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Personagem: Cassio Piccolo
Por: Museu da Pessoa, 15 de setembro de 2011

"Aqui pra vocês, sou da Freguesia"

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"Aqui pra vocês, sou da Freguesia"

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“A Freguesia do Ó era o fim, era a periferia. Meu pai conta histórias em que ir de lá até a cidade era uma aventura: tinha que pegar ônibus, bonde, mais não sei o quê.E aqui no bairro, talvez por causa dessa distância, durou mais tempo essa coisa de vendinha, de mercearia. Você conhece o dono, você cumprimenta, pergunta como é que vai a tia, a mãe, o papagaio. E o FrangÓ, tem um pouco dessa proximidade. Quando abriu, em 1987, ele era uma rotisserie. A parte que hoje tem a choperia era um quintal; a gente plantava hortelã, tomate cereja lá. Depois, quando assumiu de vez a vocação de bar, tudo veio num crescente. Ele virou atração turística e, num certo sentido, colocou a Freguesia no mapa de São Paulo. As pessoas lá do bairro falam do bar com orgulho e isso é muito legal. São Paulo é pródiga nisso, porque, se você visitar os bairros e a periferia, você sempre vai achar um lugar incrível, que está perdido no meio do nada e que não precisa estar na mídia, não precisa nada daquilo, ele simplesmente existe daquela maneira. E eu acho isso fantástico, porque isso de certa maneira ajuda a preservar um tipo de coisa com que de outra maneira seria impossível ter contato. E lá no FrangÓ começou a acontecer, por exemplo, de um cliente da zona sul levar um morador lá do bairro para conhecer o bar. E gente de fora, também. Tem um alemão lá, que esteve há pouco tempo no guestbook e ficava falando: ‘Wunderbar!Wunderbar!’, que quer dizer maravilhoso. Eu lembro que uma vez um cara foi lá e falou que ia voltar à noite com 40pessoas de Santos, para a gente reservar. ‘Cara, não tem como’, eu falei. ‘Sinto muito.’ E não é que depois ele me apareceu com o ônibus lá. O bar lotado, gente na calçada e o rapaz estaciona um ônibus vindo de Santos. Aí sabe o que eu fiz? Tinha outro bar lá; na época chamava Jatobá, hoje nem existe mais. Eu falei: ‘Cara, o que eu posso fazer...

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Memórias do Comércio de São Paulo

Depoimento de Cassio Piccolo

Entrevistado por Fernanda Prado e Daniela Baraúna

São Paulo 15/09/2011

Realização Museu da Pessoa

Entrevista MCNO_HV_013

Transcrito por Ana Carolina Ruiz

Revisado por Lucas Lara

P/1 – Cassio, bom dia.

R – Bom dia.

P/1 – Queria começar primeiro agradecendo a sua presença aqui no Museu para essa entrevista e pedir para você falar o seu nome completo, o local e a data de nascimento.

R – Meu nome completo é Cassio Roberto Piccolo, nasci em São Paulo, portanto sou 100% paulistano, em 25 de abril de 1960.

P/1 – Qual é o nome dos seus pais?

R – Valdecir Piccolo e Maria ____ Piccolo.

P/1 – O senhor sabe a origem da família?

R – A origem da família eu fui descobrir depois de um tempo. Meu pai sempre me falava e até um determinado momento da minha vida eu nunca dei muita importância a isso. Em uma viagem à Itália eu fui até visitar o lugar que eles tinham nascido. De ambos os lados, tanto de pai de mãe, meus bisavós eram italianos de Padova que é no Vêneto, no norte da Itália. E por que é que isso aconteceu? Na época, muitos anos atrás, um processo começou com o meu irmão de tentar tirar a cidadania italiana, nós descobrimos que o nosso bisavô tinha sido registrado com um C só. Piccolo em italiano quer dizer pequeno. Tem dois C e um L. Várias das pessoas da nossa família, cada um tinha um registro de um jeito diferente. Para descobrir onde ele tinha nascido meu irmão enviou 200 cartas para diversas colônias na Itália, até que um dia ele recebeu resposta dizendo que o meu bisnono tinha nascido em tal lugar lá em Padova. E daí teve início um processo longo, árduo, cansativo que foi alterar todos os documentos a partir da certidão de nascimento do meu bisavô até os nossos documentos. E cada averbação, assim que eles chamam nos cartórios, demora cinco, seis meses para ser feita, enfim, para você poder fazer uma nova alteração. E em cada...

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