Seu João de Ávila, um senhor de 65 anos de idade, aposentado, tranquilo, comerciante e com uma vida pacata. Mas pelas suas memórias, sua vida não fora sempre assim.
Tinha treze irmãos, os quais ajudou a cuidar e trabalhou na lida de casa, fazendo comida e limpando o pátio. Também aprendeu desde cedo a trabalhar na lavoura, auxiliando seu pai e no comércio com seu avô.
Então sua infância sempre esteve atrelada ao trabalho e as responsabilidades. Mas será que ele não brincava?
Ah, e como brincava! Brincava no campo laçando animais, correndo a cavalo... E muitas vezes os porcos fugiam, invadindo as plantações. E depois “o laço pegava”.
Na escola disse que “não era muito bom das idéias”. Comenta que não conseguia aprender e acabava indo pra “caixinha de areia”. A caixinha de areia era propriamente uma caixa com areia que ficava ao fundo da sala de aula e era usada pelos alunos que não faziam os temas e/ou por aqueles que não estudavam e não aprendiam. Ficavam ajoelhados nela até aprender a lição. Mesmo assim, Seu João diz que gostava de ir à escola. “Estava certo ir para a caixinha, não estudava e ir pra lá, fazia a gente parar e pensar, daí a gente aprendia”. Lembra-se da professora com carinho, dona Ana Maria.
Deixou de frequentar a escola para trabalhar, pois aprendeu muito com a lida na lavoura. Esta aprendizagem segue com ele até hoje. A escola era muito distante da sua casa.
No trabalho do campo conheceu Sueli, uma moça bonita pela qual se encantou e se apaixonou. Namoraram de forma “diferente” de hoje, somente um pegando na mão do outro, conforme os costumes do passado.
Em seguida, casaram-se e foram morar com os pais da noiva, onde levou uma sacola com seus poucos pertences para a casa nova, pois deixara o restante para sua família com tantos irmãos.
Lá conviveu bem, pois tinha uma relação saudável com todos, pois “comiam na mesma da mesma...
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Seu João de Ávila, um senhor de 65 anos de idade, aposentado, tranquilo, comerciante e com uma vida pacata. Mas pelas suas memórias, sua vida não fora sempre assim.
Tinha treze irmãos, os quais ajudou a cuidar e trabalhou na lida de casa, fazendo comida e limpando o pátio. Também aprendeu desde cedo a trabalhar na lavoura, auxiliando seu pai e no comércio com seu avô.
Então sua infância sempre esteve atrelada ao trabalho e as responsabilidades. Mas será que ele não brincava?
Ah, e como brincava! Brincava no campo laçando animais, correndo a cavalo... E muitas vezes os porcos fugiam, invadindo as plantações. E depois “o laço pegava”.
Na escola disse que “não era muito bom das idéias”. Comenta que não conseguia aprender e acabava indo pra “caixinha de areia”. A caixinha de areia era propriamente uma caixa com areia que ficava ao fundo da sala de aula e era usada pelos alunos que não faziam os temas e/ou por aqueles que não estudavam e não aprendiam. Ficavam ajoelhados nela até aprender a lição. Mesmo assim, Seu João diz que gostava de ir à escola. “Estava certo ir para a caixinha, não estudava e ir pra lá, fazia a gente parar e pensar, daí a gente aprendia”. Lembra-se da professora com carinho, dona Ana Maria.
Deixou de frequentar a escola para trabalhar, pois aprendeu muito com a lida na lavoura. Esta aprendizagem segue com ele até hoje. A escola era muito distante da sua casa.
No trabalho do campo conheceu Sueli, uma moça bonita pela qual se encantou e se apaixonou. Namoraram de forma “diferente” de hoje, somente um pegando na mão do outro, conforme os costumes do passado.
Em seguida, casaram-se e foram morar com os pais da noiva, onde levou uma sacola com seus poucos pertences para a casa nova, pois deixara o restante para sua família com tantos irmãos.
Lá conviveu bem, pois tinha uma relação saudável com todos, pois “comiam na mesma da mesma panela”, segundo Seu João.
Trabalhou como capataz em uma granja, cuidando sozinho de inúmeras quadras de arroz. Juntou dinheiro e mobiliou sua própria casa. Como o trabalho era árduo e havia desvalorização, mudou de profissão, passando a ser comerciante. Passou pelo bairro Bom Fim Velho e veio para a Alvorada, local onde reside atualmente e onde tem comércio.
Pai de dois filhos, diz que nunca mudaria de profissão, ser comerciante é o que sabe ser e que gosta muito.
Sua mãe veio morar com ele. Cuidou de sua saúde com dedicação e amor.
Seus filhos se criaram no bairro Alvorada e foram alunos da Escola Darcy Berbigier. Escola que tem um carinho muito especial, pois conhece a maioria dos alunos e suas famílias. Além disso, afirma que “a escola sempre foi boa, atendendo todos bem”.
Conta que certo dia, um andarilho entrou na escola fazendo agressões aos funcionários e, que uma mocinha, estudante da escola, foi ao armazém e pediu socorro. Ele foi à escola e o expulsou.
Diz que nestes anos de profissão o que o decepcionou foi um assalto, onde levaram tudo... Até o rádio do filho recém-comprado e o dinheiro do irmão. Foram oito assaltos no total.
Ao final da entrevista deixa uma mensagem as crianças:
“Que vocês respeitem e ouçam os pais e os professores, que não sigam os exemplos da rua, que não querem nada com nada. Ouçam os mais velhos”.
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