P/1 – Neuza, bom dia.
R – Bom dia!
P/1 – Eu gostaria de começar pedindo para que você nos diga seu nome completo, local e data de nascimento.
R – Neuza Maria Barbosa Petri, nasci no dia 20 de fevereiro de 1960, em Vitoria, Espirito Santo.
P/1 – E cresceu em Vitoria, mesmo?
R – Cresci. Nascida, criada, casada, tive filhos e trabalhando também na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos há 35 anos. Foi o meu primeiro emprego e ultimo, né?
P/1 – Olha só! Me conta um pouquinho como é que foi a sua infância em Vitoria.
R – Minha infância, uma infância bem gostosa, típica daquelas dos anos 60, né, aquelas brincadeiras de roda, aquelas cantigas, aquela infância de pé descalço, subia em árvores, brincava de amarelinha e depois já, né, aquelas brincadeiras de boneca, cozinhava, era assim que eram as crianças dos anos 60.
P/1 – Você tem irmãs? Tinha…
R – Tenho! Eu tenho uma irmã, mas quando a minha irmã nasceu, eu já tinha 13 anos…
P/1 – Olha só!
R – Então, eu brinquei muito pouco com ela.
P/1 – É uma diferença boa.
R – É bastante!
P/1 – Brincava com as amigas mesmo…
R – É, e tem outros irmãos mais próximos também, né? Somos em cinco filhos…
P/1 – Olha!
R – Eu sou a filha mais velha.
P/1 – E seus pais, faziam o quê?
R – Meus pais, minha mãe era professora e o meu pai, trabalhava na companhia de água do Espirito Santo, CESAN
P/1 – Bacana. Me conta um pouco como foi esse primeiro emprego, como é que nasceu essa opção, você… como é que aconteceu?
R – Assim que eu terminei o segundo grau, né, eu conheci uma colega no cursinho pré-vestibular e ela havia falado desse concurso nos Correios, eu me inscrevi, fui lá e fiz a prova, passei e fui trabalhar diretamente na área de RH e ai, fui desenvolvendo, trabalhei...
Continuar leituraP/1 – Neuza, bom dia.
R – Bom dia!
P/1 – Eu gostaria de começar pedindo para que você nos diga seu nome completo, local e data de nascimento.
R – Neuza Maria Barbosa Petri, nasci no dia 20 de fevereiro de 1960, em Vitoria, Espirito Santo.
P/1 – E cresceu em Vitoria, mesmo?
R – Cresci. Nascida, criada, casada, tive filhos e trabalhando também na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos há 35 anos. Foi o meu primeiro emprego e ultimo, né?
P/1 – Olha só! Me conta um pouquinho como é que foi a sua infância em Vitoria.
R – Minha infância, uma infância bem gostosa, típica daquelas dos anos 60, né, aquelas brincadeiras de roda, aquelas cantigas, aquela infância de pé descalço, subia em árvores, brincava de amarelinha e depois já, né, aquelas brincadeiras de boneca, cozinhava, era assim que eram as crianças dos anos 60.
P/1 – Você tem irmãs? Tinha…
R – Tenho! Eu tenho uma irmã, mas quando a minha irmã nasceu, eu já tinha 13 anos…
P/1 – Olha só!
R – Então, eu brinquei muito pouco com ela.
P/1 – É uma diferença boa.
R – É bastante!
P/1 – Brincava com as amigas mesmo…
R – É, e tem outros irmãos mais próximos também, né? Somos em cinco filhos…
P/1 – Olha!
R – Eu sou a filha mais velha.
P/1 – E seus pais, faziam o quê?
R – Meus pais, minha mãe era professora e o meu pai, trabalhava na companhia de água do Espirito Santo, CESAN
P/1 – Bacana. Me conta um pouco como foi esse primeiro emprego, como é que nasceu essa opção, você… como é que aconteceu?
R – Assim que eu terminei o segundo grau, né, eu conheci uma colega no cursinho pré-vestibular e ela havia falado desse concurso nos Correios, eu me inscrevi, fui lá e fiz a prova, passei e fui trabalhar diretamente na área de RH e ai, fui desenvolvendo, trabalhei 23 anos na área de RH e depois, fui trabalhar na área de Filatelia.
P/1 – Quando você fez a sua formação, você já trabalhava?
R – Já trabalhava, tudo e a formação foi toda desenvolvida e de uma oportunidade que a empresa nos concedeu.
P/1 – Você fez a sua formação em quê?
R – Eu sou formada em Administração com ênfase em Marketing. Depois, eu fiz pós-graduação em Gestão de Negócios também com ênfase em Marketing.
P/1 – Ai, você do RH, você já foi indo pro Marketing?
R – É, assim que eu terminei a minha formação em Administração com ênfase em Marketing, ai eu fui… teve uma oportunidade, que eu fui pra Negócios, que eu fui trabalhar na área de Negócios, gerenciando a área Filatélica.
P/1 – Quando que foi isso?
R – Em 2002.
P/1 – Já tem mais de dez anos, né?
R – É, 11 anos aproximadamente.
P/1 – O quê que mudou no seu trabalho nessa passagem do RH pra essa área mais de negócios?
R – Foi uma mudança radical, porque eu trabalhava desenvolvendo ações voltada para o endomarketing, cuidando e trabalhando e vivendo no RH, desenvolvendo ações para qualidade de vida e melhoria do atendimento do cliente interno. E ai, já foi um universo diferente.
P/1 – Cliente interno são os funcionários?
R – Os funcionários. E depois, fizemos desenvolvimento de ações voltadas para o cliente externo e trabalhando sempre otimizando com vendas e negocio dos produtos dos Correios.
P/1 – Então, antes de chegar na área do desenvolvimento do cliente externo, me conta um pouco como é que é esse tratamento também dos Correios com os funcionários, como é que é o interesse, que atividade vocês desenvolviam também nesse setor.
R – O cliente… eu trabalhei também na área de RH, na área de Benefícios e o Correios se preocupa, né, muito com essa área de benefícios e ele procura dar uma qualidade no trabalho para o empregado, então a gente desenvolvia ações também com o grupo de teatros, com o esporte, com ginástica laboral, então, tinha toda essa estrutura voltada para melhoria do empregado no local de trabalho e também extensivo à família, aos dependentes.
P/1 – Lá no Espirito Santo… você ficava focada em Vitoria…
R – Em Vitoria, na capital mesmo!
P/1 – Mas com o trabalho para o Espirito Santo todo?
R – Para o Espirito Santo todo.
P/1 – E é um número grande de funcionários lá no estado?
R – Atualmente, nós somos dois mil e cem, alguma coisa. Esse é o efetivo dos Correios no Espirito Santo.
P/1 – Vem crescendo?
R – Vem crescendo!
P/1 – Me conta então agora como é que foi a sua passagem para a agencia filatélica.
R – Foi uma oportunidade que surgiu…
P/1 – Você que se interessou?
R – Não, eu não imaginava. Eu recebi um convite de um diretor em função da aposentadoria de duas excelentes técnicas na área e surgiu essa oportunidade, pra mim foi um desafio radical! E ai, eu topei e ai, fui conhecer a área, fui receber treinamentos específicos e hoje, eu tô mergulhada nesse universo do selo.
P/1 – Essa formação especifica, ligada a área de selos?
R – À área de selos, filatelia é o estudo dos selos postais e o hábito de coleciona-los. A gente tem um segmento de colecionismo muito grande no mundo, mas o colecionador, se você coleciona boné, você vai juntando boné, coleciona caneta, você vai juntando caneta. Agora, o selo não, o selo, você estuda o selo e depois, você desenvolve o colecionismo.
P/1 – E tem um numero razoável de colecionadores…
R – No Espirito Santo, são aproximadamente cadastrados 200 filatelistas.
P/1 – Um bom numero!
R – Um bom numero.
P/1 – E essas pessoas frequentam? Tem uma associação? Como é que é? Como é que funciona?
R – Elas têm um encontro de multicolecionadores, né, de 15 em 15 dias, aos sábados. Funciona até num shopping, fora as ações que os Correios desenvolvem na própria unidade filatélica, a cada dois meses, eles têm um encontro que nós chamamos de bate-papo filatélico, “Café com Selo e Prosa”. Então, eles vão lá, bate-papo, tomam café, compram, trocam, vendem entre si, além das experiências e integração, né? Porque colecionar selos também é colecionar amizade.
P/1 – E cada agencia pode desenvolver um selo? Como é que funciona também isso? Você tá me falando: “A gente fez o selo da atleta de handebol…”, a…
R – Nós temos um produto chamado produto… um segmento chamado produtos personalizados, dentro dos produtos personalizados, nós temos o selo personalizado, você vai a uma agencia dos Correios e leva a sua foto, se você for uma pessoa física, e ali é produzido o seu selo.
P/1 – Ah é?
R – Do mesmo jeito que a pessoa jurídica, né, ela desenvolve uma logomarca, um aniversario, em uma data comemorativa, ou em acontecimento histórico, você vai até os Correios, você… ai a gente faz toda a abordagem, faz a apresentação do que é o produto e ali, você pode ter o seu próprio selo.
P/1 – Mas…
R – Foi o que aconteceu com a Alessandra. A Alessandra recebeu uma encomenda, né, uma homenagem e foi escolhida a melhor atleta de handebol do mundo. A Confederação, pra homenageá-la, produziu o selo personalizado, que tem a foto dela, né, histórica. E houve um lançamento em Vitoria, porque Vitoria é o local de nascimento dela e ela foi homenageada em Vitoria, junto com a família, houve um jogo: Brasil e Áustria, e depois um jantar, foi lançado o selo e esse selo, hoje, tá circulando o mundo inteiro. Não só nas mãos dos colecionadores, porque o selo também ele serve como franquia, né, loteamento de correspondência.
P/1 – Esse é o outro selo que você falou que qualquer um pode entrar na agencia e pedir, dar uma foto…
R – É o selo personalizado.
P/1 – Mas eu posso postar uma carta com esse selo?
R – Pode! Esse selo tem um valor comercial.
P/1 – Jura?
R – É!
P/1 – Essa eu não sabia! Muito bom!
R – É o produto, que ele, além de emocionar, né, ele divulga, né, a imagem das pessoas e circula o mundo inteiro.
P/1 – Olha, mas acho isso pouco divulgado, acho que muita gente iria achar graça…
R – Sim, infelizmente, esse produto é pouco divulgado nos Correios. Mas aqui na Brasiliana, no estande aqui da Agencia Conceito, aqui dos Correios, você pode fazer o seu selo.
P/1 – Olha que bacana!
R – Eu fiz o meu, até porque saiu uma nova vinheta, e eu aproveitei e já fiz o meu selo.
P/1 – Como uma nova vinheta? Explica pra gente.
R – Uma nova imagem tá circulando, tá sendo lançada aqui na Brasiliana.
P/1 – Ah é?
R – É!
P/1 – Olha só! E assim, do evento, você tá dez anos, você já… tem participado desses eventos de filatelia, como é que é?
R – Sim. eu participei de alguns eventos regionais nacionais. Agora, mundial, é a primeira vez, até porque, tem 20 anos que o correio brasileiro, né, ele não sedia um evento mundial de filatelia e tá sendo muito gratificante de ter podido ser escolhida pela empresa para estar compondo esse grupo de trabalho. E o espaço tá muito lindo, muito atrativo, essa própria inovação, né, agregando a tecnologia, né, o próprio Museu da Pessoa, ele tem sido… deu uma contribuição muito grande pra essa exposição.
P/1 – Neuza, me conta assim, você falou que há quanto que você tá já trabalhando?
R – Trinta e cinco anos.
P/1 – Nesses… ontem, um outro rapaz também de uma agência me falou assim: “Eu sou 10% dos Correios. Desses 350, meus 35 são 10%”.
R – Sim! Eu também, né? Faço parte desse time.
P/1 – É, você é desse time. E nesse seu tempo, o quê que mudou nos Correios de quando você entrou pra hoje?
R – O que mudou foi esse segmento, essa inovação, a chegada da tecnologia e o correios, ele não parou, ele tá se reinventando a cada instante, por isso que a empresa permanece, né, até você pode ver pelo próprio selo, o selo foi inventado em 1840, em 1843, nós fomos o segundo país no mundo a lançar um selo. E até hoje, o selo continua acontecendo, nós tivemos um avanço tecnológico, evolução industrial e o selo tá ai selando as pessoas, selando a amizade, né, e servindo também como porteamento de correspondência.
P/1 – Eu fiquei muito impressionada com as pessoas, com colecionadores que a gente entrevistou, com a paixão que eles têm. Você pegou essa paixão, também, por selo?
R – Ah, isso é um vírus. Não tem como não se apaixonar, o que a cultura, a historia, ela nos reporta, né, a essa viagem inesquecível ao túnel do tempo e esse registro não tem como não se apaixonar e o selo, ele possui essa mágica. Os filatelistas, eles utilizam um mote que fala assim: “Colecionar selos é viajar o mundo inteiro sem tirar o pé do chão”, e você viaja o mundo inteiro sem tirar o pé do chão.
P/1 – Que bonitinho, muito bonito! Assim também, me conta uma história desse seu tempo de trabalho, deve ter muitas. Tratar com o publico é diferente, né, do que um trabalho interno, tem historia?
R – Tem, tenho muitas historias.
P/1 – Conta, seleciona ai uma que a sua memoria… que você gosta.
R – De uma criança que chegou na filatelia pra comprar um selo pra fazer um trabalho, né, ai nós vendemos o selo, né, fizemos o atendimento e dali, ela ficou assim, encantada com aquele monte de informação. E hoje, essa criança… ela já é uma moça, né, a criança cresceu, já tem 19 anos, né, já é monitora até na faculdade de Direito e ela registra que foi através da filatelia que ela despertou pra essa curiosidade, esse hábito da leitura.
P/1 – Que bonitinho! Muito bonito isso… Tem alguma outra também assim, que você queira deixar gravado?
R – O projeto Papai Noel dos Correios.
P/1 – Como é que é?
R – Quando você adora uma carta, né, e você faz uma criança feliz e a gente percebe através desse projeto, que muitas das vezes, ao se deparar com aquelas cartas, as crianças daquele mundo da imaginação, ela coloca todo o seu sentimento e a sua necessidade, quando uma… ela não queria, ela não pediu um presente, ela queria uma cesta básica, porque ela queria comer no Natal. E isso ai é marcante, porque a gente, muitas vezes, fica se reportando da fome, da tristeza, da miséria em outro país e às vezes, a coisa tá acontecendo no quintal da nossa casa e a gente ainda não percebeu.
P/1 – É verdade. E esse projeto do Papai Noel já tem muito tempo, Neuza?
R – Sim, é um projeto corporativo, e ele já funciona mais de 20 anos.
P/1 – Há mais de 20 anos?
R – Há mais de 20 anos.
P/1 – Eu não tinha noção.
R – Há mais de 20 anos.
P/1 – E muita gente participa, né?
R – Sim, sim! São mais de 15 mil cartas. Só na minha regional, né, imagina o Brasil todo!
P/1 – Que conquista mesmo, né, o coração…
R – É, o coração envolve as pessoas.
P/1 – Muito bonito isso…
R – E muitas das vezes, não é só naquele período do Natal, que aquele período do Natal, né, e aquilo ali se estende para outras oportunidades. Eu faço voluntariado, porque eu sou evangélica, eu faço parte de um grupo da igreja evangélica, eu faço voluntariado numa igreja infantil. Então, ali a gente percebe, né, que aquilo ali não é só por aquele período do ano, é o ano inteiro, da gente poder estar abençoando e sendo um canal, né, de estimulo, de alegria para as pessoas.
P/1 – É verdade. Me conta um pouco da sua vida. Nesse período, você casou, você teve filho, como é que foi?
R – Sim, eu casei, depois separei, depois fiquei… dentro da separação, fiquei viúva, tive os meus filhos, minhas filhas…
P/1 – Quantos filhos?
R – Tive duas filhas, né, hoje já são adultas.
P/1 – Qual o nome delas?
R – Maiara e Mariana.
P/1 – Já são adultas?
R – Uma é administradora e a outra é enfermeira, então elas estão bem, já seguindo a vida delas e dando também a contribuição delas pro mundo.
P/1 – Olha, que bacana. Neuza, tem alguma outra historia que você gostaria de contar também, de deixar registrado, alguma coisa que a gente não falou…
R – O que eu queria deixar registrado é essa… o que eu vou deixar registrado mesmo é essa oportunidade que o Museu da Pessoa tá dando, né, pra nós aqui cidadãos aqui no Brasil, de estar registrando não só a historia dos 350 anos do Correios, mas a historia de sermos pessoas melhores e registrando aquilo de positivo que a gente tem para deixar na humanidade.
P/1 – Você tem toda razão. Muito bonitas as tuas palavras… pessoas como você. Neuza, muitíssimo obrigada pela sua colaboração.
R – Parabéns. Eu fiquei assim, encantada, o livro, né, que eu tô trabalhando aqui, então tô aqui desde o dia que vocês estavam…
P/1 – Que bom que você veio! Mas conta também um pouquinho também…
R – E as meninas: “Tal, tal, tal…”, aquela coisa, “Não, agora não dá, deixa a hora que acalmar, a gente vem”. Então, e ontem, com a historia do… o livro, né, que você tea lendo… e a gente tá passando, né, tô falando: “A gente tá trabalhando”, a gente tá passando, ontem quando o livro foi lançado, gente! Tudo de bom! É muito gostoso. E a gente tá se perdendo muito isso…
P/1 – Não, mas é bom recuperar um pouquinho com vocês. Olha, só tem aparecido gente bacana. Muito bacana, mesmo!
FINAL DA ENTREVISTA
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