Eu,Georgete Rodrigues, negra, aos 37 anos de idade estava ingressando em uma universidade pública pela primeira vez. Primeira barreira vencida.
Tudo começou quando eu percebi que com essa idade não conseguiria emprego, só sub-emprego. Sem perspectiva de futuro, desempregada, com muuuuitas dívid...Continuar leitura
Eu,Georgete Rodrigues, negra, aos 37 anos de idade estava ingressando em uma universidade pública pela primeira vez. Primeira barreira vencida.
Tudo começou quando eu percebi que com essa idade não conseguiria emprego, só sub-emprego. Sem perspectiva de futuro, desempregada, com muuuuitas dívidas para pagar. O que fazer?
Em uma tarde passando pelo comércio local eu vi uma faixa pendurada: "Pré- Vestibular para negros e carentes, inscrições abertas". Nossa Era isso que eu
estava precisando, para não descer ao fundo do poço.
Me inscrevi. Começaram as aulas. Como acompanhar as aulas se eu estava há 19 anos sem estudar. Chegou o desespero: matemática, física, química para quem havia concluído o 2º grau há tanto tempo e ainda feito um curso profissionalizante. Vou ficar neste lugar, pois é a última chance que eu tenho para dar certo. Quando eu saía à noite para ir ao curso, meus vizinhos riam de mim. Não me importei.
Pior foi ter que aguentar as desconfianças dos meus parentes. Não desanimei. Foi um
ANO DURO, DIFÍCIL. Mas eu suportei tudo como uma guerreira. Sofrí, chorei, ri, mas sempre em frente, em momento algum
deixei que me desviassem do meu objetivo. Chegou o vestibular. Provas, provas e mais provas. E....... Eu consegui. Passei para DUAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS no meu primeiro vestibular- UERJ e UNIRIO. E cá estou, cursando o 5º período da faculdade de enfermagem
sem nenhuma reprovação. Legal, né.
Agradeço a todos os que me ajudaram nessa caminhada e também aos que tentaram me atrapalhar, pois foram os que mais me ajudaram.
Beijos.Recolher