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Personagem: José da Cruz
Por: José da Cruz, 2 de março de 2025

A COBRONA QUE CUSPIA FOGO

Esta história contém:

A Cobrona que cuspia Fogo

Era uma cobrona terrível e monstruosa, que morava lá da outra banda do rio, e que em certas noites “surtava”, e percorria a margem do rio, pros lados de Sorocaba fazendo um barulho ensurdecedor e cuspindo um fogaréu medonho na escuridão da noite.

Eu estava extasiado com a nossa nova casa, localizada ali na antiga Vila Albertina, bem na esquina das ruas Tarcísio Nascimento e Albertina Nascimento e que, perto dos acanhados três cômodos onde moramos até o dia anterior, nos altos da Vossoroca; para mim era uma mansão. A cozinha era enorme, corredor, dois quartos e uma ampla sala, cuja janela dava para a margem do rio Sorocaba. A vizinha Dona Nena, com quem minha mãe conversava, por cima da cerca metálica, informara que casa era muito boa pois ali morara, até alguns dias antes, a própria Dona Elvira, que havia alugado a casa para o meu pai, simples operário da Fábrica de tecidos e que dava boas risadas ao ver que não tínhamos móveis para a sala. Éramos cinco filhos, dos quais eu o caçula, que nessa casa passaria a infância. Havia ainda um quartinho nos fundos um pequeno jardim, um quintal imenso que logo foi habitado pela galinhada, e além dele uma área tomada por um bambuzal, que margeava o rio e era a “zona proibida” para mim. Eu me deliciava com tudo aquilo, mas de vez em quando me lembrava do que Dona Nena havia falado, a primeira vez que vi, seu rosto magro, por cima da cerca. “Hei menino, cuidado com a cobrona de ferro, que de noite passa prá lá do rio, gritando e cuspindo fogo! ”

Não me assustei muito com o Jacaré de duas cabeças, que segundo ela, morava no fundo do rio e tinha três metros de cumprimento, nem com a Mãe D’água, que vinha à tona em algumas manhãs para pegar crianças e arrasta-las para o fundo do rio. “Você nunca me vá na beira do rio, senão...olha aqui ó! ” Me dizia Dona Georgina, mãe saudosa, com o chinelo na mão. Então, aquele chinelo de couro que eu...

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Palavras-chave: trem - maria fumaça

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