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Por: Museu da Pessoa, 21 de maio de 2014

Aos 60 anos, Nalvinha se formou ao lado dos jovens; tão jovem quanto eles

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Aos 60 anos, Nalvinha se formou ao lado dos jovens; tão jovem quanto eles

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Meu nome é Marinalva Pereira da Silva. Nasci na cidade de Valente, na Bahia em doze do dois de 1953.

O meu apelido é Nalvinha.Meu pai eu não conheci, quando ele faleceu eu era novinha, mas era produtor rural. Na época não existia aposentadoria. Minha mãe distribuiu os filhos pros irmãos, ela não tinha como criar. Ela ficou com quatro filhos e eu fui criada com um tio.

Eu já tinha seis anos na época que eu fui morar com eles. No fim, sendo a mais velha, eu tornei sendo a chefe da casa. Eu agradeço muito a eles, porque eles me deram uma boa educação na época. Trabalhei muito também, mas é o de todo pobre, tem que botar os filhos pra trabalhar. A família toda trabalhava no motor de sisal. A gente só fazia estender a fibra, que era o trabalho leve que tinha. Até 22 anos sempre trabalhando com sisal.

Parei de estudar. Depois, no ano de 2005, foi que eu retornei aos estudos. Eu vim pra Coité porque eu conheci meu marido lá em Valente, aí casei e vim. Depois que eu vim pra cá meu trabalho foi fazer beiju. Eu vendia na feira livre, em Conceição do Coité e em Santa Luz.

Rapaz, quando eu comecei, porque tudo é assim, tudo é o que a gente tem necessidade. Eu tinha precisão do dinheiro pra sobreviver e também do dinheiro pra adquirir alguma coisa que a gente não quer somente ganhar só o que comer, né? Precisa de ter casa, a gente precisava comprar um pedaço de terra, a gente precisava criar os filhos, dar educação. Então, pra mim, quando eu comecei a fazer, que continuei fazendo, já me sentia uma mulherona, porque já sabia fazer beiju, já sabia ir para as feiras vender e achei ótimo. Com a bacia na cabeça, a gente saía daqui umas três horas da manhã, umas três ou quatro mulheres que vendiam na feira. Umas duas horas [de caminhada], uma vez por semana, no dia de sexta-feira, que é o dia da feira em Coité.

[Depois], eu fui trabalhar de zeladora na escola de Onça. Aí eu já fui uma das fundadoras da associação de...

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Dados de acervo

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Plano Anual de Atividades 2013 – Pronac 128.976 Whirlpool

Depoimento de Marinalva Pereira da Silva

Entrevistada por Márcia Trezza e Eliete Pereira

Conceição do Coité, 21 de maio de 2014

Realização Museu da Pessoa

WHLP_HV034_Marinalva Pereira da Silva

Transcrito por Karina Medici Barrella

P/1 – Marinalva, a gente vai começar a entrevista. Por favor, fale seu nome completo.

R – Marinalva Pereira da Silva.

P/1 – Você nasceu em que cidade?

R – Nasci na cidade de Valente.

P/1 – Em que estado fica esta cidade?

R – Estado da Bahia.

P/1 – Que data você nasceu?

R – Doze do dois de 53.

P/1 – Você tem algum apelido?

R – Nalvinha.

P/1 – Quem te deu esse apelido, Nalvinha, você lembra?

R – Quando me entendi, já foi por Nalvinha, deve ter sido os pais, né?

P/1 – E seus pais, qual o nome dos seus pais?

R – Laurinda Pereira da Silva e Catarino Pereira da Silva.

P/1 – No que eles trabalhavam, Nalvinha?

R – Minha mãe eu tenho bem conhecimento, mas meu pai eu não conheci, quando ele faleceu eu era novinha. Não conheci, mas era produtor rural.

P/1 – E sua mãe ficou sozinha depois com os filhos?

R – Minha mãe ficou só um tempo, na época não existia aposentadoria. Ela distribuiu os filhos pros irmãos, ela não tinha como criar os filhos. Ela ficou quatro filhos e eu fui criada com um tio.

P/1 – E seu pai faleceu doente?

R – Meu pai faleceu trabalhando na roça, cortando um pau. O machado pegou no pé e cortou. Na época não existia hospital perto, nem nada, esgotou em sangue até morrer.

P/1 – E você era a mais nova?

R – Eu tinha quatro anos na época.

P/1 – Tinha irmãos mais novos do que você?

R – Tinha mais dois irmãos mais novos.

P/1 – Quantas mulheres e quantos homens, Nalvinha?

R – Três mulheres e um homem.

P/1 – E cada irmão seu ficou com uma família diferente?

R – Não. Ficaram só dois irmãos, os outros ficaram com ela.

P/1 – E você foi morar desde sempre...

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