P - Eu queria começar perguntando o seu nome completo, data e local de nascimento. R - Meu nome é Rodrigo da Cruz Gouveia de Almeida, meu nome de trabalho, nome de guerra que a gente fala, é Rodrigo mesmo. Nasci dia 8/2/1974.Tenho 27, quase 28 anos. Nasci e trabalho aqui em Recife também. P ...Continuar leitura
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Eu queria começar perguntando o seu nome completo, data e local de nascimento.
R - Meu nome é Rodrigo da Cruz Gouveia de Almeida, meu nome de trabalho, nome de guerra que a gente fala, é Rodrigo mesmo. Nasci dia 8/2/1974.Tenho 27, quase 28 anos. Nasci e trabalho aqui em Recife também.
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Como é que você entra no Aché?
R - Bom, eu entrei no Aché em primeiro de julho de 1997, oriundo de um banco, o Unibanco. Eu era funcionário bancário antes, e passei a vir trabalhar nessas empresas por indicação de um colega, como a maioria dos nossos colegas.
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E era um desejo seu trabalhar no Aché?
R - Estava há um ano sendo convidado e, digamos assim, sendo tentado em vir trabalhar na empresa. Pra mim pairavam algumas dúvidas por conta do curso universitário que eu fazia. Teria que trancar, e na verdade eu suspendi durante algum tempo e depois retomei.
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E como é que foi trabalhar em Recife e regiões?
R - Comecei na verdade no setor de periferia, onde eu fazia diversos bairros populares, com muitos postos de saúde e hospitais públicos da cidade. Também fazendo algumas cidades circunvizinhas da região metropolitana como
Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, onde tem a praia do Porto de Galinhas, a praia de Ipojuca, no município de Ipojuca. Praia do Porto de Galinhas é bem próximo também. Trabalhava muito mais pela periferia do que pelas zonas centrais e a zona Sul que tem os melhores consultórios médicos da cidade.
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Você lembra do seu primeiro dia de trabalho?
R - Certamente. No meu curso de Novos Propagandistas nós fomos até Salvador, de vôo rasante, fomos de ônibus, 12 horas. Foi uma experiência nova também. Tive que dividir quarto com uma pessoa que eu não conhecia, que era um colega novo aqui de Recife,
que também estava ingressando na empresa. Passei 15 dias longe de casa.Foram situações inusitadas. Conheci Salvador, conheci pessoas que ainda hoje trabalham na empresa, que trabalham lá em Salvador. Pra mim foram dias um pouco estressantes porque o curso era bem cansativo e também na rua foram dias também muito estressantes, pelo ritmo novo de trabalho. A grande quantidade de médicos que tinha que ser cumprida, os horários tão cedo, os horários até tarde. Uma rotina de trabalho bem desgastante no inicio.
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E nessa sua atuação na periferia e municípios vizinhos, tem alguma situação que te chamou mais a atenção?
R - O principal episódio que eu gostaria de narrar hoje, foi diante das visitas a um médico chamado Petrônio Leite, um médico já de 70 anos, com bastante experiência, e eu extremamente novato.
Então, era um médico que não deixava você falar, não deixava você fazer a propaganda. Toda vez que eu ia falar de Moduretic, por exemplo, ele dizia: “Moduretic – Hidroclorotiazida, 50 mg, comprimidos sulcados, caixa com 30 comprimidos, um diurético padrão...” Falava tudo o que dizia respeito à minha propaganda. Então, ele não deixava eu falar. Quando eu passava pra
Aldomet, “Aldomet um anti-hipertensivo da mulher, 250, 500, 30 comprimidos.” Então ele nunca deixava a gente prosseguir com as informações que a gente tinha.
E como eu era novato, não conseguia desembaraçar essa situação. Até que um dia, chegou o lançamento do produto Artrosil. Eu tinha mais ou menos três meses de empresa, de três pra quatro, e como as visitas eram a cada duas semanas e eu já
tinha feito umas quatro ou cinco visitas a ele, de forma que eu tentei surpreende-lo. Em vez de começar a falar de Artrosil, falei primeiro de Aldomet. Ele não deixou eu falar, como sempre. Falei do Moduretic, ele também não deixou eu falar no Moduretic, e em silencio não disse que era um lançamento. Então eu cheguei: ”Dr. Petrônio, vou falar aqui agora de Artrosil.” E eu surpreendi ele daquela forma. Ele falava assim: “ Moduretic – 25,50, 30 comprimidos sulcados, caixas com 30, diurético padrão.Aldomet um hipertensivo da mulher...” E quando eu abri com Artrosil, Ele:“ Artrosil... Esse produto é novo?” Então, foi um jeito engraçado de surpreende-lo.
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Parou no ar, não?
R - Parou no Artrosil e não sabia mais o que dizer. Então foi uma situação bastante engraçada e a gente começou também a conseguir gravar mais os produtos com ele.
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Você passou um tempo fora e depois voltou?
R - Isso.
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O dia a dia de um propagandista hoje está muito diferente do que foi há alguns anos?
R - Digamos que o trabalho do propagandista, no meu ver, de 1997 pra cá, ele mudou no sentido do aperfeiçoamento do trabalho, mas em 1997, pelo que a gente conhece de propagandistas mais antigos, sempre foi necessário um bom roteiro, sempre foi necessária uma boa disciplina, sempre foi necessário muita garra, muita vontade pra trabalhar nesse ramo. Então, essas coisas não mudaram. O que mudou basicamente, foi a qualidade do seu trabalho. O empenho, o capricho em determinados detalhes que fazem a diferença. Hoje em dia o propagandista tem que ser muito mais perfeito, ter muito menos falhas. De 97 pra cá, eu percebo isso, ainda dava pra vender de uma forma mais fácil, de uma forma menos polida, de uma forma menos...Com menos conhecimentos, você conseguia fazer um trabalho bom. Hoje em dia você precisa muito e cada vez mais, estar se aperfeiçoando. Isso está mudando bastante.
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Qual o teu sonho em relação ao trabalho de propagandista?
R - Como a maioria dos colegas, a gente entra nesse ramo, ou em qualquer empresa – também tinha essa vontade quando eu trabalhava no banco – de me desenvolver na empresa. Aliás, apesar de o fator salarial ser bem maior quando eu vim por Aché, em relação ao Unibanco, eu senti muito. Porque eu realmente me apego muito aos locais onde eu trabalho.As pessoas são pessoas que eu me relaciono, me apego bastante.
Com as empresas por onde eu passo e com as pessoas.
Então, no Aché, a minha perspectiva é estar sempre criando mais laços de amizades, e principalmente me desenvolver profissionalmente.
Eu busco, em qualquer lugar que eu vir a estar algum dia, e no momento é no Aché, eu vou buscar sempre e estou sempre buscando a minha melhoria profissional. Chegar a um gerente distrital, um gerente regional e quem sabe até pro lado do Marketing. Eu me formei recentemente, penso em fazer uma pós-graduação na área de marketing ou na área financeira. Então, basicamente, como propagandista, sempre estar com essa alegria, trabalhando bastante e me desenvolvendo.
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E qual a característica do Aché que mais te agrada?
R - A característica do Aché que mais me agrada, é justamente esse clima de parceria, de amizade que existe entre as pessoas. É bem diferente. Como às vezes no setor você tem um,
ou até mesmo um propagandista de outro laboratório, faz uma cidade inteira, enquanto que no setor tem cinco ou seis representantes do Aché. Então, você está sempre trabalhando com pessoas da mesma empresa, sempre tendo contato, aquela conversa, aquela alegria. Então, torna o trabalho mais dinâmico. O Aché foi, e sempre acredito que vai continuar sendo, uma casa diferente por ser nacional, diante de um mercado farmacêutico que é dominado pelas multinacionais.Então, é a única grande empresa nacional, que compete em pé de igualdade com as multinacionais. Ela tem que ter uma característica diferente, e eu acredito que sempre teve essa característica diferente. De alegria, de maior agitação, de maior resultado. Uma busca incessante pelo melhor. Essa característica que faz com que você não consiga ficar parado.Se você quiser parar um pouquinho, você é atropelado.
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Agora eu queria te perguntar o que você acha do Aché ter decidido contar a sua história através das pessoas?
R - Eu acho bastante interessante, porque nunca ouvi falar, na verdade, sobre esse tipo de ação, nem na industria farmacêutica, nem em outras empresas. Nem lendo em revistas. Nunca ouvi falar nesse tipo de coisa.
Então, é uma coisa interessante porque você tem oportunidade de demonstrar aquilo que você sente, aquilo que você às vezes você não consegue falar para os colegas e que pode parecer estranho. Você não consegue ter um papo assim com o gerente. Acredito que fica até mais à vontade. Se é uma pessoa de fora e vai perguntar sobre a empresa, eu vou falar pra você o que eu acho, enquanto que eu podia estar até trocando a palavra ou não dizendo exatamente o que eu queria dizer, se fosse com outra pessoa. Eu acho muito interessante isso sim, que você pode...Vão ter outras pessoas que vão me ver, do Aché, mas agora já falei o que eu realmente acho. Então, é isso.
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Muito obrigadao pela participação.
R - Obrigado também.Recolher