Estavamos na beira da praia conversando. Amigos que não identifico e o mar à minha direita. O céu um pouco mais escuro. Quando de repente se forma um grande placa de água vinda de trás deles. Estranho ver essa enorme onda lateral deslocada do mar. Um paredão ameaçador. Veio assustadoramente para somente molhar nossos pés. Depois veio outra. Se repete à ameaça que não croncretiza o infortúnio. Somos salvos e continuamos parados. Surpresos e sem ação. A terceira muralha dágua nos cobriu deixando dia virar noite. Foi lhanosa e silenciosa. Já estou apenas com meu filho caçula que dorme ao meu lado. Sobre nós uma camada fina e transparente em forma de bolha segura as águas turvas. Meu filho deitado serenamente. Minha sensação é da paz de quem foi salva do afogamento. Submersa, uma aura de luz me permite enxergar. Não vi e nem senti a água sobre meus poros. Era uma água de sabor frio. Molhada apenas de boa sensação. Eu e meu filho tínhamos encontrado juntos o fim da existência sem o medo e a dor que tanto tememos, os viventes.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
O medo do desconhecido. Querer controlar o incontrolável. Medo de situações limítrofes.