O lugar especial da minha casa, é o quintal. Na verdade, é a casa dos meus pais, mas tão minha também. O quintal me traz paz e esperança. Me acalma. Ouço o galo cantando em horas aleatórias; os vários passarinhos piando, tomando banho, comendo a comidinha que meu pai oferta com tanta disposição; os verdes, as flores, borboletas; Os jacus. Quintal que já foi palco de tantas festas! E também de alguns choros...quintal em que o Cedro verdeja e perde as folhas, nos lembrando que a vida é feita em ciclos e que tudo ficará bem. No pé do Cedro, enterramos o cordão umbilical de Francisco. Quintal no qual eu sentava no puerpério, de manhã cedinho após noites de canseira, bebendo um chá da mamãe e tomando sol para cicatrizar os seios feridos, no meu momento de respiro. Quintal que hoje é o mundo do meu filho, nosso mundo. Francisco tem um ano e estamos aqui a inacreditáveis 5 meses. Queria ter acesso a todo o restante do mundo, mas como me alegro em ver que o mundo dele, apesar de restrito, é lindo e cheio de verde e cheio de vida. Todo dia, andamos no quintal. Vemos as flores e os pássaros. Todo dia, ele arranca um raminho de lavanda e me dá, e sorri alegremente quando digo “que cheiroso meu amor”! Nesse quintal, ele se maravilha ao “ajudar” a pendurar roupas no varal e depois passar a mãozinha nelas; se encanta com a dança de lençóis e panos de prato. Nesse quintal, ficamos longos minutos pegando folhinhas e colocando elas num balde ou outra simplicidade qualquer dessas. Entrar debaixo do aspersor que água a horta; andar atrás da cachorrinha; balançar na rede; catar folhas e coisinhas; amassar um torrão de terra; espalhar água na poça; fazer de uma caixa, um carrinho. De noite, procurar a lua e se preparar para dormir sentindo o ar fresco embaixo de estrelas. Nesse quintal, será que iremos construir nossa casa? Largar os planos passados, largar a capital, largar nosso apartamento recém reformado, largar a...
Continuar leitura
O lugar especial da minha casa, é o quintal. Na verdade, é a casa dos meus pais, mas tão minha também. O quintal me traz paz e esperança. Me acalma. Ouço o galo cantando em horas aleatórias; os vários passarinhos piando, tomando banho, comendo a comidinha que meu pai oferta com tanta disposição; os verdes, as flores, borboletas; Os jacus. Quintal que já foi palco de tantas festas! E também de alguns choros...quintal em que o Cedro verdeja e perde as folhas, nos lembrando que a vida é feita em ciclos e que tudo ficará bem. No pé do Cedro, enterramos o cordão umbilical de Francisco. Quintal no qual eu sentava no puerpério, de manhã cedinho após noites de canseira, bebendo um chá da mamãe e tomando sol para cicatrizar os seios feridos, no meu momento de respiro. Quintal que hoje é o mundo do meu filho, nosso mundo. Francisco tem um ano e estamos aqui a inacreditáveis 5 meses. Queria ter acesso a todo o restante do mundo, mas como me alegro em ver que o mundo dele, apesar de restrito, é lindo e cheio de verde e cheio de vida. Todo dia, andamos no quintal. Vemos as flores e os pássaros. Todo dia, ele arranca um raminho de lavanda e me dá, e sorri alegremente quando digo “que cheiroso meu amor”! Nesse quintal, ele se maravilha ao “ajudar” a pendurar roupas no varal e depois passar a mãozinha nelas; se encanta com a dança de lençóis e panos de prato. Nesse quintal, ficamos longos minutos pegando folhinhas e colocando elas num balde ou outra simplicidade qualquer dessas. Entrar debaixo do aspersor que água a horta; andar atrás da cachorrinha; balançar na rede; catar folhas e coisinhas; amassar um torrão de terra; espalhar água na poça; fazer de uma caixa, um carrinho. De noite, procurar a lua e se preparar para dormir sentindo o ar fresco embaixo de estrelas. Nesse quintal, será que iremos construir nossa casa? Largar os planos passados, largar a capital, largar nosso apartamento recém reformado, largar a vizinhança, largar o boteco da esquina, gastar nossa poupança toda, e morar de vez no quintal? Quintal, quintal, talvez estejamos dispostos a largar tanto por você, um caso de amor. Que saudade de tudo, que vontade de te mostrar o “lá fora” filho...mas que presente ter um quintal para chamar de mundo, viver e sorrir.
Recolher