P/1 – Gostaria que você começasse dizendo seu nome completo, local e data de nascimento.
R – Meu nome é Meire Bueno Farias. Eu sou de São Paulo, nasci em doze de setembro de 1947.
P/1 – E qual é a sua atividade atual?
R – Não entendi. A minha atividade na Avon? Eu sou gerente de setor de vendas.
P/1 – Quais os nomes dos seus pais?
R – José Bueno e Isaura da Conceição Piedini Bueno.
P/1 - Qual é a atividade profissional deles?
R – Bem, os meus pais já são falecidos, mas a minha mãe era do lar, e o meu pai era funcionário público municipal.
P/1 – E qual a origem da família?
R – Italiana.
P/2 – Sabe de qual região da Itália?
R – Sei, é Pádova, que é bem próximo de Veneza e Nápoles. São dois lugares bastante interessantes, que eu não conhecia. Recentemente estive lá, [foi] maravilhoso.
P/2 – Tem irmãos?
R – Não, infelizmente meu irmão, o único irmão já é falecido.
P/1 – Então vamos conversar um pouquinho agora sobre sua infância
P/2 – Na sua infância você morava onde?
R – Na minha infância?
P/1 – Sim.
R – Eu sempre morei em São Paulo, capital. Na época era no Ipiranga, numa região do Moinho Velho, próximo da [Rua] Silva Bueno. Eu sou daquela região.
P/1 – E como era a casa e o cotidiano?
R – Nossa, coisa boa lembrar isso, né? Nesse local era a casa dos meus avós. Era muito interessante, uma família muito alegre, de muita festa, muita coisa boa. A recordação da minha infância é muito boa.
Eu tinha este irmão, nós éramos dois mas tínhamos uma família muito grande porque temos muitos primos, muitos tios. Era uma casa simples, mas bem agradável, com pessoas muito felizes e alegres. Nossa, a nossa infância foi bonita por conta disso, dessa unidade de família e dessa coisa bonita que a gente tinha. Meus primos, as minhas primas… É uma...
Continuar leituraP/1 – Gostaria que você começasse dizendo seu nome completo, local e data de nascimento.
R – Meu nome é Meire Bueno Farias. Eu sou de São Paulo, nasci em doze de setembro de 1947.
P/1 – E qual é a sua atividade atual?
R – Não entendi. A minha atividade na Avon? Eu sou gerente de setor de vendas.
P/1 – Quais os nomes dos seus pais?
R – José Bueno e Isaura da Conceição Piedini Bueno.
P/1 - Qual é a atividade profissional deles?
R – Bem, os meus pais já são falecidos, mas a minha mãe era do lar, e o meu pai era funcionário público municipal.
P/1 – E qual a origem da família?
R – Italiana.
P/2 – Sabe de qual região da Itália?
R – Sei, é Pádova, que é bem próximo de Veneza e Nápoles. São dois lugares bastante interessantes, que eu não conhecia. Recentemente estive lá, [foi] maravilhoso.
P/2 – Tem irmãos?
R – Não, infelizmente meu irmão, o único irmão já é falecido.
P/1 – Então vamos conversar um pouquinho agora sobre sua infância
P/2 – Na sua infância você morava onde?
R – Na minha infância?
P/1 – Sim.
R – Eu sempre morei em São Paulo, capital. Na época era no Ipiranga, numa região do Moinho Velho, próximo da [Rua] Silva Bueno. Eu sou daquela região.
P/1 – E como era a casa e o cotidiano?
R – Nossa, coisa boa lembrar isso, né? Nesse local era a casa dos meus avós. Era muito interessante, uma família muito alegre, de muita festa, muita coisa boa. A recordação da minha infância é muito boa.
Eu tinha este irmão, nós éramos dois mas tínhamos uma família muito grande porque temos muitos primos, muitos tios. Era uma casa simples, mas bem agradável, com pessoas muito felizes e alegres. Nossa, a nossa infância foi bonita por conta disso, dessa unidade de família e dessa coisa bonita que a gente tinha. Meus primos, as minhas primas… É uma recordação de infância muito bonita.
P/1 – E quais eram as brincadeiras preferidas de vocês?
R – (risos) A gente jogava muita peteca. Isso eu acho que vocês nem conhecem, né?
P/1 – Claro, conheço. (risos)
R – É um jogo interessante. A gente jogava muito dominó porque, como eu disse, nós éramos muitos. Quando a gente se juntava a brincadeira era assim, maravilhosa entre os primos. A gente se divertia muito. Pega-pega, aquelas brincadeiras de criança mesmo. .
P/1 – E como era a cidade naquela época?
R – A cidade, naquela época, era uma tranquilidade. Eu conheci bonde, andei de bonde. Tinha um bonde que saía da Silva Bueno e a cidade era tranquila, com poucas pessoas. Naturalmente, o sistema era outro, iluminação de rua diferente do que é hoje.
A gente vai voltando no passado e lembra de uma época muito bonita. Vira um saudosismo porque realmente tinha coisas muito diferentes. Aliás, comento sempre isso na minha casa, com as pessoas, com os meus filhos: a diferença da época, da cidade, das maneiras das pessoas, de como a gente se conhecia, como se falava com todo mundo. Como a gente ficava horas no portão, todo mundo conversando. Era diferente, tranquilo, a cidade era muito tranquila.
P/1 – E onde gostava de passear pela cidade?
R – Passear?
P/1 – Sim.
R – Eu ia com meu pai… Olha que passeio interessante: a gente ia muito à Praça da Sé, pegávamos aquele bonde que eu disse, depois andávamos a pé um trecho. Museu do Ipiranga, na Liberdade, Bexiga, a gente andava a pé por ali. Íamos de bonde até certo trecho, depois a gente andava muito a pé por ali.
Nossos passeios eram bons, eram bem simples mas interessantes. Dá uma grande saudade dessa época.
P/1 – Quais são as lembranças mais marcantes que você tem de sua infância?
R – Da minha infância? Como eu disse, os Natais e finais de ano na minha avó. Nessa mesma rua que se chamava - chama-se ainda - Rua Sava, lá no Moinho Velho, era uma grande família porque todas pessoas te conheciam. A minha prima, uma prima que quero muito bem, e tinha outra avó, que era uma avó portuguesa - nós somos de ascendência Italiana, mas a avó dela por parte de mãe é de origem portuguesa, então a gente ficava correndo daqui pra lá, noite toda de Ano Novo e Natal nas duas avós, nas duas casas dessas avós. A outra não era a minha, mas fazia parte, a gente ficava… É uma recordação muito boa dessa época.
P/1 – E quando começaram os estudos, como foi o início?
R - O que começou?
P/1 - Os estudos.
R – Você fala desde lá de trás, de primário, essas coisas?
P/1 – Isso mesmo. Como foi que começou?
R – Eu era muito pequena, naturalmente. Até trouxe uma foto dessa época, porque tenho essa minha prima… Eu me lembro muito desse primeiro ano escolar. Tinha essa professora que se chamava Dona Virgínia. Tudo começou lá atrás, [em] 1954, 1953, por aí.
P/1 – Como era a escola?
R – Ah, era de madeira. (risos) Era um galpão grande, salas todas simples. Uma escola pública de madeira, tinha salas separadas. Na mesma sala tinha meninos e meninas, [se] chamava misto; na época se dizia: “Olha uma escola mista”, porque tinham meninos e meninas na mesma sala.
Era bem interessante, a gente cantava, tinha… Não sei [se] é assim que se diz hoje, talvez hoje tenha mudado. Hoje se diz coral. A gente cantava no orfeion da escola. (risos) Era bem interessante.
P/1 – E como foi a continuação dos estudos?
R – Depois os meus pais mudaram de bairro várias vezes, nessa minha época de infância, até ginásio, então mudei muito de escola. Mas eu sempre fui, modéstia à parte, uma aluna aplicada, então nunca tive problema com essas mudanças. Foi sempre muito tranquilo, até chegar à fase de adolescente e adulta.
P/1 – E você realizou mais alguns cursos?
R – Olha, lamentavelmente não. Eu parei, me casei muito cedo também. Na época, a gente se casava e parava toda essa vida; quem retomava, retomava muito mais tarde. Tanto é que eu fui trabalhar já com trinta, 31 anos, quando entrei na Avon. Eu estou há trinta anos na Avon. (risos)
A minha mudança de vida é a partir daí, porque antes disso casei e fui ser dona de casa, cuidar… Tive dois filhos muito cedo e tenho uma terceira filha que nasceu bem mais tarde, mas os dois primeiros foram assim, eu [era] muito jovem. Fiquei muitos anos só cuidando de casa mesmo, de filho, de marido, aquelas coisas de moças de minha época. Hoje a história não é essa, mas naquele tempo era assim.
P/1 – E com quantos anos você começou a trabalhar?
R – [Com] quantos anos eu comecei a trabalhar? Com trinta, 31 anos, mais ou menos. Meu primeiro trabalho, efetivo mesmo, foi na Avon. Na verdade, eu trabalhei antes. Naquela época - eu tô falando muito de época porque realmente era isso - com doze anos eu já era bem crescida e eu achei que tinha que trabalhar. Meus pais foram comigo, o meu pai foi comigo tirar documento. Hoje não existe mais isso, mas naquela época sim, documento de menor de idade [precisava tirar] com licença de juiz. Era uma história bem interessante.
Tirei documento com doze anos porque eu achava que tinha que trabalhar, mas tive também um outro problema: a saúde da minha mãe era muito frágil. Todas as vezes que eu tentei trabalhar e ficar fora… Nós éramos uma família: eu, meu irmão, meu pai e minha mãe. A família grande era por conta dos primos, avós e tios que eram bastantes, mas quando estávamos sós éramos só nós quatro. A minha mãe precisava muito da minha ajuda, então eu trabalhava, parava, voltava, ficava em casa cuidando da minha mãe. Comecei muito cedo, mas parei muitas vezes.
P/1 – Como e quando você chegou até a Avon?
R – Eu me lembro que quando era criança conheci a Avon através de folhetos. Eu já tinha me apaixonado. Interessante que na época eu vi uma gerente - ela não [se] chamava gerente, naquele tempo era promotora de vendas - e ela era uma mulher muito bonita. “Nossa, que mulher bonita, ela representa a Avon.”
A Avon estava começando quando eu conheci, começando no Brasil. A Avon está fazendo cinquenta anos. No Brasil era uma coisa nova e eu já me apaixonei ali, quando criança. Eu tinha uma tia e depois, um pouco mais tarde, uma tia do meu marido era revendedora e a gente comprava produtos dela.
Fui começando a gostar muito da Avon, mas trabalhar com a Avon foi mais tarde, quando achei que deveria voltar - alias, voltar não porque já tinha parado - e começar mesmo uma vida nova, trabalhando. Uma moça, uma amiga minha, me ofereceu. Ela falou: “Porque você não começa a revender Avon? Experimenta.” Eu falei: ”Nossa, eu não tenho jeito pra isso. Imagina, como eu vou fazer, como faz? A gente vende e depois tem que ir receber. E se a pessoa não pagar?” Todas aquelas dúvidas. Ela disse assim: “Começa, experimenta e vê o que vai acontecer, né?”
Comecei e isso foi em 1970… Eu entrei na Avon como promotora de vendas em 78, por isso deve ter acontecido lá por volta de 75, por aí. Comecei revendendo Avon e achei assim… Era lindo, comecei a me empolgar bastante com aquilo. A promotora sempre falava pra mim: “Escuta, porque que você não se candidata a promotora de vendas? Você tem uma boa postura, é bem articulada. Tenta, faz uma ficha.” Eu disse “Ai, meu Deus do céu!” Isso piorou. Se vender é difícil, quem dirá ser uma promotora. Era uma coisa que estava muito distante de mim, eu achava impossível, mas foi assim.
Essa promotora se chama Maria Heloísa. Ela já não está mais na Avon, mas na época ela achou que eu tinha jeito pra coisa. Realmente me candidatei; ela inclusive levou… Naquele tempo se preenchia uma ficha e ela levou pra Avon. Conheci a gerente dela, que se chama Dona Iva Brown. Não sei se vocês tiveram oportunidade de entrevistar nesse momento, mas ela também ficou muito tempo na Avon. Ela era gerente da época, gerente de vendas. Nossa, como é bom lembrar isso!
Comecei, me candidatei. Fui entrevistada mais tarde pelo seu Jaime Tomás de Aquino, foi o meu primeiro gerente na Avon. Comecei minha atividade ali e estou lá até agora, [há] trinta anos.
P/2 – Recordando essa época que você começou como revendedora, você já fez seu cadastro ou começou auxiliando?
R – Não, fiz cadastro. Foi feito um cadastro. Como eu estou te dizendo, com dúvida e com receio do que podia ser, mas foi superinteressante porque comecei a me soltar. Embora eu fosse uma pessoa já bastante desinibida, acho que isso me ajudou muito - o fato de conhecer gente nova, poder conversar, poder ser bem eu mesma. As dúvidas que eu tinha no início logo foram saindo fora porque eu fui percebendo que era aquilo que eu queria pra minha vida, o que eu queria fazer.
P/2 – Como foi a sua primeira revenda?
R – A minha primeira venda? Todo mundo fala a mesma coisa. Hoje em dia, pra você ver, quando a gente começa hoje o cadastro de revendedores, a primeira pergunta é essa: “Pra quem que eu vou vender?” Você começa a vender pra família, oferece a primeira coisa: “Ah, vou oferecer pra família.” Você oferece pro vizinho da direita, vizinho da esquerda, vizinho da frente, e como todo mundo a gente vai crescendo essa clientela, porque um apresenta o outro e assim vai crescendo.
P/1 – E quais eram os produtos que as pessoas mais gostavam de comprar?
R – A Avon sempre foi pioneira em cremes. A parte de maquiagem da Avon foi muito vendida desde sempre, mas tinha um perfume que era muito vendido e ainda é até hoje, que é o Charisma. Eu me lembro que se vendia muito essa colônia Cristal Charisma, ainda tem.
P/2 – Como foi pra você passar de revendedora para promotora de vendas? Quais foram as novas atribuições, como era esse novo cargo?
R – Totalmente diferente daquilo que eu fazia, porque revendendo você só faz aquilo. Você tem folheto de ofertas, vai oferecer e vai revender. Cuidar de um grupo, ser promotora de vendas é um desafio muito grande e pra mim foi enorme, porque eu não dirigia, precisei aprender a dirigir. Eu fui trabalhar meio longe, aliás, bastante longe de casa e cuidar de um grupo, na época, enorme - pra mim é muito grande, 280, trezentas revendedoras. Era muito grande, na época; hoje eu trabalho com 1.600, já tive duas mil revendedoras.
Foi acontecendo devagar, mas pra mim foi complicado sair de revendedora, sair de dona de casa pra cuidar de um grupo. Não é fácil, mas eu acho que contei - acho não, com certeza contei muito com meu jeito de ser e tratar as pessoas e com isso fui conseguindo aos poucos que as pessoas confiassem em mim. Eu também fui perdendo os meus medos.
O mapa que eu tinha da região, que era enorme, era uma região muito grande… Fazia Cotia, Itapevi, uma parte do interior de São Paulo. O mapa era maior que meu carro e meu carro era um Fusca amarelo, na época. (risos) Pra eu me achar... As ruas não tinham nome, era tudo A, B. Em todo lugar era a mesma coisa: abria aquele mapa enorme, cobria o carro, ficava me achando por ali. Quanta dificuldade, quanto nervosismo pra achar as pessoas, porque a função é essa e a casa da revendedora… Hoje nós trabalhamos de uma forma diferente porque temos executivas que nos auxiliam, mas quando eu iniciei não, era a gente sozinha pra fazer todo trabalho. Foi superinteressante.
P/1 – E como era esse trabalho?
R – Não mudou muito de lá pra cá, mas o primeiro ponto, ainda é hoje, é recrutar pessoas. Um setor só caminha, só existe se tem gente, então era assim: a gente saía recrutando as pessoas, uma revendedora indicava a outra, e tinha até muita indicação. Hoje nem tem tanta, mas tinha muita e a gente fazia um estabelecimento novo. Esse estabelecimento é recrutar, fazer o cadastro de uma nova revendedora. Fora isso, dar reuniões de grupo; a cada quinze, vinte dias a gente dava e ainda dá essas reuniões. Hoje a gente chama de encontro de negócios.
A gente queria muito que fosse muitas pessoas e iam, mas naquele tempo muito mais pessoas compareciam nessas reuniões. A gente passava toda a instrução: cadastro, revendedora nova, visita à revendedora, reunião de vendas, promoção de vendas, visita pra motivar. Esse sempre foi o trabalho e ainda é assim, só que hoje, como eu disse, a gente tem executivas. A gente treina uma executiva com todo esse apanhado que a gente já sabe, passa pra ela e ela também faz, do jeitinho que ela consegue adequar. E a gente orientando sempre por trás, sempre ajeitando, sempre do lado, caminhando com ela, ensinando. Ela faz esse trabalho de campo, de estabelecimento que nós fazíamos antes sozinhas - visita, fazer com que a pessoa acredite naquilo que ela está fazendo, porque precisa haver crença. Nosso trabalho precisa ser pautado firme na crença, tem que acreditar. A gente acredita no que faz e tem que passar essa crença pro outro, sem essa crença não existe esse trabalho e é isso que a gente passa pra executiva. Executiva passa pra revendedora e a cada quinze, vinte dias a gente reúne esse grupo.
Recentemente eu mudei de setor. Dei duas reuniões agora, [no] dia quatro. Fiquei feliz da vida. Parece que a gente está conseguindo resgatar o povo, as pessoas que são da periferia. Fazem desse dia da reunião algo muito importante, porque ali elas vão e conhecem pessoas, outras amigas. Elas participam, aprendem tudo que vai acontecer na campanha, e a gente está ali pra isso, é nosso papel, de passar tudo que é interessante, que a empresa tem pra oferecer. E tem muito pra oferecer, né? Os nossos produtos são maravilhosos, graças a Deus a gente tem uma aceitação muito grande.
P/1 - E a questão das executivas de vendas? Quem escolhe essas mulheres, são vocês?
R – Sim.
P/1 – E qual é o critério de escolha? Como vocês fazem?
R – A gente tem que pensar primeiro se ela é uma pessoa que… A gente entrevista, naturalmente, e vai sentir se essa pessoa está interessada em desenvolver outras pessoas, porque essa vai ser a função dela, de desenvolver pessoas também. Se ela não tiver, volto a dizer: “crença”, porque ela precisa ser revendedora antes. Primeiro ela é revendedora, ela acredita no que ela faz, pra poder ser uma executiva.
A primeira coisa que a gente vê numa candidata é isso, é essa predisposição de ser uma pessoa que vai multiplicar, uma pessoa que vai… A gente até chama de multiplicadoras porque é isso que elas são. Elas vão fazer essas pessoas, esse grupo que ela vai cuidar… No inicio é com sessenta revendedoras e fica por conta delas. Depois vai subindo, vai pra oitenta, cem, mais de cem, então ela precisa ser uma pessoa bastante alegre, convincente; ser uma pessoa despachada, que saiba desenvolver. E ela tem que saber vender muito bem, porque senão não vende a ideia e é essa a função dela.
Ela vai cadastrar pessoas, vai estabelecer essas pessoas. Cada pessoa que ela for fazendo isso ela tem que treinar, porque tem que desenvolver essa pessoa. Ela vai treinando, vai fazendo esse papel - naturalmente, com a gente, porque a gente primeiro orienta, se conhece, percebe: “Essa dá pra coisa, será uma pessoa que vai chegar lá.”
O que tem que fazer? Fazê-la caminhar desde o início, ensinando passo a passo o que é o trabalho que ela vai ter que desenvolver. Muitas delas aprendem com muita facilidade, têm tino comercial, assim, enorme, consegue passar isso com muita facilidade, e tem outras que não, muitas iniciam e a gente até acha que vai dar certo, né, e de repente não dá, porque não é todo mundo que tem essa força, essa garra, né?
P/1 - Legal. E pra fazer essas mulheres passarem essa crença pra frente, vocês recebem um treinamento e transmitem essa informação pra elas, não é?
R – Sim.
P/1 – Como são esses treinamentos? Como você faz essa questão do incentivo?
R – É. A Avon sempre proporciona pra nós, gerentes de setor, treinamentos. A gente tem treinamento de tudo: de técnica de vendas, técnica de conhecimento de produtos, fragrância, maquiagem, enfim, tudo isso. Esse treinamento é pra que a gente possa passar com a mesma segurança pra essa executiva, que vai passar pra sua revendedora esse mesmo treinamento. Elas também têm treinamentos periódicos na empresa, também são chamadas pra treinamentos; fora isso a gente treina individualmente, faz reunião em grupo, passa pra elas motivação, porque esse é nosso papel, que elas estejam e sejam motivadas diariamente, senão ela não vai fazer isso lá fora. Se a gente não tiver esse contato direto com ela, de motivação, a nossa presença sempre com elas, elas também não vão conseguir passar, então esse treinamento é importante.
A gente faz isso de que forma? Lá no campo, coloca a moça no carro e fala: “Vamos lá, minha filha, vamos fazer o nosso trabalho.” A gente vai visitar com elas, vai ensinar, vai prospectar, que é ficar num ponto estratégico do setor, abordando pessoas. Ela tem que aprender a abordar pessoas, e pra ela fazer isso ela tem que ver. A gente faz pra ela ver e é dessa forma que a gente vem treinando, fazendo com que ela se solte.
Nossa, é gratificante demais! De repente você vê uma pessoa que era embutida, meio sem jeito, e aí você começa a observar lá fora, ela, depois, fazendo aquele trabalho que você passou, com uma propriedade, com uma segurança, que puxa vida, que coisa maravilhosa. Como o ser humano é capaz! E [a gente] pensa: “São donas de casa, em geral são pessoas simples que estão buscando melhorar de vida. Às vezes fazem de tudo pra sua vida familiar progredir e criar os filhos, fazer esses filhos estudar.” Quantas que a gente não vê? É tão bom, ela começa trabalhando a pé. Eu tive vários casos [de revendedoras] trabalhando a pé, dali a pouco é: “Eu vou tirar minha carta”, “Vou comprar meu carrinho”, sabe?
É muito bom ver o progresso dessas pessoas, é muito bom a gente saber que pode passar isso, que faz um papel fundamental de mudança do ser humano, de crescimento pro outro. Eu acho isso muito importante, no meu trabalho eu acho fundamental, acho maravilhosa essa possibilidade.
P/1 – E quais são os desafios que vocês enfrentam com esse trabalho de campo?
R – Muito. Cada uma trabalha em um local. Eu trabalho em periferia brava, aquela periferia que tem muita pobreza. Onde tem muita pobreza tem muita gente querendo trabalhar, então esse lado é bastante propício, é bom, porque você vai conseguir fazer com que as pessoas comecem a revender Avon, então, é uma mina de ouro. Onde existem as pessoas pobres, que precisam trabalhar mesmo.
Eu sou da periferia. Tenho gerente de setor que trabalha com metropolitano, ai já é uma outra história, eu não conheço porque nunca trabalhei. Mas lá na periferia, você enfrenta diariamente os obstáculos de comunicação com as pessoas. As pessoas são bastante… Como eu vou dizer? Elas se soltam, são favoráveis a uma conversa, mas têm muito medo de tudo. Elas têm medo, às vezes, da presença da gente. A gente acaba inibindo porque ela mora num barraquinho, porque ela não tem cadeira pra sentar, aí a gente entra na casa dela e tem que sentar na beirada da cama. Ela não tem mesa pra você apoiar, pra escrever; ela tem essa inibição por conta disso.
Ela tem medo porque a periferia traz medo, porque tudo que chega de novo numa periferia é estranho. Fica pensando: “Por quê?” Quando você pergunta numa esquina: “Você conhece a fulana de tal?”, as pessoas te olham: “Ah não, não conheço não.” As pessoas têm medo de dizer o nome de alguém que você está procurando porque pode ser um policial, poderia ser uma policial que estava procurando alguém, pessoas que estejam sendo procuradas. Sabe aquela coisa de pai que não paga a pensão alimentícia? Enfim, a periferia tem isso.
Tem dificuldade de acesso porque as ruas são muito difíceis de você andar, as favelas são muito difíceis pra entrar e em muitos lugares a gente tem que obedecer o toque de recolher, o famoso pedágio que você tem que passar. Tem que ter horário pra trabalhar, porque depois do almoço já começa a ferver, então começa a ficar difícil porque tem muita gente boa, maravilhosa, mas também ali, infiltrados, estão os outros, aqueles que não são tão bons e não tão maravilhosos. Estão ali pra atrapalhar. A gente precisa começar um trabalho cedo pra que na parte da tarde você já não fique tanto tempo lá fora porque começa a ficar perigoso, então esse é um grande obstáculo.
Por outro lado, quando as pessoas nos conhecem, a gente fica famosa. ”É essa”, fica famosa no lugar. “É Dona Meire?” Todo mundo sabe quem é. Ainda mais, como o último setor que eu saí… Fiquei 29 anos no mesmo setor, então ali todo mundo me conhecia, como eu também conhecia todo mundo. Era muito fácil, então [era] até muito respeitada pela… O nome da gente fica muito conhecido e por isso a gente passa respeito e as pessoas nos respeitam também; todo mundo sabe que o trabalho da gente ali não é investigar nada, não é ver se a casa é pobre ou é rica, não ver se ela tem cadeira ou deixa de ter, não é ver se ela tem xícara pra oferecer café. Não é esse nosso intuito, o nosso interesse é outro: é levar pra ela condições de mudança de vida e isso a gente vê acontecer todos os dias. Pessoas que começam andando de chinelinho de dedo no pé, depois você já começa a vê-la calçada; ela começa a ter uma outra postura, começa a usar um batonzinho, começa a se preparar pra ir pra reunião. Elas começam a ter uma mudança e todas elas têm um objetivo, por pequeno que seja. Às vezes são maiores, mas elas têm um objetivo e a gente vai ajudá-las a alcançar esse objetivo. É muito gratificante quando a gente consegue, é muito bom.
A gente vê muito disso, aquela que fala assim pra gente no primeiro dia do primeiro contato: “Olha, puxa vida, eu queria trocar minha geladeira.” Depois de um tempo que você volta lá, ela trocou a geladeira. Ou então: “Eu preciso muito reformar aquilo, meu telhado, porque está chovendo dentro da casa”, e depois de algum tempo ela vem e te fala: “Olha, sabe aquele telhado? Eu consegui dar uma arrumada nele, já não está chovendo mais dentro da casa.” Enfim, este crescimento, essa ajuda, acho que só a Avon, porque a Avon tem isso, de levar pra todos os lares, por mais distante que ele esteja, por mais infiltrados dentro da favela que seja; se olha numa janelinha, se olha em cima de uma mesa, tem um produto da Avon. A Avon chega em todos os lares, de que maneira? Dessa forma, as nossas formiguinhas, que eu chamo, levam nossos produtos pra todos os lados.
P/1 – Você disse que é um lugar bom pra conseguir gente pra vender, mas como fica a questão da venda? Como é o desenvolvimento dessas mulheres? Como elas conseguem numa região mais humilde, a venda é embaraçosa?
R – Depende. Tem pessoas que trabalham só com a Avon e tem outras que já têm outro trabalho. Se ela trabalha fora, ela leva o nosso folheto pra dentro do trabalho dela e vai ter a clientela dela; se ela estuda, ela leva pra dentro do colégio. Às vezes, meninas levam isso pra dentro do colégio.
A dona de casa não, ela vai começar como eu comecei, ali no meu núcleo, familiar, de vizinho. É assim que ela faz e é assim que a gente orienta mesmo, porque a pessoa, quando começa, não sabe como fazer e ela não sabe… ”Bom, aí eu vendo. Tem que receber? Tem que pagar?” “Sim, tem que receber e tem que pagar.” Ela tem que saber dividir as coisas porque veja, é fácil, ela vende; ela pode até sair por aí e vender um monte de produtos, fazer uma venda grande, e na hora de entregar ela entrega sem dinheiro, faz fiado, aí ela não recebe, tem dificuldade. Ao invés de ser ajudada, com isso progredir, ela vai ter um problema na vida dela. A nossa função é essa, nossa obrigação é orientar: ”Você vai vender sim, mas veja pra quem você está vendendo.” Na hora de vender é ótimo; na hora de entregar o produto, só com dinheiro na mão, porque sabe que você vai tirar o seu percentual desta venda, mas você tem que pagar esse produto pra Avon.
Na verdade, ela é a revendedora, ela compra da Avon pra revender. Ela tem uma facilidade porque a Avon facilita isso pra ela, no sentido da primeira caixa. É um financiamento que a Avon faz pra ela. Ela vende, tem um limite, claro, mas ela tem essa segurança. Ela recebe esse produto sem precisar pagar nada na hora, vai pagar esse produto quando receber a segunda caixa. Ela precisa estar bem orientada, senão ela se perde. Ela vende, pega o dinheiro, gasta tudo e não tem como pagar, aí ela não faz nem o segundo pedido. E pra nós é importante que ela tenha continuidade nesse trabalho, senão ela não vai… Nosso principal objetivo é fazer com que essa pessoa que está começando e quer mudar de vida cresça; [ele] deixa de existir se ela não tiver um acompanhamento, se ela não levar adiante dessa maneira.
Mas não é difícil pra ela vender quando ela começa a conhecer pessoas, uma pessoa indicar a outra e fazer dessa clientela a maior. Nossa! Ela vai embora e vende muito, ganha prêmios e se torna uma revendedora estrela, começa a ter uma outra história.
P/1 – Você comentou essa questão da premiação. Como são, como as mulheres reagem com os incentivos? Como é essa questão das premiações?
R – Ela ganha incentivos. Ela tem incentivos de várias maneiras: ela tem incentivo que a gente diz que é incentivo por produto, pelo desenvolvimento da venda de determinado produto, ou pela atividade dela. Ela vai ficar assídua naquelas duas, três, quatro campanhas e terminando essas campanhas ela fecha esse círculo. Ela ganha um prêmio por isso. Se for através de produto ela tem, claro, um objetivo; ela vai ter que chegar naquela meta de vendas pra ela ganhar o prêmio. Se ela indicar alguém pra revender, pra ser uma nova revendedora Avon, ela também ganha um prêmio. Ela sempre é agraciada com alguma coisa.
Acho que a maioria… Sempre converso com elas e eu acho de verdade isso, é uma troca. A Avon oferece pra ela um trabalho; ela vai ter uma ocupação, vai ganhar dinheiro com isso, que é o ponto principal. Ela tem que ganhar dinheiro revendendo Avon, senão não interessa. Ela vai ganhar dinheiro e consequentemente, como um agrado, como reconhecimento, ela ganha um prêmio. O objetivo principal não é o prêmio, o objetivo principal é o lucro, o trabalho dela. O prêmio é o reconhecimento.
P/1 – Sobre os produtos, quais foram os produtos que marcaram época, que foram grandes lançamentos, destaques?
R – Tem vários, mas eu acho que o nosso grande sucesso é o Renew.
A Avon é, como eu disse no início, uma empresa que tem uma diversificação muito grande de produtos. Nosso forte é a nossa parte de cosmética, maquiagem e fragrâncias. Agora, felizmente, a gente está chegando lá também… Até pouco tempo atrás havia um certo… As próprias pessoas e talvez até as próprias revendedoras e nós talvez tivéssemos uma trava com referências às nossas fragrâncias, mas agora não. O perfume da Avon está aí, está começando um grande lançamento, que vocês devem estar vendo já, na televisão: __________ Intense. É uma grande criação. Já está fazendo sucesso, já começou a vender e está vendendo muito bem.
Atualmente, a gente está começando a ter esse lado de perfumaria. Há pouco tempo, o nosso forte não era esse, por isso que eu estou dizendo que o nosso grande sucesso foi o Renew. Dentre os nossos produtos da parte de cosmética, o anti-idade, como é uma coisa moderna e a todo momento a gente ouve falar dos produtos anti-idade - tem vários aí, concorrendo com os nossos, mas sinceramente o nosso está fazendo um sucesso. Faz sucesso desde o primeiro lançamento de Renew até agora, então todo ano a gente tem os lançamentos novos da mesma linha. É direcionado para outra coisa: para área dos olhos, para flacidez, para brilho da pele, para dar mais flexibilidade, para realmente trazer para a mulher o viço perdido com o tempo, que é natural. Então [é] fazer com que a mulher envelheça de uma forma saudável e bonita, como uma aparência rejuvenescida, sem precisar de cirurgia plástica. (risos)
P/1 – Meire, já são trinta anos trabalhando com a Avon né?
R – Trinta anos.
P/1 – Bastante tempo. Nesse tempo, qual foi o maior desafio que você enfrentou?
R – Na carreira? Nossos desafios são diários, todos os dias a gente tem um desafio novo. Quem trabalha com vendas, nunca pode dizer assim: “Ah, tá bom, parei por aqui porque não preciso ir mais além.” Com vendas não é assim, a gente trabalha com objetivo novo diariamente. Desafio a gente tem vários e a gente sempre consegue com muita coragem, com muita força e crença - volto a dizer, a crença é fundamental no nosso trabalho, os desafios vão sendo vencidos através da nossa crença.
Por exemplo, a gente tem campeonato; dentro de um setor tem uma divisão, divisão tem um gerente de vendas, que tem um regional. Esse campeonato é regional, é divisional, então anualmente nós temos um campeonato que se chama Programa do Presidente, que acontece mais no final do ano - já está pertinho de a gente começar a pensar nele - e é uma baita desafio. Todo mundo sai na corrida mesmo para alcançar, porque quando a gente ganha - e eu já ganhei quatro - é muito gratificante. Por quê? Primeiro porque para nós, [para o] currículo, é muito bom saber que conseguiu vencer mais um desafio de forma brilhante.
Ganhar esse programa, esse presente, é a menina dos olhos de toda gerente de setor. Quando a gente consegue, nossa, é maravilhoso, e sabe por quê? Aquilo dá uma satisfação muito grande para nós profissionais, mas também, como a revendedora participa com muita… É bem direto. É ela que a gente motiva, é ela que vai junto com a gente, fica ali ombro a ombro, buscando esse campeonato.
São três campanhas de muita ferveção mesmo, de muita correria, de muita loucura em busca da vitória. Todo mundo - todo mundo que eu digo são elas, as revendedoras todas do setor, ficam tão envolvidas com isso, querendo tanto. Quando acontece, elas participam de uma grande festa, elas têm premiações maravilhosas. Nos campeonatos que eu já ganhei, veja, você vê uma pessoa simples ganhar um carro num sorteio, você vê uma pessoa simples ganhar uma moto, uma pessoa que é uma revendedora. Ela vive aquele mundo dela, diferente de dificuldades, e de repente você pega a chave de um carro na mão dela… Nossa, é emocionante, é de arrepiar, de chorar de emoção. Para nós, isso mexe profundamente, então essa satisfação da gerente de setor, própria, como ser humano, claro, quem que não gosta, né? “Ganhei um campeonato, que maravilha.”
Mas a satisfação maior… E aí eu falo com bastante tranquilidade, porque todas as minhas colegas que já ganharam um campeonato desse falam quase a mesma coisa: a nossa satisfação maior é ver a alegria da revendedora, poder dar uma festa para ela; levar essa mulher para um lugar bonito pra participar de uma festa grande, onde ela é muito importante. Ela é importante em todas reuniões que ela participa com a gente, sem dúvida, mas quando ela participa de uma festa [em que] ela fez acontecer esse campeonato, essa vitória para ela, você vê o brilho nos olhos daquelas pessoas. Não tem dinheiro, não tem nada que pague.
Você vê a satisfação e a alegria nos olhos daquelas pessoas, isso é a coisa mais bonita. Estou falando com você e estou vendo, estou me vendo. Nessas festas a gente, de frente para elas… Você olha para aquele povo, aquele monte de gente olhando para você, e uma felicidade, uma alegria, um frisson, que parece que elas ganharam na loteria, então é muito legal.
A gente teve outros desafios e outras premiações, outras coisas interessantes, que aí é para gerente de setor, então campeonatos entre nós. Todo ano também tem, é o ano inteiro que a gente participa. Tem campeonato por produto, que sai… Sempre tem uma, duas, três vitoriosas, pessoas que se destacam. Eu já tive alguns campeonatos ganhos de produtos, de fragrância da linha Renew - enfim, coisas interessantes também, por desenvolvimento de estabelecimento, maior número de estabelecimento, desenvolvimentos de vendas; vários troféus, vários reconhecimentos.
Com trinta anos [de Avon], graças a Deus, eu já vi muita coisa nesse mundo. Viagem internacional quando você completa a sua meta - aí também é anual, eu já tive nove viagens internacionais. Coisas maravilhosas, dias que a gente vive o momento, vive momentos de rainha, e só o Avon para proporcionar uma coisa dessas. Você pensa assim, [se] você ganha uma vez: “Eu vou pra outra.” Se acontecer de ganhar de novo, você fala assim: “Não vai ser tão bonita quanto aquela’.
A Avon tem uma coisa de superação sempre, é sempre uma mais bonita que a outra. O nosso reconhecimento nestas viagens é [uma] coisa assim, porque fica só na nossa memória mesmo. Quem vive é que pode saber, que pode dizer que é uma coisa maravilhosa, extremamente gratificante. Viagem internacional [em que] você pode levar uma pessoa da família. Eu ganhei um campeonato por fragrâncias e pude levar o meu marido, ele pôde ir pra Veneza. Nessa ocasião que eu disse que nós fomos visitar a cidade da minha avó, depois Pádova.
Veja só, você poder levar alguém da sua família pra uma viagem desse nível, porque você sabe que trabalhou, sabe que fez tudo por merecer, é claro, mas que empresa faz isso pela gente? A não ser a Avon, eu não conheço outra. Só conheço a Avon que pode proporcionar uma viagem desta, levando um acompanhante, levando uma pessoa da sua família para viver o que você vive, porque a nossa vida na Avon é extremamente glamourosa. Tem o lado lá fora do campo, que é aquilo tudo de trabalho, de obstáculos, de problemas que a gente enfrenta, mas tem o outro lado, extremamente glamouroso, mas esse lado do glamour quem vive é a gerente, é o profissional. A sua família fica sabendo disso através de fotografias, de filmes, mas ela não participa, e no momento desse, que você pode ter um acompanhante junto e ele viver isso… Meu marido fala sempre sobre isso.
As fotos, quando a gente vê de novo, são uma coisa maravilhosa, envolvem todo mundo. a Avon é uma empresa que envolve a família, envolve todo mundo e de uma forma maravilhosa. Eu sou suspeita pra dizer, trinta anos vivendo momentos dia a dia. Tem muita história para contar. Eu sempre digo, vou escrever um livro ainda. (risos)
P/1 – Você é casada?
R – Sou casada.
P/1 – Qual o nome do marido?
R – Ele se chama Carlos Henrique.
P/1 – Como você o conheceu?
R – Outro dia estávamos lembrando disso porque nós pegamos umas fotos; estávamos mexendo ontem nas fotos, umas fotos antigas.
A gente morava no mesmo bairro e éramos conhecidos de bairro, mas o tempo que nos conhecemos não era como hoje, que você fazia… Era assim se você conhecesse um rapaz: você não pode ser amiga desse rapaz, não, se fosse amigo era namorado. Os pais criavam a gente assim e passavam isso pra gente.
Eu tinha esse irmão extremamente ciumento, então era um controle enorme. O meu marido, para se aproximar de mim, o que era difícil, se aproximou primeiro do meu irmão. Meu marido toca violão, sempre gostou de tocar violão e cantar, e o meu irmão sempre gostou de violão, então ele deu um jeito de se aproximar e começou a dar aula de violão pro meu irmão. Aí ele se aproximou de mim, pôde ficar mais próximo.
Foi assim, a gente começou uma amizade ali porque o meu irmão estava junto, então sim, podia. Dessa amizade começou esse namoro, e nós éramos muito jovens. Eu tinha… Eu ainda não tinha quinze anos, ele tinha dezenove e começou desta amizade o namoro. A gente namorou dois anos e oito meses, então a gente se casou. Eu me casei muito jovem, tinha dezoito anos quando eu me casei e ele 21, foi assim.
P/1 – E vocês têm filhos?
R – Tenho três.
P/1 – Qual o nome deles?
R – O mais velho se chama Carlos Ronaldo, ele está com 42 anos. Tenho o segundo, que é o Cássio Ricardo, tem 36 anos, e a Claudiane, que tem 25. São três.
P/1 – O que você gosta de fazer nas horas de lazer?
R – Eu gosto de ler, adoro ler. O que eu mais gosto de fazer é ler, eu ______ de televisão também. Tem uma outra coisa que gosto de fazer muito, agora, e numa outra época da minha vida… São os meus netos. Tenho três netos: o Gabriel, que vai fazer quatorze anos, a Paola, de doze, e o Cássio, de doze, que é filho do Cássio. (risos) A Paola e o Gabriel são filhos do Ronaldo; a Claudiane é solteira e não tem filhos.
P/1 – E agora a gente vai voltar, conversar um pouquinho da Avon, fechando assim a entrevista. Fala um pouquinho dessa coisa da venda direta, que é uma coisa que a Avon trouxe pro Brasil.
R – O que eu acho? Como a Avon entrou na venda direta?
P/1 – O que você acha dessa venda de porta em porta?
R – Olha, eu acho que a Avon foi a pioneira da [venda de] porta em porta, tanto é que se vê que é uma coisa boa porque trouxe tantas outras, tantos outros concorrentes na mesma linha ou até de mercado e produto diferente, mas também de porta em porta. Acho que foi o grande achado, porque a Avon quando começou lá atrás, não era com perfume. Nasceu do vendedor de livros, da época lá [da] Avon dos Estados Unidos. Começou, a porta a porta se deu através do livro, porém ele percebeu que ao dar frascos de perfume, que ele criava para agradar a pessoa e fazer com que ela comprasse o livro, estava começando a fazer mais sucesso do que os livros que ele vendia. Daí começou o porta a porta e foi crescendo, porque realmente é a grande chave.
Veja, aqui em São Paulo, por exemplo, que nós moramos e vivemos perto dos grandes shoppings, existe essa concorrência de shopping, existe a concorrência das lojas [que] oferecem o produto também de linhas variadas. Nós vamos porta a porta, o nosso produto não está na loja, nosso produto não está no shopping; nós fazemos o nosso shopping, as revendedoras fazem esse papel. Ela leva até o cliente, então é maravilhoso você perceber que basta ter o folheto de ofertas na mão e bater numa porta [e] você vende, é o grande achado.
Eu acho… Puxa, me fugiu o nome do pioneiro. Começou lá nos Estados Unidos. Quando ele percebeu que vender livro era interessante, mas vender perfume era mais ele encontrou tudo isso que a gente vê agora, né, que é a venda direta, de porta em porta. Passa [o] tempo e o sistema é o mesmo, deu certo.
P/1 – Você já comentou, vamos conversar um pouquinho a respeito da oportunidade que a Avon dá para as mulheres entrarem para o mercado de trabalho. Você, que trabalha tão direto com isso, vê as realizações dessas pessoas?
R – Pra mim, eu tenho esse lado do trabalho claro. Esta é a minha obrigação, é o que eu tenho que fazer; esse é o meu trabalho, de ir lá e conseguir uma revendedora nova, de fazer alguém que é só dona de casa começar a imaginar que ela é capaz de fazer outra coisa que não seja cuidar de casa, de filho, de marido, né, porque em geral são pessoas com números de filhos bastante grande, são pessoas que não teriam chance de ganhar dinheiro nenhum fora de casa.
Vou te contar uma das passagens da minha vida com essa experiência, que marcou muito para mim. Uma vez, acho que vinte anos atrás, eu cheguei… Nesse tempo nós não tínhamos ajudantes, as executivas não estavam conosco ainda, e a gente fazia o trabalho sozinha, que é recrutar pessoas através de indicações de outras; é bater na porta da pessoa, para ela começar a revender Avon. E eu me lembro bem…
Como eu disse para você, eu poderia contar vários casos, mas esse é o que me ocorreu agora, porque foi uma coisa que marcou muito para mim, na história. Esta revendedora revende Avon até hoje, já faz uns vinte anos. Quando eu bati palmas no portão, era uma casa lá de fundo, de quintal de terra batida, e ela veio me atender. Quando ela me viu, ela estava com um avental todo molhado; ela enrolou esse avental, segurou assim, e falou: “Pois não”, meio sem jeito. Eu me apresentei, falei que era promotora da Avon, que estava vindo ali porque eu ia oferecer para ela uma oportunidade para ela de ganho, dela fazer alguma coisa lucrativa, de poder mudar a vida dela. Ela me olhou e falou assim: “Olha, eu queria muito que você entrasse, mas eu não posso lhe chamar para entrar.” “Por que não?” “Porque não dá, eu estou toda molhada.”
Eu olhei assim - estava aberto o portão - tinha um tanque e um monte de bacias, baldes com roupas, então ela estava lavando roupa; ela lavava roupa pra fora. Eu falei para ela: “Eu não vim aqui para ver que você está molhada.” Ela falou pra mim: “Olha, quanta roupa que eu estou lavando.” Eu falei: “Só não quero te atrapalhar, mas eu acredito que não vá te atrapalhar. A gente vai conversar e de repente vai ser interessante para você isso. Permita que eu entre, eu não vou olhar a sua casa.” Eu percebi que ela estava muito sem jeito pra deixar que eu entrasse na casa dela. Ela relaxou um pouquinho e [disse]: “Tá bom, tudo bem, então vem aqui.”
Quando eu entrei na casa dela, ela não tinha mesa, ela tinha um banquinho. Eela falou assim… Tinha duas crianças, um menino e uma menina, pequenos, correndo ali; crianças de uns oito anos, menos, talvez, pra cá e prá lá, e o marido alcoólatra. Ela ainda falou para mim: “Não repara, não.” Eu falei assim: “Não, fique tranquila.”
Eu conversei com ela tudo, direitinho. Expliquei para ela como ela poderia começar a revender. Ela não sabia nada; analfabeta, cheia de dificuldades e dúvidas, mas eu falei para ela: “Você vai mudar sua vida, eu vim aqui para isso. Você quer mudar sua vida?” Ela falou: “Ah, era tudo que eu queria, não lavar mais roupa pra fora. Eu tô cansada, não queria mais lavar roupa pra fora.” Eu falei: “Então você não vai mais lavar roupa pra fora, se você acreditar no que eu estou falando. Você não vai mais lavar roupa.” Ela fez: “Ah, Deus te ouça.” Aí eu falei: “Pode acreditar.”
Nesse dia, eu fiz o cadastro dela e tudo mais. Para encurtar nossa história, hoje ela tem essas duas crianças - aquele marido lamentavelmente faleceu, mas ela acreditou tanto no potencial dela, [em] tudo aquilo que ela poderia fazer... Ela acreditou naquilo que eu estava passando pra ela, de uma forma tão forte, que ela conseguiu se superar. Aquela mulher magra, abatida que eu vi ali se transformou numa outra pessoa. No começo não, é lógico, ela estava começando a trabalhar, estava começando a mudar.
Ela foi à reunião, pela primeira vez, de chinelo; depois ela já pôde calçar um sapato, pôde comprar um sapato, e ela foi mudando, foi crescendo. Ela é uma revendedora do Clube das Estrelas hoje, vende muito bem. Ela reformou aquela casinha, tudo com Avon, mas ela falou: “Se você está dizendo que eu posso bater de porta em porta…” Eu falei: “Você tem dificuldades financeiras. Você tem que ter cuidado com isso. Que você saiba administrar esta sua nova forma de viver, vai ter que saber que você vai revender. Você vai ter que separar esse dinheiro, você tem que pagar a caixa”, aquela instrução toda que a gente dá para todas, sempre a mesma coisa, e ela entendeu isso de uma forma muito forte. Tente entender que ela fez isso direitinho e conseguiu: ela formou os dois filhos, a moça é advogada e o filho é professor de educação física, e hoje ela tem uma vida totalmente diferente.
Ela é uma outra pessoa, sabe? Bonita, arrumada. Toda vez que a gente falava e ela estava assistindo reunião… Ela não deixa de ir a uma reunião, está sempre sentadinha, assistindo reunião. Quando a pessoa leva a sério aquilo que a gente passa, ela realmente tem sucesso.
Essa é uma das tantas, tem várias, mas esse é um caso porque realmente ela mudou a história dela. Ela mudou a vida dela com Avon, com essa oportunidade que a Avon dá.
P/2 – Meire, tendo contato com tantas mulheres, tantas histórias, quais foram os maiores aprendizados de vida que você teve na sua trajetória até o momento na Avon?
R - Muitos, aprendi muito com a Avon, aprendi muito com essas pessoas e continuo aprendendo. Eu sempre digo isso, todos os dias, pobre de mim que achasse que já sei tudo. A gente continua aprendendo, todos os dias a gente aprende.
A primeira coisa que eu acho que é fundamental na nossa atividade é poder lidar com pessoas. Lidar com o ser humano é a coisa mais maravilhosa que tem porque é uma troca tão grande de energia, é uma troca tão grande de aprendizado. Às vezes a gente mesma sai pra trabalhar e tem dia que não… Tem dia que você sai, tudo dá certo, tudo tá maravilhoso. Você volta pra casa [e diz]: “Puxa! Missão cumprida.” E tem dia que a gente sai e não dá tão certo: fura pneu, o carro derrapa, você tenta uma porta e a pessoa não está em casa; você vai em outro lugar e não é tão bem recebida, porque acontece, porque as pessoas às vezes são resistentes. Às vezes as pessoas não estão bem e a gente tenta pôr para cima. Todo mundo que a gente encontra…
Veja, isso é uma carga bastante pesada, eu digo emocionalmente, pra gerente de setor, mas essa possibilidade de poder mudar alguém… De repente, lá no fim da tarde você encontra uma pessoa que te trata tão bem e ela é tão carente, tão necessitada de ganhar dinheiro e poder fazer alguma coisa para a vida dela, pelos filhos dela, pelos netos dela - porque a gente encontra muitas avós cuidando de netos, precisando ganhar um dinheiro pra cuidar desses netos, então isso traz para gente um aprendizado muito grande de humildade. Precisa ser humilde e o ser humano é complicado. Às vezes, você está se achando muito e não é tudo aquilo. Alguém com essa postura te mostra de uma forma simples e maravilhosa o que é ser humilde, o que é ser gente, o que é ser um ser humano que pode trocar, que pode com qualquer pessoa.
Não se pode subestimar uma criança, [o] quanto que uma criança nos ensina. Muitas vezes a gente chega num lugar, aí tem uma criancinha que vem, te faz um carinho, te olha de uma forma tão maravilhosa, tão terna… Você ganha o dia.
Puxa, que bom que eu posso lidar com pessoas. Eu, sinceramente, não saberia fazer outra coisa. Acho que eu entrei no trabalho, na empresa certa, e estou lá até hoje por isso, porque eu amo o que eu faço. A Avon pra mim é tudo. Se a Avon mudou a vida e muda a vida de várias mulheres todos os dias, a Avon mudou a minha também, muito; me trouxe coisas, me trouxe possibilidades que eu não teria tido se não tivesse começado a trabalhar com a Avon.
Aprendi muito, aprendo todos os dias, sou grata a essa empresa, sou grata a todas as revendedoras; digo sempre para elas que não é de forma, [de] falar alguma coisa para agradar, não é assim. Eu falo de coração pra elas. Quando eu me reúno com elas em uma reunião ou quando eu [me~encontro com elas, eu estou sempre dizendo isso porque é a verdade: a Avon só existe porque existe essa mulher corajosa, que vai levar os folhetos de ofertas e de porta em porta. A Avon só existe porque tem essas pessoas.
Você quer aprendizado maior do que esse? A gente poder reconhecer isso, que o ser humano é capaz de tudo àquilo que ele se propõe a fazer? Ele é capaz, basta só que a gente acredite nisso e desenvolva.
P/1 – E o que você acha das ações sociais que Avon realiza?
R – Você vê, a Avon, com essa parte… Agora nós temos outro [projeto], que é embasado na Lei da Maria da Penha, que é [sobre] aquela violência contra a mulher. Mas anteriormente a esse, a gente já tinha aquela luta contra o câncer de mama. Por trabalharmos com um grupo feminino muito grande, eu acho que a Avon não podia ter sido mais feliz quando começou esse projeto. Ainda hoje morrem mulheres de câncer de mama; isso tudo é falta de orientação, é falta de conhecimento da doença, porque se a mulher tiver a oportunidade de saber que ela precisa se auto- examinar, dar atenção para a saúde dela, que ela precisa sim perder… Às vezes, ela fala assim: “Eu não vou perder tempo indo no posto de saúde pra fazer um exame.” Ela vai entender que não é perder tempo, é ganhar vida, né? E a Avon está levando isso de ponta a ponta, aqui no Brasil.
As outras pessoas [estão] fazendo isso também na Avon fora do Brasil e nós aqui, brasileiros... Eu sou extremamente orgulhosa. A gente sai para fazer todo ano uma passeata, um movimento grande do beijo pela vida, que é em cima dessa instituição, da proteção contra o câncer de mama. É com muito orgulho. Saber levantar uma bandeira, isso a gente levanta mesmo e a Avon, como ninguém… Você vê a oportunidade que a gente tem de passar isso para tantas e tantas pessoas. Um dia eu, falando isso em reunião, uma revendedora disse assim: “É, Meire. Como você sempre fala, eu só estou aqui porque quando você disse [que eu] deveria me auto- examinar, que eu deveria procurar um posto de saúde. Eu descobri que tinha um caroço no seio e eu fui a tempo. Consegui operar e estou aqui podendo contar essa história.”
E quantas outras pessoas… É através dessa parte que a Avon faz, que além de dar a oportunidade de trabalho para que as pessoas mudem de vida também dá a oportunidade de conhecimento para que essas pessoas cuidem da sua saúde. Se ela cuidar da saúde, ela vai poder ser revendedora muitos e muitos anos e vai poder ser feliz, vai poder dar felicidade pra sua família, para si própria, porque a pessoa tem que se gostar. A revendedora, cada vez que é orientada e alertada para tudo isso que está aí, todas essas dificuldades…
Agora, então, a gente está patinando nessa outra parte, que é a Lei Maria da Penha, porque é mais difícil essa, é mais delicada. Muitas que sofrem violência dentro de casa não tem coragem de dizer, elas se fecham, então esta é uma outra coisa que a gente vai ter que [ir] vencendo aos poucos. A gente vai conseguir devagarzinho, falando aos poucos, plantando pra que elas comecem a se soltar e que realmente comecem a se defender.
A Avon, nessa parte, também faz um excelente trabalho. É fundamental para a mulher, para o ser humano. A gente orienta não só as mulheres, os homens [também]; eu digo na reunião, às vezes tem um homem ou outro e eu digo: “Olha, eu estou falando aqui de câncer de mama”... Tem os homens ali sentados assistindo. “Você tem irmã, você tem filha, não é, você tem sogra, você tem uma parente, prima, então é importante que o homem também saiba disso, passe isso adiante.”
A Avon está conseguindo isso de forma maravilhosa e a gente participa da maneira mais forte possível. Todas nós somos engajadas nessa luta que a Avon está fazendo.
P/1 – O que você acha da Avon estar resgatando a história dela, dos cinquenta anos até o momento, através desse projeto?
R – Eu acho que é uma grande oportunidade, né? Você vê, se falar de cinquenta anos de Avon… É uma longa história, cinquenta anos é quanta coisa. Quantas mudanças nós tivemos em cinquenta anos e quanto se cresceu de lá pra cá. Quanto de oportunidade surgiu, todas as oportunidades novas. Eu acho que a Avon está aproveitando bem isso, todas as oportunidades que foram e estão sendo colocadas nesses cinquenta anos estão sendo aproveitadas de forma a crescer cada vez mais e em cima dessa história de cinquenta anos se chegar àquilo que é o grande foco, o grande objetivo - tudo voltado para o bem-estar da população.
A Avon faz uma mudança e tem uma história tão linda que não precisa muito agora… Em qualquer lugar que você fale Avon… Não é a toa que todo mundo conhece, né? A Avon não ficou parada. Eu vou vender o meu produto e as pessoas vão ganhar o lucro em cima disso e acabou, é isso. A Avon está voltada para a sociedade, voltada para o benefício de um povo.
A gente, há pouco tempo, falava em reunião de aquecimento global, então todas essas mudanças… A Avon tem essa força. Usando este nome, você consegue e a gente tem conseguido plantar sementinhas de obrigações como cidadão, para as pessoas entender a cidadania. E a gente consegue através de nossas reuniões, através dos nossos folhetos de oferta, orientando. Toda essa possibilidade, com o nome que tem por trás, faz com que a gente consiga levar esse global, que são todos os projetos que estão voltados pra mulher, pra população em geral. Esta é a Avon.
P/2 – O que você acha de ter participado da nossa entrevista?
R – Ai, eu achei ótimo. (risos) Quando você… Foi você que falou comigo da entrevista. Inicialmente, me bateu uma vontade muito grande de vir. Essa semana foi muito ocupada, porque tudo isso que eu falei pra você, essa semana aconteceu.
Eu dei reunião segunda-feira. A gente tem uma meta para cumprir com pedidos, com vendas, com essa observação da revendedora - se ela vai enviar o pedido, se ela não vai, fazer com que ela não perca a oportunidade de ganho dela. Isso envolve a gente, sabe? Se a gente não se cuidar, a gente vai ficar 24 horas ligada, porque a gente fica mesmo, até de noite você está pensando.
Foi uma semana assim pra mim, então quando você falou na semana… Você falou segunda-feira. Terça-feira eu tinha o dia inteiro de reunião; terça é o dia que após a reunião é um dia forte, que a gente tem pra estar cuidando… Enfim, todos os dias foram surgindo e aí surgiu um outro problema que não estava no programa; foi um problema de faturamento, a gente não estava contando com ele, mas problemas acontecem. A nossa vida, o nosso trabalho, ele é cheio de surpresas... Eu já perdi a conta, nós falávamos de quê?
P/2 – Nós falávamos da entrevista.
R – Essa semana foi… Além de tudo aquilo que já estava programado, ainda teve um problema pelo meio do faturamento, então quando isso acontece… Não é costumeiro, mas pode acontecer, porque é cheio de imprevistos esse trabalho. Aconteceu um problema no faturamento e esse problema trouxe mais preocupações, tanto é que hoje era meio-dia e eu ainda estava envolvida e preocupadíssima quando vim pra cá. Mas eu não poderia deixar porque é o fechamento da campanha, o nosso grande momento é agora.
A gente trabalha numa campanha inteira, quinze, vinte dias pra culminar com este momento, que é o fechamento da campanha: é reunião, fechamento de malote… Supertrabalhoso. A gente fica ali, horas em cima, corre e se preocupa pra trazer o resultado que a companhia espera da gerência de setor e nada mais é do que a minha obrigação. Eu tenho que levar esse resultado, cumprir com essa minha parte, então é de uma responsabilidade tão grande, de uma preocupação tão grande de se chegar nisso lindamente...
Depois, quando você vê fechado e sai um relatório e você bateu essa estimativa, tudo é um grande momento. Cada campanha, cada vinte dias é um grande momento, aquele de você fechar a sua campanha e ver: “Puxa, eu bati a minha estimativa, que bom.” E essa semana foi pra isso. Eu estava nessa semana, então se fosse uma semana anterior, só de trabalho de campo, teria sido mais fácil pra eu estar aqui. Mas eu queria muito estar aqui. Se eu não tivesse conseguido, nossa, eu ia ficar muito frustrada, porque eu queria muito participar.
Eu faço parte desses cinquenta anos dessa empresa e, mais do que ninguém, eu tenho um orgulho imenso de trabalhar na Avon; eu tenho um paixão por essa empresa, uma paixão pelo que eu faço, pelo meu trabalho, pelo meu dia a dia. Vocês não tem ideia do tamanho que é, então, puxa, falar sobre isso, estar aqui, poder falar de toda essa satisfação, todo esse meu prazer de trabalhar nessa empresa, de todo o meu dia a dia, de toda a minha história… Eu tinha que estar aqui.
Isso foi muito bom. Obrigada mesmo por vocês terem me convidado. Eu estou muito feliz mesmo de poder ter estado com vocês, [de] ter falado com vocês esse tempo todo. De repente, eu falei um pouco a mais, não sei se faltou alguma coisa, mas eu estou aqui com o coração aberto, realmente com muito prazer.
Muito obrigada, mais uma vez, por vocês terem me convidado.
P/2 – Em nome da Avon e do Museu da Pessoa, nós agradecemos a sua participação. Obrigada.
R - Obrigada.
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