BNDES: 50 Anos de história
Depoimento de André Luiz Alves da Silva
Entrevistado por Priscila Mancuso
Rio de Janeiro, 12/04/2002.
Realização: Museu da Pessoa
Entrevista número: BND_CB034
Transcrito por Marcília Ursini
Revisado por Luiza Gallo Favareto
P/1 – Boa tarde.
R – Boa tarde.
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BNDES: 50 Anos de história
Depoimento de André Luiz Alves da Silva
Entrevistado por Priscila Mancuso
Rio de Janeiro, 12/04/2002.
Realização: Museu da Pessoa
Entrevista número: BND_CB034
Transcrito por Marcília Ursini
Revisado por Luiza Gallo Favareto
P/1 – Boa tarde.
R – Boa tarde.
P/1 – Eu queria que você dissesse o seu nome completo, local e a data de nascimento.
R – O meu nome é André Luiz Alves da Silva, nasci no Rio de Janeiro, em 10/02/1975.
P/1 – Você veio aqui, porque você está sendo homenageado por umas amigas que você fez aqui, na sua trajetória no BNDES, mas eu queria que você dissesse primeiro quando é que você entrou no Banco e como?
R – Eu entrei no final de 1989, através da Fundação São Martinho, que tem um belíssimo programa que consegue colocar meninos de áreas carentes em grandes empresas, como Petrobras, BNDES, prestando serviços de mensageiros e, graças a Deus, eu vim parar no BNDES, no Depan 1, por volta do ano de 1989, início de 1990.
P/1 – E você ficou quanto tempo aqui, no Banco?
R – Eu saí em 1993, porque conforme contrato com a São Martinho, nós tínhamos que ficar até completar dezoito anos, porque é um programa para menores.
P/1 – E aí você completou dezoito anos e prestou vestibular?
R – Isso, o que aconteceu é que, quando eu estava para sair do Banco, chegou a época de vestibular. Para ser sincero, não pensava em fazer faculdade porque não tinha condições de pagar e, para fazer um vestibular para UERJ, UFRJ, era muito competitivo, eu achava que não teria nem condições de fazer. E um dia eu estava estudando para o segundo grau, uma das provas finais de segundo grau, Elisabete Tojal perguntou se eu não queria fazer faculdade. Aí, eu expliquei a ela que, se não fosse uma faculdade pública, eu não teria condições e eu também não teria condições de pagar a taxa de inscrição, que naquela época, não dava infelizmente. Os meus pais, a minha mãe não tinham condições para isso. Foi quando ela me deu a taxa de inscrição e, na época, era Cesgranrio. Parece que ela pensou que a Cesgranrio estava fazendo vestibular unificado de todas as faculdades, inclusive a pública. Chegando a Cesgranrio, só tinham as opções; Gama Filho e Santa Úrsula. Eu não tinha idéia, eu não pensava em fazer uma faculdade. Então eu não sabia se a Gama Filho era mais cara, não tinha idéia mesmo de como era a faculdade, e acabei optando pela Gama Filho. Quando eu voltei, eu falei com ela que eu tinha optado pela Gama Filho, ela falou: “Mas André, a faculdade é paga”. Eu falei: “Eu não sabia”. Não tinha idéia. Ela falou: “Então toma aqui, toma a inscrição, vai lá, faz para a UERJ e para UFRJ. Eu fiz a inscrição e, infelizmente, eu não passei. E como eu já tinha feito a inscrição para o vestibular da Gama Filho, eu prestei o vestibular e passei.
P/1 – Qual foi o curso que você fez?
R – Ciências Contábeis, com orientação dela também, que é a contadora e sugeriu que eu fizesse Ciências Contábeis.
P/1 – E aí, você entrou na faculdade Gama Filho e...
R – Isso, conforme eu passei, eu não sabia se... Como eu ia fazer, porque eu não tinha condições de pagar a faculdade. Na época, eram quatrocentos reais a mensalidade. Foi quando ela pegou a taxa, e começou a entrar de sala em sala, e pegar o valor da inscrição, e me dar: “Vai lá fazer a inscrição”. Ainda indaguei: “Mas e a mensalidade até o final da formação?” “Ah, você não se preocupa com isso que a gente vai dar um jeito”. Foi aí que eu saí do BNDES e todo mês que tinha que pagar a faculdade, eu vinha aqui, pegava o dinheiro, pagava a minha faculdade. Eu consegui crédito educativo, onde eu pagava só 20%, ainda pensei que talvez eu poderia pagar esse 20%, eles falaram para não se preocupar, para eu comprar livro com esse dinheiro, eles continuaram pagando a minha faculdade, os 20%. Graças a Deus eu me formei, fui para o mercado com a formação, se não fosse eles, eu não teria. Aí consegui entrar numa empresa de contabilidade e depois...
P/1 – Essa empresa de contabilidade era aquela... Era exatamente a empresa que você queria, desde o início?
R – É, uma vez quando eu estava na... Prestando serviços para o BNDES, a Elisabete Tojal pediu para eu ir na Price, Price _________, uma empresa de auditoria. Eu achei muito legal, pessoas jovens com terno e gravata, e aquilo ficou meio que na minha cabeça, meio que um sonho de um dia entrar naquela empresa. Graças a Deus, com a ajuda dela, eu... Primeiro tentei entrar como boy, mensageiro, não consegui porque eu tinha problema do Exército, assim que saí do BNDES. Depois prestei o processo para a parte de auditoria, mas o processo longo também, eu não consegui. Finalmente consegui entrar numa área de audi sócio contábil, onde o processo é um pouquinho menor, e acabei conseguindo. Hoje eu já estou há quatro anos lá, sou consultor da Price, graças a eles.
P/1 – Para finalizar, eu queria que você me dissesse o que é, o que foi o BNDES para você?
R – BNDES é tudo na minha vida, o BNDES e as pessoas que me ajudaram. Quero até aproveitar a oportunidade de agradecer, de coração. Por mais que eu fique falando aqui, duas horas, eu nunca vou conseguir agradecer. Muito obrigado.
P/1 – Foi ótimo, obrigada.Recolher