Eu, Carolaine Bezerra da Costa, nasci no dia 20 de Novembro de 2000, já cheguei em uma data marcante, pois naquela data também era comemorado o dia da consciência negra, ual interessante não é, e para fazer feito com esse movimento minha vida também foi bastante marcante e para dar início com...Continuar leitura
Eu, Carolaine Bezerra da Costa, nasci no dia 20 de Novembro de 2000, já cheguei em uma data marcante, pois naquela data também era comemorado o dia da consciência negra, ual interessante não é, e para fazer feito com esse movimento minha vida também foi bastante marcante e para dar início começo com minha vinda ao mundo detalhe não foi planejada. Minha mãe Maria já tinha uma filha quando acreditou na crença que mulher amamentando não engravidava e adivinha, passou uns meses e ela me descobriu rsrs. E antes dela completar os seus nove meses eu quis vim ao mundo, logo meus pais começaram com a correria, pois morávamos na Zona Rural de Cruzeiro do Sul e conseguimos chegar na maternidade mais próxima, minha mãe sentindo muita dor e por volta das 15:00 horas eu nasci.
Durante minha infância fui uma criança feliz, morávamos na Zona Rural da Vila São Pedro ainda em Cruzeiro, à como eu amava morar ali, minhas melhores imaginação partiam daquela vivencia que tínhamos, não havíamos uma condição más com o dinheiro que meus pais tiravam do roçado era o suficiente para nossa felicidade, com as histórias que minha conta hoje confesso ter dado um pouco de trabalho alias mais que minha irmã Keila. Chegou uma determinada época em que eu e minha irmã fomos separadas, ela teve que ir morar com meus avos para poder estudar, pois onde morávamos o estudo não era bom, havia apenas uma escola e essa misturava os alunos, as series e apenas um único professor. Foi então que fiquei sozinha com os meus pais, portanto fiquei ainda mais apegada a eles e não saia de perto por nada.
Ainda na minha infância, com 5 anos de idade fui diagnosticada com sopro no coração uma descoberta tardia para idade, essa descoberta se deu porque minha mãe Maria e meu pai Francisco desconfiaram que algo estava errado, foi quando eles perceberam que eu já não conseguia correr porque ficava morrendo com falta de ar e meu coração ficava muito acelerado quase saindo para fora, foram dias com essa dificuldade não podia fazer nada que já me cansava, fui levada ao médico em um cardiologista e lembro desse doutor já um senhor de idade, seu nome era Geovane e com clareza deu o diagnóstico e rapidamente pediu um encaminhamento para Rio Branco, devido eu precisar da cirurgia para tal correção na doença.
Em 2005 quando começou nossa luta, meu pai teve que vender algumas coisas e redobrar o serviço para conseguir dinheiro, pois eu e minha mãe precisaríamos para custear as despesas da viagem, não foi uma época muito boa para meus pais, um certo medo e também uma esperança porque eu podia ficar curada mas também podia não voltar, o que ficava mais difícil era os comentários das pessoas, imagina para um pai ou para uma mãe ouvir dizer que sua filha não vai sobreviver, pois é eles passaram por isso, e agradeço muito a eles por nunca terem acreditado nisso.
O ano era 2018 quando terminei meus estudos, foi um ano bastante corrido, pois fazia um curso pela manhã e estudava a tarde, porém no final foi gratificante e graças a esse curso de logística conheci pessoas muito especiais que mais tarde fariam presentes no meu percurso. E com o termino do ensino médio veio a cobrança e a ansiedade para saber se tinha passado no Enem, minha mãe sempre me cobrou um pouco, porque minha irmã tinha passado e já estava fazendo faculdade então para ela eu também tinha que passar.
E no ano seguinte saiu o tão esperado resultado, foi então que a partir de março de 2019 que iniciei minha trajetória como estudante de uma Universidade Federal, eita que nos deu uma alegria enorme, uma realização para meus pais e para mim um desafio que acaba de se iniciar. E no mesmo mês me veio outra conquista aguardava por uma oportunidade de emprego, pois me sentia na obrigação de ajudar em casa porque só com o salário do meu pai não era o suficiente para as despesas da casa, das nossas coisas e para nos ajudar na faculdade via seu esforço, foi então que aquelas pessoas que falei anteriormente entraram na minha vida, fui chamada para trabalhar em uma empresa chamada " Ecoacre” onde estou até hoje.
Eu achava que não seria tão complicado conciliar estudo e trabalho e olha só o tombo, minha rotina sempre foi essa acordar às 5 da manhã e chegar em casa às 20:00 ou 21:00 da noite, foram longos anos assim dependendo de transporte público, passando a ter uma má alimentação e uma enorme perca de sono, meus pais sempre nessa luta comigo indo me deixar e me buscar, sou grata a eles e boa parte de eu não ter desistido até hoje foi por causa deles, essa será uma conquista nossa.
No final do ano de 2019 conheci uma pessoa muito especial na minha vida, meu esposo Dejair, este tem um papel fundamental na minha vida. Ele é um companheiro e tanto me dá o apoio e me ajuda na atividade, pois ele já tem uma graduação e com isso me ajuda bastante, com a dificuldade de ir e vim a faculdade tomei a iniciativa de sair de casa é ir morar com o Dejair, algo que parecia ser loucura no momento, porém foi o que me ajudou bastante em consequência ao meu desenvolvimento.
No ano de 2020 passávamos por um colapso de uma doença a Covid-19 como é conhecida, a partir daí as coisas começaram a ficar difícil, pois passamos a ter aulas online devido as consequências dessa doença. As dificuldades começaram quando passar horas sentadas em frente ao computar tornaram-se umas dificuldades, dores constantes nos olhos, a frequência de barulhos externos e a timidez em frente às câmeras, além dessas dificuldades tive a ajuda da minha amiga Leidimara, pois com a dificuldade de assistir as aulas ela me compartilhava as coisas, sou grata a ela pela ajuda.
Neste mesmo ano me veio a surpresa engravidei e no final de 2020 tive meu filho Gael que hoje tem 1 ano de idade, aparentemente tudo apontava para que eu desistisse, porque não é fácil lidar com as aulas, o trabalho, casa e um bebe pequeno, as dificuldades são grandes, porém hoje tenho o suporte para não desistir e meu filho é minha maior motivação para que eu chegue ao fim dessa faculdade, pois acredito em um futuro melhor para ele e para nós.
O curso de Pedagogia me trouxe um novo olhar e através da minha trajetória espero assim ajudar a transformar as pessoas e acredito que essa transformação se dá através da educação. E assim como eu não desistir espero um dia ser o suporte para que uma criança não desista de tentar. Porque tenho a pedagogia como a esperança e depende de mim, ser uma boa professora, hoje ainda não me considero uma professora, más estou chegando lá.Recolher