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Personagem: Yaguarê Yamã
Por: Museu da Pessoa, 6 de julho de 2007

O saterê escritor

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O saterê escritor

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Eu sou, antes de tudo, Yaguarê Yamã, que na língua portuguesa significa Tribo de Onças Pequenas. Gosto muito de contar o meu tempo de criança na aldeia Yãbetué, povo de Maraguá. Eu sou desenhista, mas ninguém imagina, fora da minha aldeia, como eu aprendi a desenhar: com espinha de peixe, brincando do terreiro da aldeia! Pegava as espinhas de peixe, aquelas bem fininhas, e ia para o terreiro da aldeia e começava a desenhar na areia! Imitando animais, árvores, peixes, gente, comecei a gostar e desenhar e hoje eu acho até que desenho bem! Não passei por esses cursos que costumamos ver por aí! Sou um autodidata. A minha infância é muito bonita.

O meu povo, como toda a Amazônia, gosta muito de contar e ouvir histórias de “visage”! A gente aprende a lidar com os medos ouvindo essas histórias de fantasma. Os adultos juntavam numa casa de palha e cada um tinha uma rede pra deitar e a narrar as histórias tradicionais! Quando anoitecia, a gente corria logo para lá e ficava entre as pernas deles, sentadinhos bem no centro, porque mais atrás já tinha medo do que poderia vir atrás! Eles contavam cada história! O problema era quando terminava e os adultos não estavam nem aí para a gente! De um lado é floresta e de outro lado também floresta, tudo escuro, só com a luz lunar e tendo que ir andando em fila. O primeiro prestava atenção para o que poderia vir na frente, o último prestava atenção para trás, qualquer vulto que aparecia nem avisava, saía correndo e a gente tinha que acompanhar na carreira também... Eu morava sempre do outro lado do terreiro, campo aberto, mas era escuro, e aí me dava medo, porque de repente vinha um coleguinha com medo e corria... E para entrar na rede tem que urinar antes! E aí estava o problema! Ter que ir lá fora no escuro, sozinho e nenhum coleguinha se prontificava para ir com a gente... Isso era um tormento, se poderia a gente nunca mais urinava na vida!

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