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Personagem: Alessandra Munduruku
Por: Museu da Pessoa, 18 de julho de 2021

Uma mulher que carrega flecha na voz

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Uma mulher que carrega flecha na voz

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A primeira lembrança que me vem foi quando eu gostava de ficar na beira do rio assando castanha, tem uma época da castanha de caju que a gente não pode assar castanha no quintal de casa porque pode derrubar as frutas e as flores da mangueira, então nós descíamos para o rio, porque o cheiro e a fumaça era muito forte e acaba derrubando as flores, e a gente ia muito para o rio assar castanha e ali cortava tudo em cima da pedra enquanto nós ficávamos tomando banho no rio com os irmãos e aí depois comíamos paçoca, colocava farinha e comia. Nós íamos para o mato com os meninos e meninas para ir procurar fruta, semente, e nós sempre chegávamos até a Transamazônica ou então íamos pescar eu e meu irmão a gente pegava aquele cará.

Quando as balsas chegaram, a gente não podia ir mais pescar porque tinha uma placa dizendo “Propriedade Particular”, onde nós íamos atrás de palha para cobrir a casa, atrás de semente, e raízes nós vimos que o trator passou em cima de tudo e ficou tudo carequinha, onde era só árvore ficou careca, agora é loteamento para construir casa. Hoje a gente passa no meio e fica a lembrança mas tu vê só casa grande e só mora garimpeiro lá. Isso ficou na minha lembrança e eu sei que não vai voltar mais, naquela época não tinha energia nem celular e vai ficar tudo guardado na minha memória, quando eu partir essas lembranças vão comigo e não vai ter essas histórias para contar, meus filhos nunca vão entender o que eu vivi antes e como está hoje

Eu sou a filha mais velha de seis irmãos, então a minha vida quando menina era cuidar dos meus irmãos, então fui mãe deles enquanto a minha mãe trabalhava eu cuidava deles, eu ia para o rio lavar roupa, cuidava da casa, quando era de tarde a gente descia para o mato atrás alguma coisa, e quando chegava, jogava futebol com uma bola feita de saco com os meninos, ou então pegava o lençol de casa e fazia casinha no quintal para brincar, às vezes...

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