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Tenho só sete anos de idade, mas estou vendo e ouvindo tudo. Estou em companhia de meus pais e mais quatro irmãos, só um deles mais velho do que eu.Venho de muito longe, pois viajei muitos dias num trem de migração em que embarcamos em Montes Claros.

Passamos por Belo Horizonte e chegamos, por volta das 6 horas da manhã, na Estação do Norte, que é a mesma estação Roosevelt, no Brás, onde passamos o dia todo enquanto meu pai saiu, sem nenhum conhecimento na cidade, à procura de um de seus parentes na Freguesia do Ó. Mais propriamente na avenida Nossa Senhora do Ó, 1408, onde moramos por algum tempo num barraco de madeira e, depois, por 14 anos, num quarto e cozinha próximo.

Foi aí que realmente conheci a Freguesia do Ó, onde moro até hoje, nessa cidade que me acolheu, me deu estudo, trabalho, onde formei uma família.

Quando ali cheguei, viajando tantos dias, a roupa que estávamos no corpo nem pode ser lavada, por estar podre. Mas isso não impediu que eu estudasse, curso primário e ginásio, ao mesmo tempo em que fiz todos os serviços de moleque: costurei bola, engraxei sapatos, vendi sorvetes, caipirinha no campo e carreto na feira onde, todos os domingos, além de ajudar nas despesas da casa, tinha meu dinheiro para ir ao "Cine Cliper", para ver um gostoso filme.

Não parei aí, fiz colégio normal, estudei no telecurso da TV Cultura, que ainda tinha uma grande lagoa ao lado da Santa Marina. Fiz curso técnico de eletrônica e telecomunicações no Liceu Coração de Jesus, enquanto trabalhei em Cartonagem, Gráfica, Bancos Mercantil e Itaú. Meu primeiro registro em carteira foi com 13 anos de idade, com ordem de Juiz de Menores.

Trabalhei mais tempo como mecanógrafo, consertando máquinas de escrever na Olivetti, e muitas outras empresas. Já casado, com três filhos e três enteados, fiz cursinho no Objetivo e Faculdade de Direito na FMU.

Formado como advogado, mantive por três anos um escritório de advocacia na Lapa de Baixo, até...

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