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Por: Angelo Brás Fernandes Callou, 1 de maio de 2022

Adeus, Portugal

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Adeus, Portugal

Adeus, Portugal

Por Angelo Brás Fernandes Callou

Um ônibus de mais de 40 lugares, e apenas eu de passageiro, me levou de Portalegre a Marvão, no Alto Alentejo. Ali me despedi de Portugal!

No meio de uma paisagem deslumbrante, num dia particularmente belo de outono – céu azul, sem nuvens e com sol, e frio suportável –, avisto, de supetão, do meu lugar solitário no ônibus, uma rocha altíssima, tal como alertou Saramago, em Viagem a Portugal.

Com dificuldade, devido à distância e envergadura daquele morro, visualizo, parcialmente, a torre de um castelo medieval e uma igreja, seguida de construções brancas. Torci, confesso, feito criança, para que Marvão estivesse, de fato, ali, naquelas alturas. E estava. Inacreditável!

Enquanto o “meu” ônibus serpenteava as estradas, pressenti, equivocadamente, por alguns instantes, que ele se desviava daquela “falésia” alentejana. Mesmo com a descrição de Saramago presente na memória, fiquei com certa dúvida, pois, até então, jamais tinha visto nenhuma fotografia daquele lugar.

O ônibus para às portas das muralhas de Marvão, a mais de 800 metros de altitude. Aqui é o terminal: diz “meu motorista particular”. Desço com uma alegria similar àquela quando ia aos piqueniques na infância com meus pais, em Pesqueira (só faltava a torta galega de bacalhau, tão comum na família, à época). Na mochila: um celular para escrever, um bloco de papel canson, um estojo compacto de tintas (próprio para viagens), pincéis de água (essa invenção perfeita para estreantes na aquarela, como eu) e, claro, o Saramago.

Considero imprescindível, para a saúde subjetiva, que se faça, pelo menos uma vez na vida, uma viagem sozinho. De preferência, muitas. Não precisa percorrer, necessariamente, o caminho de Santiago de Compostela para pensar sobre si e o mundo, ou para desfrutar, simplesmente, a sensação de liberdade total, que essa experiência...

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Palavras-chave: portugal, crônica, marvão

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