O Baobá tem suas raízes apontadas para o céu

Nascida na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande Do Sul, Heloísa Pires de Lima conta em seu depoimento histórias sobre a sua infância até o momento em que veio para São Paulo ao oito anos, quando seu pai foi transferido pela Varig. Estudou no Beatíssima até o colegial, quando reconheceu a dificuldade financeira dos pais em pagar uma escola particular e se matriculou sozinha em uma escola pública. Estudou Psicologia na PUC e junto com alguns estudantes de pedagogia, criaram a escola Ibeji do Equipe. Passou a trabalhar na Secretaria da Criança, porque percebeu que na medida que a Ibeji crescia, ela se tornava mais cara e mais embranquecida. Lidou com o desafio de ensinar em um sistema de educação pública, através da contação de histórias cujos personagens eram as próprias crinaças. Criou a Oficina de Criação Literária, onde as próprias crianças criavam suas histórias e se dedicou a representar personagens negros em histórias de temas variados, que não se reduzissem à escravidão e abordagens negativas. Se tornou pesquisadora de ciências Afro-Asiáticas, orientada por Verger e entrou na faculdade de Ciencias Sociais na USP se especializando em Antropologia.