Projeto Cabine São Bernardo – Trilhas da natureza
Depoimento de Agnaldo Araújo Machiaveli
Entrevistado por Breno Castro Alves
São Bernardo do Campo, 12 de dezembro de 2009
Realização Museu da Pessoa
Código: TRIL_NAT_CB024
Revisado por Joice Yumi Matsunaga
P/1 – A gente começa sempre pelo nome completo da pessoa, data de nascimento e o local, por favor.
R – Agnaldo Araújo Machiaveli, eu nasci em Santo André, dia 30 de maio de 1964.
P/1 – Quando você veio para São Bernardo? Como você veio parar aqui?
R – Foram vinte e nove anos morando em Santo André, casei e vim para São Bernardo.
P/ 1 – Sua mulher é daqui já?
R – Não, de Santo André também. Foi por ocasião de apartamento, São Bernardo estava mais em conta para gente, acabei virando são-bernardense e aí vim por acaso.
P/1 – E qual foi a sua impressão, as suas primeiras impressões com a cidade, como você lidou com essa mudança logo no começo?
R – Bem, para mim foi normal porque eu... como eu morava próximo aqui da divisa, você passar... é como você estar em uma rua e morar em uma outra rua de casa, não sofri grandes mudanças, mas devido ao bairrismo que tem aqui, a gente sente um pouco de diferença.
P/1 – Conta um pouco desse bairrismo então.
R – Ah, o bairrismo vem, segundo os amigos meus, vem lá de trás, quem nasce em São Bernardo é batateiro, quem nasce em Santo André é ceboleiro, devido às chácaras que tinham aqui na divisa, esse bairro onde nós estamos, Baeta Neves, é divisa com Santo André, então esse bairro tinha bastante chácara de batata, do outro lado, já estando em São André, tínhamos chácaras de cebola. Então, esse bairrismo... se um cara de Santo André viesse namorar alguém de São Bernardo, ou de São Bernardo fosse para Santo André, era briga na certa. Então sempre teve aquela relação meio, meio de guerra mesmo, né, de... o pessoal conta, conta a lenda, né, da cidade que o pessoal em São Bernardo jogava...
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Projeto Cabine São Bernardo – Trilhas da natureza
Depoimento de Agnaldo Araújo Machiaveli
Entrevistado por Breno Castro Alves
São Bernardo do Campo, 12 de dezembro de 2009
Realização Museu da Pessoa
Código: TRIL_NAT_CB024
Revisado por Joice Yumi Matsunaga
P/1 – A gente começa sempre pelo nome completo da pessoa, data de nascimento e o local, por favor.
R – Agnaldo Araújo Machiaveli, eu nasci em Santo André, dia 30 de maio de 1964.
P/1 – Quando você veio para São Bernardo? Como você veio parar aqui?
R – Foram vinte e nove anos morando em Santo André, casei e vim para São Bernardo.
P/ 1 – Sua mulher é daqui já?
R – Não, de Santo André também. Foi por ocasião de apartamento, São Bernardo estava mais em conta para gente, acabei virando são-bernardense e aí vim por acaso.
P/1 – E qual foi a sua impressão, as suas primeiras impressões com a cidade, como você lidou com essa mudança logo no começo?
R – Bem, para mim foi normal porque eu... como eu morava próximo aqui da divisa, você passar... é como você estar em uma rua e morar em uma outra rua de casa, não sofri grandes mudanças, mas devido ao bairrismo que tem aqui, a gente sente um pouco de diferença.
P/1 – Conta um pouco desse bairrismo então.
R – Ah, o bairrismo vem, segundo os amigos meus, vem lá de trás, quem nasce em São Bernardo é batateiro, quem nasce em Santo André é ceboleiro, devido às chácaras que tinham aqui na divisa, esse bairro onde nós estamos, Baeta Neves, é divisa com Santo André, então esse bairro tinha bastante chácara de batata, do outro lado, já estando em São André, tínhamos chácaras de cebola. Então, esse bairrismo... se um cara de Santo André viesse namorar alguém de São Bernardo, ou de São Bernardo fosse para Santo André, era briga na certa. Então sempre teve aquela relação meio, meio de guerra mesmo, né, de... o pessoal conta, conta a lenda, né, da cidade que o pessoal em São Bernardo jogava batata nos caras de Santo André e Santo André jogava cebola nos caras de São Bernardo, né, dizem, né, as histórias... mas, tem esses... existem esses bairrismos aqui no ABC.
P/1 – Mas, na sua infância, o senhor chegou a pegar essa rixa, você chegou a brigar com os ceboleiros ou com os batateiros?
R – Ah, isso tinha no futebol, né, a gente ia jogar aquele joguinho de várzea, sempre pintava um climinha de Corinthians e Palmeiras, alguma coisa assim, quando você ia jogar com um time aqui de São Bernardo, né... mesmo qualquer campinho de futebol aí sempre saía uns empurra pra lá, uns xinga pra lá, a turma do deixa disso, né, mas sempre teve porque da história era tudo uma cidade só e depois foram separando, começou como Santo André que João Ramalho fundou, depois virou Vila de São Bernardo, depois voltou a Santo André, então todo Grande ABC era uma cidade só. Foi o que transformou nas sete cidades que hoje é o Grande ABC.
P/1 – Eu não sabia disso. E você acha que isso aumenta o bairrismo, aumenta a rixa?
R – É, aumenta, cria aquele bairrismo saudável, aquele de discussão, que você tem assim até por divisa, é... divisas assim de rios. Em Santo André, se você pega do lado de lá do Rio Tamanduateí, do lado de cá do rio é outra coisa porque existe um bairrismo, aí em São Bernardo do lado de lá da Anchieta para o lado de cá da Anchieta existe uma certa rivalidade, mas uma coisa sadia, nada impede de... de briga, mas no futebol sempre tem alguma coisinha ali, um querendo ganhar do outro.
P/1 – E com essa sua mudança para cá, eu quero que você me fale um pouco da sua vida aqui em São Bernardo.
R – Ah, minha vida aqui, eu hoje moro aqui no Baeta, primeiro apartamento que eu comprei aqui foi no Baeta Neves, foi no Vila Demarchi que é ali perto da Volkswagen, já um pouco mais distante daqui, mas para começo de carreira, de casado foi muito bom, aí você vai progredindo no trabalho, eu trabalho como representante comercial em toda a Grande São Paulo, então aqui é um ponto estratégico. Então São Bernardo realmente ficou um ponto legal para mim por causa das vias de trólebus. Com o trólebus, eu consigo chegar rápido no Metrô, se eu precisar pegar o trem tem ônibus também para Santo André, que eu pego o trem também que eu vou fazer, então no local onde que eu estou hoje, com o transporte coletivo para evitar andar de carro, ficou uma coisa excelente. Um ponto bem estratégico, isso eu levei em conta na mudança também.
P/1 – Você acha que a questão do transporte, essa facilidade é o que você mais gosta aqui em São Bernardo ou tem outra coisa que, ainda na cidade, é ainda melhor do que isso?
R – Ter essa facilidade do transporte e a proximidade que eu tenho dos familiares maior está aqui, fica perto dos meus irmãos, quer dizer, fica um lugar legal para morar e as atividades, que têm bastante atividades culturais aqui.
P/1 – Onde o senhor vai plantar essas mudas?
R – Bem, eu vou deixar elas encorpar um pouquinho mais, mas eu estou pensando em levar para a casa do meu sogro que tem uma casa com quintal, aí a gente planta lá e acompanhar e esses vasinhos pequenos, esses vasinhos pequenos com semente de salsa assim, eu vou plantar no vaso de casa, vou fazer uma horta na sacada do prédio.
P/1 – Onde você pegou isso?
R – Esse aqui tem a oficina cultural, a oficina de plantio que é muito legal, ensina a conservar, a transformar lixo que a gente joga fora em adubo, adubo orgânico e utilizar.
P/1 – E onde você fez essa oficina?
R – Fiz essa oficina aqui.
P/1 – Agora?
R – É. Fiz agora aqui no evento, né? Essas pequenininhas eu vou fazer uma horta, que dá para fazer uma horta na sacada do prédio, vou aproveitar isso.
P/1 – Para fechar então, a última pergunta, queria que o senhor pensasse em alguma história de algo importante na sua vida que aconteceu aqui na cidade, ou algo que transformou a sua vida ou um fato muito marcante que se passou aqui em São Bernardo.
R – Aqui em São Bernardo? Ah, uma coisa marcante para mim que se passou aqui em São Paulo, aqui em São Bernardo foi aquela mudança que teve na indústria com o PT mesmo, né, a (furação?), aquele movimento todo com o Lula que hoje tem até o filme que é mais ficção do que realidade, a gente que acompanhou o ABC, né, embora ele fala muita coisa, eu acho que tem muita fábrica aqui em São Bernardo que virou supermercado, né, hoje alguns caras de sindicato até “Pô, pegamos pesado e tal”, mas o que marcou muito foi a saída das indústrias aqui de São Bernardo, tinha muito mais indústria, tá? E o movimento, porque eu acompanhei aquele movimento que teve, eu estava começando a trabalhar em uma empresa, então eu acompanhei aquele movimento, a polícia na rua, o negócio aqui na Vila Euclides, então, né, acompanhei o movimento, essa mudança de sindicato, quer dizer, a trajetória do Lula, né, então esse acompanhamento deu pra ter, tá? Então, se é um fato interessante é esse daí.
P/1 – Não, é isso, muito obrigado Agnaldo.
R – Tá bom?
P/1 – Legal conversar contigo.
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