Era o ano de 1983. Eu tinha apenas 19 anos e trabalhava em uma fábrica, no Distrito Industrial da Zona Franca de Manaus, no meu estado do Amazonas. A vida não estava muito fácil pra mim, pois a pouco tempo minha amada mãe havia falecido de um câncer que a fez sofrer bastante. Meu pai, nem mesmo...Continuar leitura
Era o ano de 1983. Eu tinha apenas 19 anos e trabalhava em uma fábrica, no Distrito Industrial da Zona Franca de Manaus, no meu estado do Amazonas. A vida não estava muito fácil pra mim, pois a pouco tempo minha amada mãe havia falecido de um câncer que a fez sofrer bastante. Meu pai, nem mesmo o conheci, pois o mesmo faleceu quando eu ainda era um bebê. Portanto, eu tinha que me virar. Não posso ser injusta e reclamar demais, porque morava na época com minha mãe de criação, que me acolheu em sua casa após a a morte da minha mãe verdadeira.
No meio de tudo isso, eu vivia o meu primeiro amor. Foi por meio dele que a ECT entrou na minha vida. A irmã dele era funcionária da ECT e nos informou que havia vaga para trabalhar na área telegráfica (não era concurso, pois este só passou a valer com a Constituição de 1988). Fui tentar a sorte. Fiz um teste, passei, mas tinha que fazer um treinamento. Fiquei com medo, pois teria que pedir demissão de meu emprego na fábrica e isso me deixava apreensiva. Como faria se não conseguisse a vaga? Arrisquei e fui aprovada! Porém, teria que esperar ser chamada. Se passaram 3 meses e fui ficando sem esperanças e com medo, afinal de contas estava desempregada. Diante disso, minha mãe de criação me deu um conselho. Ela falou que eu deveria ir atrás e não ficar esperando, era uma forma até de demonstrar interesse e que eu realmente queria trabalhar. Foi o que fiz. Hoje lá se vão 29 anos de Correios.
Não bastasse a expectativa toda, meu primeiro dia foi uma véspera do dia dos namorados. A área telegráfica fervia e um fato inusitado aconteceu. O então Diretor Regional dos Correios no Amazonas ligou para o telegrama fonado para passar um telegrama para sua esposa. Era meu primeiro dia e ele foi o meu primeiro cliente. Quando os colegas mais experientes viram o nome do cliente ficaram fazendo sinais para mim, e eu não entendia nada! Nervosa, mas mantendo a calma, pedi para o cliente falar com calma, pois ele estava com pressa. No fim deu tudo certo e o telegrama chegou direitinho ao destino! Graças a Deus!
Os Correios para mim é uma dádiva dada por Deus. Sou grata por tudo que tenho e que consegui através desta empresa. Sou mãe solteira e criei meu filho sozinha. Se hoje olho para ele e vejo um homem feito, é porque tive os recursos necessários para criá-lo através de meu trabalho. Não vou dizer que foi fácil. Não foi. Tive momentos difíceis, mas quando paro um pouco para refletir, concluo que se com o emprego que tinha estava sendo difícil, imagina sem ele! Portanto, agradeço sim a Deus, pelos Correios e por tudo que até o momento ele tem me proporcionado. Almejo que a nossa marca se torne cada vez mais forte!! E mesmo quando chegar o momento da nossa despedida, ele continuará fazendo parte de minha vida e será assim até o fim!Recolher