmo, a contextualização, pode ser?

R – Eu ia falar que eu tenho duas pesquisas anteriores que são: uma deu aquele livro “Força e Luz” e tem uma outra pesquisa que eu fiz nos Estados Unidos que é sobre a origem da teoria e da ciência do eletromagnetismo, que sem isso não teria tido também os equipamentos que depois vieram pra eletrificação. Então não sei, o que você prefere?

P/1 – Vamos então começar um pouco, resumidamente, a teoria da energia elétrica. Como começou, quem começou a pensar isso, como era esse caldo que começou.

R – Tá bom.

P/1 – Pode ser? Fique à vontade.

R – Pode. Bem, a eletricidade existe na natureza, um fenômeno natural, mas o estudo sobre ela que começou há muito tempo. Os gregos, por exemplo, tinham algumas noções, a eletricidade era vista como uma coisa totalmente separada do magnetismo, que também é antigo, pedras que tinham propriedades magnéticas eram conhecidas desde a antiguidade, a bússola dos chineses, tudo isso já usava. Mas se acreditava que eram domínios completamente diferentes: uma coisa é a eletricidade, outra é magnetismo. No início do século XIX, porém, algumas pessoas pensavam muito na unidade da natureza, que tudo estava unido. E entre essas pessoas houve dois cientistas muito importantes que levaram à frente experiências fundamentais. O primeiro é o dinamarquês Ørsted, que em 1817 fez a famosa experiência da passagem da corrente...

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