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Por: Museu da Pessoa,

Graças a Deus que entrou um Governo que urbanizou tudo

Esta história contém:

Graças a Deus que entrou um Governo que urbanizou tudo

IDENTIFICAÇÃO Meu nome é Antonio Alves da Silva. Ah, eu cheguei para aqui em 47. Que eu morei no Morro Turano e cheguei para aqui em 47. A data de meu aniversário é 10 de janeiro de 1923. Sou viúvo e tenho cinco filhos. Eu nasci em Senhor do Bonfim, na Bahia. MIGRAÇÃO Mudança para Rio de Janeiro Eu saí de Salvador fui para São Paulo, Ponteio. E de São Paulo eu vim para Salvador. De Salvador eu trabalhei no campo de aviação de Santo Amaro de Pitanga, em 42. Em 42 para 43 eu fui para o Amazonas que era seringal. Então eu vim, cheguei aqui no navio Almirante Alexandrino, no dia 10 de janeiro de 44. Aí eu vinha para casa da minha irmã daqui eu fui para o Turano. Do Turano eu arrumei um barraco aqui no Querosene e do Querosene eu vim para cá. Fiquei lá uns 3 a 4 mês. Aí vim para cá. Aí eu fundei, tinha o falecido Benevides. O João Benevides fazia cava aqui para vender por 100 mil réis. Cava era um trator para acertar o terreno. Acertar o terreno para fazer os barracos. Eu sofri aqui minha filha. MORADIA Bom. que eu vivo aqui há, esses anos todinho não tenho nenhum inimigo. Esse aí me conhece, o José Bernardo. Todo mundo me conhece. Na nossa casa morava eu e a minha esposa. O nome dela era Neuza da Costa Alves da Silva. Eu morei ali no falecido Cláudio. Fiz um barraco lá. tenho um barraco da Maria Soares. Maria Soares 27. De lá eu comprei isso aqui da Maria. É, só tinha um cômodo. Daí eu fiz a casa. É, eu mesmo que fiz. Atualmente só eu e o Moisés, meu filho que moramos nessa casa. É pintor. Ele se aliou agora. Só que tem que eu tive um derrame e tenho dificuldade para falar. INFRA-ESTRUTURA Transportes Eu já ouvia falar do Morro dos Prazeres que a irmã, Almira, morava aqui com o Zé Paulo que foi presidente aqui. Então quando eu cheguei para aqui não tinha caminho. Não tinha nada. Era buraco puro. Quando chovia a gente para descer era sentado. Escorregando. Para subir não...

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Projeto: Morro dos Prazeres, esse Morro

Realização: Museu da Pessoa

Depoimento de: Antonio Alves da Silva

Entrevistado por: Neide Amaral e José Bernardo

Rio de Janeiro, 05 de abril de 2002

Código: MP_HV011

Transcrito por: Maria da Conceição Amaral da Silva

Revisado por: Marina Tunes

P/1 – Seu Antonio, o senhor pode dizer para a gente a data e o seu nome todo por favor?

R – Antonio Alves da Silva.

P/1 – Há muito...qual... há muito tempo que o senhor chegou aqui no Morro dos Prazeres?

R – Ah, eu cheguei para aqui em 1947. Que eu morei no Morro Turano e cheguei aqui em 1947.

P/1 – Qual é a data de aniversário do senhor?

R – 10 de janeiro de 1923.

P/1 - O senhor é casado?

R – Viúvo.

P/1 – Quantos filhos o senhor tem?

R – Cinco.

P/1 – O senhor já tinha ouvido falar aqui no Morro dos Prazeres?

R – Eu já ouvia falar que a irmã, a minha irmã...

P/1 – Qual o nome da irmã do senhor?

R – Almira.

P/1 – Ah, Almira.

R – Morava aqui com o Zé Paulo, que foi presidente aqui. Então quando eu cheguei “para aqui” não tinha caminho. Não tinha nada. Era buraco puro. Quando chovia, a gente para descer era sentado. Escorregando.

P/1 – [risos]

R – Era menina. É. Para subir não tinha ônibus, não tinha bonde. Naquele tempo tinha bonde com dois reboques, mas quando chovia não tinha ônibus. A gente tinha...eu trabalhava em Niterói lá em Piratininga e subia à pé. É.

P/1 – É.

R – Não tinha água, não tinha. A gente carregava água lá do Chororó. Naquele tempo isso aqui foi feito com água do Chororó.

P/1 – Nossa.

R – É.

P/1 – O senhor nasceu aonde?

R – É, em Senhor do Bonfim.

P/2 - Na Bahia, né?

R – Bahia.

P/2 - Então está bom.

P/1 – Assim que o senhor chegou aqui, qual era o seu relacionamento com os vizinhos?

R – Bom.

P/1 – Muito bom?

R – Bom. Que eu vivo aqui há, esses anos todinhos, não tenho nenhum inimigo.

P/2 - Graças a Deus.

R – Esse aí me conhece, o José Bernardo.

P/2 -...

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