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História
Por: Museu da Pessoa, 14 de maio de 2015

“Sou mais a tradição oral do que a tradição escrita”

Esta história contém:

“Sou mais a tradição oral do que a tradição escrita”

Vídeo

Meu nome é Roberta Marques do Nascimento. Nasci em Diadema, São Paulo, em 1978.

Minha mãe me teve muito nova, com 21 anos, primeiro filho. Tinham falado pra ela: “Você não fica gritando que enfermeiro não gosta de mulher que grita”. Aí ela estava na sala de pré-parto, já com muita contração, muita dor e ela falou: “Vai nascer”. E elas: “Não, vai demorar. Pode ficar tranquila”, saíram e deixaram ela lá. Ela colocou a mão assim embaixo e sentiu a cabeça. Sentiu que ia nascer. Ela simplesmente deitou na cama, segurou na grade, fez força e eu nasci (risos). E ela não gritou. Foi um negócio muito, eu e minha mãe ali.

A gente já mudou pra São Bernardo do Campo, pro Jordanópolis, que é o bairro onde morei até onze, doze anos de idade. Não é uma favela, mas não é um bairro. É um subúrbio, diferente da classe média. É uma cultura suburbana, os bairros que moravam os filhos dos metalúrgicos, nos anos 1980. Tem muitas características de uma pequena cultura de coisas que se vende em casa, da vizinha que fazia tempero, e daquela “TV Mulher”, as mulheres vendiam Jafra, Avon, Tupperware, e faziam reuniões. Lembro das mulheres na sala da casa da minha mãe levando Tupperware, toda uma metodologia pra vender, e os cosméticos Jafra (risos). Ao mesmo tempo, uma infância na rua, com a molecada que você tem relação.

Nessa época, dividia o quarto com a minha irmã. Ela era minha companheira de brincar no quintal, no vizinho, na rua, aquela coisa de você joga vôlei, aí passa o carro e todo mundo: “Êêêêê”, bate no carro (risos). Toca a campainha da casa dos outros e sai correndo, essas besteiras assim de criança, de aprontar pra caramba, porque daí você forma gangue na rua. Não era muito individualizado. Tinha videogame, Atari, mas não é todo mundo que tinha. Lembro chegando videocassete em casa, que era uma coisa mágica.

Daí a gente mudou...

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Diadema

Roberta na primeira casa que morou na rua das esmeraldas em Diadema, na foto tem 09 meses.

período: Ano 1978
local: Brasil / São Paulo / Diadema
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Menina do mar

Roberta aos 5 anos em seu lugar preferido no mundo: O mar.

período: Ano 1983
local: Brasil / São Paulo / Boracéia
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Veraneio

A veraneio era o carro da família. Fizeram uma viagem de São Paulo a Natal, indo pelo sertão e voltando pela costa. A viagem durou 1 mês e nela estavam Raimundo (pai), Romilda (mãe), Rosa (avó), Carolina (irmã) e Gustavo (irmão).

período: Ano 1992
local: Brasil / Sergipe / Aracaju
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Holiday

Cantando no festival da escola com a irmã Carolina e melhor amiga Clarissa, que lhe batizou de "Estrela D'alva".

período: Ano 1991
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

"Se essa na..."

Cena do espetáculo "Se essa Na..." dirigido por Tiche Viana, na foto os personagens "Eurico" (Kikô Bertholine) e "Oficial Ozome" (Roberta Estrela D'alva). Realizado na ECA-USP.

período: Ano 1999
local: Brasil / São Paulo / São Paulo
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

"Acordei que sonhava"

Foto da personagem "Príncipe Sigismundo" do espetáculo. "Acordei que sonhava" do núcleo Bartolomeu dentro do festival Zeatralia.

período: Ano 2005
local: Espanha / Madrid
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Futebol

Cena do espetáculo "Futebol" da Frentes de fevereiro, abertura do Vídeo Brasil. No Sesc Pompéia.

período: Ano 2005
local: Brasil / São Paulo / São Paulo
tipo: Fotografia

Dados de acervo

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Projeto Kombiblioteca Poética

Depoimento de Roberta Marques do Nascimento (Roberta Estrela D'Alva)

Entrevistada por: Rosana Miziara, Jonas Worcman e Lucas Torigoe

São Paulo, 14 de maio de 2015.

Realização Museu da Pessoa

Código da Entrevista: KOM_HV010

Transcrito por: Karina Medici Barrella

Revisado por: Nataniel Torres

P/1 – Roberta, você pode falar o seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Meu nome é Roberta Marques do Nascimento. Eu nasci em Diadema, São Paulo, em 1978.

P/1 – Roberta, e como é o nome dos seus pais?

R – Raimundo Nonato do Nascimento e Romilda Marques de Souza, hoje, mas quando era casada, no RG está Romilda Marques do Nascimento.

P/1 – E seus pais são de Diadema, nasceram lá?

R – Não. Minha mãe nasceu em São Bernardo, o meu pai nasceu em Juazeiro da Bahia.

P/1 – E vamos falar um pouquinho da família do seu pai. Seus avós são de Juazeiro da Bahia, os pais dele?

R – Na verdade eu só conheci a minha avó. O meu pai também só conheceu a mãe dele, ele não conheceu o pai nem por foto, nada. A minha avó é da Paraíba e meus tios, alguns são da Paraíba, alguns são do Ceará e meu pai é de Juazeiro, foi o único irmão que nasceu em Juazeiro. Minha avó veio pra São Paulo...

P/1 – Mas a sua avó saiu da Paraíba e foi pra Juazeiro?

R – É, ela morou em vários lugares, e numa dessas mudanças meu pai nasceu em Juazeiro.

P/1 – Ele tem outros irmãos?

R – Todos mortos já, mas tinha outros irmãos.

P/1 – Da mesma mãe e do mesmo pai?

R – Da mesma mãe e do mesmo pai.

P/1 – E seu pai foi criado em Juazeiro?

R – Meu pai foi criado em Juazeiro até, eu acho, que uns cinco de idade, porque depois a minha avó veio com os filhos pra tratar de um filho que morreu pequeno, que era o Emiliano, que estava com uma leucemia e ela veio pra São Paulo pra tratar, ela com os seis filhos. Então tinha José, Chico, Raimundo, Vicente e o Emiliano, que era esse que estava doente e...

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Título: “Sou mais a tradição oral do que a tradição escrita”

Data: 14 de maio de 2015

Local de produção: Brasil / São Paulo / São Paulo

Entrevistador: Lucas Figueirêdo Torigoe
Revisor: Nataniel Torres
Entrevistador: Jonas Worcman de Matos
Autor: Museu da Pessoa

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