Projeto ADC Eletropaulo
Depoimento de Paulo Antônio da Costa
Entrevistado por Rosali Maria Nunes Henriques e Katia Maria Francischi
São Paulo, 21/09/1994
Realização: Museu da Pessoa
ADC_HV008_Paulo Antônio da Costa
Revisado por Flora Portellada
P- Senhor Paulo, vamos começar nossa entrevista. Bom dia, senhor Paulo.
R- Bom dia.
P- Eu gostaria de, primeiramente, saber o seu nome, o seu local de nascimento, o nome dos seus pais e onde seu nasceu.
R- Eu me chamo Paulo Antônio da Costa, nasci em Mar de Espanha, Minas Gerais. Meus pais: Antônio Leônidas da Costa e Jandira Chernicharo da Costa.
P- E o senhor nasceu quando?
R- 16 de maio de 1948.
P- E como é que era o nome dos seus avós? Eles eram de Minas mesmo?
R- Os meus avós também eram de Minas. Era Domingo Chernicharo, por parte de minha mãe e Alexandrina Chernicharo. E por parte do meu pai: João Francisco Manoel da Costa e Maria Isméria da Costa.
P- Você sabe a origem do nome dos seus pais, a origem da sua família?
R- Olha, o meu avô, por parte da minha mãe, é origem italiana, né, e os meus pais, portuguesa.
P- E como é que foi a sua infância em Mar de Espanha? É uma cidade pequena.
R- É uma cidade pequena, uma infância bastante tranquila, entendeu, muita liberdade, assim no bom sentido, né? E... muitos amigos, entendeu? Foi uma infância realmente muito agradável. Hoje os nossos filhos ficam presos dentro de casa, devido à falta de liberdade que o meio hoje impera. Somos obrigados a tomar um certo cuidado, né?
P- E que tipo de brincadeiras tinha lá em Mar de Espanha? Vocês brincavam do quê?
R- Futebol, entendeu? Era a principal brincadeira nossa em Mar de Espanha na época de infância, né? Clube, também, entendeu?
P- Mas clube assim... de clube esportivo, com piscina?
R- Piscina, clube esportivo com piscina. Isso tinha nesta ocasião. E outras brincadeiras de... sei lá, pique, na época, entendeu? Também tinha muita atividade junto ao colégio que onde nós...
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Depoimento de Paulo Antônio da Costa
Entrevistado por Rosali Maria Nunes Henriques e Katia Maria Francischi
São Paulo, 21/09/1994
Realização: Museu da Pessoa
ADC_HV008_Paulo Antônio da Costa
Revisado por Flora Portellada
P- Senhor Paulo, vamos começar nossa entrevista. Bom dia, senhor Paulo.
R- Bom dia.
P- Eu gostaria de, primeiramente, saber o seu nome, o seu local de nascimento, o nome dos seus pais e onde seu nasceu.
R- Eu me chamo Paulo Antônio da Costa, nasci em Mar de Espanha, Minas Gerais. Meus pais: Antônio Leônidas da Costa e Jandira Chernicharo da Costa.
P- E o senhor nasceu quando?
R- 16 de maio de 1948.
P- E como é que era o nome dos seus avós? Eles eram de Minas mesmo?
R- Os meus avós também eram de Minas. Era Domingo Chernicharo, por parte de minha mãe e Alexandrina Chernicharo. E por parte do meu pai: João Francisco Manoel da Costa e Maria Isméria da Costa.
P- Você sabe a origem do nome dos seus pais, a origem da sua família?
R- Olha, o meu avô, por parte da minha mãe, é origem italiana, né, e os meus pais, portuguesa.
P- E como é que foi a sua infância em Mar de Espanha? É uma cidade pequena.
R- É uma cidade pequena, uma infância bastante tranquila, entendeu, muita liberdade, assim no bom sentido, né? E... muitos amigos, entendeu? Foi uma infância realmente muito agradável. Hoje os nossos filhos ficam presos dentro de casa, devido à falta de liberdade que o meio hoje impera. Somos obrigados a tomar um certo cuidado, né?
P- E que tipo de brincadeiras tinha lá em Mar de Espanha? Vocês brincavam do quê?
R- Futebol, entendeu? Era a principal brincadeira nossa em Mar de Espanha na época de infância, né? Clube, também, entendeu?
P- Mas clube assim... de clube esportivo, com piscina?
R- Piscina, clube esportivo com piscina. Isso tinha nesta ocasião. E outras brincadeiras de... sei lá, pique, na época, entendeu? Também tinha muita atividade junto ao colégio que onde nós estudávamos lá em Mar de Espanha, entendeu, a parte ginasial, né, ginásio. Foi, foi uma infância gostosa, viu?
P- E o colégio que vocês estudavam era colégio municipal, era de padres? Como é que era a forma de...
R- Era freira, né.
P- Ah, freira.
R- É. Era um semi-internato. Existia um internato e um semi-internato. Colégio Santo Antônio, se não me falha a memória, viu. Ginásio Santo Antônio. Era o grupo escolar e depois o ginásio, né.
P- E fala um pouco assim, quantos irmãos você tem ou tinha?
R- Eu tenho três irmãos. Nós somos dois casais na minha casa, entendeu. E... eu sou o segundo, tenho uma irmã mais velha e dois abaixo de mim, mais uma irmã e o irmão caçula, né. Hoje os três vivem, moram, residem em Juiz de fora. Só eu mesmo que saí de Juiz de Fora pra vir pra São Paulo trabalhar.
P- A sua família mora atualmente em Juiz de Fora?
R- Juiz de Fora.
P- Seus pais moram em Juiz de Fora?
R- Moram em Juiz de Fora. Tive a grande felicidade de o ano passado eles fazerem a bodas de ouro, né? Graças a Deus, estão bem, e... eu acho que é um privilégio, né?
P- E você morou em Mar de Espanha até quando?
R- Eu morei em Mar de Espanha até 1965, final de 64. Em 65 eu fui para Juiz de Fora, quando fui fazer o curso técnico em eletricidade, lá no colégio técnico, uma vez formado, eu vim direto pra São Paulo, né. Aí vim trabalhar na Light, antiga Light, hoje Eletropaulo.
P- E como é que foi essa saída da sua cidade natal assim, quer dizer, o choque de ir para uma cidade morar sozinho?
R- Não, não teve choque não, porque é... era... o anseio do nosso pessoal, das pessoas que moram no interior de Minas, que é a central leste, né, é aquela ansiedade de tirar o ginásio e partir para um curso em Juiz de Fora. Praticamente, todos fazem isso até hoje, entendeu? E Juiz de Fora é um centro maior e tem condições de absorver essa parte, né. E a gente ficava, sabe, aquela expectativa de tirar o grupo e já ir pra Juiz de Fora. E eu fui, morei dois anos em pensão. No último ano minha família mudou pra Juiz de Fora, aí passei o último ano junto ao seu convívio, né?
P-Então a família foi pra Juiz de Fora...
R- No terceiro ano...
P- No terceiro ano?
R- No terceiro ano que eu estava fazendo o CTU [Colégio Técnico Universitário], que é o Colégio Técnico Universitário, né?
P- E você não quis ficar em Juiz de Fora, estudando lá?
R- O problema era o mercado de trabalho, esse é que era o problema. E eu estava doido pra ter minha independência, entendeu, então a ideia era exatamente essa. Formei no CTU vim pra São Paulo, aí aqui em São Paulo fiz mais duas faculdades.
P- E você veio pra São Paulo Capital?
R- Não, vim pra Guaratinguetá. no Vale do Paraíba. Foi, na ocasião eu vim fazer os testes na antiga Light, e eles fizeram uma opção: ou Capital ou interior; e eu como era do interior, eu optei pelo interior, né? E fui pra Guaratinguetá. Em Guaratinguetá, eu comecei a trabalhar na Light, junto com mais, se não me falha a memória, mais uns dez colegas, que vieram. Naquela ocasião, a Light estava começando a ampliar o quadro de técnicos, entendeu, e existia em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba todo praticamente só três técnicos. E nós viemos compor o quadro da formação técnica junto a Eletropaulo.
P- E naquela época a Light buscava muita mão de obra em Juiz de Fora, por exemplo?
R- Ah, sim. Nós fomos convidados pelo Dr. Antônio Costa Neto, né, que ele foi a Juiz de Fora nos oferecer vaga, e muitos colegas vieram pra Light, outros foram pra CESP [Companhia de Energia de São Paulo], outros foram para Cemig [Companhia Energética de Minas Gerais] entendeu? Tinha parece que essa mania de o pessoal ir buscar mão-de-obra especializada, né?
P- E você fez curso técnico do quê na CTU?
R- Eletricidade.
P- Eletricidade?
R-Curso técnico em eletricidade na CTU. Aí quando eu cheguei, trabalhei... entrei em 1968 na Light, janeiro de 1968, 1969 comecei a fazer faculdade em Taubaté, administração de empresa. E quando eu estava praticamente no terceiro ano de administração eu fui transferido para Taubaté. E de lá pra cá eu não parei mais, né. É mais a minha meta era engenharia, mas não podia fazer engenharia por causa do horário. Era só à noite, que tinha engenharia... tinha algumas matérias durante o dia, né? Então eu fiz dois anos de física, fiz o trampolim para engenharia. Eliminei algumas matérias e comecei... depois de formado em administração. E comecei a fazer engenharia. Tanto que em engenharia eu fiz em seis anos o curso todo, mas... valeu a pena.
P-E o senhor fez o curso de engenharia elétrica?
R- Elétrica, elétrica. E quando foi 1980, eu... eu me formei entre dezembro de 1979.
Em 1980 foi criado a Superintendência Regional Mogi Leste, em Mogi das Cruzes.
O meu amigo, engenheiro Osvaldo Crespo, me convidou pra trabalhar com ele em Mogi das Cruzes. Na mesma hora, aceitei o convite. Daí eu já estava casado, entendeu? Minha esposa nunca tinha saído de Taubaté pra outro lugar... morar em outra cidade. Pra ela foi um impacto, mas logo, logo praticamente contornamos essa situação, e hoje estamos muito bem graças a Deus.
P- Então, aproveitando que o senhor tá falando da sua esposa, gostaria de saber como você a conheceu, como é que foi, se ela é mineira?
R-Não, não, ela é de Taubaté. Eu conhecia a conheci em Taubaté, naqueles bailes que a gente vai, né, antigamente existia os bailinhos, né? Hoje também existe, mas, meio agitados os bailes de hoje, né? E eu conheci, começamos a namorar. Em questão de um ano e meio nós casamos, entendeu? Hoje nós temos dois filhos. Tenho um com onze anos; e uma menininha agora, que é uma princesa, com três meses.
P- E qual o nome da sua esposa?
R- Maria Aparecida Campos da Costa.
P- E qual é a atividade dela?
R- Ela quando veio... ela em Taubaté, era professora, e depois nós mudamos pra Mogi das Cruzes, ela continuou lecionando um período de tempo, e depois veio o Lucas, né, que é meu filho, aí ela parou de lecionar.
P- E o senhor estava falando sobre da questão da... Mogi. fale um pouco mais sobre a sua entrada nessa Superintendência de Mogi, como é que foi e tal.
R- A Superintendência... quando eu fui convidado pra Superintendência Mogi das Cruzes, com a criação da Regional, a princípio, eu estava praticamente destinado a trabalhar em Guarulhos, mas antes de vir pra Mogi, depois o Dr. Osvaldo falou: "Não, Paulo, vamos fazer um o seguinte :você vai ficar realmente em Mogi comigo." Então me deu a Seção de Controle de interrupção, uma seção que existia, e hoje é o melhor desempenho da rede. Antigamente o nome de controle era de Seção Controle de Interrupção, que era ocupado por um engenheiro. Eu já estava recém-formado.
Antes, quando me formei, cheguei a fazer um teste na CESP, em Atibaia. Passei. Naquela ocasião, houve uma orientação do governo e ficaram suspensas todas admissões, então eu fiquei na espera, né, mas nesse ínterim saiu a regional Mogi das Cruzes. Depois abandonei a CESP e continuei na própria Light que virou Eletropaulo depois, né. Aí depois fui para a Seção de Controle de interrupção, e esta seção foi extinta e criou-se a Divisão de Programação e Controle, que é uma divisão encarregada de tomar conta de todas. É responsável por todas as obras realizadas na Regional, de Guarulhos a Salinópolis, que compõem as oito cidades da nossa regional. Aí criou-se essa divisão, e fui indicado pra essa Divisão de Programação e Controle. Trabalhamos hoje, com seis empreiteiras direto, né.
Muito bem. Depois desse... foi extinta a Divisão de Programação e Controle, porque essa parte de obras passou a ser vinculada a Divisão de Construção e Manutenção. Então, nesse ínterim, eu fui pra Divisão de Projeto. Eu trabalhei um bom tempo na Divisão de Projeto e retornei, com a oportunidade que teve de virar chefe de Departamento e Promoções a Divisão de Controle de Manutenção, que era do engenheiro Okamoto. Ele foi para o Departamento de Distribuição. Daí eu vim para a Divisão de Controle de Construção e Manutenção onde estou até hoje, né? Hoje eu tenho na minha divisão duas seções, que é a Seção Mogi das Cruzes e a Seção de Controle e Fiscalização, que é exatamente a seção que toma conta dos almoxarifados. Nós temos um almoxarifado regional em Itaquaquecetuba e temos também as atuais seis empreiteiras trabalhando com a gente lá.
P-E como se deu a sua entrada na ADC [Associação Desportiva e Cultural da Eletropaulo]?
R- ADC, quando eu cheguei... em Mogi das Cruzes, em 1980, que foi criado a regional, eu fui convidado por Fábio Bianchi que era sócio e conselheiro da ADC na ocasião, amigo do atual presidente Takeo, né? Ele falou: "Paulo, você não é sócio da ADC, você tem que entrar de sócio na ADC. "Falei: "Tudo bem, vamos lá, né." Aí entrei de sócio e coincidentemente, nessa época, a ADC comprou um terreno em Mogi das Cruzes. Nessa compra de terreno, fiquei conhecendo Takeo. Ele falou: "Ó, Paulo, compramos o terreno, mas não temos hoje caixa pra poder tocar a obra". Bom, então eu falei: "Deixa comigo." Aí eu fui lá ver o terreno, uma área de sete alqueires, se não me engano, 170 mil metros quadrados aproximadamente, e tinha plantio de eucalipto, e desse plantio de eucalipto, eu comecei o meu desafio na ADC. Aí vendemos eucalipto, e desse eucalipto construímos alguma coisa lá que foi a quadra, depois a piscina, entendeu.
E hoje o clube tá montado, com churrasqueira, quadra, quiosques, entendeu. Tem uma infraestrutura já bem organizada lá em Mogi das Cruzes, ne´? E de lá pra cá conseguimos junto ao apoio total da ADC, que não faltou em instante qualquer pra gente em Mogi das Cruzes, porque foi a pioneira, foi a primeira... primeira área que ADC comprou. Então todo mundo estava voltado pra Mogi das Cruzes. E quando começou a sair algum clube, aparecer alguma coisa, o pessoal ficou entusiasmado.
A ADC hoje é um patrimônio violento, porque tem todas regionais em todas as cidades. Praticamente tem alguma sede da ADC ou subsede, né? Com a venda de eucalipto, ano sim, ano não, juntávamos dinheiro e íamos fazendo alguma coisa pra ADC, lá. Chegamos a montar um quadro de funcionários, entendeu, lá em Mogi das Cruzes. Compramos um telefone, conseguimos uma Kombi, entendeu, um suporte logístico pra poder atender as necessidades do clube, né? E a piscina hoje deve ter aproximadamente, se não me falha a memória, uns quinhentos, quinhentos metros cúbicos de água, eu acho que é mais menos isso. É grande a piscina, é semiolímpica, né, 12X24, por 25, né. Então é uma piscina integrada que tem uma parte mais funda, a média e a rasa pra crianças. Uma piscina só, né. Fizemos quiosques, fizemos bar, vestiários. E hoje está montado o clube, perfeitamente.
P- E a sua família frequenta o clube junto com o senhor?
R- Frequenta quando tem tempo. Há quatro anos atrás eu construí uma casa no litoral, por causa do meu filho que prefere mais a praia, né? Então a gente tem mais liberdade, entendeu. Mas, dentro do possível, a gente vai, frequenta o clube sim.
P- E o senhor participa de alguma atividade esportiva na ADC?
R- Bom, a ADC hoje não tem lá no clube atividade esportiva, porque com a criação da nova regional, foi criado um ginásio... uma quadra coberta, e onde pratica-se condicionamento físico por um professor de educação física, né. E eu quando a preguiça não toma conta, eu vou lá e faço algumas ginásticas, né. Caso contrário, eu sou muito acomodado na parte de esporte, né.
P- Agora, o senhor participou de algum grêmio da fundação... antes, anterior a ACEL (?), antes de 1978?
R- Não. Lá em Taubaté...
P- Não tinha.
R- Eu estava em Taubaté na ocasião, né, e não, no Vale do Paraíba, não tive a oportunidade de participar de grêmio nenhum, viu.
P- Não, né?
R-Só mesmo ADC.
P- É porque esses grêmios eram mais aqui em São Paulo, então?
R- E, porque nessa ocasião também foi a fusão de vários clubes né ... onde foi a criação da ADC, estava praticamente começando a ADC naquela época, né?
P- O senhor gostaria de falar um pouco mais sobre a sua infância? Eu acho que o senhor falou muito pouco.
R É que infância foi aquela infância de moleque, né? Lá em Mar de Espanha era uma cidade pequena, meu pai era motorista de caminhão, quase que fim de semana a gente... se encontrava só em fim de semana, que ele viajava a semana inteira.
E foi na ocasião exatamente da construção de Brasília. Ele transportou muito pra construção de Brasília, né. Tive oportunidade nas minhas férias viajar com ele pra Brasília, entendeu? E todas férias eu praticamente me empoleirava no caminhão e ia passar com ele, né. Mas eu fui uma criança normal, sem problemas, viu. Muitos familiares nossos... todos os nossos... os familiares moravam em Mar de Espanha. Existia e existe até hoje um convívio muito grande, um intercâmbio muito grande os primos, entendeu. Isso aí a gente realmente... Eu me considero uma pessoa feliz de poder ter tido esse convívio, né.
P- E tinha rio lá em Mar... quer dizer, tem algum rio em Mar de Espanha?
R- Tem o quê?
P-Tem algum rio em Mar de Espanha?
R- Tem. Você agora lembrou uma coisa. A gente realmente saía na época da infância, pegava carona no caminhão do leite que ia levar o leite para o Rio de Janeiro e ia até esse rio, era o Rio do Cágado, que existe até hoje, né. E ia nadar no rio, porque estava em construção ainda dos clubes em Mar de Espanha, né. Aí era aquela molecagem que a gente fazia, né. De vez em quando nadar nos ribeirões, quando esquentava muito, né. Chegava em casa, apanhava um pouco, mas tudo bem, isso faz parte, né [risos].
P- Pescavam também?
R- Não. É engraçado. Eu nunca pesquei. Gozado, gostava mais de nadar, pescaria não me apetece muito não, viu. Acho que eu não tenho muita paciência de ficar esperando o peixe morder a isca, viu. [risos]
P- E em Juiz de Fora assim, quais as atividades que você tinha de lazer lá?
R- Bom, Juiz de Fora foi uma vida meia brava, né, porque... eu morava em pensão, eu tinha uma despesa, entendeu, então eu estava com 15, 16, 17 anos, entendeu. Aquela história da gente não ter uma vida muito fácil. Morava em pensão, república. E só estudava mesmo porque era curso... Nós tínhamos aula de manhã e de tarde e alguns dias à noite, entendeu. E a gente tinha uma vida meia tumultuada, na parte de estudos, né, porque a ordem era... não tinha que tomar pau, né. Você tinha que realmente dar conta do recado, né. E fim de semana a gente ia em Mar de Espanha, né. Então é fácil, fim de semana... sexta-feira a gente ia em Mar de Espanha e voltava no domingo à tarde, né.
P- E Mar de Espanha é perto de Juiz de Fora?
R- É perto de Juiz de Fora. Deve dar aproximadamente uns 70 quilômetros.
P- E o senhor atualmente, vai visitar muito a sua família em Juiz de Fora?
R- Vou. Eu vou muito a Juiz de Fora. Eu não deixo de passar mais do que 40, 45 dias sem ir a Juiz de Fora. E contatos telefônicos praticamente semanalmente, direto né. Esse... esse afastamento eu não deixo acontecer não, eu acho que é muito importante, porque pai e mãe é um só, né.
P- E quanto a seus filhos, eles estudam em Mogi?
R- Meu filho ele tem um probleminha de deficiência, né, na parte de comunicação, entendeu. Nós descobrimos quando ele tinha três anos, porque...com três anos começamos a fazer tratamento com ele no Rio, mas ninguém dava diagnóstico. Viemos a São Paulo, com vários especialistas aí e ninguém sabia que ele tinha. Então nós começamos a fazer um tratamento através da estimulação, através do Centro de Reabilitação de Nossa Senhora da Glória no Rio de Janeiro, em Botafogo. Durante praticamente seis anos frequentamos esse setor lá de treinamento. Buscava orientação e praticava em casa. Hoje nós temos profissionais em Mogi na parte de fonoaudióloga. Ele fez o método Kumon também, estuda. Conseguimos esse ano uma escola pra ele. E... tem psicólogo, fonoaudiólogo, entendeu? Então é uma atividade que minha mulher praticamente por mês se desloca 300, 400 quilômetros em Mogi das Cruzes num vai e vem pra ir, inclusive natação... Então é um tratamento que não temos, sabe... não sabemos que hora que vai chegar ao fim, né? Mas graças a Deus estamos sentindo que ele tá muito mais na sociedade. É um garoto maravilhoso, apesar de não comunicar... falar normalmente como a gente fala, mas é legal.
P- Agora, a sua... quer dizer, atualmente na ADC qual o cargo que o senhor está ocupando?
R- Na ADC eu apenas faço parte do Conselho hoje, né, porque eu ... tirei o clube do nada. Fiz um clube. Depois achei que estava na hora da gente sair fora e dar oportunidade pra outro tocar o clube. É aquela história: quando você começa a ficar muito tempo no setor, você começa a atrapalhar o setor, né [risos]. Então, tive bastante colaboração do pessoal da Regional Leste na construção desse clube. Tivemos também apoio da prefeitura para fazer os platôs, entendeu, ... porque lá o terreno é acidentado, né, pra poder fazer a quadra, fazer a piscina, fazer a parte de playground, entendeu. Então nós tivemos... acho que cidade do interior tem mais possibilidade de você falar com a prefeitura, os caras te conhecem mais, entendeu, então dão mais apoio. E com isso nós conseguimos... um bom relacionamento nós temos junto ao poder municipal lá, muito apoio do pessoal lá. E com isso fizemos um clube, entendeu. Aí eu passei pro Marcos Amaral, que é outro engenheiro chefe da Divisão de Projetos atual. Hoje ele está tocando o clube com muito bom desempenho também. Deu continuidade, né.
P- E no Conselho, quais são as suas funções? No Conselho Deliberativo?
R- Nós somos convocados pra aprovação do orçamento, entendeu, se o orçamento, não tiver condizente, a gente vai, dá a opinião da gente, questiona, entendeu? É mais a parte fiscalizadora da ADC em si, como um todo, né? E nessa conta que eu já estou praticamente desde 1980 trabalhando junto com ele. Acho que é uma pessoa... estou trabalhando porque acho é uma pessoa totalmente integra, entendeu? Um cara que ninguém nunca descobriu nada do Takeo que desabonasse sua integridade. Então eu acho que realmente o Takeo é uma pessoa que merece o meu apoio. Eu estou com ele, entendeu, sob qualquer ponto de vista em função de ADC, porque é um lutador, tirou do nada e hoje fez o que é a ADC, hoje tremendo patrimônio, né?
P- E as reuniões do Conselho são semanais, mensais, como é que é?
R- São, parece que são bimestrais, se não me engano, viu. E nas reuniões nós recebemos a convocação e participamos.
P- São aqui em São Paulo?
R- Em São Paulo.
P- Agora, eu queria que o senhor falasse um pouco... porque o senhor pegou a Light e depois pegou essa passagem também da estabilização para Eletropaulo.
R- Sim.
P- Como é que foi isso a nível... para empregado, pro senhor no caso?
R- Olha, para o empregado foi excelente, entendeu. Apesar de que na Light nós tínhamos uma característica de empresa privada que... um chefe do Departamento, como era o caso do Dr. Costa Neto, tinha muito mais poder, entendeu... conhecia mais as pessoas. Depois que passou para estatal, nós viramos números. Nós somos apenas um número dentro da empresa hoje. Então, ficou uma coisa assim meio esquisita, entendeu, da parte de valorização da pessoa como um todo. Existem vários processos hoje na Light de benefícios que realmente levou a empresa ... como se diz?
Esqueceram... quem é o Paulo, quem é o José, quem é o Fernando? Entendeu?
Ali eu sei que existe um número, uma pessoa ocupando um cargo. Isso aí tornou-se muito frio, entendeu? E depois passou pro Governo do Estado, e em questão de benefícios, não podemos falar, que melhorou assustadoramente, mas em questão... sei lá... tem alguma coisa que tá pegando ainda do desenvolvimento da companhia, talvez falte mais o pessoal vestir mais a camisa da empresa, viu. Eu acho que tem que vestir mesmo porque essa empresa é maravilhosa. Nós não podemos deixar essa peteca cair, como diz o outro, né? E a gente... os mais antigos, eu estou hoje com mais de vinte e seis anos e meio de empresa, sente isso, que o pessoal novo que está chegando, tá chegando muito devagar, entendeu? Não tá acontecendo!
Talvez essa mudança muito grande de presidente da empresa, isso vem a ocasionar uma falta de oportunidade dentro da empresa, de ideias, entendeu? Apesar que todos que passaram por aí são sempre imbuídos da melhor forma possível das ideias, mas corta o elo que é o caso do Takeo, por exemplo. O Takeo... eu fico até com pena dele, que cada presidente que entra ele tem que explicar o que que é a ADC, porque que a ADC existe. O cara falou: "Takeo, grava, grava porque você explica e vira e mexe tá mudando de presidente dentro da empresa". E é lógico, o presidente entra novo ele tem que tomar conhecimento do que tá acontecendo na empresa para poder caminhar. A hora que ele começa a caminhar, muda, então é um problema danado.
Essa descontinuidade atrapalha bastante, talvez até o desenvolvimento da empresa, viu.
P- E da ADC também que o senhor fala?
E - Da ADC porque é consequência, né. A ADC tem ainda uma dependência da Eletropaulo.
P- Como vice-presidente regional de Mogi, que atividades assim esportivas que vocês patrocinavam lá na sua época?
R- Ah, nós tivemos a Olimpo elétrica, né. Foi a primeira olimpíada que nós participamos! Fazíamos a Festa Julina, que era exatamente no mês de Julho. Fazíamos é... Festa da Criança, entendeu. E integração da Leste com a Nordeste, viemos uma integração, que antigamente era Norte, né. E tivemos várias atividades lá, entendeu. E ... e uma das coisas também que eu... voltando ao Takeo, como presidente, a gente tinha muita liberdade de ação. Havia praticamente uma vida própria dentro da ADC. Então com o subsídio das reversões das mensalidades, a gente praticamente fazia... Existe uma prestação de conta todo mês porque a auditoria da empresa fica em cima da ADC também para prestação de contas. E graças a Deus, não tivemos nada que desvirtuasse, entendeu, alguma verba, algum direcionamento de verba para nosso clube lá em Mogi das Cruzes. Isso aí... Tá tudo documentado, tranquilo, sem problema nenhum!
P- É isso que eu queria perguntar. Essa interferência da empresa, da Superintendência, no caso, na ADC Regional, como é que é que se dá, como é que é o relacionamento?
R- Da melhor forma possível, entendeu? A Superintendência... tanto que com a construção do novo prédio da Superintendência de Distribuição Leste, que era na ocasião o engenheiro Osvaldo Crespo, deu-nos apoio total lá. E essa questão de construir um miniclube lá, um minicampo de futebol, futebol society; fez questão de construir uma quadra poliesportiva entendeu? Então, esse apoio é fundamental.
Não existe... temos hoje uma sala dentro da própria Regional pra poder atender aos associados com vendas de materiais promocionais, por parte da ADC. Existe hoje inclusive intercâmbio da própria ADC no comércio local, entendeu? Ampliou com descontos. Você é sócio da ADC, apresenta a carteirinha e você tem desconto. Então é atuante nessa parte assim. Fizemos vários convênios. Isso foi muito bom pra o associado.
P- E a questão assim do relacionamento das regionais, das ADCs regionais como o senhor, por exemplo, de Mogi com a ADC Central, no caso, com Takeo, no caso que seria o presidente... Como é que é este relacionamento?
R- Lá de Mogi com a sede aqui em São Paulo sempre tivemos apoio total, integral. Todos diretores da ADC, inclusive, não sei porque cargas d'água, esse ano foi o primeiro que nós não defendemos o... o troféu da abertura das olimpíadas, porque nós somos tricampeões entendeu, troféu da olimpíada. Na Campanha do Samaritano fomos detentores do troféu, tricampeões, 3 anos consecutivos da minha gestão! Ainda foi quando eu deixei a ADC e fechei a minha parte de contribuição na ADC com o tricampeonato do samaritano. E junto com o fundo social de solidariedade da cidade. Então quando começou o Troféu Samaritano, uma das condições que nós exigimos da ADC Central, é que os ... os mantimentos ali arrecadados fossem direcionados pro próprio município, né? E foi um engajamento total. Junto com o exército, entendeu? A empresa com a seção de veículos para poder arrecadar mantimentos. Foi muito bom.
E isso funciona até hoje, viu!
P- E essa... a ADC Regional em Mogi, Leste, né...
R- Sim, Leste.
P- E que cidades ela abrange?
R. A ADC Leste abrange Salesópolis, Biritiba MIrim, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Ferraz de Vasconcelos e Itaquaquecetuba. E nós temos um núcleo em Guarulhos, porque Guarulhos pertence também a nossa região, a nossa Superintendência. Mas esse grupo de Guarulhos aluga quadras. Suzano pô, nós não temos sede em cada cidade desta. Em Suzano, por exemplo, a ADC Promove o aluguel de quadra para o pessoal de Suzano, tem uma oportunidade de distrair um pouco em Suzano, né? Então existe essa possibilidade. E qualquer outra cidade da região que precise de algum subsídio: um jogo de camisa, bola, esse negócio todo; a ADC fornece.
P- Então vocês têm intercâmbio também entre as regionais no caso...
R- Tem, tem.
P- Agora, o senhor tocou no assunto da questão da área de lazer dentro do local de trabalho, que seria o lazer local...
R- Sim. Além de ter uma sala de escritório da ADC, equipado com uma televisão, entendeu, um videocassete e funcionários da ADC, com uma bomboniėre pra atender os funcionários, refrigerantes etc. Nós temos também um salão de jogos, equipado com duas sinucas, pebolim, entendeu? O pessoal... na hora do almoço é tem uma disputa tremenda de truco lá, entendeu, porque fica quase anexa ao restaurante.
Então esse horário é super usado!
P- E essas áreas de lazer local só tem na Superintendência de Mogi ou em outros... na Regional? Quais as outras áreas da Regional?
R- Nas outras. por exemplo, dentro de Mogi mesmo. Na agência nós fornecemos uma mesa de sinuca ou ping pong. No almoxarifado de Itaquaquecetuba também tem, entendeu? Então casa cidade que precisa de alguma coisa, a ADC vai, compra o equipamento e fornece.
P- E fornece. Mas daí a ADC Regional ou a ADC Central?
R- Não, a ADC... A vice, lá Regional Mogi das Cruzes que fornece, porque essa reversão... esses sócios praticamente serão convertidos para Mogi das Cruzes, a reversão da mensalidade deles.
P- Agora, como o senhor como vice-presidente regional de Mogi via a participação dos colegas de Mogi na ADC, na Regional?
R- Olha...
[LADO B]
R- Olha, eu sinto falar pois não é muito assim grande, entendeu? Nós temos inclusive... tivemos no verão passado, retrasado, se não me engano, teve mais participação do pessoal de São Paulo, pessoal da zona leste de São Paulo, do que o próprio povo de Mogi. Diz que é aquela história: santo de casa não faz milagre, entendeu? Então, nós temos muita, muita participação do pessoal de São Paulo. Acho que o pessoal de São Paulo devido ter muito verde, o clima ser gostoso, entendeu? O pessoal participa com mais intensidade lá. Mas sempre pinga alguém de Mogi. Você sempre tem a presença de alguém de Mogi, né? E agora com a atual gestão lá do Marcos, ele reformulou os quiosques com churrasqueira, que eu quando eu não tinha dinheiro, então o negócio foi muito simples, né. Agora fez tudo com alvenaria, bonitinho, ampliou, fez uma churrasqueira central grande. Tem um salão, um galpão encoberto que ele anexou um bar a esse galpão para poder atender às festas e confraternizações também em final de ano, né. Final de ano realmente fica mais sobrecarregada a agenda da ADC lá porque todo mundo quer fazer churrasco de confraternização lá.
P- Vocês têm sede social lá em Mogi?
R- Não, não tem a sede social. Nós temos a sede, a sede... Tem uma casa nesse local campestre, né, na sede campestre, uma casa antiga, que foi reformulada também pra dar assistência, mas não é assim uma... uma sede social. Num é... num tem um salão, entendeu, pra poder... atividades assim como baile não tem condições de fazer.
P- E tem alguma divulgação entre os funcionários da Eletropaulo pra eles se associarem a ADC? Como é que funciona isso?
R- Ah, sempre tem, né? Sempre tem a campanha que praticamente quando eu saí
pra vice-presidente regional, eu fiz pente fino, né? Absorvi quase todos os associados. Nós tínhamos, na ocasião, 600 funcionários. Em toda regional, de Guarulhos a Salesópolis, nós conseguimos em torno de 400 sócios, entendeu? Então isso pra nós isso foi muito bom, porque nós temos bastante gente, e o contingente talvez até maior de funcionários é na cidade de Guarulhos. E as outras são poucos mais em cada cidade. Então tem bastante sócio. Tem o pessoal da operação também que frequenta o Setor de Operação da Eletropaulo, que frequenta o clube bastante também, entendeu?
P- O senhor sabe atualmente qual o número de sócios que tem a ADC Regional?
R- Não posso informar com precisão não, mas deve ter mais de 16 mil sócios, em toda a Eletropaulo.
P- Em toda a Eletropaulo. Mas assim, da Regional o senhor não tem ideia?
R- Não tenho, até foi uma falha minha não ter trazido pra você.
P- Agora, a questão do apoio da empresa, quer dizer da Eletropaulo, como é que é essa questão? Gostaria que o senhor falasse um pouco mais sobre isso.
R- Olha, lá em Mogi das Cruzes nós nunca tivemos oposição é... contra a ADC porque demos sorte que pois o antigo superintendente, engenheiro Osvaldo Crespo, que hoje é diretor de operação, gostava muito de esportes, entendeu? Então sempre tem o apoio total. Tudo que falou em termos de ADC, nós não podemos falar que a ADC não teve apoio da Superintendência e dos funcionários como um todo também. Lá parece que o pessoal é mais maleável, o pessoal gosta de participar, porque vê acontecer alguma coisa, né? Então nesse acontecimento o pessoal empolga e veste a camisa e vai em frente, né? ADC Mogi não tem problema nenhum, nenhum com a empresa, viu, e nem a empresa com a ADC Mogi.
P- E o terreno vocês compraram em que data?
R- Foi exatamente em 1979, final de 1979, 1980 que o Takeo comprou esse terreno.
Então foi em janeiro, fevereiro ou março de 1980, se não me engano, eu comecei então a trabalhar em cima do terreno. Realmente o terreno estava muito abandonado, fizemos várias limpezas, admitimos logo um funcionário, um caseiro, né, e hoje realmente é um local muito gostoso de passar uns dias, passar o dia e... descansar, tranquilo, viu. Tem um lago formado já, tem boas nascentes, entendeu? A piscina inclusive é água de nascente, não é água de poço. Então é gostoso!
P- [Rosali pergunta]
E como que foi a participação dos colegas para poder construir o clube? Teve uma adesão imediata?
R- Houve uma integração... fizemos através de mutirão até. Até a casa do caseiro foi feita através de mutirão com os funcionários da Eletropaulo. Eu falei: "Nós não temos dinheiro, e temos que fazer. " Mas pra um churrasco?" Não, pra um churrasco, dá pra fazer um churrasquinho. " E foi uma loucura, viu. Estivemos lá vários fins de semana, levantamos a casa do caseiro, porque não tinha. Era um sítio abandonado praticamente. E hoje então... Esse amor pela ADC o pessoal tem, entendeu, à empresa.
P- E as famílias dessas pessoas frequentam o clube?
R- Frequentam também. Mas não... não temos assim uma frequência maciça, tá entendendo, mas tem alguém de Mogi frequentando lá.
P- E sempre colaboraram?
R- O pessoal... o sócio é gozado. O sócio quer ter uma piscina e um clube ao lado da sua casa, só atravessar a rua, talvez o dia que construir ao lado da casa dele, ele esqueça de atravessar a rua pra ir na piscina. Porque... eu acho que clube, essas coisas, tudo é costume, você tem desde criança, tem aquela formação e tal de frequentar clube e tal, você participa quando adulto. E não sei porque cargas d'água, o pessoal construía a quadra daqui a pouco, porque nós jogávamos numa quadra da polícia militar em... em Mogi das Cruzes. Nós não tínhamos quadra na sede. Então foi aquela pressão, pressão no bom sentido de construir, e construímos a quadra. Aí o pessoal falou: "Bom, não dá porque... não dá pra ir lá porque afinal de contas à noite não tem luz e tal." Então eu iluminei a quadra. " Não, num dá porque...sei lá... devia ter uma piscina." Eu construí uma piscina [risos]. Então foi isso. Aí fui... fui fechando as exigências dos sócios. Aí, por fim, eu joguei minha toalha, eu falei: " Bom, tá a piscina, tá a quadra, tem um quiosque, tem churrasqueira, tem tudo. Agora falta vocês frequentar. Eu não posso pegar vocês no colo e levar pra lá". Mas... isso em conversa amigas, né? Agora o pessoal sempre vai sim, viu, sempre vai. O importante que nós temos hoje um tremendo de um patrimônio lá, e a ADC tá de parabéns.
P- O senhor ficou até quando como vice-presidente?
R- Olha, deve ter uns quatro anos que eu deixei a vice-presidência. E o Marcos Ferreira assumiu.
P- E assim o senhor tem algum projeto de continuar trabalhando na ADC como vice-presidente?
R- Olha, o problema é tempo agora, viu? É o que falei, eu construí uma casa no litoral e tudo... é próximo também em Bertioga e... fim de semana eu desço mesmo porque lá realmente a gente faz um relax total, certo? E as crianças gostam também. Porque lá na ADC, como eu disse pra você, não dá para andar de bicicleta, só se for na estrada, porque o terreno é acidentado entende. Já na praia não, meu filho pega a bicicleta, fica o tempo todo lá sem problema nenhum, é plano, mais tranquilo, né?
P- Agora, sobre o surgimento da ADC, o senhor participou desse primeiro início, do surgimento...
R- Não. Dessa forma da ADC não tive a oportunidade de participar não.
P- Agora, a nível de sindicato, o senhor já participou do sindicato ou tem alguma participação?
R- Não, como membro assim exclusivo do sindicato... A gente dá um apoio realmente aquele sindicato que a gente vê que que tá fazendo um trabalho sério. Isso não resta a menor dúvida, que a gente tem dado apoio, e eu dou apoio mesmo. Agora, quando eu vejo que existe... que até agora parece que não teve, não tive desprazer de ver alguma safadeza de sindicato nosso, aí a gente se afasta ou então muda de apoio, entendeu? E... questão dos opositores do sindicato, entendeu, quando a gente vê que são opositores, que são...que a gente vê que estão segundas intenções, a gente também não apoia, não, eu não apoio.
P- E como o pessoal do sindicato vê essa atuação da ADC?
R- O sindicato... é uma outra história também. O sindicato com a ADC sempre também nos deu muito apoio. Eu não sei se foi pelo representante regional do sindicato lá em Mogi, que realmente vê o trabalho da gente, com a evolução da ADC. A gente... tudo que nós solicitamos do sindicato para a ADC nunca encontramos porta fechada. Então talvez o sindicato também esteja enxergando a gente também com seriedade. Eu creio que o sindicato a hora que ver alguma coisa que realmente tenha alguma coisa, que está sendo desviada, eles não vão apoiar de forma nenhuma também. É... o convívio é muito bom, muito salutar.
P- E que tipo de apoio concreto que ele dá?
R- Olha, o apoio concreto, uma vez precisamos de jogos de camisa, nós conseguimos, entendeu, em questão de material, porque a ADC estava passando uma fase de ampliação de outros setores, não podia nos liberar alguma verba extra, e o sindicato nos cobriu... doou bola, Tem assim muita necessidade de toda vez também solicitar o sindicato para alguma coisa. Eu acho que o importante de você administrar um clube ou você tomar aquele clube como um desafio e você fazer alguma coisa, é não ficar sempre na sombra da empresa, na sombra de sindicato, na sombra de empreiteira, na sombra disso ou daquilo. Acho que muito pelo contrário, você tem que mostrar que você é capaz de fazer alguma coisa. Se existe um eucalipto que pode vender e fazer dinheiro, porque não vender o eucalipto, se é permitido por lei a... a poda desse eucalipto, que automaticamente tem replantio de eucalipto. E lá é uma região que realmente vive disso. Nós vendemos eucalipto pra Cia de Papel e Celulose. Então isso aí gera algum dinheiro bom, e esse dinheiro a gente aplica em obra.
P- E a sede de Mogi assim ela já passou assim por algum momento de dificuldade?
R- Olha, dificuldade talvez ela deve ter passado talvez num atraso do envio de material entendeu? Muitas vezes... é o que eu falo com você, muitas vezes a troca de presidente da empresa, que a empresa deles subsidia, a Eletropaulo subsidia a ADC em alguma parte, e muitas vezes com a troca de presidente atrasa um pouco esse subsídio, e atrasando lá automaticamente as demais que necessitam dela, que precisam dessa verba, atrasa tudo. Mas tudo isso é contornável, porque na minha gestão eu sempre fazia aquilo que eu podia com dinheiro no bolso. Eu não contava com reversão pra fazer alguma coisa. Primeiro o dinheiro no bolso. No bolso que eu digo lá no caixa da ADC, pra depois a gente fazer algum investimento. Nunca me preocupei em pegar reversão de ADC pra reaplicação no mercado financeiro. Eu acho que a reaplicação minha era comprar todos os sacos de cimento, deixar no fornecedor, para depois então a gente construir alguma coisa lá dentro. Tivemos também apoio da parte de construção da ADC centro, projetos... todos projetos na minha final de gestão lá que praticamente a ADC... a parte de engenharia da ADC que projetou, então nós cumprimos religiosamente.
P- Que motivações levou o senhor a participar ativamente da ADC?
R- Eu acho que a motivação foi mais um desafio, entende, pegar um negócio do nada e fazer alguma coisa. Eu sou bem... como diz o outro, bem besta nisso aí. Eu acho que você pegar um negócio pronto e ir caminhando é gostoso, mas você pegar um negócio do nada e fazer acontecer e você ver criar um clube, eu acho que é mais gostoso ainda. Eu tomei isso como um desafio.
P- Voltando à questão do projeto, quais os principais projetos que vocês desenvolveram na ADC?
R- Bom, o projeto foi, o primeiro foi a quadra, entendeu, é uma quadra descoberta, Depois foi a iluminação da quadra, depois teve também a construção de um galpão central, um galpão grande equipado com churrasqueira e banheiro, sanitários e vestiários. Depois foi a piscina, porque a piscina praticamente foi uma solicitação nossa para ADC São Paulo, e uma coisa interessante na minha ocasião que acontecia na ADC São Paulo o seguinte: Quando eles queriam fazer alguma coisa lá, havia a participação não só da ADC Central, mas de todas as vice-presidências regionais, tipo assim: olha, hoje vão tantos por cento da nossa verba vamos destinar a Mogi. E esse intercâmbio existe até hoje. Eu acho que isso é muito salutar. Por isso que a ADC cresceu. Hoje nós estamos um pouco a obra em Mogi das Cruzes, então um pouco da reversão vai ajudar Salto, vai ajudar Cubatão, vai ajudar o Vale do Paraíba. E esse intercâmbio, essa administração do Takeo é muito eficiente nisso aí.
P- Quer dizer, a administração é descentralizada?
R- Ela é descentralizada, porque nós recebemos hoje... o mesmo quadro de funcionários ele... todo ele é pago pela administração central, que é aqui em São Paulo. Então com isso nós recebemos 80% da reversão das mensalidades, entendeu, para fazer a despesa de ampliação do clube. Dentro dos 80%, se um outro clube tiver em ampliação e tiver querendo começar alguma coisa e nós estamos meio tranquilos, 50% desses 80% vai pro outro clube. Mas isso é comum acordo nas reuniões de diretoria, que é uma reunião mensal que existe na ADC. Eu acho que esse apoio eu tenho demais que agradecer a todas as outras vice-presidências regionais, porque foram formidáveis, foram bacanas, entendeu, e não faltou... de lá pra cá também, quando eles estão começando a crescer, a ADC Mogi também nunca faltou em dar o apoio também.
P- E quais...
R- Intercâmbio é muito bom.
P- Quais projetos assim pro futuro da sede de Mogi?
R- Agora eu...eu...eu não sei, porque o...
P- Você não está por dentro?
R- O atual presidente que está mais influenciado nessa parte de atividades, né? Eu não sei quais são as metas dele daqui pra frente, né?
P- Mas assim, de quando o senhor deixou a administração da...
R- Ah, melhorou, deu uma continuidade de melhoria. Estou falando, os quiosques eu tinha, que é um quiosque bem rústico, feito com madeira de eucalipto, aquele negócio todo, os próprios eucaliptos da terra lá, que fizemos telha, telhado, uma coisa muito simples, mas com churrasqueiras individuais, hoje foram derrubadas, fizeram churrasqueiras de alvenaria. Ficou um negócio muito bonito, entendeu? O playground, por exemplo, compramos o primeiro playground, hoje existe uma atualização de brinquedos também, entendeu? Isso é gostoso, né?
P- E uma avaliação assim do seu período de administração na ADC Regional, como é que o senhor faria isso?
R- Olha, eu fazer uma avaliação do meu período lá é... é meio suspeito, né, mas eu acho que eu cumpri minha missão. A verdade é essa. Fiquei satisfeito, cumpri minha missão, aquilo que eu me prontifiquei em fazer eu fiz, entendeu, com a ajuda lógico dos companheiros de trabalho lá. Nós tínhamos realmente uma diretoria lá, talvez não muito assim atuante, mas uma diretoria assim... eu como vice-presidente, um diretor de obra, que era o Rubens Marialva, me ajudou bastante também. A assistente social também da empresa a Neusa, me deu um apoio formidável nas atividades, entendeu? Quando queria fazer uma festa... alguma coisa, a gente tinha sempre os mesmos que pontos chaves, né? A gente acionava o pessoal e o pessoal arregaçava a manga da camisa e ia em frente, e dava certo.
P- E já que é suspeito o senhor falar da sua administração, como os seus colegas viam a sua administração? O senhor tinha apoio deles?
R- Eu tinha, qualquer coisa que eu pretendia fazer na ADC, eu obtive o retorno disso aí, entende? E hoje também o próprio Marcos tem o retorno do pessoal, porque eu acho que o pessoal só não apoia quando você começa a fazer alguma coisa que desvirtua a finalidade daquela coisa. Então aí fica difícil, o pessoal não confia mais. O pessoal não é bobo hoje, né. Mas quando vê que tá saindo alguma coisa e você prova por A mais B... é o que eu falei com você alguns minutos atrás aí, não tinha quadra eu fiz a quadra, não tinha iluminação, eu fiz a iluminação. Então eu fui fechando os espaços de... qualquer questionamento pessoal: quadra, iluminação, galpão, churrasqueira, piscina. Que que vocês querem mais? Que eu nade pra você? Aí não tem jeito, aí vocês têm que nadar. Então, aí tudo bem, chegou nesse ponto e aí o pessoal talvez começou a tomar uma nova consciência da ADC: "poxa, tem tudo lá, pô, que clube!" O pessoal de São Paulo que nunca foi lá, ia lá e ficava de boca aberta: "não é possível, no meio do mato tem esse negócio aqui?" Então é um negócio meio pra pensar, né?
P- E quais os principais problemas, que o senhor encontra agora, na ADC?
R- Agora? Não encontro problema na ADC.
P- Não?
R- Não. Eu acho que é um clube que está à disposição nossa, entendeu, com uma boa fiscalização, uma manutenção, não tem problema.
P- E o que que o senhor gostaria de modificar, de mudar, incrementar?
R- Acho que a única coisa que falta em Mogi é uma sede social, só, pra poder fechar o clube, né, fazer uma sede social, pra fazer eventos, bailes, por exemplo. Mas é uma que eu acho que daqui pra frente tem que gerar uma pesquisa junto aos associados, o que ele quer, entendeu, a respeito da ADC, porque construção hoje tá muito cara, você fazer investimento pra depois ficar entregue às moscas, eu acho que é um desperdício, né. Então o fundamental tá lá. E um campo de futebol também é um pedido que o pessoal fez há muito tempo, negócio de campo de futebol, que eu acho que não sou ligado muito em futebol, talvez até seja até por um egoísmo meu não fiz. Eu quis fazer mais a piscina, entendeu? E deu certo. Agora, o campo de futebol, o atual presidente está trabalhando em cima dele, viu?
P- A questão da sede... sede Mogi é campestre, né?
R- Campestre.
P- Ah, tá, por isso que você fala da questão da sede... de uma sede social seria meio complicado?
R- Isso, lá na sede campestre, entendeu. Nós temos, que dizer, a sede campestre... temos também uma sede dentro da própria Regional, né, dentro da Superintendência, com duas salas, que é um salão de jogos e um salão pra atender o associado, né.
P- Assim, das atividades que você promoveu, é... fazia excursões, algum tipo de excursão?
R- Sim, tinha o passeio ciclístico, também nós fizemos, há dois ou três anos um passeio ciclístico, fizemos excursão não teve não, viu. Na minha ocasião não... não me lembro de ter participado de alguma excursão com associado não. É aquela história, eu estava mais preocupado com obras. Eu queria mais tocar obras e fazer acontecer alguma coisa e construir alguma coisa para poder a pessoa ter aquilo lá já definitivo, entendeu, porque você faz uma excursão, você desvia uma verba pra excursão, é aquele grupo que é privilegiado. Agora não, lá todos são privilegiados com aquilo que está construído lá. Talvez... não sei se meu raciocínio é certo, mas optamos por essa finalidade.
P- Agora assim pra avaliar ... começar já a encerrar o nosso depoimento, eu gostaria que o senhor fizesse uma avaliação da sua careira, da sua vida, de toda sua trajetória.
R- Olha, eu sou um cara privilegiado, a verdade é essa. Eu acho que fui privilegiado por ter escolhido a Eletropaulo, a antiga Light, como empresa de trabalho. Graças a Deus, a minha carreira só teve sucesso. Não tive um aborrecimento com a minha chefia. Eu acho que o intercâmbio, a convivência foi muito boa. Espero que até a hora de aposentar, deve demorar uma pouquinho mais, que deva continuar assim, entendeu? Acho a empresa fora de série. Só quem não conhece a Eletropaulo é que não tem noção do que que é a Eletropaulo. A Eletropaulo é o tipo de uma empresa que você consegue tudo dela. Só você querer, arregaçando um pouquinho as mangas, trabalhando um pouquinho, vestindo um pouquinho a camisa, e chega lá. Hoje nós temos um grande projeto em andamento, que é o Projeto Bandeira, que prima pela parte da qualidade do serviço em si. E realmente a gente tem que abraçar com toda força esse projeto, porque a sobrevivência da Eletropaulo não depende do nosso presidente, não depende do nosso diretor, depende da gente. E, como uma ótima empresa, uma empresa espetacular mesmo, eu não tenho o que falar da Eletropaulo. O que eu tenho na minha vida é agradecer a Eletropaulo, que eu não tive outro emprego inclusive, entendeu? E estamos caminhando até realmente chegar a hora de falar: "Bom, agora chega."
P- E como o senhor avaliaria essa questão o senhor ter dado um depoimento para... uma História da Multimídia em ADC, quer dizer, um resgate da história da ACD?
R- Olha, eu... eu estou satisfeito, porque essa oportunidade é a primeira em 26 anos e meio de falar alguma coisa sobre empresa, falar alguma coisa sobre ADC, falar alguma coisa de minha vida em si. Eu acho que foi mais um prêmio [risos], que eu tenho conseguido vários prêmios junto à empresa, e acho que foi mais um prêmio que eu tive hoje.
P- O senhor gostaria de acrescentar mais alguma coisa sobre alguma lembrança de infância, alguma boa recordação na empresa que senhor pudesse falar pra gente?
R- Não, eu acho que a questão da infância, conforme havia falado foi uma infância normal, entendeu ?A questão da empresa é daqui pra frente a gente abraçar cada vez mais, e lutar, não deixar a peteca cair, não deixar o barco afundar, porque a gente vê que essas mudanças de diretoria de empresa, de presidência, isso atrapalha a continuidade da empresa, e a gente que é mais da parte técnica, a gente sente demais com isso, porque a gente quer atender bem o consumidor, a gente preza por atender bem o consumidor, que são os nosso clientes, que é a razão de existir da Eletropaulo são os clientes nossos! Então a preocupação maior é que realmente os nossos companheiros de trabalho abraçassem cada vez mais a empresa porque... isso aqui é muito bom.
P- Eu gostaria, né...
R- Sim.
P- Pra finalizar, só uma perguntinha. O que que é ser um profissional de lazer na Eletropaulo?
R- Ser um profissional de lazer na Eletropaulo? Olha, é difícil. O profissional de lazer na Eletropaulo ele encontra muita barreira, conforme falei. Talvez o... o costume das pessoas para parte de lazer tem que vir desde criança. E a ADC como tá surgindo... surgiu 10, 12, 14 anos atrás como um todo, é muito difícil você falar com nosso funcionário: "olha, você tem isso pra você utilizar", entendeu? E o cara acha isso normal, não valoriza. Sendo que quando você recebe visita de outras empresas, os caras ficam de boca aberta: "Você tem tudo isso aqui?" Então eu acho que é um desafio muito grande pra um profissional de lazer dentro de uma empresa, colocar na cabeça das pessoas que tem que participar mais, porque esporte é saúde, né?
P- Muito obrigado, senhor Paulo.
R - De nada.
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