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Por: Museu da Pessoa, 8 de maio de 2018

Quando a história da televisão brasileira e de uma pessoa se misturam

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Quando a história da televisão brasileira e de uma pessoa se misturam

Eu lembro lá de Araraquara onde nasci, lembro da minha vó que era um ser um pouco diferente ela lia muito, lia coisas de parapsicologia, vinha pra São Paulo pra fazer cursos de parapsicologia com o Padre Quevedo por exemplo, minha mãe tinha que pedir pra minha vó parar de hipnotizar a Luzia que era a mulher que trabalhava lá em casa. E falando em padre tinha o padre lá na minha comunidade e aquilo era algo que me incomodava um pouco, aquela coisa de estar sendo sempre visto como pecador. Lembro de já questionar um pouco isso e ir buscando ler, ler Castañeda, Lopsang Rampa, tinha muito interesse pelo Orientalismo. Achava que o mundo era maior que Araraquara e quando a gente conversava sobre futuro o que vinha na minha cabeça era São Paulo. Quando chegou o terceiro colegial eu queria estudar comunicação, mas meus pais não se por falta de informação na época, acharam que aquilo não traria profissão, então eu busquei ir estudar arquitetura, foi então que vim pra FAU.

Eu ficava o dia inteiro lá e aquilo me possibilitou uma série de coisas. Abriu a cabeça, trouxe envolvimento político. Eu morava com vários outros homens, era uma coisa natural, vinham as namoradas e tudo, começamos a fazer uma revista de cinema , que era a Cine Olho, ela era da ECA e eu e o Fernando Meirelles e outros contribuíamos escrevendo e ilustrando. Era faculdade de dia e ateliê à noite, e aquilo anos 70 né? A pichação era totalmente proibida, daí fazíamos uns grafites que trazíam uma coisa da poética-política. Não era um "Abaixo a Ditadura" mas algo que provocava nesse sentido e isso puxou uma coisa com as intervenções urbanas também. Uma coisa muito legal que a gente fez nessa época foi o roubo de uma escultura, existia uma escultura feita pelo Flávio de Carvalho em homenagem ao Garcia Lorca e que tinha sido depredada pelo Comando de Caça aos Comunistas e ela estava largada num depósito da prefeitura em Cotia. Nós fizemos documentos...

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Projeto Pessoas 

Depoimento de Marcelo Ramalho Machado

Entrevistado por Karen Worcman e Rosana Miziara

São Paulo, 08/05/2018

Realização Museu da Pessoa

PCSH_HV672_Marcelo Ramalho Machado

Transcrito por Mariana Wolff

MW Transcrições

MARCELO-T01

P/1 – Pra gente começar, Marcelo, eu queria pedir pra gente fazer um exercício, que é fechar o olho, eu vou fechar também, então não vai ficar todo mundo te olhando, mas fechar o olho e começar a se aproximar e ver assim, qual é a primeira imagem que te vem, a primeira imagem que você lembra da sua vida. E aí, você lembra de respirar. Então, pode passear um pouco com a sua lembrança, como se ela tivesse passeando e vai buscando lá, assim, essa imagem, pode ser uma imagem, uma sensação, um lugar, pode ser só um som, pode ser só um cheiro. Inspira e sente o ar entrando e passeando, entrando pelo nariz, descendo pelo seu corpo e voltando e saindo. E respira de novo, sente esse ar entrando, passando pela cabeça, descendo e a próxima vez que você respirar, quando descer o ar, você vai recuperando aos poucos o seu acordar de hoje: o quê que você fez, levantou, cada passo do que você fez, abriu o olho, levantou, falou com alguém. E cada um dos passos que você foi dando, tenta ver os detalhes. Enquanto você vai imaginando isso, você vai tendo uma consciência do ar que entra e do ar que sai, como se ele fizesse esse ritmo do seu acordar, do seu se vestir, pegou o carro, ouviu música no caminho, o quê que você viu no caminho? E esse ar, ele vai como se diminuindo o ritmo do que você fez, como se ele desse quase uma slow motion, pegou trânsito, decidiu ir por um caminho ou por outro, o quê que você pensou, saltou, estacionou e cada pedaço, você vai diminuindo o ritmo com a respiração, trancou o carro, pegou uma bolsa, entrou aqui, quem foi a primeira pessoa que você falou. A segunda coisa que você fez. E em cada respiração, você pontua um desses movimentos, chegou nessa cadeira e...

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