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Personagem: Valdete Firmina Roza
Por: Museu da Pessoa,

As pessoas não acreditam que eu, negra, tomo conta da associação.

Esta história contém:

As pessoas não acreditam que eu, negra, tomo conta da associação.

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Meu nome é Valdete Firmina Roza, eu moro em Minas, na região do interior de Minas, João Monlevade. Nasci 1 de julho de 1969. Tenho 51 anos.

Meu pai é João Roza, já é falecido e minha mãe é Joaquina Firmina Roza. Meu pai, a vida toda, mexeu com bar, com comércio, no Centro da cidade. Ele é muito conhecido como João Surdo, ele escutava pouco.

Eu e meu irmão somos gêmeos. Quatro filhos e três gestações.

Queria fazer Psicologia. Acabei, fui pra outros cantos, na época. Eu queria saber as coisas, sabe? Como que funciona, como é a pessoa. Essa questão da vivência, da doença ou a pessoa que não dá conta.

Agora, uma coisa que eu fiz, que eu achei que eu dei bobeira: quando eu terminei o segundo grau, eu tinha que fazer Contabilidade. Eu mexo hoje com isso. Então, eu não obedeci a minha intuição. Em vez de eu fazer Contabilidade, eu fiz Secretariado. Eu vou ser secretária quando? Eu fugia da Contabilidade e eu fui parar num lugar que eu faço a contabilidade lá. (risos) Corri, corri e não adianta a gente correr muito do trem. Quando você tem que ser uma coisa, você vai ser.

Fiz Administração e agora eu ia até fazer Administração de Empresas, mas o curso está muito caro. A menina me chamou pra ir pra lá e eu achei que a gente ia ganhar uma bolsa, chegou lá a história foi outra.

João Monlevade é uma cidade com a população mais negra, porque como tinha muitas fazendas na época da escravidão, então tinha muito negro, só que tinha muito preconceito racial. Além dos negros, tem os donos, os ricos, que sempre foram ricos, que são os donos da cidade, que são brancos, que têm uma posição social maior. Então, há esse disparate. Eu lembro que um dos meus primos que vinham de São Paulo falava: “Nossa, tem muito negro aqui”. A gente não percebe, porque a gente mora aqui. Mas a população é mais negra do que branca, por causa dessa questão da época da escravidão. Os negros construíram as coisas aqui, a...

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P1 – Obrigada! Valdete, então, primeiro, além de te dar novamente bom dia, eu queria agradecer a sua disponibilidade pra essa entrevista. Eu não sei o quanto você conhece do Museu, eu vou falar bem rapidamente do Museu: o Museu da Pessoa é um museu de histórias de vida. Então, ele é um museu virtual e, enfim, é composto por histórias de vida que a gente faz, por meio de entrevistas como essa que a gente vai fazer com você. Eu vou ser o entrevistador, vou fazer perguntas desse roteiro e a ideia é que você possa fazer uma retomada, olhar pra sua trajetória, história de vida, relembrar momentos, enfim. Eu vou fazer perguntas, pode parecer estranho no começo, mas desde a sua infância, até o momento presente, certo? E aí também, até, depois, faço o convite pra que você conheça o acervo, o site do Museu, que aí vai ter uma série de histórias de vida, de várias outras pessoas, vários projetos que o Museu realizou, desde mais de 25 anos de história. E esse projeto que você está sendo entrevistada, é em parceria com a Colgate, enfim, que está trabalhando com temas de lógica reversa, relação com resíduos, reaproveitamento de materiais e, em função também de um lançamento de um produto da Colgate, que vai trabalhar com essa lógica de uma embalagem, enfim, que é concebida a partir dessa lógica reversa. Mas, fundamentalmente, o que eu vou te perguntar é sobre a sua história de vida e a sua trajetória dentro da associação. Enfim, a sua trajetória ligada a essa questão, a sua atuação, mesmo, profissional. Enfim, acho que mais do que profissional. Acho que aí se torna também um engajamento de vida, né? Então, é basicamente isso, assim, essa entrevista. Não sei se você tem alguma dúvida, alguma coisa que você queira perguntar antes.

R1 – Bom dia! Obrigada pela oportunidade de estar aqui. Essa embalagem que a Colgate vai fazer vai ser uma embalagem que vai voltar de novo pra cadeia, né? É por isso que ela está...

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