No dia 3 de janeiro, em pleno verão, eu estava jogando bola com meus amigos como sempre fazíamos. A gente se divertia, corria, e já perdia a noção do tempo. Até que, em um lance despretensioso, pisei em algo que parecia estranho no chão. Quando olhei, um arame fino havia entrado na minha cutícula, bem no dedo esquerdo do pé. Na hora, a dor não foi nem o pior. Foi o susto de ver aquele pedaço de metal enfiado no meu dedo.
Sem saber exatamente o que fazer, e com o pé latejando, minha primeira reação foi procurar ajuda. Só que, em vez de ligar para uma ambulância, como a maioria das pessoas faria, eu decidi chamar os bombeiros. Vai entender minha lógica naquele momento. No fim, acabei sendo levado de ambulância ao hospital.
Chegando lá, um médico peruano me atendeu. Ele olhou a situação e logo avisou que teria que aplicar anestesia para tirar o arame. Foram duas anestesias para garantir que eu não sentisse nada durante o procedimento. Foi estranho ver ele mexendo no meu pé, enquanto eu mal conseguia sentir algo. Depois que o arame foi retirado, ele fechou o ferimento e me disse que eu precisaria tomar uma vacina antitetânica, por precaução.
Foi assim que, pela primeira vez na vida, eu andei de ambulância e acabei descobrindo que, às vezes, as situações mais inesperadas podem virar histórias para contar.