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Personagem: Marcelo Silva
Por: Museu da Pessoa,

Olho de Gavião: um indígena de muitas vidas

Esta história contém:

P/1 – Boa tarde, Marcelo.

R – Boa tarde.

P/1 – Pra começar, eu gostaria que você dissesse seu nome completo, a data de nascimento e local?

R – Marcelo Silva, 1º de outubro de 1965, Corumbá, Mato Grosso do Sul.

P/1 – O nome dos seus pais?

R – Eu não tenho pais. Aliás, eu tenho pais biológicos, mas eu desconheço o nome deles por serem indígenas. Mas o meu nome, que foi dado por uma família que me adotou, é Marcelo Silva.

P/1 – Mas você lembra, apesar de você ter sido adotado, de sua mãe? Ou de sua família? Seus parentes?

R – Sim, até os 13 anos eu tive muito contato com eles, convivi com eles e aí eu perdi minha mãe e meu pai quando tinha 7 anos e perdi meu pai quando tinha 12 pra 13 anos. E aí depois eu fui morar em Corumbá, onde eu comecei todo um processo de uma vida diferente, um trabalho que eu faço até hoje,

P/1 – Antes da perda mesmo, vamos voltar um pouquinho. Qual é a lembrança que vem... Assim, você tem irmãos?

R – Não.

P/1 – Não tem irmãos. Qual é a lembrança que você tem da sua vida até os sete anos? O local que você morava? Se você consegue descrever a paisagem, né?

R – Descrever? É um lugar com muita floresta, muitas montanhas, muita cachoeira, muitos bichos, muitas árvores, quer dizer é uma natureza bem intocada, uma coisa muito preservada.

P/1 – Você se lembra o nome dos bichos?

R – Tudo: tem arara, tinha quati, tinha paca, tinha muito peixe piraputanga, tem macaco prego bastante, que é a característica da região. E acho que é o que mais me lembro assim são essas coisas.

P/1 – Da vegetação, você lembra o nome?

R – A vegetação é isso :tem muita lixeira, muito paratudo, muito cipó imbé que a gente usa pra fazer muita palha, para fazer chapéu, fazer a capa do arco e flecha. Tem muito capim navalha que o índio usa pra cortar cabelo, porque o índio, ele corta o cabelo com capim, ele não tem...

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Dados de acervo

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Projeto Banco do Brasil - 200 anos de Brasil

Realização Museu da Pessoa

Entrevista de Marcelo Silva

Entrevistado por Nádia Lopes e Lenita Verônica Catanoso Miranda

13 de novembro de 2008

Código: BB200_ HV038

Transcrito por Rosângela Maria Nunes Henriques

Revisado por Fabíola Lugão C. Viggiano

P/1 – Boa tarde, Marcelo.

R – Boa tarde.

P/1 – Pra começar, eu gostaria que você dissesse seu nome completo, a data de nascimento e local?

R – Marcelo Silva, 1º de outubro de 1965, Corumbá, Mato Grosso do Sul.

P/1 – O nome dos seus pais?

R – Eu não tenho pais. Aliás, eu tenho pais biológicos, mas eu desconheço o nome deles por serem indígenas. Mas o meu nome, que foi dado por uma família que me adotou, é Marcelo Silva.

P/1 – Mas você lembra, apesar de você ter sido adotado, de sua mãe? Ou de sua família? Seus parentes?

R – Sim, até os 13 anos eu tive muito contato com eles, convivi com eles e aí eu perdi minha mãe e meu pai quando tinha 7 anos e perdi meu pai quando tinha 12 pra 13 anos. E aí depois eu fui morar em Corumbá, onde eu comecei todo um processo de uma vida diferente, um trabalho que eu faço até hoje,

P/1 – Antes da perda mesmo, vamos voltar um pouquinho. Qual é a lembrança que vem... Assim, você tem irmãos?

R – Não.

P/1 – Não tem irmãos. Qual é a lembrança que você tem da sua vida até os sete anos? O local que você morava? Se você consegue descrever a paisagem, né?

R – Descrever? É um lugar com muita floresta, muitas montanhas, muita cachoeira, muitos bichos, muitas árvores, quer dizer é uma natureza bem intocada, uma coisa muito preservada.

P/1 – Você se lembra o nome dos bichos?

R – Tudo: tem arara, tinha quati, tinha paca, tinha muito peixe piraputanga, tem macaco prego bastante, que é a característica da região. E acho que é o que mais me lembro assim são essas coisas.

P/1 – Da vegetação, você lembra o nome?

R – A vegetação é isso :tem muita...

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