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Por: Museu da Pessoa, 22 de setembro de 2020

Isso ainda existe, é real?

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Isso ainda existe, é real?

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Olha, eu quero fazer um registro pra você. Eu disse que eu sou de Barcarena, do tempo da luz de lanterna, da lamparina, do lampião: aqui não tinha energia, não tinha televisão e depois que passa isso, a gente vê que era bom. Às vezes, a gente fala nos mitos, lobisomem, curupira. Então, um dia me perguntaram se eu acreditava nisso. Eu falei: "Ah, se a gente for ver, hoje em dia eu não acredito”. Tu vai dizer que não acredita, porque é uma situação difícil da gente lidar.

Bem, quando o meu pai se acidentou com uma serra em 1981, próximo de casa era bem escuro, e aí papai foi pro hospital com a mamãe, a gente ficou só em casa. Aí quando eu vi a minha irmã começou a chorar e disse: “Eu vi, eu vi!”. Ela viu e pegava de desespero, eu peguei também.. Aí já depois de muito tempo desse a gente tava numa resenha, e eu: "Silvia, eu tenho curiosidade de te perguntar...". A minha irmã é conhecida como Silvia, mas o nome dela é Raimunda, Raimunda Muniz, Marinho Muniz. Aí: "Quando o papai se acidento, aquilo ficou marcado em mim" "O que, mano? Do corte?". "Não, eu não vi o papai, só sabia que ele tinha ido pra Belém. É que tu falava assim: ‘Eu vi, eu vi’. Aí tu fechava o olho: ‘Veio dali, eu vi, eu vi, eu vi’. E o que tu viu, mana?".

Ela me disse: "Eu vi duas bolas de fogo vindo desse tamanho, na minha direção assim, e aí elas pararam no ar. Do nada, saíram assim. Algo cinematográfico. Algo de televisão”. Outro colega, o Abadias Miri, falou que um dia aquilo mesmo botou ele pra correr tanto, cara, lá no campo da aviação de Barcarena: era lá que as pessoas falavam que acontecia. Muitas outras pessoas falaram a mesma coisa. Acho que é a Matita Pereira. Hoje em dia eu só quero saber se isso ainda existe, se é real.

Dados de acervo

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P1: Nazareno, você me fala então o seu nome inteiro, local de nascimento e que data foi.

R1: É... eu sou Nazareno Muniz. Eu nasci em Barcarena, em 1974, na comunidade Arienga Estrada. Lá que eu nasci.

P1: Que dia que foi?

R1: 13 de outubro de 1974.

P1: Qual que é o nome do seu pai e da sua mãe?

R1: Do meu pai é Marinho Monteiro da Conceição e minha mãe Erundina Marinho Muniz. Agora, da Conceição. Eu sou registrado só no nome de minha mãe.

P1: Por quê?

R: É... que naquela época não tinha salário família ((risos)) Aí nascia, principalmente aqui no interior, acho que com muita gente era assim: “Ah, vai lá registrá-lo, eu estou ocupado, eu estou na roça”. Lavrador e tal. Aí mamãe foi. Naquela época também não tinha muita exigência, eu acho, aí registrou eu. Mas eu fui criado por ele até... ele era trinta anos mais velho que a minha mãe, o meu pai. Ele já tinha uma família, onde o meu irmão mais velho, é mais velho que a minha mãe, no caso, né? Eles são naturais de Inhangapi, meu pai e minha mãe, de Castanhal, Inhangapi, né? Fica lá em Castanhal, pra aquele rumo lá, naquela direção. E aí ele já tinha... teve uma família e depois veio constituir uma outra família, já com a minha mãe. Trinta anos de diferença. Aí... por isso que eu só tenho o sobrenome da minha mãe, de minha mãe. E agora, ela tem o dele, já depois dos sessenta anos, ela casou com ele. Ele já se foi. Já partiu.

P1: Você conheceu os pais de seu pai?

R1: Não. Eu só conheci... devido ter essa diferença aí, de idade, eu já vim conhecer só a mãe de minha mãe, que foi a minha vó. Raimunda Lira, era a minha vó, o nome dela.

P1: Como é que ela era?

R1: Lá em Inhangapi. Olha lá. Uma senhora assim, do cabelo meio... inclusive, o meu quando cresce, fica assim, enroladinho, né, aqueles crespos. E ela era alegre. Uma senhora alegre. Eu a conheci, eu tinha mais ou menos uns dez anos, doze, na época.

P: E ela morava em Inhangapi?

R: Em...

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