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No dia em que cruzei com Danuza Leão

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No dia em que cruzei com Danuza Leão

O dia em que cruzei com Danuza Leão

Por Angelo Brás Fernandes Callou

Eram oito horas da matina no Rio de Janeiro, quando saí do tradicional, hoje extinto, Hotel Novo Mundo, no Aterro do Flamengo. Como se tratava de uma manhã de sol de abril, amena e agradável, decidi ir caminhando até a Fundação Getulio Vargas, algumas centenas de metros dali, para uma reunião da Anpad, no início dos anos 2000.

No calçadão totalmente deserto, vinha em minha direção uma senhora altiva, com uma beleza que insistia em permanecer. Seu olhar era vago na linha do horizonte. Andava lentamente, como se buscasse o centro de gravidade de seu corpo, vestido com um abrigo apropriado para aquela estação. Por um instante, já próxima de mim, tive o impulso de lhe perguntar qualquer coisa, à guisa de propor alguma ajuda. Não olhou para mim. Mas eu a reconheci. Era Danuza Leão.

Durante anos, li sua coluna na Folha de S.Paulo. Eram crônicas divertidas, de gente descolada, escritas com graça e leveza, sobre as coisas simples da vida, do bem viver sem frescuras, marcadas por uma elegância civilizatória de respeito ao outro. Dessas leituras, cheguei a seus livros – Na sala com Danuza, Fazendo as malas, De malas prontas, Quase tudo. Um pulo fácil para o emblemático criador do jornal Última Hora, Samuel Wainer, autor de Minha razão de viver: memórias de um repórter (Record, 1988), com quem foi casada. Uma verdadeira aula de jornalismo e de história da imprensa no Brasil. Tenho na cabeça diversas passagens das crônicas de Danuza. Como involuntariamente sempre observo banheiros alheios, das residências ou instituições em que entro pela primeira vez (não me pergunte o porquê, porque arrisco dizer), ocorreu-me essa no momento: ao usar um banheiro, deixo-o como se tivesse cometido um crime.

Com mais de 70 anos, comemorou sozinha seu aniversário num daqueles cafés comuns do Boulevard Saint Germain, em Paris. Uma taça de vinho sobre a mesa e uma sozinhez que...

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