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Por: Museu da Pessoa, 7 de maio de 2015

Uma coisa que a gente viu nascer

Esta história contém:

Uma coisa que a gente viu nascer

Vídeo

Eu nasci no dia 16 de maio de 1944 em Bom Jardim, Pernambuco. Meu pai separou de minha mãe, eu era pequena ainda. Comigo, somos quatro irmãos. Lembrança de minha mãe eu tenho porque nós mudamos de Pernambuco com ela, moramos em Ceres [Goiás], depois mudamos pra Minaçu [Goiás], daí ela morreu em Minaçu. Ela tinha o maior carinho com a gente, falava: “Minha filha, vocês têm de ter o exemplo que eu tive”. Naquela época não tinha esse negócio de estar nas ruas, não, sabe? Pra gente ir na casa de um vizinho, minha mãe falava assim: “Você vai lá, eu vou cuspir aqui, se você chegar e esse cuspe não tiver, você vai levar uma surra”. A vida nossa era desse jeito.

[Minha mãe] era dona de casa, quando ela separou do meu pai, aí ela trabalhava, dava aula na casa dela mesmo. Nós tínhamos sítio de café, eu pegava café e minha mãe pagava a gente. A gente tinha uma casa de farinha e rapava mandioca. Nós viemos para Formosa do Rio Preto, Bahia. Meu irmão mais velho falou: “Vamos sair daqui. Vamos embora, vamos pra Brasília”. Esse tempo ele trabalhou aqui em Brasília, nós ficamos em Formosa do Rio Preto. Lá era roça, você tinha de capinar. Eu bordava, fazia tricô, fazia tudo, aí eu não fui muito pra roça. Nós viemos de vapor dentro da água, a viagem foi muito longa.

Conheci meu marido porque nós morávamos na fazenda deles, era parente de uns conhecidos nossos, namorava o irmão dele. O pessoal: “Você não vai casar com fulano, não, que ele bebe muito”. Aí vou pro outro. Separei do irmão dele, casei com o Ubirajara. Eu casei com 16 anos, porque o que é que eu ia fazer?... A gente não saía em lugar nenhum, então casava.

Meu marido trabalhava na Sama; mandaram ele embora. Aí meu marido veio aqui pra Tocantins trabalhar. Nós ficamos lá no Minaçu, comprei uma casa pertinho da Sama. Lá eu tive meus meninos, e tive aqui também. De três filhos foi minha vó que fez os partos,...

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Aniversário de 60 anos

Aniversário de Nildinha de 60 anos, os filhos fizeram uma festa surpresa no Centro Comunitário da cidade com muitos convidados, muitos comes e bebes. Na foto o filho Ubiraci, Nildinha, o filho Elielci, as filhas Elielnici, Maurenici e o filho Ubirajara.

período: Ano 2004
local: Brasil / Distrito Federal / Fercal
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Reunião da comunidade

Nildinha em frente ao curral em reunião com moradores da comunidade para reivindicar o asfalto para o Alto da Bela Vista.

período: Ano 2000
local: Brasil / Distrito Federal / Fercal
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Certificação das mães

Festa do Dia das Mães, promovida pelo serviço social, em que foram certificadas as mães pelo trabalho comunitário desenvolvido.

período: Ano 1996
local: Brasil / Distrito Federal / Fercal
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Sopa para a comunidade

Nildinha distribuindo sopa em sua própria casa para moradores da comunidade, pela Associação dos Moradores. Atrás aparecem os vários coqueiros que existiam antes na região.

período: Ano 1990
local: Brasil / Distrito Federal / Fercal
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Encontro da Associação de Moradores

Nildinha (de roupa azul) conversando com companheiros no encontro dos moradores na Associação.

período: Ano 2004
local: Brasil / Distrito Federal / Fercal
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Dados de acervo

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Votorantim Fercal

Depoimento de Eurides de Lira Andrade

Entrevistada por Marcia Trezza e Andréia Aguiar

Fercal, 07/05/2015

Realização Museu da Pessoa

VOF_HV004_Eurides de Lira Andrade

Transcrito por Ana Carolina Ruiz

MW Transcrições

P/1 – Nildinha, nós vamos começar a entrevista, fala o seu nome completo.

R – Eurides de Lira Andrade.

P/1 – E como você ganhou esse apelido de Nildinha?

R – Eu acho que é porque eu era miudinha, né, quando eu nasci, aí minha mãe, foi mais meu... Meu irmão não, que eu sou quase a mais velha. Não sou a mais velha, não, sou a segunda, mas foi a família mesmo que, não sei, Nildinha, Nildinha, por Nildinha ficou até hoje. Até eu morrer agora. Ninguém me conhece por Eurides, não. Se você chegar aqui e falar: “Onde a Eurides mora?”. Aí eles não sabem, mas falar Nildinha...

P/1 – Que data você nasceu?

R – Eu nasci no dia 16 de maio de 1944.

P/1 – Em que cidade você nasceu?

R – Bom Jardim, Pernambuco.

P/1 – Pernambuco. Nildinha, qual o nome dos seus pais?

R – O nome do meu pai era Severino Cavalcante Guerra. Eunice Alves de Lira Guerra.

P/1 – Que lembranças você tem do seu pai?

R – Eu? Eu tenho uma lembrança... Eu não tenho uma lembrança muito boa do meu pai porque meu pai separou de minha mãe, eu era pequena ainda, tá? Aí separou, eu não tenho assim uma lembrança muito boa de meu pai, não. E sim, da minha mãe sim, que me criou até morrer.

P/1 – O seu pai você depois não encontrava mais com ele?

R – Não. Nós mudamos de Pernambuco, meu pai ficou lá, aí ele faleceu. Mas depois que ele faleceu já fui lá em Pernambuco.

P/1 – Foi, né? Em quantos irmãos vocês são?

R – Meus irmãos? Nós somos quatro comigo, né? Quatro.

P/1 – E são todos irmãos filhos desse pai que deixou... Sua mãe separou.

R – Tudo do Severino Guerra.

P/1 – E quando ele separou da sua mãe, você disse que é a segunda filha.

R – É. Segunda.

P/1 – Você...

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Título: Uma coisa que a gente viu nascer

Data: 7 de maio de 2015

Local de produção: Brasil / Distrito Federal / Fercal

Transcritor: Ana Carolina Ruiz
Autor: Museu da Pessoa

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