Meu nome é Nataniel Tadeu de Torres Vieira. Hoje é dia 27 de Julho de 2020 e esse é o meu quinto dia da jornada de sete dias.
O dia transcorreu normalmente. Em dia de semana costumo acordar cedo, tomar café, trabalhar, almoçar após deixar as tarefas do home office, limpar a casa, cuidar dos gatos, jantar e assistir as minhas aulas EAD.
Mas hoje especificamente, quando foi pedido para que eu prestasse atenção nas minhas ações automáticas, foi que me dei conta do "novo normal", termo cunhado nesses últimos tempos de isolamento social e que as mídias tem divulgado massivamente. Realmente, esse "comum", é o normal de agora, por causa da pandemia. Se eu estivesse saindo para trabalhar e estudar, talvez tivesse ligado em outros automatismos. A diferença é que teria bem mais opções.
Provavelmente, se estivesse disposto, após o trabalho, talvez fosse ao sesc, como costumava fazer, ou fosse encontrar algum amigo para um café da tarde ou mesmo fosse nadar, visitar alguma exposição. De alguma forma, esses também são automáticos porque vou dançando conforme a música e o meu humor e os compromissos no dia, a diferença é que as possibilidades se limitaram ou são outras estando somente em casa.
Nos dias em que estou aflito por estar "trancado", tento inventar algo diferente: dançar, desenhar, meditar, inventar algum DIY para mudar a estética da casa. Tem dias, que subo no telhado para tomar sol, porque o jardim da minha casa recebe luz solar apenas num determinado horário do dia, no resto é sombra. E depois de anos sem subir lá, fazia muito isso na infância e em algum momento da idade adulta parei, vi que perdi o vista de antes. Moro em um bairro de periferia, próximo à Serra da Cantareira, quando minha família se mudou pra cá em meados dos anos 80, ao subir na laje, podíamos avistar a serra, as casas do bairro, o Cemitério do Horto (que nada tem de mórbido visualmente, pois é aquele tipo de campa em gramado e víamos uma...
Continuar leitura
Meu nome é Nataniel Tadeu de Torres Vieira. Hoje é dia 27 de Julho de 2020 e esse é o meu quinto dia da jornada de sete dias.
O dia transcorreu normalmente. Em dia de semana costumo acordar cedo, tomar café, trabalhar, almoçar após deixar as tarefas do home office, limpar a casa, cuidar dos gatos, jantar e assistir as minhas aulas EAD.
Mas hoje especificamente, quando foi pedido para que eu prestasse atenção nas minhas ações automáticas, foi que me dei conta do "novo normal", termo cunhado nesses últimos tempos de isolamento social e que as mídias tem divulgado massivamente. Realmente, esse "comum", é o normal de agora, por causa da pandemia. Se eu estivesse saindo para trabalhar e estudar, talvez tivesse ligado em outros automatismos. A diferença é que teria bem mais opções.
Provavelmente, se estivesse disposto, após o trabalho, talvez fosse ao sesc, como costumava fazer, ou fosse encontrar algum amigo para um café da tarde ou mesmo fosse nadar, visitar alguma exposição. De alguma forma, esses também são automáticos porque vou dançando conforme a música e o meu humor e os compromissos no dia, a diferença é que as possibilidades se limitaram ou são outras estando somente em casa.
Nos dias em que estou aflito por estar "trancado", tento inventar algo diferente: dançar, desenhar, meditar, inventar algum DIY para mudar a estética da casa. Tem dias, que subo no telhado para tomar sol, porque o jardim da minha casa recebe luz solar apenas num determinado horário do dia, no resto é sombra. E depois de anos sem subir lá, fazia muito isso na infância e em algum momento da idade adulta parei, vi que perdi o vista de antes. Moro em um bairro de periferia, próximo à Serra da Cantareira, quando minha família se mudou pra cá em meados dos anos 80, ao subir na laje, podíamos avistar a serra, as casas do bairro, o Cemitério do Horto (que nada tem de mórbido visualmente, pois é aquele tipo de campa em gramado e víamos uma larga extensão verde, repleta de pinheiros). Hoje todas as casas ao redor cresceram verticalmente. Sinto-me cercado por muros e cimento. Nem consigo mais assistir ao sol nascer ou se por detrás das montanhas. E isso é o que mais sinto falta, de horizonte.
Para finalizar menos melancólico, uma coisa boa aconteceu hoje para mim. Pode parecer apenas uma conquista insignificante, mas consigo analisá-la por outra perspectiva que não somente a da realização pessoal: entreguei o TCC do meu curso de Museologia. Talvez seja uma forma diferente de enxergar outros tipos de panoramas que tanto tenho procurado nesses dias. Talvez a vida esteja me dando a chance de fazer e ver coisas que nunca fizesse ou experimentasse em outra circunstância. É isso? Não sei. Mas, é o que tem pra hoje. Então, vou tentar o melhor que eu conseguir com o que tenho agora.
Recolher