A mulher mais forte e resistente que conheci na vida, para ela não existia tempo ruim, a chuva que molhava levava as impurezas e angústias da vida, certo dia me perguntaram quem era a pessoas que mais admirava ou admirei nesse plano, perdida por alguns minutos em meus próprios pensamentos atordoados pela dúvida, logo pensei que poderia ser minha avó materna, mas ai não seria justo pois ela foi a única avó que conheci, mesmo amando muito ela não podia ser, fixei em uma pessoas que estava distante na minha memória, a angústia, ausência e saudade me fizeram esquecer desse alguém, ainda que fosse por proteção. Carvalho aguentou tanto que não resistiu, as dores e o sofrimento escondidos em seu olhar castanho azulado, as marcas da vida em sua pele \"morena cor de jambo\" não me parecia coerente essa cor, mas ela se via assim, hoje entendo genuinamente seu olhar, Carvalho me ensinou a amar o desconhecido, levantar cem vezes e esperar a próxima queda de cabeça erguida, não fraquejar ou reclamar, a vida que me deu não fora fácil, nem a das mais belas, mas com certeza a mais real possível para se viver, nessa história revelo de forma poética o pouco que me foi contato de um Carvalho que jamais será esquecido, ainda que bloqueie mil vezes seu cheiro, sua risada boba e as palavras inventadas, sua história vive em mim. Sem pontos, sem virgulas e nenhum ponto final, vejo sua história sempre como um recomeço, lembro-me daquele dia em que perguntei como foi sua infância, a pele calejada pela vida sofrida e os olhos marejados me fizeram entender que era um privilegio reclamar de tudo, Carvalho viera de uma família humilde do interior do Pará, uma garota que sonhava em sair daquele lugar, pobreza extrema, fortes influencias para viver ao relento, mas certo dia conheceu um homem que era bem mais velho do que ela, não sabia se era o certo se envolver com alguém assim, mas ele demonstrou gentileza e lhe prometeu uma vida melhor do que aquela, ela muito...
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A mulher mais forte e resistente que conheci na vida, para ela não existia tempo ruim, a chuva que molhava levava as impurezas e angústias da vida, certo dia me perguntaram quem era a pessoas que mais admirava ou admirei nesse plano, perdida por alguns minutos em meus próprios pensamentos atordoados pela dúvida, logo pensei que poderia ser minha avó materna, mas ai não seria justo pois ela foi a única avó que conheci, mesmo amando muito ela não podia ser, fixei em uma pessoas que estava distante na minha memória, a angústia, ausência e saudade me fizeram esquecer desse alguém, ainda que fosse por proteção. Carvalho aguentou tanto que não resistiu, as dores e o sofrimento escondidos em seu olhar castanho azulado, as marcas da vida em sua pele \"morena cor de jambo\" não me parecia coerente essa cor, mas ela se via assim, hoje entendo genuinamente seu olhar, Carvalho me ensinou a amar o desconhecido, levantar cem vezes e esperar a próxima queda de cabeça erguida, não fraquejar ou reclamar, a vida que me deu não fora fácil, nem a das mais belas, mas com certeza a mais real possível para se viver, nessa história revelo de forma poética o pouco que me foi contato de um Carvalho que jamais será esquecido, ainda que bloqueie mil vezes seu cheiro, sua risada boba e as palavras inventadas, sua história vive em mim. Sem pontos, sem virgulas e nenhum ponto final, vejo sua história sempre como um recomeço, lembro-me daquele dia em que perguntei como foi sua infância, a pele calejada pela vida sofrida e os olhos marejados me fizeram entender que era um privilegio reclamar de tudo, Carvalho viera de uma família humilde do interior do Pará, uma garota que sonhava em sair daquele lugar, pobreza extrema, fortes influencias para viver ao relento, mas certo dia conheceu um homem que era bem mais velho do que ela, não sabia se era o certo se envolver com alguém assim, mas ele demonstrou gentileza e lhe prometeu uma vida melhor do que aquela, ela muito feliz com a ideia casou-se sem pensar duas vezes, este homem lhe deu uma casa, roupas e claro, muitos filhos, sua mãe não aprovava aquele casamento, mas também não moveu um velame para que pudesse mudar o destino de Carvalho, de seus irmão ela sempre foi a mais divertida, gostava de festejar com os amigos sem pensar no amanhã, porém teve que mudar sua vida para agradar seu companheiro, uma mãe zelosa, não comia um farelo de farinha sem que pudesse alimentar seus filhos, deixou de ser sua própria prioridade e assim foi vivendo, agora não mais por ela, mas pelos filhos e marido, o destino foi cruel, não tinha um pingo de felicidade, a sociedade lhe cobrava \"alegre-se\" agora você tem filhos, viva por eles, mas acontece que ela já não sabia viver desde o dia que escolheu viver com seu marido, entre idas e vindas finalmente veio a separação, separou-se do matrimonio e dos filhos, a casa e os moveis, mas o que nunca se separou dela foi a angústia de viver uma vida que não era dela. Quando aguentou até ultrapassar seus limites, Carvalho buscou distanciar-se dos seus bens mais preciosos, os filhos, sua presença não era mais a mesma de antes, muitos não entendia, a julgavam por agir assim, mas o que ninguém se propôs foi a estender as mãos e oferecer-lhe ajuda, Carvalho teve uma vida infeliz, dona de um sorriso encantador, bonita, inteligente e muito educada, infelizmente de tanto amar mais os outros do que a si mesma, desgastou-se, acometida por uma grave doença, partiu em um dia cinza e chuvoso, as lagrimas se misturavam com a chuva, era difícil de acredita que uma pessoa tão perfeita e amorosa pudesse partir tão cedo, os sonhos se acabavam no chão árido, peço desculpa por não ter pensado em você logo que me fizeram essa pergunta, hoje ainda sinto saudades do seu toque e cheiro de erva doce, das palavras bonitas e confortantes, será sempre meu Carvalho, obrigada por ser minha história também. Para todo sempre meu Carvalho, Júlia.
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