P/1- Há quanto tempo o senhor trabalha na secretaria de futebol?
R- Olha eu quando garoto, eu trabalhava numa firma americana como mensageiro, naquela época isso vamos dizer de quarenta e seis para quarenta e sete. Eu era mensageiro nessa firma americana, então o Santos estava lançando a campa...Continuar leitura
P/1- Há quanto tempo o senhor trabalha na secretaria de futebol?
R- Olha eu quando garoto, eu trabalhava numa firma americana como mensageiro,
naquela época isso vamos dizer de quarenta e seis para quarenta e sete. Eu era mensageiro nessa firma americana, então o Santos estava lançando a campanha do estádio.
P/1- Da construção do estádio?
R- Da construção do estádio e me convidaram para ajudar, naquela entrega de correspondência da campanha aqueles memorando que entregavam para os sócios naquela época para se integrarem à campanha e tudo. Então foi nessa época que eu então comecei a se integrar mais ao clube e as pessoas do Santos.
P/1- Mas o senhor já era Santista?
R- Já, já era eu explico.... é eu morava aqui perto na Rua Marques de São Vicente logo após a grande guerra eu vim morar aqui na rua Marques de São Vicente. Eu tinha assim... Vinha aqui para a vila, eu era garoto vinha para a vila. Só que eu não entrava no estádio porque eu não tinha condição muitas vezes de adquirir ingresso, então eu como outros garotos agente ficava ai pela rua e tal.
P/1- Quantos anos o senhor tinha na época?
R- Na época... Olha jeito de dizer eu sou de 33 eu devia ter o que naquela época? Uns sete oito anos por ai mais ou menos uns sete oito anos.
R- Então eu tinha o que? Uns sete oito anos.
P/1- Menino.
R- Menino, menino então eu vim morar justamente numa casa onde morava um irmão meu aqui ao lado da estação da Sorocabana dos trens. E garoto eu vim aqui aos cinemas que tinha aqui perto e aos domingos quando tinha os jogos do Santos, eu vinha aqui ficava ai por fora para às vezes ver jogador, ver essas delegações que vinham de fora sempre era um atrativo para mim, para garotada e eu ficava ai na porta as vezes antes de terminar o jogo abriam as vezes os portões agente podia ver o finalzinho.
P/1- E nesta campanha então do estádio o senhor começou a se aproximar mais do clube?
R- Aproximar mais do clube, passado algum tempo tinha um diretor de basquete que se chama José Neves Teixeira. Ele me convidou ver se eu não queria passar a trabalhar no clube, porque eu poderia até ter uma melhorazinha de salário alguma coisa.
Muito humilde realmente eu teria que sempre correr atrás para melhorar um pouquinho o ganho para ajudar em casa tudo direitinho. Foi quando então em maio de 48 eu comecei a trabalhar no santos.
P/1- Maio de 48?
R- 1948 comecei a trabalhar no santos.
P/1- 50 anos?
R- É eu comecei a trabalhar também com entrega de correspondência, ainda aquela corrida do estádio tudo. Então as coisas foram se desenvolvendo mais assim intimamente eu com o clube, logicamente com o pessoal que trabalhava com o clube. Ai começamos a ter um assim trabalho junto com os jogadores, eu vinha para o estádio, eu ajudar nos bailes que o clube fazia no antigo coliseu com os demais funcionários, eu comecei
também a chegar perto dos jogadores. Foi quando eu conheci o Toninho Fernandes naquela época que já estava no Santos que foi um grande jogador do Santos entre outros. Então a bem dizer a minha vida eu comecei a voltar assim... meu coração começou a dar aquela queda. (riso) já desde de garotinho eu já tinha aquela... Eu escutava falar das coisas do Santos, do bloco do Santos que naquela época saia, o carnaval era no centro da cidade e eu tinha uma família muito chegada a minha família que morava no centro da cidade e essa família morava em frente à antiga sede do Santos na rua Itororó 27. Desde aquela época eu via assim comecei a ver as luzes do clube, as coisas do clube: os bailes, os jogos, as pessoas, os atletas. Foi quando então meu coração não, não você é santos mesmo. (riso) já conheceu, já esta a par então você vai passar a ser santos, parece até que foi uma ordem que recebi assim espiritualmente. Realmente eu tenho que dizer para você o seguinte, eu não conheço assim daqueles antigos da minha família que eram pessoas assim, mais simples mais humildes não comentavam muito negocio de esportes. Eu que quando era muito menino eu era levado por pessoas assim conhecidas
vizinhos para aqueles antigos campos que tinha no bairro do Macuco aqui em Santos, onde jogava o antigo Flor do Norte, tinha um campinho lá que jogava o Flor do Norte. Naquele campinho jogava antigos atletas na várzea de santos antigos atletas que depois passaram a profissionais inclusive do Jabaquara, Portuguesa. Então desde da minha tenra idade eu fui notando certas coisas do futebol.
P/1- Esse ambiente esportivo?
R- Esse ambiente esportivo, fui caindo nesse circulo de conhecimento de coisas do esporte, foi quando eu realmente então passou a integrar-se comigo, não só como passei a ser funcionário, passei a mexer nas coisas do clube, ajudar os demais funcionários que mexiam em livros, mexiam em troféus, mexiam em campo tratavam de varias coisa eu comecei a se integrar.
P/1- E que tipo de atividade o senhor já realizou aqui, o senhor começou?
R- Eu comecei como estafeta entregando carta e depois...
P/1- Depois com outras coisas.
R- Passei a auxiliar da secretaria, da parte de secretaria administrativa que antigamente era uma coisa só, era a secretaria administrativa que cuidava da parte social, da parte de esportes, da parte do estado, tudo. Então eu comecei a trabalhar como auxiliar, ai foi indo, foi indo, foi indo e em determinado período eu passei a também a lidar com documentos de jogadores, os contratos de jogadores fui aprendendo.
P/1- Há quanto tempo o senhor desenvolve esta tarefa?
R- Eu posso dizer para você que eu desenvolvo esta parte a mais ou menos uns 40 anos.
P/1- Nossa!
R- (riso)
P/1- Não demorou muito.
R- É não demorou muito.
P/1- E como é que foi, por exemplo, eu não poderia me furtar a fazer esta pergunta. Como é que foi o contrato do Pelé, dos grandes jogadores algum fato, algum contato com esses jogadores, que marcou?
R- Olha, eu vou dizer para você dentro destes anos todos que agente esta no clube vários atletas chamaram a atenção não só pela maneira de ser, pela personalidade de cada um mais pelo fato de o jogador muitas vezes vir de uma origem por exemplo do Palmeiras, do São Paulo ou
da Bahia, de Minas ou do Rio. Inclusive há muitos anos atrás eu viajava muito com as equipes de amadores, viajei com as delegações de profissional, viajei muito para levar documentos para contratar jogadores inclusive e fatos assim foram marcando a minha vida. Cada atleta se apresentava comigo como vamos dizer uma nova historia para o Santos, um novo marco para o Santos, um novo trunfo para o Santos. Então fatos que também me causou assim grande expectativa na minha vida principalmente na parte do futebol, nós tivemos uma época aqui que tivemos treinando aqui Heleno de Freitas foi um dos maiores jogadores de futebol, jogou na seleção Brasileira um jogador de extrema habilidade, tivemos Otavio que veio do Botafogo foi excelente jogador, tivemos Simões que veio do Fluminense, uma serie de jogadores Pinhegas, uma serie de jogadores. Aqui em Santos nós tínhamos, eu era muito fã de Antonio Fernandes, um dos primeiros jogadores que eu vi chutar a bola, eu era garoto Foi Antonio Fernandes o Toninho.
P/1- E ele era santista?
R- Era, para mim foi um marco no Santos.
P/1- Antonio Fernandes?
R- Antonio Fernandes me marcou muito depois eu vim conhecer ele pessoalmente sabe um cidadão... Trabalhava junto, viajei com Antonio Fernandes por varias vezes, depois que ele despediu-se da parte esportiva como jogador passou a ser treinador, então Antonio Fernandes marcou realmente a minha vida. Um marco também que agente não pode deixar de frisar é claro foi à chegada de Edson Arantes do Nascimento o Pelé na vila, eu lembro como um dia de hoje o primeiro dia que ele chegou na vila estava eu um outro funcionário seu Miguel, ele ficou na... Aqui estava em construção ele ficou sentadinho num corredor junto com o Valdemar de Brito esperando para que o nosso administrador naquela época Ciro costa ele atendesse o Valdemar eu me lembro que o Pelé quando chegou não trazia nada estava com a roupinha do corpo humilde. Veio pela mão de um jogador que tinha sido uma enormidade no campo esportivo foi Valdemar de Brito que descobriu todo mundo sabe. Então começamos até um apelido me chamou a atenção Pelé, Pelé, Pelé, mas agente não estava dando a denominação do que poderia ser Pelé em termos assim de ortografia de palavra portuguesa. Então agente via aquele menino humilde, agente começou a ver ele começar a família longe ele aqui. Depois inclusive acompanhamos o clube a comprar uma roupinha para ele, um tênis para ele que dizer foi uma estrela que nasceu no Santos entre tantas que nós vimos, essa também marcou muito agente.
P/1- E agora só uma curiosidade minha, desde o inicio com é que foi colocou o garoto no campo já percebia-se que ali existia uma...
R- Olha eu vou dizer uma coisa para você, antigamente em Santos nós tínhamos vários campos de futebol, inúmeros a cidade era cercada de campos de futebol, era cercada de garotada que jogava futebol. O Santos tinha naqueles bons tempos excelentes times de futebol de salão muitos deles passaram para o futebol amador e alguns para o profissional, o Santos tinha excelente equipes de basquete na época.
P/1- Isso quando, na década?
R- É da década de vamos dizer de 45 para cá, para ser mais preciso. Então estes celeiros todos estes campos de futebol não só serviam a Portuguesa ao Jabaquara de Santos especialmente o Santos. Então o Santos futebol clube sempre tinha uma grande quantidade de jogadores para vim, para testes e também uma coisa sempre me convenceu o Santos no meu modo de entender sempre foi um clube muito carismático, o Santos nasceu entre muitas estrelas. Se agente pensar direitinho uma cidade com toda esta historia que tem Santos a cidade dos Santos dos seus personagens José Bonifácio, os irmãos Andradas. Toda esta¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬_______ de homens da historia que esteve circulando na cidade, nós sempre notamos que a cidade oferecia muitos valores para os clubes, para arte, para tudo. E o Santos foi um dos que acumulou este espelho destas pessoas, eram jornalistas que prestavam muitos serviços para o Santos, conhecemos um jornalista que para mim foi uma honra ter conhecido pessoalmente que foi Adriano Nevra que
ganhou vários prêmios em todo o Brasil e considerado um gênio como jornalista.
P/1- Crônica esportiva.
R- É, conhecemos outros jornalistas das sucursais dos jornais que tem em Santos que estavam sempre por aqui, que era o caso do Torito jornalista que era do diário...
P/1- Diário de Santos?
R- De Santos, era o caso do Hernandes que era das folhas. Este pessoal estava sempre circulando aqui e não só faziam as reportagens das coisas do Santos como eram muito amigos, se enquadravam muito aqui estavam sempre em vestiários, estavam sempre trazendo vamos dizer reportagens dos outros clubes de São Paulo.
P/1- Sempre uma relação amistosa?
R- Amistosa, o Santos desde esta tenra idade que eu iniciei e me conheço até agora eu sempre vi no Santos esta chamada deste pessoal, esse pessoal sempre esteve no Santos, sempre jogadores assim que vieram, se destacaram como foi o Dalmo que uma bela tarde apareceu com a sua malinha ai na mão que veio de Campinas depois foi um grande jogador que inclusive deu a marca do bi campeonato pro Santos, chutando aquele pênalti que nós ganhamos de um a zero do Milan. Jogadores que vieram do São Paulo como Mauro Ramos, Gilmar que veio do Corinthians. Jogadores não vou dizer para você que Mauro Ramos ou Gilmar eles estavam saíram do Corinthians porque não eram mais jogadores, não
eu vi
Mauro Ramos, vi Gilmar jogadores que tinham grandes talentos eles no meu modo de entender eles chegaram àquela data aquela idade, que eles tiveram vontade vamos dizer. Eu já joguei tanto tempo no São Paulo que era o caso do Mauro, já joguei tanto tempo no Corinthians que foi o Caso do Gilmar.
P/1- Vamos para o Santos.
R- É lógico, ou jogo no Palmeiras ou jogo no Santos mas vamos fazer o seguinte, eu estou sendo convidado e vou jogar no Santos. Chegaram aqui continuaram com seus talentos foram grandes jogadores. Então eu sempre vi o Santos como um clube pré-destinado, as coisas vieram acontecendo...
P/1- Como o Pelé veio.
R- Normalmente como o Pelé veio, então vamos dizer se perguntarem para a gente puxa mais naquela época e difícil para a gente ver na relação dos títulos do Santos, o Santos ganhou um titulo em 1935 e depois ganhou em 55, 20 anos depois mas eu posso dizer para você o seguinte. O clube Santos a cidade pequena claro agora tem este desenvolvimento todo, funcionava na época com grande destaque o porto, nossas praias como sempre teve, aquele grande atividade forense de arte que sempre Santos sempre teve muito destaque na parte artística em todos os níveis tivemos Benedito Calisto, tivemos poeta como Álvaro Fontes grandes, grandes nomes de envergadura, como Shimith
aqui em Cubatão era um, morava aqui em Cubatão. Nós tivemos assim Santos sempre bastante satisfeita de Filhos pródigos, de artistas de revelações não só trazida logicamente também pelo porto que nós tínhamos, aqui passavam grandes artistas que se apresentavam no parque balneário, que vinham os presidentes da república para o parque balneário na praia e vinham os grandes artistas de fama em todo mundo, no Coliseu. Então eu acho que o Santos futebol clube na parte esportiva foi como... eu noto com se fosse a cidade uma grande mesa com muitas coisas, nessa mesa caia muitas coisas assim para tudo que era lado e o Santos de lado recebia também todas essas coisas gostosas e boas que estavam nessa mesa.
P/1- E também se favorecia das benesses.
R- Favorecia, então eu acompanhei o Santos se você acompanhar, pegar os livros históricos do Santos esportivos você vê que o clube sempre teve algum destaque não só nos torneios da cidade, nos torneios regionais , nos torneios interestaduais, internacionais depois teve grandes destaques. Hoje o jovem pega por exemplo uma lista histórica do Santos ele vai dizer é mas veja bem o Santos foi fundado em 1912 e a primeira conquista de marca vamos dizer um campeonato paulista aconteceu em 35, mas nós tivemos fatos muito interessantes que caminharam lado a lado com futebol, maiores aqueles campeões paulistas, aqueles campeões vamos dizer de torneio x que o Santos não teve na época condições de ganhar. Mas o Santos tinha marcas, o Santos teve grandes ataques teve em campeonatos ataques que fizeram 100 gols em numero reduzido de jogos. O Santos teve jogadores que foram para a seleções sul americanas na época, o Santos não era um clube campeão, mas fornecia atletas de grande envergadura, atletas de excelente nível técnico como foi o caso de ________ o próprio Ari que foi seu irmão que foi para a Suíça se não me falha a memória o primeiro jogador Brasileiro a jogar no exterior, o Santos teve um capitão de equipe no sul americano um dos primeiros ganhos do Brasil nesta historia toda do futebol Brasileiro o Santos estava com a sua marca, estava com três jogadores naquela época. Tínhamos o que o São Paulo, tinha o Paulistano em São Paulo, o Palestra em São Paulo, o velho Ipiranga em São Paulo o Corinthians paulista em São Paulo esses clubes de grande envergadura, só que o Santos também do lado ele contribuía de uma outra forma e isso no meu modo de entender já deixava o Santos como grande; devido ao carisma do clube era um clube carismático. Então essas peças, esses nomes, esses jovens que foram se apresentando foram cada vez mais desenvolvendo o clube, se você ver direitinho essa passagem do Santos de 12 para cá nós temos ano a ano nós temos alguma coisa para comemorar e para dizer ao jovem. O jovem de hoje campeão do mundo varias vezes nós também temos muita coisa para oferecer, em termos de historia para o clube ou para esta turma.
P/1- Agora no começo da nossa conversa o senhor comentou que a família do senhor não prestava atenção, não era ligada muito a esta questão do esporte tudo. Depois que o senhor veio trabalhar aqui, estando trabalhando aqui há 50 anos, a família continua alheia a isso?
R- Não, não ai o meu próprio entusiasmo também contagio. Eu tinha um irmão que era um operário na prefeitura de Santos, sempre eu comentava com ele as coisa ele sempre perguntava: “ escuta e lá o clube.” “ e o Jogo, e tal jogador.” E tal isso, tal aquilo. Porque eram pessoas muito humildes, então agente passou a ir comentando, comentando a própria minha mãe que faleceu com quase 90 anos.
P/1- Sua mãe?
R- É, eu sou de uma família de 90 anos para cima. (riso) 90 anos para cima.
P/1- Então ainda tem mais uns 40 por aqui.
R- (riso) Então eles comentavam, tudo que eu tinha aqui no Santos que eu ganhava alguma coisa eu levava para casa, ia pendurando as bandeirinhas, aquele tempo agente não usava muito essas camisas que hoje tem, só na parte de esportes amadores que você via assim muita alusões de chapéu, de camisa estas coisas. Mas no futebol profissional era bem pouco naquela época usava-se muitas bandeiras, pelo que eu me lembro, muitas bandeiras. Depois de um tempo para cá que o torcedor... As fabricas começaram a fazer camisas o sujeito começou a colocar camisa. Eu lembro bem que naquela época tinha assim muitas flâmulas, bandeira né? O sujeito vinha para o estádio empunhava aquelas bandeiras, aquelas coisas ele tinha plena satisfação de puxar a carteirinha do bolso, ai o sou sócio do Santos, ou sou sócio da portuguesa. Ele se identificava no meu modo de ver que eu me lembro por isso, depois de um tempo para cá que o sujeito começou a colocar camisa colocou alguma coisa. Eu acho que o Santos também com essas suas historias de carnaval, o Santos passou a ser um clube que lançou muitas raízes, por exemplo, nós tivemos há muitos e muitos anos atrás o bloco da Bola Alvinegra.
P/1- O senhor saberia me dizer mais ou menos quando?
R- Veja bem, o bloco da Bola Alvinegra se não me falha a memória e acho que de 1945 por ai, 44,45 já tinha uma circulação ai os jovens. Então como nós tínhamos a cidade sempre manteve uma tradição de festejos carnavalescos de rua, nós tivemos por exemplo de muitos e muitos anos para cá os festejos “banho da Dorotéia”.
P/1- O que é isso?
R- É um desfile carnavalesco tipo patuscada, se vestiam com roupas de papel a cores e tudo, e faziam aquelas brincadeiras na praia. O Santos tinha naquela época o bloco da Bola Alvinegra que saiam os jogadores, muitos dos jogadores, muitos sócios e era por exemplo em nível uma grande rapaziada eram: amadores, atletas amadores, atletas profissionais, diretores que saiam sócios e tal.
P/1- O senhor pelo que eu entendi, o senhor disse que este tipo de atividade carnavalesca ela ajudou a difundir, fazer a fama do clube, a criar raízes na cidade.
R- Na cidade, é porque o Santos sempre teve nome de destaque na suas equipes não só amadores como profissionais, mas amadores nós tivemos garotos que depois formaram-se. Foram médicos, engenheiros, advogados tanto na equipe de basquete que o Santos tinha antigamente como na equipe de futebol, então se agente pegar os nomes antigos do Santos eram gente tudo da vida forense, do governo municipal, da política, da parte alta social. Eram sempre gentes assim imbuídas com as coisas do clube, empunhava as coisas do clube em todas as estancias que se firmavam. Essa ascensão do santos também no meu modo de entender com os envios de jogadores para seleções desde das primeiras épocas... foram empunhando bandeiras em vários lugares.
P/1- Foram ajudando a construir o nome do clube.
R- Foram ajudando a construir o nome do clube, tanto é que pelo que eu me lembro nós fizemos uma excursão... eu não estava aqui ainda trabalhando, mas pelo que agente leu do histórico do clube. Nós tivemos uma grande excursão ao norte do país foi uma excursão vitoriosa, o Santos naquela época levou flâmulas, distintivos uma serie de coisas distribui para tudo quanto foi lugar no Brasil, no norte do país. Depois tivemos uma outra grande excursão, a primeira excursão que eu me lembro em 55.
P/1- O senhor participou?
R- O Santos começou que foi convidado para ir a Argentina, para o México em 55 você veja só a concordância da historia que caminhava com o clube em 55 nós tivemos a primeira excursão. Em 56 praticamente houve a apresentação de Pelé no Santos que dizer já deu um pulo enorme mais para as coisas, Pelé sendo convocado para seleção Brasileira, não era comum porque antigamente iam para seleção brasileira jogadores mais tradicionais, aqueles jogadores que tinham seus currículos completos, aqueles grandes goleadores, aqueles homens que eram considerados os ases do esporte. Quando o Pelé então começou na seleção brasileira como um garoto ele tinha o que com ele? A sua origem tá na cara que o Santos quando o Pelé se apresentou sabia através do Valdemar de Brito tinha um garotinho em tal lugar que jogava tudo, conhecia tudo do futebol então ele veio aqui para agente ver.(riso) Então o que o Santos poderia dizer de Pelé naquela época que ele começou não era um garoto que olha ele ficava perto aqui das imediações do Clube batendo bola o dia todo com a garotada, aqui era sempre cheio de garoto ele era desabador, ficava ai pela das ruas ai batendo bola o dia todo, eram garotos que assombravam ai no futebol amador nos jogos decidia naquela época. (riso) ele garotinho decidia aquela coisa toda e claro também logo após, Edu, Durval, Coutinho. Então veja bem uma época que vamos dizer que você esta com vontade de fazer um grande refeição, você chega na sua casa vê aquele fogão, aquelas panelas cheia de coisa gostosa, então aconteceu do Santos fazer aquele grande banquete.(riso) então começou a juntar Pelé, Coutinho, Pepe, veio também aqui de São Vicente como eu disse para você Santos, São Vicente e a Baixada pelos seus inúmeros campos de futebol.
P/1- Fervilhava.
R- Fervilhavam talentos não só para o Santo, mas para o Jabaquara, Portuguesa fervilhavam as coisas. Então as épocas passaram a se seguir, os times do Santos começaram a se desenhar a se vislumbrar a ter grandes montagens. O Santos, diga-se de passagem, sempre teve também pessoas de préstimos muito eficazes na parte técnica, eu vi Osvaldo Brandão treinar o clube. Foi treinador do Corinthans Osvaldo Brandão de grande nome. Eu vi muitos treinadores.
P/1- Tocando nesse assunto que o senhor tocou, como que era assim grandes equipes, mas como que era à parte que o senhor trabalhava, trabalha até hoje, administrativa técnica o pessoal também nesse espirito?
R- Nesse espirito, é nesse espirito porque nós tínhamos por exemplo, naquela época se você notasse um treinamento de uma equipe você só via que eu me lembro o treinador entrar em campo, hoje na época de hoje entra: preparador de goleiros, físico terapeuta, entra auxiliar técnico, entra o treinador, entra o preparador físico. Antigamente você só via o treinador entrar em campo, entrava com os jogadores e distribuía dava aquelas informações acompanhava os treinamentos e há uns tempos atrás o Santos começou a ter colaboração da faculdade de educação física. Eram pessoa que vinham de outras regiões de São Paulo, depois que começou a faculdade, começou, o Santos, a cursar um curso a ganhar
também a colaboração do pessoal da faculdade antigamente nas escolas de Santos, antigamente que eu digo antes da grande guerra isso em 43,44 os elementos que tinham algum conhecimento de educação física eram da força policial, da força militar já chamavam foça publica naquela época, não só colaboravam com as escolas na parte de educação física como também de ir nas agremiações. Não era assim especificamente vamos dizer, não o Santos tem preparador físico fulano de tal que é conceituado, que foi contratado. Não as pessoas compareciam no Santos através de amizades com os diretores, através de algumas sociedades da cidade, eles iam nos Santos “ Oi vai vim um senhor ai ajuda na preparação da equipe.”
P/1- E quando que houve uma profissionalização aqui no Santos desses assistentes, destas pessoas que prestam suporte ao técnico, ao preparador da equipe o senhor se lembra?
R- Que eu me lembre essas preparações, essas vamos dizer estas comissões técnicas assim mais organizadas eu acho que começou a nível de seleção Brasileira. Eu me lembro que naquela época as seleções do Brasil eram formadas... agente lia muito nas delegações que eles formavam, vai um médico, vai um administrador que vai cuidar disto, vai um diretor da CBF, vai um medico, vai um médico que é especializado em ortopedia um sábio aquelas coisas. Eu creio que ai no meu modo de entender começou estas evoluções de comissão técnica, de se apurar para uma preparação do atleta.
P/1- E aqui no Santos?
R- É no Santos, é olha eu acredito...
P/1- Quando o senhor chegou já havia isto? Não, não Havia?
R- Não, não me lembro eu via mais é como eu te falo eu é o Osvaldo Brandão treinar,
José Piotina, eu vi o próprio... Eu lembro que as pessoas comentavam muito sobre esse Zezé Moreira este pessoal antigo que esteve aqui no Santos, que esteve vendo então vi muitos treinadores.
P/1- E quando que o senhor viu uma...
R- É da época do Lula para cá no meu modo de entender pelo que agente lembra. Do Lula para cá eu comecei a ver também que as coisas foram mais se apurando. Porque o treinador Lula na época eu vou ser franco em dizer, eu acho que ele vivia o Santos dioturnamente, porque o Lula à medida que ele cuidava da equipe profissional ele acompanhava muitos os jovens, que ele era fã de ter aquela felicidade de ver um garoto bom no amador para trazer por profissional. Ele acompanhava, ele ia para o seus campeonatos varzeanos alem de ele ter sido treinador de equipes da várzea, ser muito chegado com este pessoal de várzea antes de vir para o santos, quando ele veio para o santos ele continuou aquela mesma caminhada na várzea. Foi quando então ele também trazia elementos de destaque no futebol amador, na espera claro de uma ascensão destes atletas para a equipe profissional, mas como eu vou dizer para você o eu sempre notei que o Santos teve muita estrela para estas coisa. Os atletas sempre se apresentaram ao Santos, se você notar a relação dos jogadores que nós temos até hoje se agente analisar nomes a nomes a origem destes jogadores, você pode ver que muitos mais grande quantidade deles, se apresentaram ao Santos porque queriam conhecer, porque queriam vir para Santos, porque tinham alguém que tinha vamos dizer... Olha o Santos tem um Odair do Santos né? Será que da agente ver, jogar com o Odair, jogar com o Toninho naquela época. Realmente houve muito destaque do nome do santos fora, o Santos sempre teve muita publicidade, muito destaque por fora isto sempre foi um chamariz. Quando começou a época logicamente... Televisão ai todo o cenário esportivo ganhou um destaque maior, você vê que Pelé de 56 para cá estava na mídia a toda. Os jogos do Santos eram quase que constantes, as transmissões, as televisões por vários motivos. chegava a época de carnaval Santos tinha uma força, uma força fantástica no carnaval eu acho que só comparado com o Rio, aquele carnaval típico de Recife, carnaval típico da Bahia que agente conhece mas sempre se empunha nas coisas de carnaval, sempre aparecia. As televisões, rádios e jornais que vinham não só fazes estas coberturas muitas vezes sociais aproveitavam e davam destaque para as coisas do esporte, do futebol.
P/1- Então o senhor atribui assim a televisão também um maior desenvolvimento do esporte?
R- Do esporte em todo o Brasil, nós tivemos nomes na radio como Fiore Gigliotte.
P/1- Qual é esse primeiro nome?
R- Fiore Gigliotte, ele era da radio Bandeirantes e outros nomes assim que na conversa agente vai lembrando, que nós viajamos. As delegações viajavam, jornalistas iam praticamente juntos, iam juntos nos ônibus, nos trens que agente viajava, nos aviões na época. Então eles davam destaque, começaram a dar muito destaque para a entrevista, as origens, para os feitos do futebol em todo mundo então eu acho que houve assim o esporte em si teve um salto muito grande, e o Brasil sempre foi um celeiro de grandes atletas, de grandes marcas. Se agente analisar o cenário esportivo do Brasil sempre nós tivemos épocas de destaque no esporte. O Santos teve atletismo, foi campeão em atletismo, fomos campeões de atletismo em São Paulo Olegar Ortiz na época. O bloco do Santos antigos eram conhecidos no Rio de Janeiro, as famílias o santos tinha muita gente com a origem do Rio, também é lógico com São Paulo e tudo, mas como era uma cidade pequena, tinha uma grande força de carnaval, tinha um teatro muito conhecido mundialmente que era o teatro Coliseu, tinha um hotel de alta categoria que era o Parque Balneário, vinham os presidentes tivemos passagem de Santos Dumont por aqui, que foi para o Guaruja. Essa cidade foi caminho de muitas personalidades, não só da nossa cultura, praticamente da nossa política, da nossa vivência assim em todos os caminhos da civilização Brasileira, Santos participou dos grandes marcos do país, mas eu acho, estou achando que o Santos sempre caminhou do lado desta mesa de grande fartura. Eu acho que o Santos foi marcado por isso, os homens que participavam de tudo isso tinham sempre qualquer coisinha a ver com o Santos, sempre, sempre, sempre tinham. Nomes médicos Dr. Guilherme Gonçalves que foi presidente do santos foi presidente da federação antes da guerra, o Santos teve depois desta inauguração do Pacaembu em 1940, tivemos participações assim quase que simultânea em São Paulo. Basta dizer também que depois de 1916, 1919 por ai o Santos foi um dos clubes que foi convidado pela própria Associação paulista de esportes para participar dos campeonatos de grande envergadura em São Paulo. Você vê que o Santos sempre esteve junto com a historia.
P/1- Agora uma coisinha, mudando bastante assim de assunto. O senhor esta aqui há quanto tempo, 50 anos?
R- É, eu tive aqui no Santos eu comecei em 48 depois em 87 eu parei um pouquinho, me afastei um pouquinho eu fui cuidar de outras coisas, cuidar de uma outra família descansar um pouquinho, foi quando depois de 10 anos... Me aposentei em 77, depois de 10 anos eu parei um pouquinho ai então um ano depois me convidaram outra vez para mim voltar, para continuar trabalhando, ajudando colaborando na parte de esportes.
P/1- E não pretende parar?
R- É eu pretendo agora, estava pretendendo agora para o ano que se inicia parar um pouquinho porque eu sou integrado a algumas sociedades religiosas aqui em Santos onde tenho muitos amigos tem muita coisa. Eu estava com vontade assim não vou dizer me desligar do esporte, porque o esporte durante esses anos todos... Eu comecei aqui praticamente com 12 anos na campanha, estou com 65 anos então você vê há 53 anos agente esta nesta lida do esporte, mas eu gostaria de ter um tempinho para dedicar ao esporte, um tempinho também para dedicar as minhas sociedades as coisas, esse é o meu pensamento, mas no Santos sempre estarei ligado com a graça de deus porque muitas coisas nos marcou seriam inumeráveis, seriam até acho cansativas agente tá assim suscitando as coisas, mas muita coisa me marcou. Agente conheceu aqui governadores, conheceu altas personalidades, conheceu homens que foram depois praticamente ministro naquela época, que foi o caso do capitão de mar e guerra José Calvente Aranda, hoje é almirante que dizer então nós conhecemos gente, homens, personalidades.
P/1- O atleta do século.
R- Atletas, essa caminhada de Pelé que para nós deslumbrou-se de uma forma... a gente sem ter palavras para definir certas coisas de Pelé.
P/1- O senhor esta falando de uma paixão pelo clube, que a própria trajetória do Pelé mostra porque ele só atuou aqui.
R- É Pelé teve... Olha, agente sempre notou o seguinte ele foi um atleta altamente qualificado de um talento eu não vou dizer que não tenha havido talentos no futebol Brasileiro. Teve muitos talentos, mas ele foi um talento que ele destacou-se porque nós tivemos uma época um Santos de 67, 68, 69 tivemos três títulos depois mais um tri campeonato essas excursões todas, o Santos teve um a equipe de dar inveja entre aspas. Alem destes jogadores de grande talento que e o Santos tinha o Santos tinha outro grande talento que era Pelé que jogava com estes ases todos.
P/1- E com essa paixão.
R- Com essa paixão, então porque na minha opinião nós poderíamos chamar um rei, um reisinho vamos dizer agente pode chamar assim, porque dentro desses ases todos ele sempre foi destaque, foi um jogador de sorte? Eu acho que foi de extrema sorte que se batia na canela dele... Foi um jogador de excelente qualidade física? Foi. Foi um jogador de origem humilde que o ajudou muito? Foi, teve família teve um pai, teve uma mãe, teve uma irmã, teve um irmão coisas que marcam um homem no meu modo de ver as coisas, foi um filho exemplar? Foi, era um atleta que chegava atrasado no Santos? Não era um dos primeiros, era o primeiro a ir embora? Não, era o ultimo um dos últimos a sair, nós acompanhávamos isso. Comentou-se algum problema sobre Pelé assim que destoa-se da sua vida, da sua carreira? Não nunca soubemos, nuca vimos. Então ele era um moço assim de um a dez, nove virgula nove porque um pequeninho defeito ele tinha que ter porque era um ser humano. A carreira de Pelé se você notar os anos o estouro desta tecnologia, da mídia...
P/1- O senhor disse que de zero a dez, nove virgula nove arredondaram para dez colocaram nas costas dele.
R- Exatamente. (riso) tudo isso viu-se, os fatos importantes aconteceram como, em que jogador? Pelé tivemos visitas dos reis no estádio, aconteceu um fato importante o rei da Suécia foi cumprimentar todos os jogadores e chegou naquele garotinho de 16 ficou espantado, puxa um garotinho de 16 anos já aqui e foi abraçar e tudo. Fatos concretos aconteceram com ele? Aconteceram, sorte? Pode ser, mas sorte derivado a que ao qualificativo dele, a personalidade dele, ele era um excelente garoto, foi excelente atleta de grande talento acompanhou, fez tudo para crescer na vida financeiramente, socialmente tudo, para tudo ele correu atras batalhou para ser um rei, então esse qualificativo o rei, porque agente fala tem origem porque é filho lá do antigo príncipe não sei o que, não sei o que, não ele veio dentro de uma seqüência das coisas, da pratica da vida, das coisas acontecendo ao seu lado ele sempre dentro de um principio assim ereto, que dignifica-se o seus companheiros, o clube onde ele estava sabe, sempre amigo, sempre brincalhão.
P/1- E a relação do senho com ele?
R- A sempre foi assim a mais bonita possível, porque agente viu ele chegar aqui no dia, eu e os outros funcionários acompanhamos ele assim a par e a passo, agente viajava muito via muitos jogos, estava com ele depois os contratos todos eu fiz para ele, então foi indo, indo a historia dele quando começou a ser comentada, narrada a termos de livro sempre agente acompanhou, contato com o irmão dele, com a família dele com o pai dele que trabalhava aqui em Santos na prefeitura, agente sempre foi ligado a ele, fui uma pessoa muita ligada a ele. Claro Pelé depois de um determinado tempo depois dos jogos da seleção brasileira ele começou a chegar na vila com 50 pessoas correndo atrás dele querendo abraça-lo, querendo falar, querendo isso e aquilo, mas sempre esteve com agente sempre dando uma palavrinha com agente em termo de amizade. Foi uma marca, uma das marcas de Santos que eu tenho muita honra de lembrar foi essa vinda dele.
P/1- Então depois deste bate papo gostoso e muito enriquecedor aqui, agente vai preencher a ficha cadastro de depoente.
R- Tudo bem, a suas ordens.
P/1- Como é o nome do senhor?
R- Alfredo de Lima.
P/1- O senhor mora aqui em Santos mesmo?
R- Moro em Santos.
P/1- Qual o endereço?
R- Avenida Dr. Bernadirno de Campos, 624 Apto 74.
P/1- Que bairro que é?
R- Bairro Gonzaga, ali é chamado Gonzaga.
P/1- Ah, no Gonzaga.
R- É aqui, no canal perto da praia. Cidade de Santos.
P/1- O senhor tem telefone?
R- Tenho 237-3466.
P/1- Agora a data do nascimento do senhor?
R- 24 de maio de 33.
P/1- Aqui de Santos?
R- Natural de Santos, nascido e criado, todos nós de Santos.(riso)
P/1- O nome do seu pai?
R- Eu vou ser franco com você, eu praticamente só conheci minha mãe, Marcilha de Lima, minha mãe.
P/1- Marcilha...
R- Marcilha de Lima é o pai e mãe que eu conheci.(riso)
P/1- Mas também.
R- Nossa, meu deus de uma força de uma estrutura espiritual, tem uma estrutura espiritual ela sozinha formando a família todos os filhos.
P/1- O senhor é caçula?
R- É eu sou caçula da família.
P/1- De quantos filhos?
R- Minha mãe... É meu irmão, três nós éramos quatro filhos.
P/1- O senhor é o caçula?
R- Caçula.
P/1- O senhor lembra da data de nascimento da sua mãe?
R- Minha mãe ela se não me falha a memória ela é de junho de 1896, parece, eu só lembro o aniversario dela em junho.
P/1- daqui de Santos também?
R- Todos nós de Santos.
P/1- A família inteira?
|R- Família inteira, os meus avos eram operários da família do antigo poeta de Santos Vicente de Carvalho, trabalhou no sitio dele, trabalhadores lá de Vicente de Carvalho. (riso)
P/1- Olha só.
R- É vamos lá.
P/1- a sua mãe, a atividade da mãe?
R- É naquela época chamavam vamos dizer ela tinha uma atividade doméstica, ela era cozinheira, passadeira. Ela trabalhava com famílias e tudo.
P/1- E também na vida inteira a pessoa pode ter varias né?
R- É exatamente.
P/1- O senhor é casado?
R- Casado.
P/1- Qual o nome, fala um pouco sobre sua família o nome?
R- Da minha esposa é Dirce Mafaldo de Lima, ela é de três de agosto de 38.
P/1- Leonina?
R- É leonina e eu sou geminiano. (riso). Tenho um filho Alfredo de Lima Júnior, foi ex-atleta aqui do santos jogou aqui no infantil e juvenil. (riso)
P/1- Olha só.
R- Foi, foi jogou aqui nas manhas esportivas, futebol. Foi vice campeão aqui na manha esportiva, jogou no infantil também. Tenho fotos dele tenho tudo.
P/1- estas fotos podem vir a ser importantes para o nosso trabalho.
R- (riso) Tudo bem.
P/1- Um filho só?
R- Tenho mais duas filhas, Rita de Cássia Mafaldo de lima e Rosana Mafaldo Lima e Silva porque essa é casada, o meu filho também é casado atualmente é casado também...Recolher