Rosália Barbosa “Tieta”, nasceu em 1966 no bairro São Benedito, dentro de uma casa na rua Verônica de Araújo, especificamente em cima do sofá, seu parto contou com ajuda de uma falecida parteira da cidade, cujo nome era Benedita. Naquela época, a maioria das crianças nasciam dentro de cas...Continuar leitura
Rosália Barbosa “Tieta”, nasceu em 1966 no bairro São Benedito, dentro de uma casa na rua Verônica de Araújo, especificamente em cima do sofá, seu parto contou com ajuda de uma falecida parteira da cidade, cujo nome era Benedita. Naquela época, a maioria das crianças nasciam dentro de casa com a ajuda de parteiras devido tanto ao amplo conhecimento que tinham do processo, quanto das dificuldades de locomoção até os hospitais.
Durante a infância por volta dos 9 anos trabalhava com seu pai e irmãos fazendo a limpeza de miúdos de porco, ela também ajudava ele a vender, colocava na cabeça e saia por perto para vender. Além disso, também vendia o excedente de alfaces da horta de casa, abacates, chuchu, pegava esterco de cavalo nas imediações, pegava esterco para venda. O trabalho infantil era muita comum nessa época e muitas vezes elas faziam espontaneamente essas atividades, a fim e ajudar em casa.
A música sempre esteve muito presente em sua família, principalmente após se converterem ao protestantismo. Às vezes Rosália acordava de madrugada e encontrava seu pai vendo TV; ele olhava para um lado, olhava para o outro e repentinamente perguntava “vamos fazer alvorada?”, ela tão logo aceitava. Se arrumavam e saiam andando, tocando violão e cantando durante a madrugada. Paravam na porta dos amigos e os acordavam com canções. Segundo ela, já aconteceu de estarem tocando em uma casa e um vizinho acordar emocionado e vir para próximo escutar. Era também muito comum fazer essas alvoradas no aniversário das pessoas queridas, sempre durante a madrugada.
Um acontecimento que marcou sua vida foi o acidente de ônibus no córrego do bagaço em 25 de agosto de 1976. Rosália era uma das crianças que estavam no ônibus acidentado, na ocasião o ônibus estava indo para o muro de pedras em comemoração ao dia do soldado. Segundo ela, as crianças cantavam “Aperte o pé chofer, se não eu vou a pé”, no entanto a até hoje se emociona ao escutar a música “peixe vivo” (música popular), a última canção que se lembra de ter cantado antes do acidente.Recolher