Meu dia começou como de costume. Levantei por volta das 6h30, pra levar o Paçoca pra passear. Mas hoje fiquei mais atento ao que me cercava. Não tava focado simplesmente em guiá-lo pra cá e pra lá, em evitar que fosse cheirar onde não devia ou encarar aquele cachorro mais bravo, mas percebi detalhes novos em caminhos que faço diariamente: um canteiro de flores aqui, uma rede estendida em uma sacada... Me peguei pensando em como seriam as pessoas que moram nesse locais e como elas deveriam estar vivendo essa loucura toda de COVID-19.
Depois de tomar café com minha namorada, entrei no fluxo intenso de trabalho home office, mais uma das "maravilhas" que estão vindo pra ficar com esse mundo pandêmico. Até tentei para pra observar com mais atenção, mas realmente falhei nesse ponto... Depois de um almoço de 20 minutos (o que tinha na geladeira e dava pra esquentar no micro), voltei ao ritmo acelerado e, quando vi, já eram 19h30!
Depois de um banho daqueles pra levar o stress pelo ralo, fui tocar piano. Isso sim é algo que tem sido transformador pra mim nesses meses de isolamento. É terapêutico pra mim e foi o momento em que realmente consegui para pra pensar no meu dia e no que estava sentindo. Além do cansaço, uma sensação de que ao menos ali, sentado, tocando e olhando a cidade pela janela, as coisas pareciam normais. Mais um dia se passava...