Antonio Tibery Costa

  • 21/09/1942
  • Masculino
  • Branca
  • Brasil / Uberaba
  • Brasil / Brasília
  • Superior Completo
  • Catolicismo
  • Aposentado

sobre

Introdução Nasci em Uberaba, Minas Gerais. e aos cinco anos comecei a treinar com meu pai. Não era um treino regular mas acontecia a cada semana. Ele conheceu jiu-jitsu no Rio de Janeiro quando ali morou. Treinou boxe, saltava corda muito bem e era um craque na barra. Praticava exercícios de Charles Atlas que ensinou a mim e a meu irmão. Era um esportista nato. Comentavam sua perseverança e habilidade e contam que pela manhã comia apenas uma banana e durante todo o dia aceitava desafios de qualquer um que aparecesse na praia e quisesse lutar. Minha mãe, culta, educada e espiritualizada, era amante da poesia, pintura e filosofia. Por estímulo dela, com cerca de 10 anos, fiz um curso de pintura. Depois de casado, participei com ela de grupos de meditação, cultura antiga e filosofia. Ela aplicava massagem curativa em toda a família. Aos 10 anos, aproximadamente, fui atropelado. Apesar de desmaiar e sofrer corte profundo na cabeça, saí ileso. O acidente motivou nossa mudanpça para um bairro mais afastado do centro. O terreno era grande e ali meu pai construiu nossa casa e uma academia ao lado. Toda a família treinava: meu pai eu e meus irmãos, Mindinha, Sandra e Marco Aurélio. Minha mãe fazia os kimonos. Depois passamos a receber a orientação do Mestre Américo com quem treinamos regularmente. Era aluno de Medicina, grande conhecedor do jiu-jitsu e excelente professor. Outros alunos interessados vieram e o grupo aumentou. Não sei por que, mas a academia acabou fechando. Ficou o tatame que usamos para brincadeiras. Brasília Em 1960 meu pai veio para Brasília em busca de outras oportunidades e eu, um ano depois. Em 63 toda a família estava aqui. Em Brasília treinei Judô, mas por pouco tempo. Passei a trabalhar. Casei-me com uma colega de trabalho, Socorro, minha mulher atual, com quem tivemos dois filhos, Christiane e Alexandre. A responsabilidade cresceu e passei a estudar com afinco. Passei em alguns concursos, tirei o bacharelado em Matemárica pela Universidade de Brasília. Antes de formar dei aulas particulares,na rede pública do DF e, depois de formado, em Universidades - UnB, Ceub e UDF. Sentia-me realizado, gostava de matemárica, e pensava que ali estava meu futuro. Iniciei pós-graduação, mas não a conclui. Continuo na esperança de voltar a estudar. Além do Judô, treinei caratê, capoeira e aikido, identificando-me mais com o último. Fui o primeiro faixa preta formado no Distrito Federal e meu Mestre foi o Professor Martins, introdutor da modalidade no DF. O terceiro grau de preta obtive com o Mestre Shikanai. No Aikido colhi informações que não estavam nas demais artes marciais. Estudei lingua japonesa com o Mestre Takano com o qual pratiquei um pouco de ken-do. Fiz Macrobiótica por quatro anos e fui algumas vezes a São Paulo para conhecer mais do assunto com o Mestre Kikuchi. Li sobre budismo e arte marcial. Já como professor de aikido operei o joelho esquerdo, o outro havia operado anteriormente. Mas não me entreguei e em 30 dias estava de volta dando aula e teinando. Japão Passei três meses no Japão onde treinei aikido e iai-do (esgrima japonesa). Estive em Kameoka com Torao Deguchi na sede na sede da Oomoto, religião que exerceu forte influência no fundador do Aikido. Acompanhado do mestre Shikanai e representando o Brasil no evento, participei do intercâmbio cultural entre Jandira - São Paulo e Kameoka - Japão. Fotos e reportagem feitas em Kameoka registraram o fato. Novo rumo Em 1989 parei de treinar. Pensava em deixar as artes marciais. Mas o fluxo da vida me pegou uma peça. Primeiro trouxe-me a Brasília e depois conduziu-me de volta ao seio das artes marciais, conforme relato a seguir. O corpo reclamava e voltei a treinar, eu e um amigo, Luiz Garavello. Não tinhamos compromisso maior. Logo a seguir alguns ex-alunos souberam e me procuraram desejando treinar. Os alertei tratar-se uma prática embrionária e que havia muito a definir e a organizar. 12 alunos passaram então a treinar (na Ascade eu tinha 100 alunos de Aikidô). Recusei alguns alunos, mas mesmo assim o grupo cresceu. Devido as mudanças que levavam a insegurança, muitos pararam, fenômeno previsto por mim. O grupo passou a encolher assustadoramente, ficaram no total apenas cerca de 30 alunos em Brasília e 20 na Alemanha. No pior período busquei um espaço no Núcleo Bandeirante que depois foi fechado. Sem local para treinar coincide com minha operação de retirada de próstata devido a um câncer, para mim o mundo caiu. Mas não me entreguei: em duas semanas depois de operado ajudava o pedreiro a carregar as pedras para o alicerce do novo dojo, que fica em minha casa. O corte da cirurgia inchou, mas recuperei e nada de grave ocorreu. Terminamos o dojô e agora treino e dou aula em casa. Não cobro para isso, apenas rateamos as despesas de agua, luz e limpeza. Recompensa Em 2016, após 27 anos de prática, todos os dias, inclusive aos sábados e domingos, consegui fechar a filosofia e princípios básicos do Ami-Jitsu. As técnicas foram consolidades com nomes e movimentos específicos - trabalho monstruoso, só possível com a participação do grupo que persistiu até o final. No início deste ano dei o seguinte veredito: "Agora Começaremos a Crescer". Senti-me recompensado. Ami-Jitsu Depois de tanto tempo de prática diária não consigo separar-me do Ami-Jitsu. Assim, falo sobre ele de forma resumida, buscando citar alguns pontos que julgo importantes. Ami-Jitsu e um novo conceito de arte marcial, um novo paradigma, onde não fico preso ao uso de alavancas, força física ou força de explosão. O conceito de energia ultrapassou a idéia mecanicista do uso de forças e alavancas. . A correta condução de energia nos proporciona esquivas e redirecionamento da agressão. O conceito de energia levou-me a construir técnicas e imobilizações a partir de apenas 3 componentes: torções, pressões e dobras - a energia comporta-se como a água. Por analogia, se tenho uma mangueira que jorra água, posso impedir o fluxo torcendo-a, presssionando-a ou mesmo dobrando-a. Essa é a idéia. Também a água se adapta ao recepiente como a defesa se adapta ao ataque. A tríade, comum a todas as culturas é valorizada no Ami-Jitsu, o que facilita o entendimento psicofísico e espiritual da arte. Por ser uma arte não-violenta e não competitiva alguns conceitos foram revistos como: O Atemi (ataque em ponto vital) trnasformou-se em Quebra de Atenção; o uso do quadril passou para autilização do Conjunto Quadril; e a competição transformou-se em participação; conceitos explicados nos livros Ami-Jitsu - O Caminho da Integração e AMI - Arte Marcial.( No total escrevi quatro livros, dois deles sobre Aikidô.) Quem busca uma arte marcial eficiente, não-violenta, com pequeno risco de se machucar e que se preocupa com a evolução do indivíduo, Ami-Jitsu pode ser a resposta.