Eu tinha dinheiro para investir e precisava demonstrar para as pessoas que estava mesmo disposta a iniciar esse trabalho. Foi um primeiro ano de muita aflição. Muitas questões do tipo: “Como é que é?” Ou, “Como se faz?” Eu já atendia algumas adolescentes, mas não sabia como juntar todas as coisas do projeto. Em uma das entrevistas me perguntaram uma série de coisas que me deixaram irritada, mas na medida em que fui me colocando, respondendo a todas as perguntas, comecei a sentir que realmente era aquilo que eu queria fazer. Quero destacar o fato de ter sido selecionada pela Ashoka. É a mesma coisa quando te perguntam onde você estudou, qual a faculdade ou qual é a sua referência para desenvolver um projeto social. Se você tem a referência da Ashoka, as portas se abrem com mais facilidade. Na verdade, fiquei fascinada com o processo de seleção. Lembrei-me que, em um dos painéis, eu explicava, explicava e um entrevistador me disse: “Eu não entendi nada”. Fiquei nervosa. Ele então sugeriu: “Desenhe o que você está tentando me explicar”. E tentei desenhar, mas não sabia como, e veio na hora, ali, enquanto estava desenhando. Saí de lá com a estrutura pronta e continuo usando o desenho em todos os meus projetos.