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Por: Angelo Brás Fernandes Callou, 2 de dezembro de 2021

Clarice Lispector

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Clarice Lispector

CLARICE LISPECTOR

Por Angelo Brás Fernandes Callou

Hoje faz 40 anos que a escritora Clarice Lispector parou de escrever. Mas o que escrevo continua..., diz ela em algum lugar de sua obra. Nunca compreendi, exatamente, o porquê de Clarice continuar escrevendo ou rescrevendo na memória de seus leitores. Quem souber, por favor, me diga.

Acordei cedo com o firme propósito de reunir os livros de Clarice, dispersos nas estantes do meu apartamento do Pina. O objetivo era o de localizar uma passagem ímpar, de grande impacto sobre mim, que reaparece em pelo menos dois dos seus livros. Como a página se encontrava dobrada, rapidamente me defrontei com o que procurava, mais de três décadas depois.

Com rara beleza literária, Clarice Lispector descreve, em Água viva, singela e delicadamente, um momento especial, até mesmo grandioso, vivido por um ser humano. Lembro-me perfeitamente desse momento da leitura, pois me foi impactante descobrir de que já havia passado por uma experiência similar. Suponho que muitos de vocês, também. Comigo ocorreu apenas uma vez e me recordo claramente da sensação.

Trata-se de um estado mágico, estranho, muito estranho, de lucidez total e momentânea sobre o mundo, sobre si mesmo e sobre você no mundo. É como se eu tivesse me instalado num lugar privilegiado, como aquele do observador, nos estudos de Descritiva, situado no infinito, e passasse a enxergar e a compreender toda a razão de existir das coisas na terra, da própria terra, e de nós todos em todas essas coisas, inclusive nas inanimadas. É uma sensação de uma pertença singular, na qual nada se explica. Simplesmente, se vivencia. Compreende-se. É tudo.

Não me recordo de ter passado, até hoje, por uma experiência tão diferente, e breve, como um sopro que nos coloca do útero para a vida lá fora. Será que se pode chamar isso de um momento de felicidade, se a consideramos como um estado sem exaltação, como sugere Freud em O...

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