Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
Por: Angelo Brás Fernandes Callou, 1 de maio de 2022

O dia em que fui a Sagres

Esta história contém:

O dia em que fui a Sagres

O dia em que fui a Sagres

Por Angelo Brás Fernandes Callou

Prestes a perder o ônibus, cheguei esfogueado à rodoviária de Lagos. Como deixar de ir a Sagres? O limite do mundo por quase três mil anos. O fim da terra. Esférica, claro.

Na escola primária, ouvira falar tantas vezes em Sagres, mais exatamente na Escola de Sagres, construída pelo Infante Dom Henrique, o impulsionador-mor dos descobrimentos portugueses, cujo ensinamento reverberava diuturnamente na memória, em virtude do nome Sagres, gravado num dos biscoitos mais populares da infância. Ir a Sagres era, portanto, um desejo que se cumpria, ao acaso, já que não havia incluído esse tão belo lugar, na minha passagem pelo Algarve. Mas a proximidade de Lagos a Sagres me levou, às pressas, àquele precipício do mundo.

Como não conhecia nenhuma imagem da cidade, foi com enorme surpresa que me defrontei, de imediato, com uma grandiosa península escarpada – a Ponta de Sagres –, e, sobre ela, uma fortaleza, onde supostamente também edificou-se a Escola Naval de Sagres. Na verdade, essa Escola nunca existiu, assim informa Thomaz de Souza, em seu artigo de 1958, “Ainda a Suposta Escola Naval de Sagres e a Náutica Portuguesa dos Descobrimentos”, baseado exclusivamente em historiadores portugueses, diz ele, para não ser taxado de lusófobo.

Olho à direita e, a distância, vejo outro promontório de rara beleza natural: o Cabo de São Vicente, também conhecido como Promontorium Sacrum, dedicado à adoração do deus Saturno, no período romano do território algarvio. Não vacilei. Tomo um táxi e sigo até aquele monumento de reverência ao tempo. Era domingo, 27 de março de 2016.

Foi em nome desse momento inesquecível, que me lancei, de pronto, à leitura do último livro de Nélida Piñon, Um dia chegarei a Sagres (Record, 2020, 510 p.). Esta obra consolidou em mim, nesses dias e dias intermináveis de pandemia, uma reflexão densa sobre o sentido da...

Continuar leitura
Palavras-chave: literatura, portugal, sagres

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

Universidade da vida na África
Texto

Maria Helena Rocha Iglesias de Gendre Vidal

Universidade da vida na África
O último português da Confeitaria Colombo
Vídeo Texto

José Pereira Correia Lopes

O último português da Confeitaria Colombo
Sempre trabalhei com gente melhor que eu
Vídeo Texto

João Augusto Reverendo de Miranda

Sempre trabalhei com gente melhor que eu
Uma vida de luta
Texto

Clarisse Diniz e Paiva

Uma vida de luta
fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.