É preciso fazer uma releitura das camadas sociais que envolvem a Mulher-Mãe no conceito \\\"demoníaca\\\" dos dias atuais. Num passado muito recente, a mulher boa ficava em casa organizando o lar e cuidando dos filhos integralmente. Mesmo que essa posição surgisse de sua própria vontade, havia uma questão compulsória alimentada pelo sistema patriarcal, e atualmente quase nada mudou.
Mesmo quando passamos a usufruir das conquistas de \\\"equidade\\\", somos condicionadas a sempre nos sacrificar em prol dos cuidados alheios. O estereótipo da mulher boa e \\\"santa\\\" entra em contradição quando os comportamentos sociais dela não correspondem às expectativas da comunidade ao seu redor. Vivemos em uma sociedade ávida por julgar, apontar erros e impor suas \\\"verdades absolutas\\\" sobre as mulheres, especialmente quando estas são mães. Esse julgamento implacável não apenas cria um ambiente hostil, mas também perpetua a pressão para que as mulheres se conformem a padrões muitas vezes inatingíveis e irreais.
As mães, em particular, encontram-se no epicentro dessa tempestade de expectativas. Elas são frequentemente colocadas em pedestais, idealizadas como figuras de abnegação e perfeição. No entanto, qualquer desvio da norma - seja na maneira como educam seus filhos, nas escolhas de carreira ou até mesmo nas decisões para suprir suas necessidades pessoais - é rapidamente criticado.
A sociedade, em sua ânsia por manter essas mulheres dentro de um molde restritivo, não hesita em julgar severamente qualquer ação que perceba como \\\"inadequada\\\".
A mulher é vista como santa e boa quando se dedica ao crescimento pessoal e luta para conquistar seu espaço no mercado de trabalho. No entanto, ela é imediatamente demonizada e jogada na fogueira dos julgamentos alheios quando escolhe usufruir do seu direito de ser livre. A sociedade espera que ela trabalhe sim, mas que invista o dinheiro, fruto de seu esforço, apenas em coisas...
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É preciso fazer uma releitura das camadas sociais que envolvem a Mulher-Mãe no conceito \\\"demoníaca\\\" dos dias atuais. Num passado muito recente, a mulher boa ficava em casa organizando o lar e cuidando dos filhos integralmente. Mesmo que essa posição surgisse de sua própria vontade, havia uma questão compulsória alimentada pelo sistema patriarcal, e atualmente quase nada mudou.
Mesmo quando passamos a usufruir das conquistas de \\\"equidade\\\", somos condicionadas a sempre nos sacrificar em prol dos cuidados alheios. O estereótipo da mulher boa e \\\"santa\\\" entra em contradição quando os comportamentos sociais dela não correspondem às expectativas da comunidade ao seu redor. Vivemos em uma sociedade ávida por julgar, apontar erros e impor suas \\\"verdades absolutas\\\" sobre as mulheres, especialmente quando estas são mães. Esse julgamento implacável não apenas cria um ambiente hostil, mas também perpetua a pressão para que as mulheres se conformem a padrões muitas vezes inatingíveis e irreais.
As mães, em particular, encontram-se no epicentro dessa tempestade de expectativas. Elas são frequentemente colocadas em pedestais, idealizadas como figuras de abnegação e perfeição. No entanto, qualquer desvio da norma - seja na maneira como educam seus filhos, nas escolhas de carreira ou até mesmo nas decisões para suprir suas necessidades pessoais - é rapidamente criticado.
A sociedade, em sua ânsia por manter essas mulheres dentro de um molde restritivo, não hesita em julgar severamente qualquer ação que perceba como \\\"inadequada\\\".
A mulher é vista como santa e boa quando se dedica ao crescimento pessoal e luta para conquistar seu espaço no mercado de trabalho. No entanto, ela é imediatamente demonizada e jogada na fogueira dos julgamentos alheios quando escolhe usufruir do seu direito de ser livre. A sociedade espera que ela trabalhe sim, mas que invista o dinheiro, fruto de seu esforço, apenas em coisas que beneficiem o lar, os filhos e o casamento.
Essa visão restritiva e crítica não só limita a liberdade das mães, mas também ignora suas necessidades individuais e seu direito de buscar felicidade e realização pessoal, fora dos rótulos sociais. Existe uma vida individual e desejos a serem supridos que não incluem nossos filhos, e muito menos o nosso casamento ou a nossa carreira.
Essa dualidade de expectativas – trabalhar arduamente e sacrificar-se pelo lar – coloca uma carga insustentável sobre nós, mulheres mães, gerando sentimentos de culpa e inadequação.
É fundamental que possamos começar a desafiar essa mentalidade hipócrita e lutarmos para promover uma compreensão mais profunda e empática das escolhas e realidades das mulheres.
Somente assim poderemos construir uma sociedade mais justa e equitativa, onde todas as mães tenham a liberdade de viver plenamente, de acordo com seus próprios valores e desejos, sem que o nosso maternar seja medido por uma régua que apenas nos invalida.
A fogueira está sempre pronta para queimar mães \\\"pecadoras\\\" diante dos olhares atentos e ferozes de uma sociedade lambuzada de hipocrisia.
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