Projeto Aché
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista de Antônio Paulo Vieira
Entrevistado por Imaculada Lopes
Mangaratiba, abril de 2002
Código: ACHE_CB034
Transcrito por Leandro S. Motta Revisado por Claudia Guarnieri
P/1- Antônio, para começar, queria saber o seu nome ...Continuar leitura
Projeto Aché
Realização Instituto Museu da Pessoa
Entrevista de Antônio Paulo Vieira
Entrevistado por Imaculada Lopes
Mangaratiba, abril de 2002
Código: ACHE_CB034
Transcrito por Leandro S. Motta Revisado por Claudia Guarnieri
P/1- Antônio, para começar, queria saber o seu nome completo, data e local de nascimento.
R- Meu nome é Antônio Paulo Vieira, eu nasci no Rio de Janeiro, no dia 18 de junho de 1960.
P/1- Sempre morou no Rio?
R- Sempre morei no Rio.
P/1- Foi no Rio que você começou a trabalhar no Aché?
R- Foi.
P/1- Como é que foi essa entrada na empresa?
R- Essa entrada, eu trabalhava em um laboratório de porte pequeno, que era o laboratório ________ , que é do grupo _____________ (Vasconcelos?). Trabalhando no setor de Santa Cruz. Eu tive a oportunidade de conhecer o Fernando Stein, que estava cobrindo o setor dele como gerente já do Aché. Ele realmente viu meu trabalho junto aos médicos, o conhecimento, e apareceu uma oportunidade de ter uma vaga no Aché e ele vir me convidar. E assim eu entrei no Aché no ano de 1985.
P/1- Qual é a imagem que a concorrência tinha do Aché naquela época?
R- Aquela imagem que era uma rotatividade muito grande de representantes, que praticamente quem entrava no Aché não durava muito porque era uma cobrança muito grande. Eu tive esse desafio de entrar no Aché, também foi uma evolução de um laboratório de porte pequeno para um de porte grande. O Aché já era grande e assim foi um desafio realmente. Eu tive até alguns... meu pai, que trabalhou 27 anos lá no (Jami Vasconcelos?), ele alertou que na época tinha um gerente que se chamava Canela e o pessoal ficava assustado com o Canela, porque ele fazia reunião de 15 em 15 dias, mas nessa época que eu entrei o Canela não estava mais no Aché.
P/1- Tinha alguma coisa de diferente no jeito de trabalhar do propagandista do Aché?
R- Olha, eu no Aché, a reunião só… do trabalho em si era praticamente idêntico. Eu acho que a cobrança sempre teve, mas em matéria de reunião era muito tenso e assim foi por algum tempo.
P/1- Você chegou a conhecer propagandistas de outras regiões ou até mesmo a fábrica lá de Guarulhos?
R- Assim que eu entrei, em 1985, eu entrei em setembro de 1985 e no final de 1985, acho que foi em novembro, nós fizemos uma viagem para conhecer a fábrica em São Paulo, então foi a filial toda do Rio de Janeiro e nós fomos em... marcamos na Dutra um ponto de encontro onde todo mundo tinha carro, ou todos tinham carro, mas ai levaríamos vários colegas para fazer o transporte coletivo até um ponto de encontro e dali a gente pegaria o ônibus para ir para São Paulo. Foram num total de cinco ônibus e foi uma viagem muito legal, uma bagunça generalizada. No início, o pessoal estava com um pouco de sono. Poxa foi realmente muito interessante conhecer a fábrica, sendo que na época de 1985... agora a gente vê pelo menos por fotos, a fábrica como cresceu. Teve a aquisição de uma fábrica ao lado onde o Aché se expandiu mais ainda; teve uma parte de trás também que eu acho que eles compraram o terreno, a área de lazer que a gente vê de vez em quando em algumas reportagens que são mandadas aqui para o Rio. Está muito lindo, está muito bonito.
P/1- Você lembra o que te chamou a atenção lá na fábrica de Guarulhos?
R- Olha, estava construindo uma parte da fábrica na entrada à direita, eu acho que era onde ia guardar os medicamentos, era o estoque. Estava ainda em total construção, só estava em alvenaria e realmente marcou bastante. Marcou bastante também o nosso almoço. Lá no refeitório coletivo onde nós tivemos o nosso almoço, depois teve uma palestra, teve um filme do Aché no salão. O interessante é que também já estava meio fora de época, cada representante que foi ao Aché ganhou como brinde uma caneca, não sei da onde tiraram essa caneca, era tipo como se fosse um panetone, já que nós estávamos no final do ano. Só que o panetone não chegou na casa de ninguém porque na volta foi uma brincadeira de um rouba o panetone do outro, come o panetone... então teve uma descontração total na volta. Já que foi um dia para ir... no mesmo dia a gente foi a São Paulo e voltou no mesmo dia, foi uma coisa bastante cansativa, mas que realmente foi bastante interessante para conhecer a fábrica. Para levar principalmente os médicos que a gente tem orgulho, a gente tem orgulho de trabalhar no Aché e conhecer o local em que a gente trabalha, acho que é muito interessante.
P/1- Nesses anos de trabalho teve algum remédio que você gostou mais de propagar? Algum que te marcou mais?
R- O produto que eu gostava muito, gosto, até ainda está na minha linha - infelizmente eu não sei como é que vai ficar o contrato junto a Parke-Davis -, que é o Ponstan 500. É um produto que está praticamente em standby atualmente. O Aché... eu não sei como é que está sendo o andamento do relacionamento junto o Parke-Davis ______ , que se juntou, e vamos esperar agora o que eles vão resolver para a gente ver se vamos continuar trabalhando com esses produtos da Parke-Davis ou realmente vai passar para outra linha.
P/1- Mas por que você gostou do Ponstan?
R- É um produto que tem uma aceitação muito grande pelos médicos, os pacientes também se dão muito bem. Eu, por exemplo, é um produto que está direcionado a ___________ , que é a cólica nas mulheres, mas só que para enxaqueca não tem coisa melhor, sendo que também muitos dentistas utilizam bastante o Ponstan devido ao seu efeito analgésico que é muito bom. Então, realmente é um produto que eu gosto muito de trabalhar, e realmente espero que esse contrato se renove. Vamos ver, depende só do pessoal.
P/1- Atualmente você está trabalhando em que setor?
R- Meu setor atualmente é de Campo Grande, no Rio de Janeiro, vai até o município de Paraty. Então, é um setor extenso para a região do Rio de Janeiro, que é um dos mais extensos. Eu fico três semanas no Rio de Janeiro, incluindo o município de Itaguaí, que é próximo ao Rio, e eu fico uma semana em Angra dos Reis, sendo que o pessoal, quando a gente fala que trabalha em Angra dos Reis, acha que é maravilhoso, que a gente fica na praia, mas só que é ao contrário. Angra dos Reis é uma cidade pequena que tem o mar e o morro, então a maioria das casas em Angra dos Reis fica praticamente no morro. Quando o pessoal acha que a gente está indo para Angra dos Reis para ser beneficiado pelas praias, não tem nada a ver.
P/1- Percorre ali de carro?
R- A gente vai até praia Brava, que praticamente já é o município de Paraty. Tem a praia onde é a usina nuclear também. A gente visita a usina, vai no hospital da usina também e retorna no mesmo dia. De Angra até a usina fica em torno de 50 quilômetros.
P/1- Depois de tantos anos de propagandista, para a gente ir finalizando, eu queria que você dissesse o que você mais gosta dessa profissão?
R- É o contato com os médicos que realmente são muito simpáticos, muito agradáveis no meu setor. Realmente são muito... tem um ou outro que às vezes não gosta de propaganda, mas isso é em todos os setores, mas são bem receptivos os médicos, os colegas de campo não só do Aché como também da concorrência são bastante agradáveis. Sempre aprendendo alguma coisa a mais bem interessante. Eu gosto muito de ser propagandista.
P/1- E no Aché o que te agrada mais?
R- O Aché me agrada praticamente em tudo: é a minha vida porque eu estou há 17 anos praticamente no Aché. Meus filhos, os caçulas são gêmeos de 11 anos, o meu mais velho tem 18, então quando meu filho nasceu praticamente eu já estava entrando no Aché. Graças a Deus tudo que eu tenho atualmente é graças ao Aché.
P/1- Como se chamam os seus filhos?
R- Tenho o Tiago, de 18 anos, o Bruno que tem 17, e tem o Cristian e o Diego que têm 11 anos e são gêmeos.
P/1- Para finalizar, eu gostaria de saber o que você achou de contar um pouquinho da sua história.
R- É interessante e um pouco tenso [risos]. É como se fosse uma propaganda com os gerentes todos me olhando. Também tem estas luzes que, poxa, a gente fica parecendo que está... artista por um dia. Mas é muito interessante isso que vocês estão fazendo. Realmente espero que vocês passem isso futuramente para a gente poder assistir essa grande história que o Aché tem durante mais de 35 anos.
P/1- Isso do Aché decidir contar a história dele, o que você achou?
R- Eu acho interessante porque, poxa, a gente vê tanta gente passando, marcando, sendo um tijolinho nessa grande construção que é o Aché, esse grande laboratório. Poxa o pessoal acaba sumindo, saindo sem marcar um pouquinho, mesmo fazendo esse comentário eu gostaria até de colocar: eu, por exemplo, já tenho 17, já tive reconhecimento dos 10 anos, dos 15 anos através de placas, e o Aché sempre homenageou outros colegas, com até mesmo um ano vão homenageando. Mas é importante pelo menos ficar em uma memória, a memória, assim, gravada como vocês estão fazendo de vários depoimentos de colegas não só aqui do Rio, mas como todo Brasil. Então, acredito que vai ter muita história para vocês contarem.
P/1- Obrigada pela participação.
R- Obrigado vocês. Espero que tenha sido boa.
P/1- Foi sim.
--------- Fim da entrevista ---------Recolher