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Por: Museu da Pessoa,

Paixão pelo cinema e pelo cerrado

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Paixão pelo cinema e pelo cerrado

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O Vlado era de uma exigência... eu vou falar uma coisa que eu falo como amigo dele: o Vlado era um chato de galocha, entendeu? Porque era superexigente, assim nos detalhes, na forma de falar. E de uma exigência ética profunda. Não era fácil. Ele tinha muita crítica, sempre, aos textos. Eu até que me saía bem com ele, mas ele era muito exigente. Mas a exigência maior dele era a ética. Eu tive passagens com ele, já na televisão, que mostravam isso. Por exemplo: no programa “A Hora da Notícia”, que foi finalmente criado, o Fernando [Pacheco Jordão] era o diretor, o Vlado era editor e eu era o diretor de especiais, repórter especial. Aí entrou o Fernando Morais, o Georges Bourdoukan, o Marquito [Marco Antonio Rocha], uma porção de gente boa lá dentro. Eu era totalmente independente, que era a minha condição também, mas aí eu saía com a minha equipe, sem nem saber o que ia fazer. Às vezes alguém me sugeria, o próprio Fernando, o próprio Vlado, ou alguém lá da redação sugeria alguma coisa. Se eu gostasse, ia fazer. Mas, em geral, era da minha cabeça mesmo. Aí tinha um problema de despejo num conjunto habitacional perto de Jundiaí e era um despejo com centenas de famílias, porque a acusação é de que não pagavam. E eles dizendo que pagavam. E aquele quiproquó. Então, estava uma crise lá, ameaças e tal. Aí eu achei – não tinha outro assunto – interessante, fui para lá e filmei. Mas era uma confusão total, tanto dos moradores, quanto da prefeitura, da polícia, da Caixa [Econômica Federal]. Era uma confusão louca. Eu não conseguia desvendar exatamente o que estava acontecendo. Aí eu filmei coisas bem interessantes. Eu estava lá [na redação] e num momento raro eu cheguei para o Vlado e falei: “Pô, Vlado, eu filmei e tem coisa boa. Olha, eu não consegui entender”. E aí ele falou: “Você não pode transmitir um problema com dificuldade de entender, sei lá, de cem, duzentas...

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Entrevista de João Batista de Andrade

Entrevistado por Luiz Egypto e Luis Ludman

São Paulo, 11 de setembro de 2019

Projeto Instituto Vladimir Herzog

Entrevista número PCSH_HV805

Transcrito por Selma Paiva

Revisado por Luiz Egypto

P/1 – Bom dia, João Batista! Muito obrigado por ter aceitado o nosso convite. Eu queria que você começasse dizendo, para registro, seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Meu nome completo é João Batista Moraes de Andrade, embora eu só use o nome artístico João Batista de Andrade. Eu nasci em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, em 1º de dezembro de 1939. Atualmente moro em São Paulo, sou casado com a Ana Andrade, que está aqui com a gente, e moro no Centro, região mais central, perto de Higienópolis, Rua Major Sertório, São Paulo.

P/1 – O nome dos seus pais, por favor.

R – Meu pai é Fernando Krüger de Andrade. Minha mãe é Maria da Conceição Moraes.

P/1 – E o que faziam seus pais?

R – Minha mãe era professora e depois virou diretora de área ali no Triângulo, e meu pai era um camponês sem-terra. Filho de família nobre, que foi à falência ali quando houve a gripe espanhola, que o pai dele morreu e eles perderam tudo e ele ficou sem nada e teve uma vida, praticamente, de camponês pobre.

P/1 – Você conheceu seus avós?

R – Eu conheci a minha a avó materna, Jerônima Etelvina de Camargo. Meu avô, Alfredo Camargo, eu conheci assim muito criança, ele morreu cedo, me lembro vagamente dele. O meu avô, não, porque o pai do meu pai morreu na gripe espanhola. E a minha avó eu conheci muito doente, já de cama, brevemente. Ela é Clementina von Krüger, que nasceu na Alemanha, mas veio criança para o Brasil.

P/1 – A família tinha história da vinda dos seus avós para cá?

R – Não tinha. Por exemplo: a família Krüger, que é a família mais, vamos dizer, elite, que tinha história, o pioneiro von Krüger, eu não me lembro o primeiro nome dele, era ligado a Dom...

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