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Por: Museu da Pessoa,

Caminhar é preciso

Esta história contém:

P/1 – Boa tarde, dona Hilda, eu gostaria de começar a nossa entrevista pedindo que a senhora me dê o seu nome completo, local que a senhora nasceu e a data de nascimento.R – Hilda Maria de Oliveira, fui nascida em Minas, em Tarumirim, fui criada... Nasci e fui criada em Tarumirim. Minha família era muito bem de vida, depois foi acabando tudo. A gente foi acabando, sem ver, sem sentir nada. A minha vida foi muito boa de solteira. No tempo de solteira, na casa da minha avó, tinha missa, quase todo mês tinha missa, tinha comida para os padres, tudo. Tinha festa de caboclo, todo fim de ano... Tinha imagem de São Sebastião, tinha festa dos caboclos na casa da minha avó. A minha avó fazia a maior festa. Na hora que os caboclos chegavam na casa, tinha missa para os caboclos.P/1 – Como é que era essa festa, dona Hilda?R – Eu não entendo.P/1 – A senhora não lembra.R - Tinha altar na casa da minha família... Da minha avó tinha um altar, assim, tinha tudo quanto era santo que tivesse dentro da casa da minha avó.P/1 – Um altar.R – Que era uma fazenda, tinha de tudo. Tinha bom gado, tinha animal, tinha tudo, a fazenda da minha avó. Tinha 42 alqueires de terra, a minha avó, 42.P/1 – Em Tarumirim?R – Em Tarumirim. Acabou tudo. Ela morreu, o meu avô morreu e foi dispondo as coisas, se foi dispondo, dispondo, acabou em zero, em nada.P/1 – Como é o nome dos seus avós? R – Joaquim Serrador e Maria Serradeira.P/1 – Ah, é? E eles eram pais da sua mãe ou do seu pai?R – Do meu pai, pai do meu pai.P/1 – Essa localidade da fazenda era... Tinha um nome próprio ou vocês... Como é que se chamava a região?R – É, é Dourado.P/1 – Dourado?R – Lago Dourado, a fazenda do meu avô era Lago Dourado. Nós tinha tudo, nós tinha de tudo e acabou tudo. Eles acabaram em nada, não tem nada mais, ninguém tem nada. Acabou com tudo. Eu não sei porque que acabou as coisas...

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Projeto Morro dos Prazeres, este morro tem história

Realização Instituto Museu da Pessoa

Entrevista de Hilda Maria de Oliveira

Entrevistada por Paula Ribeiro

Rio de Janeiro, 03 de Abril de 2002

Código: MP_HV010

Transcrito por Marcília Ursini

Revisado por Ana Luiza Guedes Ferreira

P/1 – Boa tarde, dona Hilda, eu gostaria de começar a nossa entrevista pedindo que a senhora me dê o seu nome completo, local que a senhora nasceu e a data de nascimento.

R – Hilda Maria de Oliveira, fui nascida em Minas, em Tarumirim, fui criada... Nasci e fui criada em Tarumirim. Minha família era muito bem de vida, depois foi acabando tudo. A gente foi acabando, sem ver, sem sentir nada. A minha vida foi muito boa de solteira. No tempo de solteira, na casa da minha avó, tinha missa, quase todo mês tinha missa, tinha comida para os padres, tudo. Tinha festa de caboclo, todo fim de ano... Tinha imagem de São Sebastião, tinha festa dos caboclos na casa da minha avó. A minha avó fazia a maior festa. Na hora que os caboclos chegavam na casa, tinha missa para os caboclos.

P/1 – Como é que era essa festa, dona Hilda?

R – Eu não entendo.

P/1 – A senhora não lembra.

R - Tinha altar na casa da minha família... Da minha avó tinha um altar, assim, tinha tudo quanto era santo que tivesse dentro da casa da minha avó.

P/1 – Um altar.

R – Que era uma fazenda, tinha de tudo. Tinha bom gado, tinha animal, tinha tudo, a fazenda da minha avó. Tinha 42 alqueires de terra, a minha avó, 42.

P/1 – Em Tarumirim?

R – Em Tarumirim. Acabou tudo. Ela morreu, o meu avô morreu e foi dispondo as coisas, se foi dispondo, dispondo, acabou em zero, em nada.

P/1 – Como é o nome dos seus avós?

R – Joaquim Serrador e Maria Serradeira.

P/1 – Ah, é? E eles eram pais da sua mãe ou do seu pai?

R – Do meu pai, pai do meu pai.

P/1 – Essa localidade da fazenda era... Tinha um nome próprio ou vocês... Como é que se chamava a região?

R – É, é...

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