P1 - Rosemeire, bom dia! Você poderia começar falando o seu nome completo, local e data de nascimento?
R - Bom dia! Meu nome é Rosemeire Rodrigues de Oliveira, nasci na cidade de Diadema, no estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 1976.
P1 - Rosemeire, você poderia falar para a gente a sua trajetória, e como você acabou chegando no CDI [Comitê para Democratização da Informática]?
R - Trajetória?
P1 - Pessoal, de formação ____________ no que você é formada e como foi o contato com o CDI?
R - Bom, eu fiz magistério, terminei em 1996. Aí eu parti para trabalhar em uma creche. Trabalhei lá durante dois anos e pouco. Aí eu fiquei um tempo desempregada. Acho que foram 10 meses desempregada. Depois desses 10 meses, eu fui à procura de um estágio, já estava no segundo ano da faculdade. Aí então eu fiz contato com o CIEE [Centro de Integração Empresa-Escola] que me falou da vaga no CDI. Fiz contato, participei do processo seletivo, aí então fui aprovada e então eu entrei no CDI para trabalhar como assistente de projeto.
P2 - Você era estudante ainda, né?
R - Sim, eu era estudante. Era uma proposta de estágio, né, como assistente de projeto. Aí eu fiquei durante um ano como assistente de projetos, depois eu fui promovida à assistente de projetos sênior, depois de quase um ano também fui promovida à coordenadora de projetos. Tem um ano e três meses que eu sou coordenadora de projetos.
P1 - Você já tinha ouvido falar do CDI antes? Qual foi a primeira vez que você...
R - Foi na entrevista. No processo seletivo.
P1 - E quando você entrou, quem é que estava na coordenação de projetos?
R - Era a Fernanda Mota. A primeira coordenadora de projetos do CDI São Paulo.
P1 - O que é que você encontrou? Você lembra qual era a situação a área de projetos na época que você entrou?
R - Estava em um momento de implantação da área, de conhecimento das atividades da área de projetos. Tinha cerca de quatro...
Continuar leituraP1 - Rosemeire, bom dia! Você poderia começar falando o seu nome completo, local e data de nascimento?
R - Bom dia! Meu nome é Rosemeire Rodrigues de Oliveira, nasci na cidade de Diadema, no estado de São Paulo, no dia 26 de agosto de 1976.
P1 - Rosemeire, você poderia falar para a gente a sua trajetória, e como você acabou chegando no CDI [Comitê para Democratização da Informática]?
R - Trajetória?
P1 - Pessoal, de formação ____________ no que você é formada e como foi o contato com o CDI?
R - Bom, eu fiz magistério, terminei em 1996. Aí eu parti para trabalhar em uma creche. Trabalhei lá durante dois anos e pouco. Aí eu fiquei um tempo desempregada. Acho que foram 10 meses desempregada. Depois desses 10 meses, eu fui à procura de um estágio, já estava no segundo ano da faculdade. Aí então eu fiz contato com o CIEE [Centro de Integração Empresa-Escola] que me falou da vaga no CDI. Fiz contato, participei do processo seletivo, aí então fui aprovada e então eu entrei no CDI para trabalhar como assistente de projeto.
P2 - Você era estudante ainda, né?
R - Sim, eu era estudante. Era uma proposta de estágio, né, como assistente de projeto. Aí eu fiquei durante um ano como assistente de projetos, depois eu fui promovida à assistente de projetos sênior, depois de quase um ano também fui promovida à coordenadora de projetos. Tem um ano e três meses que eu sou coordenadora de projetos.
P1 - Você já tinha ouvido falar do CDI antes? Qual foi a primeira vez que você...
R - Foi na entrevista. No processo seletivo.
P1 - E quando você entrou, quem é que estava na coordenação de projetos?
R - Era a Fernanda Mota. A primeira coordenadora de projetos do CDI São Paulo.
P1 - O que é que você encontrou? Você lembra qual era a situação a área de projetos na época que você entrou?
R - Estava em um momento de implantação da área, de conhecimento das atividades da área de projetos. Tinha cerca de quatro __________ ____________. Então, estava aprendendo a trabalhar no processo de acompanhamento e de implantação mesmo das EICs [Escolas de Informática e Cidadania].
P2 - E hoje quantas EICs tem?
R - Nós estamos com 55 EICs atualmente.
P1 - Você entrou em que ano?
R - Eu entrei no ano de 2001.
P1 - Você poderia explicar para a gente essa sua atividade primeiro como estagiária? O que é que você fazia quando você entrou? A primeira atividade, o que é que era?
R - Era mais assim, realização de ligações telefônicas, encaminhamento de e-mails, fazer contato para agendamento de visitas tanto de acompanhamento quanto visitas de implantação de novas EICs. Assim em alguns momentos representar o CDI em alguns eventos quando o CDI era convidado. Eram mais umas atividades assim com menores responsabilidades, mais burocráticas também.
P1 - E o seu segundo cargo qual que foi?
R - Assistente...
P1 - Assistente de projeto...
R - Assistente de projeto sênior.
P1 - E aí, qual foi a mudança?
R - Foi logo que o Rodrigo Alvarez assumiu a coordenação de São Paulo que houve uma reestruturação na equipe, nos cargos, salários e aí foi o momento que a Fernanda saiu também da coordenação de projetos. Naquele momento, sentiu-se que não era o momento de contratar uma nova coordenadora de projetos. Aí eu fui promovida para desenvolver algumas atividades que eram da coordenadora de projetos como por exemplo, seleção de novos projetos, avaliação, mesmo visitas de implantação, com o suporte da coordenadora pedagógica que também já estava, já tinha algum tempo no CDI. Ela estava me acompanhando justamente pelo fato de que eu ainda estava em desenvolvimento para estar assumindo essas atividades que são tão importantes para o CDI, né?
P2 - E hoje, essa área de projetos tem outras pessoas ou é só você?
R - Não. Tem outras pessoas. Tem a Laura que é assistente de projetos, tem também a Juliana que é assistente de projetos que é uma estagiária que veio em parceria com a Anhembi Morumbi. É uma estagiária que também desenvolve atividades como assistente de projetos, mas voltada à eventos da área de projetos. E agora a gente está em uma fase aí de novas contratações para a área de projetos. Possivelmente mais duas pessoas estarão entrando na área.
P1 - É você quem faz as contratações?
R - Sim. No primeiro momento sim. Aí a gente tem um outro crivo, que é o crivo do Rodrigo, que é o coordenador do CDI.
P2 - E qual é a sua função hoje, como coordenadora de projetos e coordenando essas pessoas?
R - Eu trabalho especificamente da seleção, na implantação e no acompanhamento das escolas de informática e cidadania.
P1 - O que é que chega de problema? O que você discute?
R - Na verdade... Eu participo muito de reuniões, mesmo reuniões para novos projetos, ou mesmo reuniões internas para se discutir novas parcerias ou mesmo novos projetos de captação de recursos ou mesmo de implantação aí de propostas que vêm externas ao CDI. Também na proposta da realização de reunião de coordenadores, que é um evento que a gente realiza a cada dois meses. Também a capacitação de coordenadores, que é um momento que a gente realiza...
P2 - Coordenador de EICs, né?
R - Coordenador de EICs. Eu trabalho diretamente com a gestão das EICs. Então, a capacitação de gestão, ela acontece justamente no início, no momento da implantação da EIC, a instituição foi selecionada, aí então passam-se os processos de capacitação e educadores e coordenadores e eu faço a capacitação de gestão das EICs. Então, a gente trabalha informações mais específicas sobre o trabalho, a parceria, a relação de parceria com o CDI. Trabalho também a questão de... das responsabilidades, das funções dos projetos, das parcerias. Trabalho tema de elaboração de projetos, de acompanhamento das escolas de informática e cidadania, compromisso e tudo o mais. E aí articulo pessoas da equipe para estarem trabalhando outros temas como voluntariado, comunicação, captação de recursos. São pessoas especializadas nesses temas. Além disso, na reunião de coordenadores e educadores eu também tenho um papel importante que é o de articular a EICs para a participação do circuito de cidadania, que é um evento que a gente realiza todos os meses aqui em São Paulo, mas que é um evento realizado pela área de projetos e a área pedagógica. Que é um período que a gente tem. No período da manhã, a gente tem palestras com temas que foram selecionados por coordenadores e educadores; e no período da tarde, a gente tem atividades mais práticas. Além disso, também...
P2 - Esse é o Circuito da Cidadania que você está explicando.
R - Exatamente. Além disso também tem um outro trabalho que é a seleção dos projetos, muitas vezes algumas instituições que nos ligam para obter informações, dúvidas de projetos ou mesmo informações sobre a parceria com o CDI, seleção, visitas de implantação de novas EICs que são as visitas que a gente realiza para caracterização às comunidades, das instituições que têm apresentado propostas para serem parceiros do CDI. E o acompanhamento, a gente lida diretamente com visitas quando as EICs já implantadas, obtenção dos dados para estar formulando relatório, também dando retornos para as EICs ou mesmo, de alguma forma, intervindo quando há uma dificuldade maior nas gestão daquela EIC. Mas é isso, seleção, acompanhamento e implantação. De uma forma mais resumida é isso.
P2 - Você poderia dizer, por exemplo, quais são os critérios que vocês usam na seleção de projetos?
R - Sim. É importante que a instituição seja juridicamente constituída. Que seja uma instituição reconhecida como idônea na comunidade em que ela está instalada. Que ela seja estável na questão da sustentabilidade...
P2 - Como vocês medem isso?
R - Na verdade a gente tem... Eles apresentam... Eles falam como é que eles captam recursos, onde esses recursos são encaminhados e como é que eles se propõem a sustentar o trabalho da EIC. O pagamento de educadores, suprimentos da EIC. Além da questão da sustentabilidade, nós temos também a verificação do local de implantação da EIC. Se a sala é adequada, se aquela comunidade tem acesso fácil ao espaço quase propõe a ser o espaço da EIC, se aquela comunidade faz uso do espaço da instituição como um todo, se a instituição tem uma relação com a comunidade. E também é verificada a questão da proposta pedagógica da instituição. Se é uma proposta aberta, construtivista, ou mesmo ________________, progressista. Que não seja uma proposta tradicionalista.
P1 - Você poderia dar exemplos de projetos que não foram aceitos? E por quê não foram aceitos?
R - Poderia.
P1 - Você poderia citar o nome da entidade?
R - Eu acho que nome é meio complicado, nem dá.
P1 - Instituições por exemplo?
R - Instituições, por exemplo, que são assistencialistas. Eu acho que até me lembrei do nome porque esse projeto marcou muito. Uma instituição chamada Casa da Sopa, que eles se propunham apenas a oferecer alimentação para a comunidade. Sopa no fim de semana e tudo o mais. Eles não tinham nenhuma atividade educacional, esportiva, cultural. Não tinham uma proposta de desenvolver com a comunidade um trabalho para que eles fossem buscar recursos e mudasse a sua situação. Não tinha uma proposta de transformação social. E aí a gente teve que retornar para a instituição e dizer que o projeto não foi aprovado. Teve um outro projeto também que... A instituição... A mulher, ela criou um projeto justamente porque ela teve um problema com o filho dela, que se tornou deficiente e aí ela mandou o projeto para a gente. Mas assim, foi um projeto em que a gente também percebeu que não havia transformação social na proposta do trabalho deles e que ela já chorava todas as dificuldades de sustentabilidade da instituição. Estava pedindo ajuda, ela mandou foto do filho, mandou foto assim... Foi apelativo. Acho que é um exemplo...
P1 - Tem aquele _____________ emocional? Acontece isso?
R - Exatamente. Acontece. Acontece muito. Tem projeto, por exemplo, de instituição religiosa, que a instituição ao invés de mandar os dados da instituição manda o currículo do líder religioso. E aí a gente acaba. Tem um processo, dependendo do perfil da instituição, se a gente percebe que é só uma dificuldade de escrita, mas que a instituição tem uma proposta interessante, a gente pede para que ela reescreva. Agora quando a proposta não tem nada a ver com a proposta do CDI, aí então o projeto não é aprovado.
P1 - E teve algum caso que não foi aprovado por dificuldade de acessibilidade da comunidade?
P2 - De acesso.
P1 - De acesso?
R - Sim. Teve. Nós tivemos um lá na região do Ipiranga, que a comunidade, ela precisaria pegar ônibus para chegar até a instituição. Também, além disso, eles estavam se propondo a atender um público interno, mais da instituição religiosa. Seria difícil eles pegarem ônibus e além disso ainda pagarem a mensalidade da EIC, né? Tinha até favelas, mas as favelas eram muito distantes.
P2 - Assim, você disse que quando você entrou tinham quatro EICs. Hoje tem 55, né? Quer dizer, a quê você atribui esse crescimento tão rápido assim?
R - A gente tem uma demanda da sociedade que é por inclusão digital e essa sociedade tem procurado o CDI. Mas também, o trabalho que o CDI tem desenvolvido, tem sido cada vez mais visível. E aí as empresas têm procurado o CDI ou o CDI tem procurado essas empresas e tem conseguido captar recursos pra atender justamente essa demanda da sociedade. Então, eu acho que devido às parcerias que o CDI têm estabelecido, a questão da visibilidade e mesmo a necessidade da sociedade. Foi um crescimento rápido, que a gente sabe que ainda não consegue atender toda a demanda.
P1 - E para a área específica de projetos. Qual foi... Você deve ter se reformulado de alguma forma para atender quatro e 55, né? Como foi isso daí?
R - A questão do critério para a seleção das instituições, ele se tornou um pouco mais rigoroso. A gente passou a ter um olhar aí mais firme, mais rigoroso. E eu acho que a questão da organização mesmo do trabalho do dia a dia, do planejamento. Quando eu entrei no CDI São Paulo, a gente não tinha conhecimento do planejamento estratégico. Hoje tem uma mudança no CDI que é a questão que no final de todo ano a gente faz um planejamento, a gente tem os cronogramas para novas implantações, tem a proposta... A gente se adaptou por exemplo, a ideia é que nós fizéssemos visitas mensais. Justamente porque não houve um crescimento da equipe e essas visitas seriam ampliadas. Ninguém teria... Seria humanamente impossível acontecer mensalmente as visitas e agora a gente faz visitas bimestrais. Alterou-se o processo de trabalho. Maior planejamento, organização e administração está possibilitando que a gente atenda melhor.
P1 - Nesse planejamento, vocês planejam assim a quantidade de EICs que vocês pretendem abrir? Tem metas? Mas como é que é? Vocês vão atrás dessas EICs , uma vez definida essa meta, como é que é?
R - Nós temos parceria com algumas empresas, por exemplo a _________________. Ela havia... Tinha um patrocínio para o CDI abrir 18 EICs. Então no final do ano passado nós sabíamos que já tínhamos aberto cinco e que tinham mais 15 para abrir esse ano. E aí teríamos outras alternativas com outras empresas que já estavam nos procurando. Então estimamos, pela procura das empresas, pelos compromissos que o CDI já havia assumido que este ano nós abriríamos no máximo 80 EICs. E entendendo que no decorrer do processo teríamos que aumentar a equipe. Que é o momento que a gente está passando agora de selecionar mais duas pessoas para acompanhamento.
P1 - Essa programação, ela é feita em função da possibilidade de financiamento de novas EICs . E aí vocês esperam o contato das entidades. Que outras ONGS mandem projetos deles?
R - Nós organizamos uma reunião que é a reunião de apresentação do CDI. Então todas as instituições que nos procuram...
P2 - Mensal?
R - Não, não. Nós fizemos até o mês de março. Nós fizemos três. E aí, como nós já tínhamos muitos projetos e já estávamos com a meta quase alcançada para implantação, nós paramos e estamos agora com as instituições cadastradas. Acho que até o mês de outubro a gente deve estar abrindo uma nova reunião. Para o ano que vem.
P2 - Dentre essas 55 EICs, que tipo de entidades compõem essas 55?
R - Nós temos EICs dentro de empresas privadas...
P2 - Você tem uma ideia assim da porcentagem?
R - São... Acho que cinco ou seis EICs dentro de empresas. E além disso nós temos 11 EICs dentro da Febem [Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor], quatro EICs junto à presídios. O restante nós temos as ONGs, as Associações de Moradores de Bairro. Escolas públicas, nós estamos com um projeto de piloto de implantação de oito novas EICs em escolas públicas...
P1 - Municipal ou Estadual?
R - Estadual, Estadual. Temos uma já implantada e agora estamos com mais sete em implantação.
P1 - E como funciona no caso, é uma EIC em uma escola estadual. Como é que é, o que é que tem de específico, como eles articulam o currículo, você sabe mais ou menos como é que funciona essa EIC?
R - Eu sei que a gente já está, já tem implantação. Na verdade está sendo um grande desafio para nós, porque eles tinham um laboratório, que é um laboratório que estava fechado com os equipamentos lá. Aí a empresa _________________, ela se propôs a implantar duas novas EICs na região da Lapa. E eles identificaram aquela escola como um potencial parceiro e fizeram contato com o CDI, e o CDI se propôs a conhecer esses dois espaços. Um é no Cptm [Companhia Paulista de Trens] e outro é em uma escola pública, na Escola Estadual Alexandre __________________. Aí nós fizemos a reunião de apresentação do CDI para essa diretora. Ela elaborou o projeto, encaminhou, o projeto foi aprovado, fizemos a visita de caracterização da instituição, e aí passamos pelo processo de implantação. Só que como naquele momento nós não estávamos tendo, por exemplo, capacitação de coordenadores, essa diretora não foi capacitada. Inicialmente ela havia dito que participaria da capacitação, que seria alguém que teria tempo de ser coordenador. Mas agora ela veio já com um processo de que não tem tempo, e está indicando uma outra pessoa. A dificuldade que a gente tem, é que eles têm muito trabalho e pouco tempo para oferecer para o trabalho da EIC. E aí, eles têm uma dificuldade no acompanhamento e fortalecimento do trabalho do educador mesmo, que acaba trabalhando um pouco mais afastado da relação do coordenador. Esse está sendo o nosso desafio. Eu acho que um outro desafio que a gente está percebendo que vem pela frente, são aqueles que estão nos recursos. Porque as escolas públicas, elas têm toda a burocracia pública, os recursos vêm via APM [Associação de Pais e Mestres], quando vêm. Muitas comunidades são carentes e não têm tanto recurso. Agora eles estão em um processo de captação de recursos para instalação elétrica, para a compra de mobiliário. E a gente está vendo que tem uma dificuldade muito grande disso. Então, no caso de escola pública, não tem um pagamento de educador porque eles são estagiários do programa Escola da Família. Lá na escola ____________, ____________ do salário do coordenador. Nessas outras escolas são os estagiários.
P2 - Aí eu ia perguntar, quem são os educadores, né?
R - É eles não têm uma injeção de recursos na EIC diretamente.
P2 - Dentre esse divisor de empresa, FEBEM, Presídio, onde vocês atribuem que tem melhor resultado o trabalho?
R - São nas... é um pouco delicado, mas assim... São nas organizações comunitárias, nas Associações de moradores de bairro, nas ONGS. É o que a gente tem visto realmente de resultados maiores.
P2 - Por quê?
R - Eles trabalham com mais liberdade, eles se apropriam mais da EIC, é algo muito desejado, é algo que a comunidade, ela luta para ter aquele espaço, ela luta para ter aquele recurso. Então tem uma participação muito maior do coordenador, do educador. São pessoas que têm amor à causa e que fazem aquilo sabendo que estão contribuindo com o desenvolvimento da comunidade. Eles se apropriam mais do projeto, da parceria. Também tem uma questão de que muitas dessas associações, quando são organizações menores, elas valorizam muito mais a parceria do CDI porque isso traz visibilidade para o trabalho deles, e aí surgem outras oportunidades de captação de recursos, outras alternativas.
P1 - Teria alguma ONG modelo, um exemplo de EIC que deu certo e para vocês serve de parâmetro, paradigma _____________, ou vária? Porque pode ser que algumas ____________ por um aspecto, outro de outras. Assim, histórias de sucesso.
R - Eu vou citar duas. Uma é o Paulo Sexto. E todo mundo que trabalha no CDI fala "Ah, lá vai ela para o Paulo Sexto...". O Paulo Sexto é uma EIC muito antiga que tem um trabalho muito legal. Uma instituição bacana. O Movimento Renovador Paulo Sexto. E eles têm um trabalho... Os educadores são muito bons, a coordenadora também é muito boa. Então eles buscam recursos mesmo, eles articulam muito bem na comunidade. A questão do desenvolvimento da proposta pedagógica para eles é muito clara. Eles têm ido atrás mesmo. Acho que o Paulo Sexto é um exemplo de projeto muito bacana que eles realizaram. Foi um projeto na época da guerra do Iraque dos Estados Unidos, que eles fizeram sobre a paz. Então os alunos trabalharam o tema, entendendo que a paz tem que começar na dentro da casa deles, na comunidade. E no final eles resolveram que iam fazer uma passeata pela paz. E eles fizeram essa passeata lá no centro do Embu Guaçú. Foi muito bacana. E aí, a gente tem a Associação Santo Agostinho _________________, que a coordenadora é a Claudia, e tem um dos educadores que a gente tem bastante presente que é o César. São pessoas que também vão atrás de recursos. A Claudia tem um amor muito grande pelo trabalho que ela faz na EIC. Captando recursos, softwares infantis para as crianças serem atendidas. O César que tem tentado replicar a proposta do Circuito de Cidadania na comunidade. Então a gente tem resultados muito bacanas do trabalho deles. Tem outras também. Mas eu acho que a gente está começando um trabalho bacana com a _____________ também, que é uma empresa que também tem uns voluntários super atuantes, super presentes. A coordenadora também vai atrás dos recursos. Está iniciando, mas assim, eu acho que é uma parceria que está bem redondinha no caso da empresa. A gente tem também o caso da FEBEM, por exemplo, a FEBEM Mooca, que é muito legal, tem um educador que é o José Roberto que trabalha no internato feminino da _____________. Que também trabalha essa questão da auto-estima das meninas, com dinâmicas, com textos e às vezes, ele leva alguns convidados para trabalharem temas mais específicos. E até visitei uma vez a FEBEM Mooca e as meninas elas sabiam falar: "Tia, na primeira aula foi tal texto, foi tal dinâmica..." E assim, super empolgadas. Elas têm, assim, uma relação muito próxima com o José Roberto. Ele é meio paizão delas. Bom, acho que são alguns exemplo.
P1 - Falar um pouco sobre as EICs em empresas, né? Quem são os alunos das EICs empresas, como elas funcionam quem são os educadores, se elas têm uma dinâmica diferente? ___________ talvez um pouco diferentes, como é que são? Talvez dando exemplos?
R- Nós temos duas empresas da Philips. Lá na Philips Catuaba por exemplo, são os funcionários da fábrica. Eles têm uma dificuldade com horário porque eles trocam muito o horário, não sei, mas assim, dificuldade de ajustar aos horários da fábrica. E são, então, os funcionários da fábrica. Tem um pessoal da EIC da Philips Verbo Divino, que são os funcionários excluídos digitais. E tem uma proposta também de atendimento aos familiares desses funcionários. A gente tem dentro da...
P2 - Mas são os funcionários...
R - Excluídos digitais e sociais. São os funcionários que eles chamam de "Chão de Fábrica". E aí eles têm a proposta de que os funcionários que trabalham em escritórios, que têm inclusão digital, trabalhem como voluntários para atender esses colegas de trabalho. Tem também a empresa Unisys, que são os educadores de lá, também são funcionários, e eles estão começando um processo de pensar abertura para a comunidade. Provavelmente eles vão fazer contato com instituições mais próximas para conseguirem os alunos dessas instituições. A gente tem também um EIC que é dentro da CPTM que é patrocinada pela empresa ________________.
P2 - CPTM é?
R - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. E a empresa ____________________ patrocina esta EIC. E eles têm atendido os funcionários da CPTM, das estações de trem e também tem atendido pessoas do programa Bolsa Trabalho da prefeitura de São Paulo. O pessoal da Sadia também. A Sadia foi nossa primeira EIC na empresa aqui em São Paulo. A gente está em um momento de reestruturação da parceria, tendo que recapacitar novas pessoas, mas também atendem funcionário da empresa. E eles têm um educador que foi aluno da empresa e que agora está sendo educador.
P2 - Os educadores, eles são normalmente de dentro da própria empresa? É um funcionário que eles capacitam para ser educador?
R - Geralmente são voluntários, e tem um funcionário referência na empresa. Por exemplo, no caso da Philips e das duas empresas, nas duas Philips e na Addams, são educadores contratados pelo CDI, que atendem como coordenadores do espaço e que funcionam também como pessoas que organizam, articulam os voluntários ou que em alguns momentos substituem voluntários que se ausentam das aulas. São pessoas externas ou internas. No caso da Sadia o educador contratado foi um ex-aluno, né? E aí tem a coordenadora da EIC que é a assistente de responsabilidade social da empresa e que também foi capacitada pelo CDI. E na Unisys também. É uma pessoa da área de comunicação que foi capacitada pelo CDI para articular esses voluntários. Na empresa está um modelo diversificado porque a gente, às vezes, acaba se adaptando muito à realidade da empresa.
P2 - Só uma pergunta. E o tipo de projetos assim, de temáticas de cidadania que são tratadas na empresa? Ou assim, alguma ação desenvolvida na comunidade, como é que fica isso dentro de uma empresa?
R - A gente teve um exemplo de uma empresa que estava passando por uma reestruturação financeira e demitindo muitos funcionários. E aí a educadora levantou com os alunos as necessidades de desenvolvimento de tema e eles pensaram na questão da empregabilidade. Então eles discutiram sobre emprego, entraram em sites para acesso, para informação de novas oportunidades, fizeram currículos, distribuíram esses currículos via internet. Desenvolveram também propostas de dinâmica para processo seletivo. Depende muito daquilo que eles estão vivendo no momento. Deixa eu ver se me lembro de outro caso... Divulgação também, por exemplo. Teve uma empresa que trabalhou a questão da segurança no trabalho. Então os alunos fizeram cartazes e distribuíram cartazes pela empresa, sensibilizando as pessoas para a questão da segurança no trabalho. E tem outros exemplos.
P1 - E o CDI São Paulo está organizando uma... Está mantendo contato... Visando a criação de EICs em Assentamentos Rurais. Você poderia falar um pouco dessa experiência? Se já tem algum assentamento, o que é que está previsto para entrar?
R - Então, o pessoal do Pontal do Paranapanema. As organizações do Pontal do Paranapanema, elas haviam feito contato com o CDI Piracicaba para implantação de EICs naquela região. Só que o CDI Piracicaba não tem possibilidade, no momento, de atender à essa demanda. E aí o CDI matriz acionou o CDI São Paulo, que pensou se realmente haveria possibilidade de implantação. A gente teve uma reunião para levantar pontos fortes e fracos da implantação de EICs em uma região tão distante do CDI São Paulo. E nós temos uma proposta de acompanhamento e a gente pensou em como é que fica esse acompanhamento em uma distância tão grande? E aí nós decidimos implantar cinco EICs no Pontal do Paranapanema. Nós temos agora cinco projetos que já foram avaliados e aprovados. E agora, de 13 a 18 de setembro nós faremos a visita de caracterização das comunidades. Então aí nós vamos estar levantando todas as possibilidades de implantação dessas instituições que foram...
P2 - Quem foram essas instituições? Quais foram as instituições que apresentaram projetos?
R - Eu não me lembro dos nomes. Tem organizações de mulheres, na maior parte deles. Naquela região as associações de mulheres são muito fortes. O movimento de mulheres, né? Mas eu não me lembro dos nomes.
P1 - Quem serão os educadores desses assentamentos?
R - Serão jovens desses assentamentos mesmo. Pessoas da própria comunidade. Seguindo aquele apelo que a gente sugere que o educador seja alguém da comunidade. Alguém dentro daquela realidade. Após essa semana de seleção nós estaremos reunindo a equipe do CDI para estar avaliando todos os projetos visitados e depois disso a gente vai estar marcando um processo de capacitação de educadores e educadores lá no Pontal. Então, eu estarei indo para lá junto com a coordenadora pedagógica para que nós capacitarmos toda equipe. Porque é condição que equipe seja capacitada para a inauguração da EIC. Então eu acho que até no final do ano a gente consegue essa capacitação, e no início do ano que vem a gente já deve inaugurar.
P1 - Como o CDI trata o caso de proselitismo religioso e políticos na EICs ? Tem um acompanhamento? Aparece esse programa?
R - Bom, eu não tenho tido informações sobre essa questão. A gente trabalha muito isso na reunião de apresentação do CDI, nas capacitações. A gente tenta mostrar para as pessoas que a gente está atendendo pessoas independente de religião ou de escolha partidária. E é o que não deve ser trabalhado dentro da EIC, em respeito mesmo ao usuário da EIC.
P2 - Vocês tiveram parceria com os Infocentros? E como foi isso? Como se desenvolveu essa parceria com esses Infocentros?
R - Foi no ano de 2001. O primeiro coordenador do CDI São Paulo, ele conseguiu captar recursos aí junto ao Governo do Estado de São Paulo, junto ao programa Acessa São Paulo. E era uma das contrapartidas que nós implantássemos a nossa metodologia dentro desses espaços públicos, que tem apenas o acesso à internet, à informática para a comunidade. E aí então, nós capacitamos os coordenadores e educadores, e esses educadores tinham alguns momentos do dia em que eles davam as aulas de informática e cidadania. Só que a gente passou por um processo de troca de secretário, de momento de renovação de contrato. E esse contrato não foi renovado e infelizmente, sem o financiamento nós não conseguimos acompanhar os Infocentros. Eram 10 Infocentros. E agora então, a gente não tem mais o trabalho junto à essas comunidades.
P2 - O que seria, você falou assim, o que seria a aplicação da proposta pedagógica para você?
R - Nós temos a proposta de que os alunos, que eles participem ativamente no processo de construção de conhecimento dentro da EIC. Que a informática não seja o único elemento que é trabalhado dentro de uma EIC, mas que através desse elemento que é motivador, que leva as pessoas a irem à EIC, que eles tenham possibilidade de pensar na sua realidade local, global. E, a partir disso, pensar de onde é que elas estão inseridas, qual é o papel delas nessa comunidade, o papel de transformação. Ou pensar em que alternativas eles podem levar para a mudança dessa comunidade. Então, a aplicação da proposta político-pedagógica no CDI, em uma EIC, pra mim, é que os educadores e os educando, eles tenham a possibilidade de juntos construírem novos conhecimentos, pensarem sua realidade e de alguma forma tentarem modificar a sua realidade. Que, ainda que essa mudança seja pequena, ou seja, apenas uma mudança que comece nos indivíduos que estão na EIC, mas que elas aconteçam. Que seja um momento de reflexão mesmo, e de pensar no que é cidadania, qual o meu papel, qual é a minha responsabilidade e o que é que eu posso fazer para mudar.
P1 - Você poderia falar um pouco das articulações da área de projetos e as outras áreas, né? Porque projetos tem uma interface grande com pedagógico, talvez também com o desenvolvimento institucional. Quais são as áreas que vocês mais atuam conjuntamente, e como se dá essa articulação?
R - A área de projetos trabalha muito junto à área pedagógica porque o processo de seleção de uma escola, de uma instituição, de alguma forma, uma instituição escolhida ela deve ser escolhida pensando na proposta pedagógica que ela tem na sua comunidade. Mas assim, o momento que a gente participa mais do trabalho, começa no momento em que a gente encaminha as informações dos educadores para a área pedagógica que seleciona os educadores. E a gente tem também o processo de capacitação de coordenadores e educadores e a gente tem que se comunicar muito porque a gente avalia o coordenador e a postura dele. E a área pedagógica também traz retorno sobre como esses educadores estão vendo o coordenador, se está tendo alguma dificuldade de relacionamento. E aí, no processo de acompanhamento, a gente tem que decidir muito porque às vezes o trabalho de um educador está sendo prejudicado justamente porque um coordenador não entende a proposta pedagógica, não aceita, está tendo uma postura radical. Então tem um diálogo muito grande no acompanhamento das escolas, tem um diálogo muito grande na seleção das escolas. Ou mesmo em um processo de fechamento, de descredenciamento de uma EIC. Porque, quando a gente perde isso a gente tem que se comunicar porque às vezes o coordenador tem interesse e o educador não, ou o educador tem interesse mas o coordenador não aceita a proposta pedagógica. Como é que a gente pode fazer para trabalharmos a mudança de atitude, ou a reflexão sobre a atitude da EIC? Os cronogramas eles têm que estar muito juntos. As áreas pedagógicas e de projetos tem que casar muito as agendas. O desenvolvimento institucional também está muito próximo da área de projetos porque no momento de elaboração de novos projetos, é importante que a área de projetos seja consultada. O trabalho junto com essa elaboração de projetos. O desenvolvimento de relatório, ou no desenvolvimento de informações para parceiros, geralmente a área de projetos está junto.
P1 - Talvez você pudesse falar agora, um pouco de como que é a sua parte na aprovação de um projeto.
P2 - A implantação.
P1- É, a implantação de uma EIC.
P2 - Quanto tempo demora...
P1 - Depois que eles mandam para você o projeto?
R - No primeiro momento é o momento em que a instituição nos procura. Aí nós fazemos um cadastramento dessa instituição. Após o cadastramento, essa instituição é convidada para participar a reunião de apresentação do CDI. Então ela conhece todo o nosso método de trabalho. E aí, nós apresentamos à ela as diretrizes para a elaboração de um projeto. Explicamos detalhadamente essas diretrizes. E aí a instituição sai da reunião com o objetivo de elaborar esse projeto. Elaborado o projeto, ele é encaminhado para a área de projetos que tem um período de até três meses para estar dando o retorno para as instituições. E aí a gente retorna, se foi aprovado, se não foi aprovado, se há necessidade de reescrita. Os projetos aprovados então, nós fazemos a visita de caracterização à comunidade. A visita de implantação, né? Que é essa que eu falei para vocês que a gente verifica a veracidade das informações, a proposta local da comunidade. A gente conhece de perto a instituição. Após isso nós temos uma outra etapa que é a reunião com a equipe do CDI São Paulo. Então, nós apresentamos todas as informações que foram coletadas na visita de um projeto, com toda a equipe do CDI a gente discute as possibilidades ou não de implantação daquele projeto. Os projetos aprovados então, nós fazemos contato com a EIC, dizemos que eles foram aprovados, e então a gente encaminha as fichas de educadores para a área pedagógica e já agenda com todas as instituições a capacitação de gestão, que são de coordenadores e capacitação de educadores. Após essa capacitação de educadores e de coordenadores, no momento da capacitação de coordenadores e educadores, a área de logística está preparando todos os equipamentos. A gente agenda com a instituição a retirada desses equipamentos e a montagem também é feita pela área de logística e voluntariado. Após as duas formaturas, então a EIC é inaugurada. É um processo que leva cerca de seis meses para acontecer.
P1 - Desde o contato até chegar à aprovação?
R - Eu acho que desde o momento da primeira reunião que eles participam.
P2 - Quer dizer, você disse, que além da capacitação dos educadores tem uma capacitação também em termos da pedagogia, né? Quer dizer, tem uma capacitação da gestão da EIC, né? E essa é feita para quem, e quais são os temas? Você poderia falar sobre os temas?
R - A capacitação de gestão é responsabilidade da área de projetos e ela é oferecida aos coordenadores nas novas instituições. Os temas que nós trabalhamos são o perfil institucional do CDI, apresentação do perfil institucional das instituições. Porque a gente tem como proposta que na capacitação de coordenadores já haja uma integração para que haja formação da rede. Além disso, a gente trabalha também com o terceiro setor, o que é que é o terceiro setor, onde eu estou nisso? Responsabilidades do CDI, da EIC e de ambos. Elaboração de projetos sociais, voluntariado, captação de recursos, comunicação. Bom...
P1 - É bastante. E são vocês mesmos quem fazem essa capacitação?
R - Além disso a gente trabalha o plano de gestão com o coordenador. A gente pensa como vai ser a implantação da EIC. Tem alguns temas que área de projetos trabalha, que são os temas mais iniciais, apresentando o CDI, desenvolvendo a questão da relação de parceria. Esses temas como elaboração de projetos, a área de projetos também trabalha. Temas como voluntariado, a gente convida a Elaine que é a coordenadora de logística e voluntariado do CDI São Paulo. Captação de recursos a gente convida o Rodrigo Alvarez e o Mário, que também trabalha nessa área. Comunicação, a gente está agora sem um coordenador de comunicação, mas era o nosso coordenador de educação que trabalhava. Sistema a gente procura pessoas que são especialistas na área.
P2 - Quer dizer, na capacitação de voluntariado. Qual é o objetivo?
R - Que a EIC tenha sistematizado, tenha uma proposta de planejamento de como ela vai gerenciar um voluntário, quais são as possibilidades de voluntariado que a EIC oferece, como motivar um voluntário, como dar retorno, um feedback para que o voluntário, como selecionar um voluntário, como desligar um voluntário da instituição. Ou mesmo a gestão do voluntariado.
P1 - E, voltando aos passos do acompanhamento da EIC, uma vez instalada, como é que vocês fazem o acompanhamento?
R - O acompanhamento é feito através de visitas bimestrais. Então, um técnico do CDI vai à instituição, conversa com o coordenador, conversa com o educador, tenta trabalhar com eles as dificuldades que eles têm. De alguma forma tenta dar um retorno naquele momento. Caso não haja possibilidade de retorno lá na instituição, esse técnico do CDI traz para a equipe pedagógica e de projetos as demandas e a gente tenta trabalhar essas demandas internamente, dando retorno direto para a instituição, ou levando para a reunião de educadores e coordenadores, que também é uma proposta de acompanhamento que a gente tem. Então a gente trabalha nas reuniões, temos o que foram levantados nas visitas e o que foram sugeridos por coordenadores de educadores. Além disso, o acompanhamento se dá através de relatórios que são encaminhados pelas EICs e também através da proposta o circuito de cidadania, do acompanhamento através de telefone, através de e-mail, todo esse contato que a gente tem com a EIC. Esses relatórios são semestrais, mensais. Reformulando essa periodicidade dos trabalhos. Recentemente a gente tinha uma proposta de receber os relatórios mensais, mas agora a gente está repensando se é importante mesmo que ele seja mensal.
P2 - E o relatório é de atividade ou tem também uma prestação de contas?
R - É o relatório das atividades desenvolvidas dentro da EIC, de controle de freqüência de alunos de evasão, dificuldades que eles estão encontrando, novas alterações de cadastros, mas assim, não é uma prestação de contas. A ideia é que esse relatório ele seja um canal de comunicação da EIC. Que ela traga informações. Acaba sendo uma prestação de contas, mas acaba não sendo tão rigorosa quanto outros _______________.
P2 - Mas a parte financeira não, né?
R - Não. Eles trazem para a gente assim, se está tendo alguma dificuldade financeira ou não. Sem detalhamento...
P2 - Dos gastos....
P1 - Pelo o que você vem acompanhando, quais são as principais dificuldades? Em que áreas? Na área pedagógica, financeira ou em termos do material? Quais são as dificuldades da EICs do CDI São Paulo? As mais recorrentes?
R - Aplicação da proposta pedagógica eu acho que é a maior dificuldade que a gente tem. É um desafio, né?
P1 - As próprias EICs levantam isso?
R - Sim. É um desafio. Porque a gente tem educadores populares. São pessoas que não tem uma formação acadêmica voltada para a educação, e que aí conhecem a proposta do CDI, se apaixonam pela proposta e se colocam à disposição de estar trabalhando isso em prol da comunidade. Mas que aí tem todo um processo de desenvolvimento, de conhecimento para estar aplicando a proposta pedagógica. Também tem uma questão que é a questão de algumas EICs , que são as EICs que cobram mensalidades, a questão da sustentabilidade financeira. Porque a gente tem um grande número de inadimplentes na sociedade como um todo, né? E essas pessoas de baixa renda, muitas vezes, freqüentemente tem dificuldade para estar pagando mensalidade. Uma outra questão que a gente tem como desafio, é a questão da conexão com a internet também. Cerca de 50% das nossas EICs tem a conexão e o restante não. E a gente sabe também que isso tem atrasado o trabalho de desenvolvimento da proposta pedagógica. A internet é fundamental. E acho que problemas de relacionamento de coordenador e de educador, mas aí são as questões de personalidade mesmo, que tem que ser trabalhadas. Em alguns momentos a gente percebe a dificuldade de comunicação, por falta de passar informação de que chegou a cargo do CDI de que tem que ir no evento de formatura, mas assim, são problemas menores. Acho que a proposta pedagógica, a conexão e a sustentabilidade são os problemas maiores.
P1 - Como normalmente vocês tentam equacionar esse problema do lado do CDI? Qual é o retorno que tem dessas dificuldades apresentadas?
R - Essa questão por exemplo, às vezes a gente percebe que a EIC tem uma dificuldade de sustentabilidade, mas ela não lembra de tentar captar recursos com parceiro local. Então, uma sugestão que a gente oferece é: olha o mercadinho do lado, olha a papelaria, você põe lá na sua instituição um cartazinho como contrapartida por um investimento dele. Ou procure alguém, adote um padrinho para estar patrocinando um aluno, dois, são alternativas de captação de recursos ou de sustentabilidade. Outra alternativa é capacitação mesmo. Capacitação para desenvolver a proposta pedagógica. O CDI também tem feito um esforço muito grande, que é a captação de recursos para a conexão à internet. Então, é fazendo contato com o Ministério das Telecomunicações, ou fazendo contato com alguns empresários para patrocinar a conexão à internet nas EICs. A gente já tem até um caso de uma empresa que está patrocinando a conexão à internet dentro de uma instituição. E agora o CDI, Conselheiros de São Paulo, está batalhando recursos para conectar o restante das EICs aqui. Buscando alternativas, né?
P2 - Quer dizer, a instalação de uma EIC em uma entidade provoca mudanças? Vocês conseguem perceber isso, as mudanças que ocorrem na organização, na associação, na entidade?
R - Sim. Sim. Na verdade a gente percebe que tem uma melhoria até da autoestima das pessoas da instituição. Um resultado de um trabalho colhendo frutos, né? Mas assim, a questão administrativa a gente tem percebido que tem melhorado muito mais. A questão dos registros. Como desenvolvimento do trabalho eles têm percebido a necessidade de ter a documentação. Isso também é um processo. A gente sabe que tem algumas instituições que já tem essa prática. Mas a maioria, associações por exemplo, não tem muito essa prática de coleta de registros, de informação. E essa questão por exemplo, de pensar que essa equipe tem que ter um acompanhamento, uma reunião mensal, semanal, quinzenal. E a gente percebe que eles têm pensado e refletido muito mais sobre a necessidade de ter as coisa mais organizadas na instituição. A questão da relação com a comunidade também, havia melhora.
P1 - Você falou que tinha uma projeção para a criação de 80 EICs nesse ano de 2004, é isso? E como está a realização dessa projeção? Nós já estamos no final; de agosto.
R - É, exatamente. A gente está com cerca de 72 instituições sendo implantadas até o final de outubro. 72 não. Nós tivemos um número de descredenciamento. Então não atingiremos o número de 80 EICs, mas temos aí capacitadas no processo de implantação 72 instituições.
P1 - Como funciona o descredenciamento? Por que uma EIC é descredenciada? E depois de descredenciada o que é que acontece? Eles têm que produzir outro material?
R Eles sabem que têm responsabilidade do CDI mas também tem responsabilidade deles. E a gente começa a perceber que a instituição não tem tentado, por exemplo, aplicar a proposta pedagógica ou ela não recebe, não se envolve. A gente tem a proposta de fortalecer a rede das EICs. Então, pessoas que não participam de reunião de educador, de coordenador, pessoas que não desenvolvem a proposta pedagógica, que muitas vezes acabam não captando alunos para o curso. Instituições por exemplo, a gente teve uma denúncia de uma instituição que captava recursos com o parceiro para pagamento do salário da educadora. Só que esses recursos não eram passados para a educadora. E a educadora veio ao CDI, disse que sabia dessa informação, só que ela não estava recebendo há meses. E já era uma instituição que a gente estava percebendo que estava tendo uma postura assim de tentar enrolar o CDI: "Ah, eu não vim porque tal coisa aconteceu". E a gente descobriu também, pela educadora, que em uma visita de um técnico do CDI àquela EIC, eles chamaram pessoas que não eram alunos da EIC para estar dentro da sala como se a sala estivesse lotada. Tinha um educador, que era o educador capacitado, que ele não estava trabalhando com o número de horas que tinha-se planejado para trabalhar inicialmente. E aí eles colocaram um educador não capacitado pelo CDI, sabendo que a proposta é que todos fossem capacitados. No dia dessa visita do técnico do CDI, eles chamaram o educador capacitado, colocaram aquele que estava dando aula para aquela turma para ficar sentado como se fosse aluno. Assim foi toda uma encenação, uma armação e a gente já estava meio que detectando umas coisas erradas lá. Então essa aí que foi descredenciada. Tem outra EIC que a gente percebe que não tem interesse de aplicar a proposta pedagógica. A gente já teve EIC que falou: "Não, não aceito, não quero!". E aí é assim, educador, porque o coordenador escolhe o educador, mas ele tem que apresentar proposta de trabalho e entender que se aquele coordenador não quer fazer, ele troca e capacita um outro, ou então ele não está dentro do núcleo de EICs, né? E o educador que disse que não queria, que não aceitava, acabou saindo da EIC. EIC por exemplo, que tem somente 10 anos, não capta aluno e quer estar com os 10 equipamentos lá. A gente vê, por exemplo, que estava querendo mudar a proposta de levar os equipamentos da EIC para um espaço de biblioteca. E aí não tem mais aulas de informática e cidadania, e os equipamentos seriam utilizados para consulta para os livros e tudo o mais. Aí a gente teve que descredenciar. Tem casos, por exemplo, a gente teve um EIC que era uma EIC inclusive do Infocentro, na verdade não foi a gente que descredenciou, mas a gente acompanhou todo o trabalho. Que não era para haver cobrança de mensalidade e ele cobrava mensalidade. A gente ficou sabendo da informação e várias vezes foi denunciado lá para o pessoal do Acessa São Paulo e aí acabou culminando no descredenciamento.
P1 - E aí, uma vez descredenciado eles devolvem o material.
R - Sim. Os equipamentos são devolvidos, a licença de software também é devolvida, impressora, e aí a gente encaminha uma carta de desligamento dessa EIC.
P2 - Vocês trabalham com a ideia de inclusão digital, né? Como objetivo. Que critérios vocês usam para avaliar isso? Quer dizer, quando vocês entendem que um aluno está incluído? Assim, para avaliar o aprendizado também.
R - Aqui em São Paulo nós não temos feito um acompanhamento mais direto para verificar a aprendizagem do aluno. E agora a gente está tendo uma demanda do ______________ que é o sistema de informações de _____________ ________________, que é por avaliar se o aluno é produtivo, se ele é independente, se ele é autônomo. E assim, em São Paulo não tem um processo de avaliar os alunos para saber o grau de inclusão digital desses alunos. Agora a gente está tendo essa pesquisa do _______________, que é um questionário que os educadores estão preenchendo e acompanhado todo o trabalho. Porque é o momento que a gente está passando para estar avaliando de forma mais concreta os alunos. Quem faz realmente a avaliação é o educador com o coordenador.
P1 - Desde que você entrou você está há um certo tempo, você está a uns três anos ou mais?
R - Dois anos e 10 meses.
P1 - Dois anos e 10 meses, quase três anos. Quais foram as mudanças maiores que você percebeu na área de projetos? Em termos de perfil das novas EICs , mudou esse perfil? A própria organização, quais foram as tendências que apareceram? Você consegue definir assim?
R Eu acho que todo o processo de trabalho ele está mais claro agora. A gente sabe quais as etapas, qual é a nossa função, qual é a responsabilidade da área de projetos. Essa questão com a área de logística e voluntariado, a comunicação com a área pedagógica está muito melhor. A gente tinha assim, pedagógicos lá, projetos aqui e cada um fazendo o seu trabalho. Hoje a comunicação está muito maior. Sistematização dos dados mesmo, né? No momento da implantação agente tinha alguns documentos que eram os documentos encaminhados pela matriz, mas aí a gente acabou percebendo que algumas coisas precisaram ser adaptadas, modificadas. E os processo acabam, como eu disse anteriormente, a gente tem lidado com os critérios de seleção e para o acompanhamento. A sistematização dos dados tem mudado. E eu acho eu a postura também. A importância que a área de projetos tem tido no CDI tem sido muito maior. As pessoas têm conseguido olhar e perceber que é uma área que, como as outras, também tem papel fundamental.
P1 - Em termos de EIC, em termos de mudança de perfil muito grande?
R - Não. Até que teve. Porque agora a gente está recebendo instituições com um trabalho mais desenvolvido, um trabalho mais aprimorado. A gente está tendo possibilidade de ser um pouco mais criterioso para selecionar esses parceiros. Acho que a seleção dos parceiros tem que ser um pouco mais pensada, mais avaliada.
P2 - Você poderia dizer, explicar o que é o Circuito Cidadania, mas explicar mesmo, desenvolver a ideia disso?
R - Circuito de Cidadania é um evento que ele vêm com a proposta de trazer formação, aprimoramento para os educadores e coordenadores.
P2 - Das EICs?
R - Das EICs. Além disso, ele vêm com a proposta de conhecer as EICs de São Paulo. Que as EICs se encontrem, que elas conheçam experiências, que elas troquem entre si. O Circuito, no período da manhã, ele tem a presença de alguns convidados, são palestrantes que trabalham temas que são escolhidos pelas EICs. E aí, no período da tarde, nós pensamos de forma mais prática o que aquilo que foi discutido no período da manhã tem a ver com a minha EIC. Como é que eu posso aplicar isso no trabalho do dia a dia da EIC, que tipo de propostas eu posso levar para a minha comunidade? Então, é uma forma prática de trabalhar o que foi trabalhado teoricamente no período da manhã. No último Circuito de Cidadania nós trabalhamos políticas públicas. O que fazer, como fazer, qual é a nossa responsabilidade. Foi muito bacana. E no final da tarde nós propusemos ao grupo que pensasse em como é que eles poderiam estar encaminhando o próximo Circuito de Cidadania baseado naquilo que foi discutido. E eles acharam interessante que se desenvolva em cada EIC dos representantes que estavam ali a discussão sobre os temas, e como é que esta comunidade pode estar pensando as políticas públicas, e que daqui a alguns meses que será o nosso Circuito de Cidadania, eles levem resultados dos trabalhos desenvolvidos nas EICs, na EIC, né? E que apresentem para o restante do grupo como uma forma de troca de experiências, de resultados do trabalho que foi feito no dia 27 de agosto.
P2 - É bimestral, a periodicidade?
R - A ideia é que seja mensal. Mas nós fizemos uma reavaliação, e o grupo propôs, os educadores e os coordenadores, que a gente só fizesse agora a cada dois meses, porque tem uma demanda bastante grande de eventos.
P2 - Tem alguma outra atividade de articulação entre as EICs ou este é o... É através do Circuito mesmo que se dá a articulação?
R - As reuniões. As reuniões de coordenadores e educadores são uma oportunidade de articulação também.
P2 - E qual e periodicidade?
R - De educadores são reuniões mensais e de coordenadores são reuniões bimestrais. Também tem as capacitações, as capacitações são realizadas com os educadores, oficinas. São os encontros que eles têm que se articulam.
P1 - E pessoalmente, Rose, como foi esse processo do seu trabalho aqui no CDI, como você, para você pessoalmente, para a sua formação, como é que vem sendo esse trabalho?
R - Eu sempre digo que, quando eu cheguei no CDI, eu estava no segundo ano da faculdade, terminando já o segundo ano. Que eu não sabia nem atender ao telefone. Assim, eu não tinha prática de trabalhar em escritório. E era uma pessoa bastante tímida. Ainda sou, mas assim, hoje eu já consigo falar com grupos, desenvolver atividades com um número grande de pessoas. Então, eu acho que para mim, o desenvolvimento se deu com o desenvolvimento pessoal, essa coisa de lutar mesmo contra algumas dificuldades e possibilidades de entrar em outros mundos. Por exemplo entrar em empresas e entender o mundo das empresas, das escolas públicas, entender o mundo das ONGs, das Comunidades, Participar de Eventos... E aí então, eu tenho crescido bastante quanto à essa questão da timidez, melhorou muito a minha autoestima, a minha participação dentro da sala de aula na faculdade foi muito bacana porque em alguns momentos eu tinha colocações que contribuíam muito para o trabalho, da discussão que o grupo estava levando. E assim, por conta das experiências que eu tenho tido no CDI. Entender esse mundo do Primeiro, do Segundo e do Terceiro setor, saber que a gente pode caminhar por um, por outro e por todos eles. E trabalhar parceria, trabalhar a união de pessoas em prol da excluídas socialmente. Eu acho que é muito interessante porque assim, eu sou assistente social. Eu escolhi trabalhar profissionalmente para ajudar as pessoas, pra ajudar o outro, para contribuir com a transformação social. E a cada momento que a gente tem uma possibilidade de implantar uma nova EIC ou de verificar o resultado de um trabalho, mesmo quando o educador ou quando um ex-alunos se torna um educador. A gente sabe de histórias de pessoas que mudaram sua vida através do nosso trabalho. Isso é muito gratificante. É com poder ajudar os outros e assim, trabalhar. Porque é a nossa profissão também, né? Ajudar e ainda assim trabalhando. Então, na minha vida profissional, eu me formei o ano passado. E eu já começo aí com uma bagagem bastante grande de conhecimento, de informação, de experiência que tende a crescer muito mais com o tempo.
P1 - Tem alguma coisa que a gente não perguntou que você queria falar da sua experiência da sua atividade do CDI? Alguma coisa ______________, um exemplo de projeto, alguma coisa?
R - Sempre tem muita coisa.
P2 - Mas assim, uma coisa que venha rápido na cabeça?
R - Pensando nessa questão de poder ajudar as pessoas, eu me lembro de um dia que a gente estava na Estação da Luz, foi no dia da inclusão digital. E a gente via pessoas muito emocionadas por terem acesso ao computador. E a gente teve um caso de uma senhora que se aproximou do computador e ela ficou tão emocionada de se aproximar de um computador que ela desmaiou. Bem, assim, o que eu queria dizer é que, poder ver pessoas tendo acesso a recursos que muitos outros não tem, que é inviável financeiramente, é algo bastante gratificante. Então eu acho que o que marca para mim é essa possibilidade mesmo de incluir pessoas, ou mesmo de oferecer outras alternativas de informação, de conhecimento. O que me vem à mente é esse trabalho que a gente tem aprimorado, tem crescido, que não é perfeito, mas que a gente está lutando e batalhando por uma causa. E o que eu gosto muito de ver no CDI, é que todos estão em busca de uma causa. Independente das diferenças, das discordâncias, mas essa causa é fundamental. Porque a gente geralmente foca muito a questão de quem a gente está atendendo, à quem a gente está levando o nosso trabalho. E algo que eu gosto muito de ver é a busca pela excelência do trabalho. Como eu disse, nós não somos perfeitos, mas a gente está sempre buscando melhorar, buscar excelência, né? Para esse público que é um público excluído social, mas que também é um público que merece o melhor.
P2 - O que é que você achou de prestar esse depoimento assim? A ideia de prestar um depoimento?
R - Ah, eu adorei! Eu acho que é muito legal a gente poder compartilhar aquilo que a gente tem de conhecimento,de informação. E a gente se sente também mais valorizado, né? Poder participar do processo mesmo. Eu acho que é justamente o momento de comemorar os 10 anos de CDI, e saber que eu faço parte dessa história, pra mim, é muito legal!
P2 - E a ideia do CDI de realizar esse trabalho de registro, da história das pessoas através de depoimentos das pessoas?
R - Eu vejo isso como muito importante porque valoriza ainda mais as pessoas com quem a gente lida, né? Acho que é uma iniciativa bastante interessante porque a história do CDI não se faz através de máquinas, se faz através de pessoas. E registrar essas histórias é fundamental para que a gente aprimore nosso trabalho, para que a gente cresça e tenha um futuro melhor do que temos agora no presente.
P1 - Nós agradecemos em nome do Museu da Pessoa e do CDI pelo seu depoimento.
R - Por nada. Foi um prazer!
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