P - Pra gente começar, eu gostaria que o senhor dissesse seu nome completo, local e data de nascimento. R - Meu nome é Wellington Marques da Silva. Nome de guerra no Aché é Wellington porque não existe outro. É o único.Nascido em Carpina, interior de Pernambuco em 30/12/1955. P - O ...Continuar leitura
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Pra gente começar, eu gostaria que o senhor dissesse seu nome completo, local e data de nascimento.
R - Meu nome é Wellington Marques da Silva. Nome de guerra no Aché é Wellington porque não existe outro. É o único.Nascido em Carpina, interior de Pernambuco em 30/12/1955.
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O senhor entrou no Aché em que data?
R - Dia 2/5/1988.
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Antes de entrar para o Aché, o senhor tinha outra atividade?
R - Era bancário. Trabalhei seis anos no Banco Econômico S. A.
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Como é que surgiu essa oportunidade de trabalhar no Aché?
R - Eu, quando trabalhava no banco, atendia vários colegas que já eram representantes, e sempre me fizeram esse convite. ”Rapaz, você é um cara que tem um relacionamento muito bom com o público, você tem perfil bastante, que é o de propagandista. Mas, eu trabalhava no banco, e você sabe, quando você está num emprego assim, é difícil a gente procurar outro. E eu achava bonita a contabilidade do banco, como realmente é.
Só que a gente ganha moedas na realidade. Mas, se não fossem os planos do governo que existiam na época, que era aquele câmbio, aquela mudança de moeda que eu não sei nem que moeda era na época quando eu sai do banco. E quando havia aqueles pacotes, o banco deixava de ganhar o conceito e havia sempre uma redução de quadro. E foi o primeiro pacote, o segundo... o terceiro, eu fiquei
desempregado. Mas, não muito tempo. Conhecia os colegas representantes e dono de farmácia em Carpina, firma que tinha falado também com os supervisores, e me indicaram. Na época, o Aché tinha uma política de idade. Era aquela de 19 até 29 anos no máximo. Eu é que quebrei aquele paradigma. Entrei com 31 anos de idade. E estou até hoje, muito satisfeito porque realmente a empresa é sólida e eu represento muito bem essa empresa lá fora. Espero quebrar outro paradigma que é justamente conseguir a aposentadoria, até hoje nunca conseguida por um representante.
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Ah. É? Nunca houve caso de aposentadoria de representante?
R - Que eu conheça não. Representante não. Agora tem pessoas que passam pela Diretoria. Aposentado como representante, até hoje não teve.
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E é um sonho que o senhor tem?
R - Com certeza.
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E o senhor começou a atuar em qual região?
R - Quando entrei, a sede mesmo era na cidade que eu morava, Carpina. E nós fazíamos todas aquelas cidades da região da Mata Norte, conhecida como a Zona da Cachorra. Se alguém me perguntar hoje o que quer dizer Zona da Cachorra, eu não sei explicar. Sei que é conhecida como Zona da Cachorra. E mais Itanuá, pro lado de Taquaritinga, perto de Caruaru.
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Poderia me descrever como é que são essas cidades em termos de casas...
R - Carpina é realmente uma cidade hoje que englobou todas as cidades. Carpina tem um comércio um pouco atrasado.Em termos de população também. Hoje ela envolveu todas essas cidades vizinhas. E a de Timbauba, que já tinha industria de sapatos inclusive conhecidos mundialmente, exportavam até sapatos para os Estados Unidos, hoje, o comércio lá é um fracasso. Carpina hoje cresceu de uma maneira esplendorosa..Nazareth da Mata, cidade de Maracatu. São cidade tradicionais. Agora Carpina, realmente foi a cidade que mais evoluiu em relação às outras cidades circunvizinhas.
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E em locais de visitas a médicos, você tinha amizades?
R - Tinha. Quer dizer, quando eu comecei tinha essa dificuldade toda, mas como o nosso trabalho é um trabalho muito dinâmico e muito cansativo? Tinha cidade que realmente a dificuldade era muito grande. Na época que eu entrei, nós trabalhávamos com nossos carros.Hoje a empresa nos dá esse benefício de dar carro. Então, a gente tinha muita dificuldade de acesso. Na época tinha uns carrinhos mais práticos do que hoje. Eu ainda tive a oportunidade de trabalhar no Aché com um carro que a embreagem era amarrada de corda. (risos) Mas hoje em dia realmente, a empresa evoluiu, eu estou muito orgulhoso disso e nós estamos num patamar bem melhor.
P/’- Você lembra como foi o seu primeiro dia de trabalho no Aché?
R - Lembro. (risos) Inclusive o meu primeiro dia de trabalho – essa é uma história que eu vou contar e acredito que vai ser até registrada lá no seu livro, porque, quando eu entrei, nós tivemos cursos, mas a gente como marinheiro de primeira viagem nunca absorve tudo bem. E eu estava trabalhando em Carpina, um médico até conhecido meu e estava um gerente, o Sr. Paulo Mello, que chegou a ser Diretor da empresa, mas de outra divisão. Estava com o supervisor que era o Oliveira e foram assistir à minha propaganda falando parece para o Dr. João Inácio.
E a gente trabalhando assim policiado, sabe que as coisas são mais difíceis. E como marinheiro de primeira viagem, fazendo propaganda, a literatura tremia como vara verde. Tremia muito mesmo. O médico ficou só observando, mas notando que eu estava nervoso naquele emprego. Eu estava lançando um produto. Foi o primeiro antiinflamatório do Aché o Biofenac LP, que o significado do LP é liberação prolongada. Mas o nervoso era tão grande, que eu fiz a propaganda e aí o médico falou: “E esse LP, quer dizer o que?” Quer dizer Larga o Pau pra prescrever, que eu preciso é de vender.
Na verdade, eu fui numa farmácia que tinha feito uma colocação de seis unidades, no final do expediente cheguei na farmácia e as seis unidades
tinham acabado, tinha vendido todos e ele fez um pedido de 60.
Quer dizer, o “Larga o Pau” funcionou, na época do Biofenac LP.
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E saiu assim?
R - Assim...Espontâneo.
A Liberação Prolongada que eu tinha aprendido no curso não veio, mas saiu assim espontaneamente.E surtiu efeito.
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Você não lembrava o tal de LP? Você tem outras histórias que tenham te marcado,
que você gostaria de deixar registrado?
R - Tenho outras histórias, mas eu gostaria mesmo que a que fosse registrada fosse essa.
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E com relação ao produto? Alem do Biofenac, tem algum outro produto que tenha de cativado, que você tenha gostado de trabalhar?
R - Todos os produtos que eu trabalho, do laboratório, eu me sinto muito orgulhoso de trabalhar, porque realmente são produtos que são diferenciados. O Aché, quando eu entrei, era uma empresa que era discriminada com os colegas das multinacionais, por nosso método de trabalho. Eles achavam que o Aché era um laboratório que só fazia copiar, mas só que o Aché quando copia um produto, ele pega a matéria prima e ele só faz um produto copiado para melhor. E os efeitos terapêuticos realmente são excelentes. É um laboratório muito idôneo, sólido, e hoje é considerado o maior laboratório de capital nacional da América Latina. O Aché. Eu me orgulho de todos os produtos com que trabalho porque todos eles realmente são perfeitos.
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E o senhor acha que tem algum que seja mais fácil de fazer a propaganda?
R - Não.
Tem produtos que você simpatiza mais com ele, gosta de fazer a propaganda. Ultimamente eu gostava de trabalhar com o antibiótico chamado Novamox, inclusive tem uma substancia ativa que é a amoxilina, um antibiótico hoje mais preferido pela classe médica nas afecções do trato respiratório alto e
baixo. Mas o Novamox tinha uma substãncia a mais , tinha não, tem.- uma substancia á mais que é o Carbonato de Potássio, que protege a amoxilina, porque hoje, a amoxilina pura é inativada pela betalactamase, e o Carbonato de Potássio justamente protege a amoxilina para que seja mais seguro o tratamento das afecções do trato respiratório alto e baixo.Então, eu gostava de fazer essa propaganda porque até a gente concorria com produtos nossos mesmo, da nossa linha, que nós temos também o Novocilin, que é à base de amoxilina.
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Você falava esses nomes todos difíceis para o médico? (risos ) Não enrolava a língua?
R - Não. Não. De jeito nenhum.
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O que você acha que mais mudou no Aché?
R - No Aché?
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É
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O Aché realmente mudou da água pro vinho porque quando eu entrei, a política do Aché era uma política mais rígida, um negócio de,
eu não gostaria de usar esse termo, uma inspeçãozinha. Ma hoje em dia, a política do Aché é totalmente voltada para valorizar realmente o profissional, reconhecer os méritos do profissional. E dar chance às pratas da casa a crescer dentro da empresa, e valoriza mais. E os benefícios também. Quando eu entrei no Aché, eu trabalhava com o meu carrinho. Hoje o Aché já dá carro à gente. Temos
uma ajuda de custo, os tickets,
plano de saúde. Isso é um salário a mais com os
benefícios. A gente não pode pensar só n salário, é também a satisfação e o prazer que eu tenho de trabalhar naquilo que eu gosto, que é
fazer propaganda.
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E para concluir, o que o senhor acha do projeto de estar contando a sua história?
R - Como eu disse, isso é mais uma abertura pra gente extravasar aqui o nosso crescimento, e parabenizar vocês também por esse trabalho, que é um trabalho excelente, inclusive dentro da nossa empresa hoje, que está abrindo também esse campo.Parabenizar toda a diretoria da empresa por esse trabalho que dá assim uma certa liberdade para você falar aquilo que sente, e seguir os caminhos que deseja.
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Tem mais alguma coisa que o senhor gostaria de acrescentar?
R - Não. Só agradecer a vocês a oportunidade. Parabenizar mais uma vez.
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A gente é que agradece. Obrigado.
R - Nada. Foi um prazer.Recolher