Um balanço na semana do meu aniversário. Vou fazer 66 anos e passou um filme pela minha cabeça. Tive uma infância privilegiada, brincava em uma praça onde eu morava, fui educada em um colégio de freiras, sofri um acidente de carro aos 15 anos e não morri porque não era hora. Estudei decoração por 3 anos, mas não deu certo trabalhar como decoradora. Ganhei de uma tia uma viagem para Europa após o acidente. Conheci um italiano quando voltava para o Brasil de navio e senti a dor da perda pela segunda vez, após a perda da minha avó, a única que conheci. Tinha problema de relacionamento com meu pai que era muito bravo e exigente e em compensação minha mãe era minha melhor amiga. Comecei a trabalhar em uma loja de objetos para decoração em prata em 1975. Lá aprendi a atender telefone, servir café, chorava de nervoso quando tinha que fazer a parte burocrática , aprendi a atender clientes que eram da alta sociedade de São Paulo, fiquei amiga de um jovem batalhador e trabalhador que hoje é um grande advogado e da copeira que se tornou minha amiga até hoje. Comecei a estudar inglês em 1976, fiz vários cursos e um dia fui mandada embora da loja. Trabalhei em uma escola maternal, mas o diploma fazia falta. Fiz supletivo, entrei em duas faculdades e tive que optar pelo curso da noite, já que nessa época eu já trabalhava como secretária bilíngue, que eu odiava! Lembro de ter ficado apenas um ano desempregada, mas mesmo assim, fiz um ""book"" de fotos e fiz bicos de propaganda e comerciais para TV. Nesse ano também fazia algum artesanato e vendia para pessoas conhecidas. Trabalhei em uma Fundação, também como secretária e após 5 anos fui motivada por um professor que na época dava aulas particulares de inglês para mim, a começar a dar aulas particulares. Já dava algumas aulas para complementar o salário, pois os dois primeiros mochilões foram quando eu ainda trabalhava como secretária. Fui recepcionista em um restaurante e trabalhei...
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Um balanço na semana do meu aniversário. Vou fazer 66 anos e passou um filme pela minha cabeça. Tive uma infância privilegiada, brincava em uma praça onde eu morava, fui educada em um colégio de freiras, sofri um acidente de carro aos 15 anos e não morri porque não era hora. Estudei decoração por 3 anos, mas não deu certo trabalhar como decoradora. Ganhei de uma tia uma viagem para Europa após o acidente. Conheci um italiano quando voltava para o Brasil de navio e senti a dor da perda pela segunda vez, após a perda da minha avó, a única que conheci. Tinha problema de relacionamento com meu pai que era muito bravo e exigente e em compensação minha mãe era minha melhor amiga. Comecei a trabalhar em uma loja de objetos para decoração em prata em 1975. Lá aprendi a atender telefone, servir café, chorava de nervoso quando tinha que fazer a parte burocrática , aprendi a atender clientes que eram da alta sociedade de São Paulo, fiquei amiga de um jovem batalhador e trabalhador que hoje é um grande advogado e da copeira que se tornou minha amiga até hoje. Comecei a estudar inglês em 1976, fiz vários cursos e um dia fui mandada embora da loja. Trabalhei em uma escola maternal, mas o diploma fazia falta. Fiz supletivo, entrei em duas faculdades e tive que optar pelo curso da noite, já que nessa época eu já trabalhava como secretária bilíngue, que eu odiava! Lembro de ter ficado apenas um ano desempregada, mas mesmo assim, fiz um ""book"" de fotos e fiz bicos de propaganda e comerciais para TV. Nesse ano também fazia algum artesanato e vendia para pessoas conhecidas. Trabalhei em uma Fundação, também como secretária e após 5 anos fui motivada por um professor que na época dava aulas particulares de inglês para mim, a começar a dar aulas particulares. Já dava algumas aulas para complementar o salário, pois os dois primeiros mochilões foram quando eu ainda trabalhava como secretária. Fui recepcionista em um restaurante e trabalhei no Aeroporto de Cumbica, ao mesmo tempo que trabalhava e estudava. Em função do acidente de carro fiz acompanhamento com neurologista e terapia, até que um dia ele se foi também. Mais uma perda... Aliás, foi ele que detectou a minha fibromialgia quando nem se falava sobre o assunto. Entre altos e baixos, psicólogos e psiquiatras, me tornei ansiosa e depois veio a depressão. Convivi com pessoas maravilhosas com as quais tenho contato até hoje e outras nem tanto, que não fazem mais parte dos meus relacionamentos. Em 1990 parti para a carreira solo, como professora de inglês e português para estrangeiros, pois me formei em 1987 e espero continuar a trabalhar por muitos anos, afinal é o que gosto e sei fazer. Sempre tive um carinho especial por meus alunos e muitos deles acabam fazendo aulas por muitos anos. Meu hobby é fotografia, sou voluntária em uma ONG que acolhe pessoas com depressão profunda e exercício físico sempre foi parte da minha rotina. Perdi minha mãe em 2009 e meu pai em 2011 e por ter voltado a morar com eles quando tive a notícia que eu estava com câncer de mama, a depressão voltou também. Morei com um americano que conheci em uma das minhas viagens para os Estados Unidos e quando ele foi embora, passei por mais um processo de perda. Sempre me comuniquei melhor escrevendo, embora não tenha técnica suficiente para tanto, então escrevo textos e publico no meu acervo do Museu da Pessoa, como tantos outros relatos. Para completar, o Maltês que morou comigo e com minha irmã, faleceu e assim passei por mais uma perda, além da morte de uma amiga de infância com quem eu falava todos os dias. Sobre conviver... Quem nunca ouviu alguém falar: A convivência mata ; alguém tem que ceder, quando um não quer dois não brigam; longe dos olhos perto do coração; quando os olhos não vêem o coração não sente; parece um ""big brother"" e assim vai... Pessoas mudam se acharem que tem que mudar. Mudar um hábito ou comportamento é uma tarefa que requer muita força de vontade.Um exemplo clássico é o parar de fumar e mesmo assim tantas pessoas simplesmente não querem, mesmo sabendo dos malefícios do tabaco. Como dizem: de perto ninguém é normal! De longe, todos somos normais, simpáticos e legais, mas basta conviver diariamente com mais de uma pessoa ou um grupo, o cenário muda. Com o passar do tempo, vamos acumulando hábitos, manias, chatices e muitos acabam se isolando. Haja terapia!
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