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Por: Angelo Brás Fernandes Callou, 23 de dezembro de 2021

It´s all truth em Sertânia

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It´s all truth em Sertânia

It’s all truth em Sertânia

Por Angelo Brás Fernandes Callou

Eu devia ter uns 9 anos de idade, quando ouvi, com espanto, minha mãe comentar que as cabeças de Lampião e de Maria Bonita, entre outros líderes do cangaço, estavam expostas no Museu do Instituto de Medicina Legal Nina Rodrigues, em Salvador, sua terra natal. Lúgubre museu. Só por força da lei, em 1969 devolveu os restos mortais das vítimas da degola aos seus familiares.

Décadas depois, já como professor da universidade, fui ministrar um curso em Piranhas (AL). Aproveitei a oportunidade e me dirigi às escadarias da Prefeitura, onde aquelas cabeças foram dispostas, logo após serem ceifadas na Grota do Angico, cerco final a Lampião. Era minha reverência silenciosa aos que lutaram pela desigualdade social nos sertões nordestinos. Cheguei a iniciar a trilha até o Monumento Natural da Grota do Angico, mas, como estava sozinho e não sou do Sertão, me acovardei e bati em retirada, por receio de me perder no meio da caatinga. Arrependo-me até hoje.

Minha admiração pelos movimentos de resistência sertaneja, sejam eles classificados de banditismo ou messianismo, como analisam Eric Hobsbawm, em Bandidos, e Maria Isaura Pereira de Queiroz, em O Messianismo no Brasil e no mundo, levou-me, também, apesar do difícil acesso, ao Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, no cariri cearense. Ali aconteceu o massacre brutal ao movimento messiânico, instalado nesse arraial nos anos 1920/30, ao redor do beato José Lourenço. Os movimentos messiânicos no Nordeste sempre foram vítimas de extermínio pelo Estado brasileiro.

O filme Sertânia (2020, 96 min.), com roteiro e direção de Geraldo Sarno, abriu o baú dessas memórias, que aliadas a toda uma filmografia do cangaço, de Lima Barreto (O Cangaceiro, 1953) a Lírio Ferreira e Paulo Caldas (Baile Perfumado, 1997), passando pela fotografia e pela literatura, nos intima a reposicionar o olhar para o Sertão de agora, a partir do...

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Palavras-chave: fotografia, cangaço, cinema, sertão

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