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Por: Museu da Pessoa, 4 de outubro de 2021

A luta pela terra

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A luta pela terra

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(00:00:17) P/1 - João, eu queria primeiro te agradecer por estar nos recebendo na sua casa - sua esposa fez um chá, nos servido uma refeição - e dar o seu tempo também, para contar sua história. Queria começar já te agradecendo mesmo. E queria começar te perguntando, antes de você começar a contar a sua história, pra você falar um pouco o que sabe da história do seu povo.

R - Eu quero agradecer também a presença de vocês aqui e a oportunidade que a gente está tendo de falar um pouco da nossa história, da minha própria história também, a história do povo.

A terra natal do povo Nawa foi Cruzeiro do Sul. Era um povo que morava em Cruzeiro do Sul. Na época da borracha, da seringa, que foi na Segunda Guerra Mundial, vieram os nordestinos e começaram a atacar os indígenas Nawa. Tinha uma maloca onde hoje é o hospital da maternidade, e a outra onde era a antiga bebê. Eram duas malocas que eles tinham. Quando eles eram atacados, eles se escondiam para outra maloca.

Eles sempre foram índios muito guerreiros, lutavam pelo que era deles mesmo, mas na época os seringalistas atacavam os seringueiros e eles se afugentaram para o estirão dos Nawa, no Alto Juruá. Lá foram atacados novamente e perderam, porque na época era através de armas de fogo, do rifle [que] os seringalistas atacavam, e eles só tinham de arma as flechas. Não dava para encarar uma guerra de armas só [com] flecha, não tinha outra coisa, então perderam novamente.

Foram atacados, mortos; mataram muitos indígenas e eles de lá se afugentaram de novo. Foram percorrendo aqui a serra do Rio Juruá, a serra do Rio Azul e a Serra do Moa. A Serra do Moa, que justamente ia direto para o Jaquirana. Como os seringueiros habitavam nessas áreas [em] que hoje nós estamos, eles só ficavam no fundo. Eles não tinham outro jeito para morar; moravam aqui em um canto, quando acabava a comida eles já se mudavam para outra localidade, fazendo maloca em cada canto que se mudavam....

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Dados de acervo

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Memória Nawa

Entrevista de João Souza Diniz Nawa

Entrevistado por Jonas Samaúma e Francione da Costa Moreira

Aldeia Novo Recreio, 04/10/2021

Realização: Museu da Pessoa

Entrevista nº PCSH_HV1257

Revisada por Genivaldo Cavalcanti Filho

(00:00:17) P/1 - João, eu queria primeiro te agradecer por estar nos recebendo na sua casa - sua esposa fez um chá, nos servido uma refeição - e dar o seu tempo também, para contar sua história. Queria começar já te agradecendo mesmo. E queria começar te perguntando, antes de você começar a contar a sua história, pra você falar um pouco o que sabe da história do seu povo.

R - Eu quero agradecer também a presença de vocês aqui e a oportunidade que a gente está tendo de falar um pouco da nossa história, da minha própria história também, a história do povo.

A terra natal do povo Nawa foi Cruzeiro do Sul. Era um povo que morava em Cruzeiro do Sul. Na época da borracha, da seringa, que foi na Segunda Guerra Mundial, vieram os nordestinos e começaram a atacar os indígenas Nawa. Tinha uma maloca onde hoje é o hospital da maternidade, e a outra onde era a antiga bebê. Eram duas malocas que eles tinham. Quando eles eram atacados, eles se escondiam para outra maloca.

Eles sempre foram índios muito guerreiros, lutavam pelo que era deles mesmo, mas na época os seringalistas atacavam os seringueiros e eles se afugentaram para o estirão dos Nawa, no Alto Juruá. Lá foram atacados novamente e perderam, porque na época era através de armas de fogo, do rifle [que] os seringalistas atacavam, e eles só tinham de arma as flechas. Não dava para encarar uma guerra de armas só [com] flecha, não tinha outra coisa, então perderam novamente.

Foram atacados, mortos; mataram muitos indígenas e eles de lá se afugentaram de novo. Foram percorrendo aqui a serra do Rio Juruá, a serra do Rio Azul e a Serra do Moa. A Serra do Moa, que justamente ia direto para o Jaquirana. Como os seringueiros habitavam nessas...

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