A criança que nos habita - Feliz aniversário
Por Angelo Brás Fernandes Callou
O ato de enviar felicitações de aniversário, potencializado pelas redes sociais, graças a Deus, obedece a um ritual que faz enorme bem a qualquer aniversariante. Engrandece a passagem para a nova idade, pois ajuda a refletir sobre o sentido do tempo e da vida, quando o relógio toca as 12 badaladas da noite.
Essas passagens marcam nossas vidas. Quem esquece o dia em que se completa 18 ou 21 anos? E os 30? E os 60? E, os mais sortudos ou as mais sortudas (elas são mais), os 90?
Nos últimos anos, sempre escolho algo simples para fazer no dia do meu aniversário. Sozinho é a melhor pedida. Mergulhar no mar; ir à sorveteria; caminhar por uma rua, há anos esquecida; voltar à escola em que se estudou na infância ou adolescência; retirar álbuns de fotografias do fundo do baú, para rever antigos momentos; ouvir músicas prediletas; pintar uma aquarela; reler trechos de livros ou poesias que ficaram na memória (Clarice Lispector, Ana Miranda, Affonso Romano, Drummond, Manoel de Barros, Guimarães Rosa...).
Tudo isso já fiz no dia do meu aniversário. Em seguida, compartilho com amigos nas redes. Talvez para despertar neles o prazer dessas pequenas coisas, que Clarice Lispector chamou de O Ato Gratuito, ao menos no dia do aniversário. É imorredouro!
Este ano, ao acaso, olho para uma foto quando tinha oito meses de idade, no colo de minha mãe, em Triunfo (PE), vestidinho num timão de renda, possivelmente herdado de meus irmãos mais velhos. Lembrei-me de tê-lo visto, ainda criança, guardado numa caixa, ao lado de outros objetos. Era de um azul clarinho, pálido, mas com certo brilho, e com textura macia, própria, talvez, para os bebês.
Perscrutei essa criança em mim ontem e a encontrei vívida, ainda, e desejei pra ela feliz aniversário.
Verdadeiro triunfo.
(Praia do Pina, Recife, 4 de fevereiro de 2020)
O Ato Gratuito:...
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A criança que nos habita - Feliz aniversário
Por Angelo Brás Fernandes Callou
O ato de enviar felicitações de aniversário, potencializado pelas redes sociais, graças a Deus, obedece a um ritual que faz enorme bem a qualquer aniversariante. Engrandece a passagem para a nova idade, pois ajuda a refletir sobre o sentido do tempo e da vida, quando o relógio toca as 12 badaladas da noite.
Essas passagens marcam nossas vidas. Quem esquece o dia em que se completa 18 ou 21 anos? E os 30? E os 60? E, os mais sortudos ou as mais sortudas (elas são mais), os 90?
Nos últimos anos, sempre escolho algo simples para fazer no dia do meu aniversário. Sozinho é a melhor pedida. Mergulhar no mar; ir à sorveteria; caminhar por uma rua, há anos esquecida; voltar à escola em que se estudou na infância ou adolescência; retirar álbuns de fotografias do fundo do baú, para rever antigos momentos; ouvir músicas prediletas; pintar uma aquarela; reler trechos de livros ou poesias que ficaram na memória (Clarice Lispector, Ana Miranda, Affonso Romano, Drummond, Manoel de Barros, Guimarães Rosa...).
Tudo isso já fiz no dia do meu aniversário. Em seguida, compartilho com amigos nas redes. Talvez para despertar neles o prazer dessas pequenas coisas, que Clarice Lispector chamou de O Ato Gratuito, ao menos no dia do aniversário. É imorredouro!
Este ano, ao acaso, olho para uma foto quando tinha oito meses de idade, no colo de minha mãe, em Triunfo (PE), vestidinho num timão de renda, possivelmente herdado de meus irmãos mais velhos. Lembrei-me de tê-lo visto, ainda criança, guardado numa caixa, ao lado de outros objetos. Era de um azul clarinho, pálido, mas com certo brilho, e com textura macia, própria, talvez, para os bebês.
Perscrutei essa criança em mim ontem e a encontrei vívida, ainda, e desejei pra ela feliz aniversário.
Verdadeiro triunfo.
(Praia do Pina, Recife, 4 de fevereiro de 2020)
O Ato Gratuito: youtube.com/watch?v=Iippk01bN_8
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