Quando a Gente quer, a Gente Pode. Eu, hoje com 66 anos de idade e morando em São Paulo capital, mas sou nascido no interior da Paraíba, aonde eu digo que nasci no meio do mato. Na realidade foi mesmo, pois sou de Soledade, mas nasci num sítio daquele município paraibano, bem afastado mesmo da...Continuar leitura
Quando a Gente quer, a Gente Pode.
Eu, hoje com 66 anos de idade e morando em São Paulo capital, mas sou nascido no interior da Paraíba, aonde eu digo que nasci no meio do mato. Na realidade foi mesmo, pois sou de Soledade, mas nasci num sítio daquele município paraibano, bem afastado mesmo da cidade.
A primeira vez que fui na cidade de Campina Grande, que fica a quarenta quilômetros, já deveria ter uns doze anos ou mais.
Fiquei encantado, quando vi e ouvi por trás de um vestido de uma vitrine, uma caixa de madeira falando, tocando músicas, fazendo propagandas.
Era a primeira vez na minha vida que via um rádio.
Voltei pro meu sítio, e os anos se passaram e até os 17 anos ou mais, ainda estava na minha mente aquele que pra mim, era a maior novidade da minha vida.
Anos depois, apareceu em Soledade, um homem que consertava aquele “trem” e não demorou muito pra mim, estar nos pés dele lhe pedindo para me ensinar a mexer naquilo. Mas ele não aceitou de jeito nenhum, até porque iria me tornar seu concorrente de profissão. Aconteceu minha primeira decepção.
Uns dois anos mais tarde, minha mãe comprou um daqueles monstros e fiquei feliz demais, pois agora iria saber e ver aqueles caras fazendo barulhos lá dentro, era o que eu imaginava. A minha mãe não me permitiu abrir tal aparelho, nem por um decreto. Só mais tarde, uns dois anos depois, ela deve ter perdido seu primeiro amor por aquele bem precioso e só assim, me deixou abri-lo. Aconteceu ali a minha segunda decepção, pois ao abrir o aparelho, só tinha um emaranhados de fios e peças, e mesmo o cãozinho ligado, nada se mexia. Caramba, que diabo é isso, eu pensava.
Na época, havia um senhor que soube do meu interesse e me falou de uma escola por correspondência que existia aqui em São Paulo, me deu o endereço e, imediatamente, enviei uma carta pedindo informação do preço para aprender a profissão, mas quando os valores chegaram foi a terceira decepção, pois por não ganhar quase nada, como conseguir para tanto?
Aos vinte dois anos de idade, casei-me e vim morar no interior de São Paulo, e depois de ter conseguido um emprego, escrevi novamente para aquela escola que não tinha saído da minha mente, e agora sim, poderia aprender a mexer naquilo que tanto tentei desde a juventude.
Para resumir, depois de uns quatro anos, aprendi a profissão e vivi dela, por mais de vinte anos em São Paulo, e só deixei porque hoje não é valorizado esse trabalho. Por isso tive que partir pra fazer outra coisa.
Realmente quando queremos alguma coisa na vida, se não desistirmos essa coisa acontece. Depois disso já aprendi outras profissões mesmo sem ter ido em escola.
Você pode, pode apostar.
História de: Edimar Paulo de Sousa. Hoje trabalho com confecção de bolsas e mochilas, sem nunca ter feito um curso para isto. Deus é maravilhoso.Recolher